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Furb 1a Materiais e Terraplanagem 2019-2 (1)

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FURB - Universidade Regional de Blumenau
ENGENHARIA CIVIL 
DISCIPLINA: Pavimentação 2019-2
 Parte 1a – Materiais de Pavimentação 
Anel Contorno Viário Urbano de Gaspar
Trecho 4 – Via Projetada 43 
Ligação Av. Santa Terezinha x Rua Rodolfo Vieira Pamplona – Junho 2019
 Índice
Apresentação . .........................................................................................................................03
1. INTRODUÇÃO a PAVIMENTAÇÃO ................................................................................04
 1.1 Responsabilidade nos acidentes em vias ......................................................................04
 1.2 Projeto de Pavimentação...............................................................................................05
 1.3 Pavimento Rodoviário ..................................................................................................05
 1.4 Camadas da Seção Transversal ......................................................................................07
 1.5 Tipos de Pavimento..................................................................................................................09
2. MATERIAIS EMPREGADOS NA TERRAPLANAGEM E PAVIMENTAÇAO...............11
 2.1. Solos...................................................................................................................................11
 2.2 Pedras.................................................................................................................................23
Documento elaborado por: Alexandre Gevaerd
Bacharel em Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Catarina - Florianópolis - SC - BRASIL (1976-1980)
Mestre em Engenharia de Transportes 
Virginia Polytechnic Institute & State University - Blacksburg - Va - USA (1983-1984)
Blumenau, Julho 2019
 Trabalho 1 Grupo Terraplenagem 15 agosto 
Avaliacão 1 29 agosto 
Trabalho 2 Grupo Dimensionamento Pavimento 10 Outubro 
Trabalho 3 Avaliação e Orçamentação Pavimento 14 Novembro
Avaliacão 2 21 Novembro 
APRESENTAÇÃO
	
