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/ jusbrasil.com.br 18 de Agosto de 2020 Analisando a Teoria Geral da Prova No que diz respeito à teoria geral da prova, vale ressaltar que a elucidação de seu conceito é indispensável. Desta feita, podemos conceitua-la como “uma indução lógica, é o meio com que se estabelece a existência positiva ou negativa do fato probando, e é a própria certeza da existência” segundo João Monteiro. Há de se falar que a prova dos fatos alegados pelos litigantes são o objeto do processo de conhecimento, portanto deverá o juiz definir uma solução para o litígio de acordo com sua apreciação destas. A prova, de acordo com o célebre doutrinador Humberto Theodoro Junior, deve ser conceituada de duas maneiras no processo: a) Um objetivo. Ou seja, como instrumento para demonstrar a existência de um fato, por exemplo a perícia, os documentos. b) Outro subjetivo. Sendo então a certeza originada quanto ao fato, como convicção formada do julgador em torno do fato ora demonstrado. Toda prova possui um objeto, uma finalidade e um destinatário. O primeiro corresponde aos fatos deduzidos em juízo, o segundo é a convicção dos fatos expostos e, por ultimo, o terceiro é o juiz, sujeito o qual as provas se destinam. No que tange ao sistema do Código em relação à prova, podemos elucidar que o art. 371 do CPC/2015 estabelece que o juiz apreciará os fatos segundo as regras de livre convencimento, mas deverá atender aos fatos e http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893064/artigo-371-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 / circunstâncias constantes nos autos, e, ainda indicar na sentença os motivos que lhe formaram o convencimento. Logo, podemos concluir que o código adota o sistema do “livre convencimento motivado” pois embora haja o livre convencimento, este não pode ser arbitrário, ficando condicionado as alegações das partes e as provas nos autos; temos também a observância de certos critérios legais sobre provas e sua validade não pode ser desprezada pelo juiz; fica, ainda, adstrito o juiz as regras de experiência, quando faltam normas legais sobre a prova e; devem as sentenças serem sempre fundamentadas pelo magistrado, vedando assim julgamentos arbitrários ou divorciado das provas entranhadas aos autos. Ainda sobre o juiz, vale salientar o seu poder de instrução, isto é, o poder de dirigir, coordenar e requerer, a pedido da parte ou por sua expontânea vontade, as provas a serem apresentadas pelas partes “Caberá ao juiz, de ofício, ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias” – artigo 370 CPC/2015. Quanto ao ônus da prova, consiste este em um risco assumido pelo litigante em perder a causa caso não prove os fatos alegados dos quais depende a existência do direito que pretende resguardar através da tutela jurisdicional. O artigo 373 do CPC/2015 reparte o ônus da prova entre os litigantes, estabelecendo, desta forma, que: ao autor incumbe o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito e ao réu de provar o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Logo, cada parte possui o ônus de provar os pressupostos fáticos do direito que pretenda que o juiz aplique em sua tutela jurisdicional diante do litígio. São os meios especificados, pelo Código, para prova: Depoimento pessoal Confissão Exibição de documento ou coisa Prova documental Prova testemunhal Prova pericial http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893068/artigo-370-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893055/artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 / Inspeção judicial 1) O depoimento pessoal é aquele destinado a promover o interrogatório da parte (autor e réu) durante o curso do processo. Cujo objetivo é provocar a confissão da parte e esclarecer os fatos discutidos na lide. 2) A confissão ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse, logo favorável ao adversário. Conforme definido por João Monteiro, “a confissão é a declaração, judicial ou extrajudicial, provocado ou espontânea, em que um dos litigantes, capaz e com animo de se obrigar, faz da verdade, integral ou parcial, dos fatos alegados pela parte contrária, como fundamento da ação ou da defesa.” 3) Exibição de documento ou coisa se faz presente quando há a determinação do juiz para a exibição de prova direta (exemplo: recibo de pagamento controvertido) ou de prova indireta (exemplo: a exibição de um veículo danificado para submeter-se a perícia). Ressalta-se que é necessário que haja nexo entre o documento ou coisa a ser exibido com a causa, sob pena de ser denegada a exibição por falta de interesse da parte. 4) Prova documental, segundo Carnelutti, documento é “uma coisa capaz de representar um fato”. Compreende-se que é a comprovação, por meio documental, de determinado fato ou direito (exemplo: a exibição de documento público de determinado bem imóvel). 5) Prova testemunhal é aquela obtida por meio de relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. São, nada mais, que as pessoas que comparecem em juízo para depor e esclarecer melhor o fato objeto de litígio. A prova testemunhal, de acordo com o artigo 442 e 443 CPC/2015, é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. 6) Prova pericial ocorre quando o juiz solicita, caso necessário, o auxílio de profissionais especializados em determinadas áreas como engenheiros, contadores, médicos e outros para que atue, de forma idônea, no conflito a fim de esclarecer dúvidas, examinar fatos e contribuir para que o magistrado em questão tenha maior segurança ao proferir a sua sentença, suprindo, então, a falta de conhecimento técnico em relação ao fato objeto da lide. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15 / 7) Inspeção Judicial consiste na percepção sensorial direta do juiz sobre qualidades ou circunstâncias corpóreas de pessoas ou coisas relacionadas com o litígio. (Exemplo: no caso de pessoas, se é possível ou não que, de acordo como estado de saúde, condição de vida e etc., determinado indivíduo seja parte do processo). Por fim, é na audiência de instrução e julgamento que o juiz colhe a prova oral e ouve, pessoalmente, as partes e seus procuradores. É ato solene revestido de publicidade, substancial ao processo, que se realiza sob a presidência do juiz é que se presta a instrução, discussão e, finalmente, decisão da causa, a ser feita através de sentença de mérito a ser proferida pelo juiz nesta última ocasião. Disponível em: https://jgimmso.jusbrasil.com.br/artigos/429893446/analisando-a-teoria-geral-da- prova
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