Esta disciplina objetiva apresentar conceitos gerais, componentes, metodologias de dimensionamento, e desempenho de 
 Terraplanagem e Pavimentação de Vias. 
O insumo principal de qualquer pavimentação são os tipos de materiais utilizados, incluindo serviços de terraplenagem e escavação em rocha. A especificação destes materiais, bem como de betuminosos e misturas asfálticas serão discutidos.
O insumo de todo pavimento, incluindo a parte da terraplanagem, são materiais mais resistentes, solos e pedras, não se utilizando solos orgânicos (misturas de solo mineral residual ou sedimentar) com matéria vegetal e animal. Estes materiais têm naturalmente características e ensaios específicos, os quais são aqui apresentados.
Na sequência, serão discutidos os conceitos e camadas de pavimentos flexíveis, princípios da mecânica dos pavimentos e o dimensionamento de pavimentos asfálticos. 
Procedimentos e equipamentos utilizados na Execução de Pavimento Flexível será abordados. Também será introduzidos procedimentos de dimensionamento de pavimento rígidos e de Cimento Portland.
Serão vistos os cuidados necessários na gerência de pavimentos , conservação e restauração de pavimentos asfálticos. Será abordado ainda na disciplina, a análise econômica de diversas alternativas, bem como diretrizes para orçamentos e licitações.
Finalizando, conceitos de Superestrutura de ferrovias e aeródromos serão discutidos. 
1. INTRODUÇÃO a PAVIMENTAÇÃO
1.1 Responsabilidade nos acidentes em vias
Um bom Projeto de Pavimentação pode propiciar entre outros benefícios:
· Boa aparência à via
· Conforto usuário 
· Dignidade aos moradores
· Durabilidade à via
· Boa drenagem 
· Segurança ao usuário
Todos estes itens são importantes, entretanto a segurança pode ser um dos maiores. Apesar de todos os métodos e pesquisas envolvidas nos projetos e operações viárias, os acidentes ainda são muito altos. Os fatores são variados, havendo consenso que a reversão destes quadros passam por três procedimentos: Engenharia de Tráfego, Educação e a Fiscalização.
Desrespeito deste esforços, estatísticas realizadas no USA mostram que a culpa nos acidentes foram assim associados:
	Condutor / pedestres 
	96,7 %
	Meio (traçado/geometria,
pavimento, natureza)
	33,8 %
	 Veículo
	 17,9 %
Observa-se que embora os usuários são os maiores usuários e responsáveis pelos acidentes, a Engenharia também tem parcela importante nestes índices. 
O Código Nacional de Trânsito prevê responsabilidade à autoridade responsável pela via quando uma via for entregue ao tráfego sem a devida sinalização, como também quando acidentes ocorrem por falta de manutenção ou sinalização na via. 
1.2 Projeto de Pavimentação
Seguindo o DNER Departamento Nacional de Estradas de Rodagem / 1996), atual DNIT (Departamento de Infra-Estrutura Transportes) um projeto de engenharia tem sua versão final intitulada projeto executivo e visa, alem de permitir a perfeita execução da obra, possibilitar a sua visualização, o acompanhamento de sua elaboração, seu exame e sua aceitação e o acompanhamento da obra. O processo comporta três etapas que se caracterizam pelo crescente grau de precisão: estudos preliminares, ante projeto e projeto executivo.
Estudos Preliminares: Determinação preliminar, por meio de levantamento expedito de todas as condicionantes do projeto, das linhas a serem mais detalhadamente estudados com vistas à escolha do traçado. Tais estudos devem ser subsidiados pelas indicações de planos diretores, reconhecimentos, mapeamentos e outros elementos existentes.
Anteprojeto: Definição de alternativas em nível de precisão que permite a escolha do(s) traçado(s) a ser(em) desenvolvido(s) e a estimativa de custo das obras.
Projeto Executivo: Compreende o detalhamento do anteprojeto e perfeita representação da obra a ser executada, devendo definir todos os serviços a serem realizados devidamente vinculados às especificações gerais, complementares ou particulares, quantificadas e orçadas segundo a metodologia estabelecida para a determinação de custo unitário e contendo ainda o plano de execução da obra. Listagem de todos os materiais a serem utilizados e equipamentos alocados e mão-de-obra em correlação com os cronogramas físicos e financeiros.
Na fase de anteprojeto são desenvolvidos os estudos de tráfego, estudos geológicos, estudos topográficos, estudos hidrológicos, estudos geotécnicos e estudos ambientais. Na fase de projeto executivo são complementados os estudos e desenvolvidos os: projeto geométrico, projeto de terraplenagem, projeto de drenagem, projeto de pavimentação, projeto de obras de arte especiais, projetos de interseções, projetos de obras complementares (envolvendo sinalização, cercas, defensas,...), projeto ambiental (providenciar licenças) e projetos de desapropriações.
1.3 Pavimento Rodoviário
Pavimento é uma estrutura construída sobre a superfície obtida pelos serviços de terraplenagem com a função principal de fornecer ao usuário segurança e conforto que devem ser conseguidos sob o ponto de vista da engenharia, isto é, com a máxima qualidade e o mínimo custo (Santana, 1993). Embora o pavimento seja uma estrutura construída após a terraplenagem, por meio de camadas de vários materiais de diferentes características de resistência de deformação, a terraplenagem. ou fundação do pavimento, também deve ser considerada como parte integrante de todo estudo e dimensionamento da estrutura de revestimento de uma estrada.
A terraplenagem é a regularização do terreno natural, com corte e aterro do relevo, trazendo material apropriado, obtido na própria obra, ou de saibreira / jazida, visando suporte necessário ao sub-leito e permitir a implantação de uma estrada, ferrovia,aeroporto, etc.
Segundo NBR 7207/82 da ABNT tem-se a seguinte definição:
O pavimento é uma estrutura construída após a terraplenagem e destinada , econômica e simultaneamente em seu conjunto, à :
1. Resistir e distribuir ao subleito os esforços verticais produzidos pelo tráfego; 
2. Melhorar as condições de rolamento quanto à comodidade e segurança;
3. Resistir aos esforços horizontais que nela atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento.
Aspectos funcionais do pavimento
Quando o pavimento é solicitado por uma carga de veículo Q, que se desloca com uma velocidade V, recebe uma tensão vertical σ (de compressão) e uma tensão horizontal τ (de cisalhamento) .
As variadas camadas componentes da estrutura do pavimento também terão a função de diluir a tensão vertical aplicada na superfície, de tal forma que o subleito receba uma parcela bem menor desta tensão superficial (ρ). A tensão horizontal aplicada à superfície, proveniente da força centrífuga, fricção dos pneus nas freadas e curvas embora imprimam um esforço lateral pequeno, mas exige que esta tenha uma seção mínima de pavimento para resisti-las. 
Desenho Plataforma x Faixa de Domínio
São elementos da seção transversal de rodovias:
 pista - parte pavimentada ou revestida da estrada; 
faixa de trafego - largura da pista que permite a passagem de um veiculo tipo com folga; 
acostamentos - laterais da pista destinada a estabilizar a pista e acostar veículos; 
sarjetas - reentrância destinada a receber água dos cortes, pistas e acostamentos; 
rampa do corte - inclinação do talude de corte; 
saia do aterro - inclinação do talude de aterro; 
taludes - inclinação das rampas do corte ou das saias de aterro, dada pela relação entre altura e base de um triângulo retângulo que tem a rampa do corte ou saia de aterro como hipotenusa; 
canteiro central - divisão física entre duas pistas; ou mediana área jardinada interna entre 
pistas ou barreira de concreto (New Jersey) ou defensa metálica
defensa lateral - cerca robusta no topo da saia do aterro para segurança; 
refugio - alargamento do acostamento destinado a parada eventual. 
Plataforma - soma das larguras de pistas, acostamentos, sarjetas e canteiro central; 
Faixa de domineo – abrange não só a plataforma ou gabarito de projeto, mas também 
engloba áreas em corte e aterro, ou no caso de terreno plano engloba faixa adicional para 
futuro alargamento ou simplesmente para segurança e jardins e equipamentos públicos;
Figura 1 - Elementos de Seção Transversal de Rodovias
(Referência 24) 
1.4 Camadas da Seção Transversal
A nomenclatura descrita a seguir refere-se às camadas e aos componentes principais que aparecem numa seção transversal típica de pavimentos flexíveis e rígidos.
1.4.1 Subleito:
É o terreno da fundação onde será apoiado todo o pavimento. Deve ser considerado e estudado até as profundidades em que atuam significativamente as cargas impostas pelo tráfego (de 0,60m a 1,5m de profundidade).
Se o CBR do subleito for < 2%, ele deve ser substituído por um material melhor (2% < CBR < 20%) até pelo menos 1,00m.
Caso o CBR do material do subleito for > 20% pode ser usado como sub-base.
1.4.2 Leito:
É a superfície do subleito (em área) obtida pela terraplenagem ou obra de arte e conformada ao greide e seção transversal.
1.4.3 Regularização do subleito (nivelamento):
É a operação destinada a conformar o leito transversalmente e longitudinalmente. Poderá ou não existir, dependendo das condições do leito. Compreende cortes e aterros até 20cm de espessura.
1.4.4 Reforço do subleito:
É a camada de espessura constante transversalmente e variável longitudinalmente de acordo com o dimensionamento do pavimento, fazendo parte integrante deste e que, por circunstâncias técnico-econômicas, será executado sobre o subleito recuperado.
Serve para melhorar as qualidades do subleito e regularizar a espessura da sub-base (usualmente CBR entre 8% e 20%).
1.4.5 Sub-base:
Camada complementar a base. Deve ser usada quando não for aconselhável executar a base diretamente sobre o leito regularizado ou sobre o reforço, por condições técnico-econômicas. 
1.4.6. Base:
Camada destinada a resistir e distribuir ao subleito, os esforços oriundos do tráfego e sobre a qual se construirá o revestimento.
1.4.7 Revestimento (Capa)
É a camada tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do rolamento dos veículos e destinado economicamente e simultaneamente a:
Melhorar as condições do rolamento quanto à comodidade e segurança;
Resistir aos esforços vertical / horizontais que nele atuam, tornando mais durável a superfície de rolamento.
Deve resistir ao desgaste..
1.4.7.1 Revestimento Flexível Concreto Asfáltico:
Constituído por camadas de reperfilagem, camada de ligação e capa. A capa, é a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe diretamente a ação do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento quanto às condições de conforto e segurança, além de resistir ao desgaste, ou seja, aumentando a durabilidade da estrutura. Quando for conveniente, ou a capa asfáltica apresentar espessura excessiva para compactação (mais de 7,5 cm de massa asfáltica), haverá uma camada intermediaria entre a base e a capa denominada de camada de ligação (ou “bainder” - pronuncia da palavra inglesa binder).
Imprimação: nos pavimentos asfálticos, a base recebe, na sua superfície, o espargimento de cimento asfalto diluído com solvente ou emulsão especial, serviço denominado de imprimação, destinado a aglutinação superficial da base, impermeabilização da base e aderência da base com o revestimento.
 Pintura de ligação: aplicação, entre as camadas asfálticas, de aspersão de asfalto líquido sem solvente (emulsão asfáltica), espargido para aderência entre uma camada asfáltica e outra, ou aplicado sobre a imprimação da base.
Figura 2 - Camadas do pavimento flexível
· Perceber que as camadas do pavimento formam conjuntamente uma estrutura com uma altura variável, dependendo dos materiais e tipo do tráfego, sendo recomendado que formem um talude de 1,5 na vertical e 1,0 na horizontal.
1.4.7.1 Revestimento Rígido
 No caso de um pavimento rígido, o revestimento, a base, binder e capa são substituídas por capa rígida de concreto de cimento, sendo colocado areia diretamente 
 sobre a sub-base para preencher nivelar vazios da sub- base.
1.5 Tipos de Pavimento 
Segundo Senço (1997, p. 22) os pavimentos podem ser classificados em pavimentos rígidos, pavimentos flexíveis e pavimentos mistos. Os Quadros 1.1 e 1.2 relacionam exemplos de bases e revestimentos de pavimentos.
Pavimentos rígidos
São aqueles pouco deformáveis, constituídos principalmente de concreto de cimento. Rompem por tração na flexão, quando sujeitos a deformações. Utilizam revestimentos rígidos sobre bases rígidas. Requer então aplicação sobre subleito firme pois não resiste à deformação.
No caso de terrenos de solos moles, o pavimento rígido se torna não econômico, porque não suporta deflexão ou deformação do sub-leito.
São constituídos por camadas que trabalham essencialmente a tração. Seu dimensionamento é baseado nas propriedades resistentes das placas de concreto de cimento portland as quais são apoiadas em uma camada de transição, a sub-base.
A determinação da espessura é conseguida a partir da resistência à tração do concreto e são feitas considerações em relação a fadiga, coeficiente de reação do subleito e cargas aplicadas. São poucos deformáveis e com uma vida útil muito maior. 
Pavimentos flexíveis
São aqueles em que as deformações, até um certo limite, não levam ao rompimento. São aqueles constituídos por camadas que não trabalham a tração. São dimensionadas normalmente a compressão e a tração na flexão (indiretamente), provocada pelo aparecimento das bacias de deformação sob as rodas dos veículos, que levam a estrutura a deformações permanentes, e ao rompimento por fadiga.
Utilizam revestimentos flexíveis sobre bases flexíveis. Assim , perceber que revestimento com paverou paralelepípedo, não rejuntados com cimento, formam um pavimento flexível tendo também areia na base.
Normalmente são constituídos de revestimento betuminoso delgado sobre camadas puramente granulares.
A capacidade de suporte é função das características de distribuição de cargas por um sistema de camadas sobrepostas, onde as de melhor qualidade encontram-se mais próximas da carga aplicada.
Pavimentos mistos
São aqueles que utilizam base rígida e pavimento flexível, ou base flexível e pavimento rígido.
Pavimentos Semi-Rígidos (Semi-Flexíveis)
Situação intermediária entre os pavimentos rígidos e flexíveis. É o caso de misturas solo-cimento, solo cal, solo betume, entre outra que apresentam razoáveis resistências a tração. Quando se tem uma base cimentada sob o revestimento betuminoso é dito semi-rígido. O pavimento reforçado de camada asfáltica é considerado como composto.
 Quadro 1.1. Exemplos de bases rígidas e flexíveis (Fonte: Senço, 1997)
	Bases
	Rígidas
	Concreto de cimento
	
	
	Macadame de cimento
	
	
	Solo-cimento
	
	Flexíveis
	Solo estabilizado
	Granulometricamente – SAFL
	
	
	
	Solo-betume – Solo-cal
	
	
	
	Solo-brita
	
	
	Macadame hidráulico
	
	
	Brita graduada
	
	
	Macadame betuminoso
	
	
	Alvenaria poliédrica
	Por aproveitamento
	
	
	Paralelepípedos 
	
Quadro 1.2. Exemplos de revestimentos rígidos e flexíveis (Fonte: Senço, 1997)
	Revestimentos
	 Rígidos
	Concreto de cimento
	
	
	Macadame de cimento
	
	
	Paralelepípedos rejuntados com cimento
	
	 Flexíveis 
	 Betuminosos 
	Concreto betuminoso
	Usinados
	
	
	
	Pré-misturado a quente
	
	
	
	
	Pré-misturado a frio
	
	
	
	
	Tratamento superficial
	 Penetração 
 direta
	Simples
Duplo
Triplo
Quádruplo
	
	
	
	
	 Penetração invertida
	
	
	 Calçamentos
	Alvenaria Poliédrica 
	
	
	
	Paralelepípedos
	
	
	
	Blocos de concreto pré-moldados e articulados (pavers/lajotas)
Lama Asfáltica como selante não existe dimensionamento como camada, é uma manutenção para nivelamento e selagem de trincas. 
A Alvenaria Poliédrica é um tipo de paralelepípedo de concreto, normalmente quadrado ou retangular mas que não chega a ser articulado como os pavers e lajotas.
Lembrar dos locais onde existe uso de material de revestimento com pedras irregulares ou cascalhos colocados sobre superfície de solo normal, dando uma condição de tráfego com mais segurança e conforto do que sobre o solo normal.
2. MATERIAIS EMPREGADOS NA PAVIMENTAÇAO e TERRAPLANAGEM
2.1. Solos
2.1.1. Conceito
Solos são definidos como produto da decomposição por ação física, química ou biológica sobre as rochas. Assim pode-se registrar que todo solo vem de uma decomposição de rocha.
2.1.2. Tipos
Os solos, em função de sua natureza ou origem, são divididos em três tipos:
residuais 
sedimentares 
orgânicos 
Os solos se formam pela decomposição das rochas através de agentes geológicos (água, vento..). Podem ser residuais (formados no pé da rocha de origem) ou sedimentares (transportados para longe da rocha de origem através da água, vento, gelo). Já os orgânicos são solos naturais do tipo argiloso e outros. 
Neste contexto então, os solos orgânicos são misturas de solo mineral (residual ou sedimentar) com matéria vegetal e animal, não tendo naturalmente composição adequada para pavimento.
2.1.3. Nomenclatura
Oficialmente,os solos são subdivididos em quatro tipos,embora se encontre outros termos conforme relação abaixo.:
Oficial:
pedregulho
areia
silte
argila material mais fino
 CBR --- pedregulho > areia > silte > argilosa 
Outros termos: 
turfa (mais material orgânico) 
Cascalho (areia e pedregulhos)
Saibro (areia + silte + argila)
Lateritita (um tipo de argila) reconhecida só no Brasil,
 tipo solo vermelho do oeste de SC, contendo 
 óxido mineral que resulta numa boa resistência
.
Pode-se considerar, no caso de SC, que a partir de Blumenau/ Gaspar em direção ao Oeste do estado, o material encontrado no relevo natural seja de boa qualidade, sendo turfa encontrada mais em direção ao litoral, onde as florestas e vegetação acabou se misturando no solo gerando material mais turfoso. 
Como turfa é material mais orgânico tende a se desmanchar ou apodrecer, havendo então necessidade de remoção do sub- leito da estrada, ou, avaliando-se custos, tratamento com geo-dreno / geo-grelha, geo-textil e mantas para drenar e então verificar consistência resultante. A Foto 1 apresenta imagem da obra de Duplicação da BR 470, onde estas alternativas estão sendo utilizadas.
Neste projeto, quando da pavimentação pioneira da BR 470, entre Gaspar e a BR 101, na década de 80 e 90, utilizou-se a tecnologia da estaca areia. Esta alternativa, não trouxe um bom resultado pois o pavimento tem apresentado inúmeros trechos com adensamento exagerado.
Recentemente, a partir do ano de 2017, além dos trechos com tratamento com geo-dreno / geo-grelha, geo-textil , tem sido experimentada uma nova tecnologia denominada geoground, a qual prevê uso de material expansivo em estacas perfuradas no subleito para dar estabilidade a fundação.
Paralelamente, o projeto da BR 470 prevê uso de sobrecarga de aterro para expelir a agua do solo, compactar previamente o subleito, tentando dar consistência a fundação.
Foto 1 - Duplicação BR 470 
2.1.4 Categorias
Conforme o equipamento de escavação empregado, os solos são classificados em categorias, em função do tipo de equipamento e diferenciação de custo de extração, esquematicamente apresentados na Figura 3. Pode se encontrar materiais de 3ª categoria, mais resistentes, mais aflorado na superfície. Quanto a resistência, o solo de 3ª é mais resistente.
· 1ª categoria o solo facilmente escavável pela lâmina do trator
· 2ª categoria os solos que necessitam escarificação ou fogachos 
· 3ª categoria as rochas com emprego intensivo de explosivos 
Figura 3 - Categorias de Solos
1a Categoria: solo facilmente escavado através de equipamentos comuns como trator de lâmina, “motoscraper”, pás-carregadeiras.
2a Categoria: são materiais removidos com os equipamentos já citados, mas devido a sua maior compacidade, exigem um desmonte prévio feito através de um escarificador ou explosivos de baixa potência (solos com matacos).
3a Categoria: compreendem os blocos com dimensões superiores a 1m e as rochas. Dispensam o uso de equipamentos tradicionais de terraplenagem, necessitando utilizar perfuratrizes e explosivos de média e alta potência.
Esta classificação é muito importante, pois está diretamente relacionada ao custo da escavação. Por exemplo, um material de 2a categoria pode ser escavado com os mesmos equipamentos utilizados para escavar um material de 1a categoria, contudo, requer mais tempo e conseqüentemente um maior desgaste destes equipamentos. Desta forma, muitas vezes o que parecia reduzir o custo da obra, acaba se tornando uma solução mais cara. 
Esta classificação é feita por sondagens, e, portanto, o classificador deve ser uma pessoa sensata e experiente. O material de 3a categoria é fácil identificar, o maior problema é diferenciar o de 1a do de 2a categoria. Depois da execução do corte, uma comissão de classificação vai até a obra comparar a classe de projeto com a realidade – o resultado pode ser uma variação no custo orçado (para mais ou menos).
As sondagens, ensaios e verificação do material e suas especificações devem estar previstas no orçamento de execução da obra, efetuada pela empresa executora, com fiscalização por amostragem do órgão contratante.
Ocorre que muitas vezes a sondagem de projeto não foi tão suficientemente completa em determinados trechos.
2.1.5 Ensaios
Vários tipos de ensaios são efetuados na mecânica dos solos e usados na pavimentação, sendo os mais tradicionais os relacionado abaixo, os quais permitirão definição da classificação do solo e como conseqüência o dimensionamento da terraplanagem e revestimento de projeto desejado, forma de aplicação e saibreiras / jazidas /usinas de obtenção.
· Granulometria estudo da distribuição das dimensõesdos grãos, visando determinar os percentuais de determinadas características físicas.
· CBR ou índice suporte Califórnia
 Relação entre a pressão necessária parra produzir uma penetração de um pistão num corpo de prova do solo e a pressão necessária para produzir a mesma penetração em uma mistura padrão de brita estabilizada granulometricamente.
O ensaio ISC é tradução de Califórnia Bearing Ratio (CBR), um ensaio idealizado por O.J. Porter, diretor da Divisão de Materiais da Califórnia Higway Department, no final dos anos 30 (Senço, 1997, p.219). 
O ISC é a relação percentual entre a pressão necessária para fazer penetrar, de maneira padronizada, um pistão numa amostra de solo convenientemente preparada e a pressão para fazer penetrar o mesmo pistão, à mesma profundidade, numa amostra padrão de pedra britada, ou material equivalente, o qual exige a pressão de 7,05 MPa na penetração de 2,54mm ou 10,34 MPa para a penetração de 5,08mm.
Estes resultados são essenciais na definição das diversas camadas de um pavimento flexível.
No caso de pavimento rígido, é utilizado um ensaio chamado de índice de recalque.
· Consistência
LL, LP, LC é a resistência de um material à deformação ou ruptura ou grau de coesão e adesão da massa do solo.
· Massa especifica real 
· Massa especifica aparente
· Equivalente de areia
por exemplo no caso de uma resultado de ensaio se obteve 30 % altura areia, o qual define forma de uso em serviços na execução de pavimentos. 
· Compactação
 determina a relação entre o teor de umidade e a massa específica aparente seca de solos quando em compactação.
O Quadro 2 apresenta parâmetros básicos de ensaio de compactação.
· Teor de umidade
Quadro 2 - Ensaio de Compactação.
	Ensaio
	Cilindro
	Soquete
	Disco espaçador
	Numero de golpes
	Numero de camadas
	Energia de compactação (kg.cm/cm3)
	
	Tipo
	Diâmetro
	Altura (cm)
	Volume (cm3)
	Tipo
	Peso (kg)
	Altura de queda (cm)
	Espessura
	
	
	
	
	
	Pol.
	cm.
	
	
	
	
	
	Poleg.
	cm.
	
	
	
	Ensaio normal de compactaçao (proctor normal)
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Pequeno
	2,50
	30,50
	---
	---
	25
	3
	6,0
	
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Grande
	4,54
	45,75
	---
	---
	13
	3
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,0
	5,1
	37
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,5
	6,4
	33
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Grande
	4,54
	45,75
	2,0
	5,1
	13
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Grande
	4,54
	45,75
	2,5
	6,4
	12
	5
	
	
	Ensaio intermediario de compactaçao (proctor intermediario)
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Pequeno
	2,50
	30,50
	---
	---
	32
	5
	13,0
	
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Grande
	4,54
	45,75
	---
	---
	20
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,0
	5,1
	79
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,5
	6,4
	71
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Grande
	4,54
	45,75
	2,0
	5,1
	29
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Grande
	4,54
	45,75
	2,5
	6,4
	26
	5
	
	
	 Ensaiomodificado de compactaçao (modificadol)
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Pequeno
	2,50
	30,50
	---
	---
	68
	5
	27,4
	
	Pequeno
	4
	10,16
	11,68
	947
	Grande
	4,54
	45,75
	---
	---
	25
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,0
	5,1
	166
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Pequeno
	2,50
	30,50
	2,5
	6,4
	150
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2316
	Grande
	4,54
	45,75
	2,0
	5,1
	61
	5
	
	
	Grande
	6
	15,24
	17,78
	2085
	Grande
	4,54
	45,75
	2,5
	6,4
	55
	5
	
2.1.6. Classificação de Solos (4 métodos tradicionais)
Existem diversos sistemas de classificação de solos. No Brasil, os mais utilizados são o índice de grupo, o sistema unificado, o sistema de classificação do HRB e o sistema MCT, cada um com aplicabilidades específicas. 
O s órgãos responsáveis pela Malha Viária Estadual (DEINFRA) e pela Malha Federal (DNIT) quando contratam um projeto de pavimentação, a empresa ou o profissional responsável pelo desenvolvimento, deve especificar os tipos de materiais, a espessura, e resistência desejada a partir dos elemento de projeto (volume de tráfego, veículo de projeto, topografia e geologia da área) , bem como e até talvez mais importante, a disponibilidade de saibreiras / jazidas / usinas específicas nas imediações da obra para diminuir o DMT (Distância Média de Transportes) 
Um problema nos projetos municipais é que muitas não se segue os procedimentos de cálculos metodológicos, sendo definidos mais pela prática e pela disponibilidade do material. Já no caso de projetos de pavimentação que requeiram financiamento de organismos ou agentes financeiros (bancos), há neste caso necessidade de apresentar um projeto técnico completo de pavimentação.
2.1.6.1 Índice de Grupo
Define vários grupos de materiais a serem utilizados em projetos de pavimentação.
Obtêm-se através da expressão:
IG = 0,2 a + 0,005 a c + 0,01 b d
Com valores:
 
a = P200 – 35 
e limites: 
0 ( a ( 40
b = P200 – 15
0 ( b ( 40
c = LL – 40
0 ( c ( 20
d = IP – 10
0 ( d ( 20
sendo os valores P200, LL, e IP obtidos nos ensaios de granulometria e resistência, devendo-se adotar para a, b, c, d limite 0 quando houver resultado negativo 
quando a ou b der acima de 40. adota-se 40 
quando c ou d der acima de 20. adota-se 20 
 P200 = porcentagem passante na peneira de malha 200,
LL = limite de liquidez
IP = índice de plasticidade, igual a LL – LP
 IG = índice de grupo
Exercícios: Calculo IG para os solos com os seguintes resultados:
a) P200 = 35 a = P200 – 35 = 35 – 35 = 0
 LL = 33 b = P200 – 15 = 35 – 15 = 20
 LP = 21 c = LL – 40 = 33 – 40 = - 7 adotado 0
 IP = LL – LP = 33 – 21 = 12
 d = IP – 10
 = 12 – 10 = 2
 IG = 0,2 a + 0,005 a c + 0,01 b d = 0,2.0 + 0,005.0,0 + 0,01.20.2 = 0,4 
 Neste exemplo pode-se dizer que no caso de um solo com baixo IG (baixo LL, LP e P200), tem-se um material com poucos finos e boa drenagem.
b) P200 = 60 
LL = 55 
 LP = 25 a = P200 – 35 = 60 – 35 = 25
 b = P200 – 15= 60 – 15 = 45 adotado 40
 c = LL – 40 = 55 – 40 = 15
 IP = LL – LP = 55 - 25 = 30
 d = IP – 10 = 30 – 10 = 20 
IG = = 0,2 a + 0,005 a c + 0,01 b d = 0,2x 25 + 0,005 x 25 x 15+ 0,01x40x20= 14,88 = 15 
Já neste caso de material com alto IG, caracteriza-se como um material com mais finos, bom para agricultura por reter água, não sendo apropriado para pavimentação.
Por outro lado, este material mais arenítico ou argiloso, com IG mais alto, pode naturalmente ser ainda utilizado no projeto com camada de areia para revestimento flexível com paralelepípedo ou bloco de concreto.
2.1.6.2 Sistema Unificado
Utiliza as letras 
G para pedregulho,
S para areia
M para silte
C para argila
W para granulometria bem graduada
P para granulometria mal graduada
O para solos orgânicos
L para solos de baixa compressibilidade
H para solos de alta compressibilidade
Pt para turfas,
A partir desta nomenclatura, pela sondagem. estabelece-se os 15 grupos de solos:
pedregulhos: 
GW, GP, GM, GC
areias:
SW, SP, SM, SC
siltes e argilas:
CL, ML, OL, CH, MH, OH
turfas:
 Pt
Neste Sistema Unificado,as nomenclaturas indicarão tipo de solo, com mais ou menos pedras à material turfoso.
2.1.6.3 Sistema de classificação de solos do HRB
Os solos são classificados em 12 grupos e subgrupos, conforme o Quadro 3, elaborado pelo Highway Research Board (HRB) e adotado pela American Association of State Highway and Transportation Officials AAHSTO, entidade reconhecida a nível mundial em metodologia para dimensionamento para projetos do sistema viário . 
A classificação de solos do HBR baseia-se também em ensaios normais de caracterização de solos, ou seja, o LL e o IPe o ensaio de granulometria. Neste ultimo, têm interesse as porcentagens que passam nas peneiras nº 10, 40 e 200. 
A classificação do solo será o primeiro grupo ou subgrupo que satisfaz as condições indicadas, por este motivo o solo A-3 (areia) esta colocado antes dos solos A-2 (solos arenosos).
O grupo HRB indicará a que pertence o solo, se é primeiro grupo ou subgrupo tendo de atender aos valores dos ensaios, a partir da esquerda para a direita do quadro. No caso, por exemplo,de material de Classe 7 implicará num pavimento mais caro, pois apresenta menos rigidez, exigindo maiores camadas superiores mais espessas para atingir rigidez.
Constituição dos grupos:
Solos A1: são constituídos de material graúdo, como pedra e pedregulho e areia, media e fina, com graduação bem distribuída. Tem (ajuda) ainda um ligante de baixa plasticidade. No caso de solos A1-a, predominam os materiais graúdos, pedra e pedregulho, com ligante. No caso do solo A1-b, predomina a areia media bem graduada. Pode apresentar ou não ligante.
Solos A3: Sua posição na tabela de classificação indica que, no caso de poder também ser classificada como A-2-4, prevalece à classificação A-3, por se encontrar a esquerda nessa tabela. São constituídos de areia fina de deserto ou faixa, sem ligante. Argila ou silte, ou liste em pequena quantidade, sem plastificante. 
Solos – A2: Sem dúvida, uma das mais importantes faixas de solos, quer pelo comportamento como sub-leito, quer pela (posição) possibilidade de estabilização com ligantes, principalmente cimento. Contêm grande variedade de solos granulares misturados com solos finos. Além da condição de terem menos de 36% passando na peneira nº 200, seu comportamento está condicionado à percentagem que passa na peneira de nº 40. Os solos A2.4 e A2.5 contém uma parte pequena que passa na peneira nº 40 com as mesmas características dos solos A4 e A5. Contém , ainda, alguma quantidade de pedregulho e silte. O silte tem IP maior que o IP dos solos A1 e pode estar misturado com areia fina, sendo que o silte, neste caso, é um silte não platico, com porcentagem acima daquela encontrada nos solos A3.
Os solos A2.6 e A2.7 tem as mesmas características dos solos A2.4 e A2.5 no que tenge à porcentagem que passa na peneira nº 40, contém argila plástica, que dá a esses solos características que se assemelham as do solo no grupo A6, no caso dos solos A2.6, as do solo do grupo A7, no caso dos solos A2.7.
Solos – A4: O material característico é um silte não plástico ou moderadamente plástico, geralmente com cerca de 75% passando na peneira nº 200. Podem também conter uma mistura de silte, areia e pedregulho. 
Solos – A5: São semelhantes aos solos A4. Pela presença de mica ou equivalentes, tem elevado LL e baixo IP.
Solos – A6: São solos caracteristicamente argilosos, com 75% ou mais passando na peneira nº 200. Podem conter misturas de solos argilosos, areia e pedregulho. As variações de volume, no estado seco e úmido, representam alto grau de instabilidade, que das condições para que sejam considerados solos fracos quanto ao comportamento do subleito.
Solos – A7: Em termos de estabilidade, são solos mais sujeitos a variações de volume. Tem características semelhantes às dos solos do grupo A6, porém com elevado LL, como os solos A5. Os sub-grupos A7.5 e A7.6 diferem quanto ao IP: os solos do sub-grupo A7.5, têm moderado IP, em relação ao LL, ou seja, LL – 30 <= IP. Ambos, porém, apresentam grandes variações de volume quando sujeitos a variações de umidade, o que, em muitos casos, obriga à substituição desses solos do subleito para garantia de estabilidade.
De uma forma geral, o diâmetro das partículas componentes do solo decresce de A1 para A7. Assim os solos A1 representam as areias, e os solos A7, as argilas, passando os símbolos intermediários a representar os solos de diâmetro entre esses dois extremos.
Quadro 3 - Classificação de solos do Highway Research Board (HRB) adotada pela AAHSTO
	Classificação geral
	Materiais granulares ( até 35% passando na peneira no. 200)
	Materiais siltosos e argilosos (min 36% passando na n.º. 200)
	Grupo
Subgrupo
	A-1
	A-3
	A-2
	A-4
	A-5
	A-6
	A-7
	
	A-1-a
	A-1-b
	
	A-2-4
	A-2-5
	A-2-6
	A-2-7
	
	
	
	A-7-5
	A-7-6
	Granulometria:
% que passa n.º 10
% que passa n.º 40
% que passa n.º 200
	Max. 50
Max. 30
Max. 15
	Max. 50
Max. 25
	Min. 51
Max. 10
	Max. 35
	Max. 35
	Max. 35
	Max. 35
	Min. 36
	Min. 36
	Min. 36
	Min. 36
	Min. 36
	Características da fração < n.º 40:
Limite de liquidez
Índice de plasticidade
	-
max. 6
	-
max. 6
	-
NP
	Max. 40
Max. 10
	Min. 41
Max. 10
	Max. 40
Min. 11
	Min. 41
Min. 11
	Max. 40
Max. 10
	Min. 41
Max. 10
	Max. 40
Min. 11
	Min. 41
Min. 11
IP≤LL-30
	Min. 41
Min. 11
IP>LL-30
	Índice de grupo (IG)
	0
	0
	0
	0
	0
	Max. 4
	Max. 4
	Max. 8
	Max. 12
	Max. 16
	Max. 20
	Max. 20
	Materiais
	pedregulho e areia
	Areia fina
	Areia, areia siltosa ou areia argilosa
	Solos siltosos
	Solos argilosos
	Comportamento
	Sub-leito excelente a bom
	Sub-leito fraco a pobre
2.1.6.4. Sistema MCT
O sistema MCT foi proposto pelos professores Job e Nogami, utilizando mini-ensaios, equipamentos compactos e levando em conta os solos tropicais existentes no Brasil, como as argilas laterititicas, que apresentam um comportamento diferenciado das demais argilas. Por esta razão, o sistema de classificação foi denominação Mini-Compacto-Tropical (MCT). 
Os solos são então classificados em grupos, com base nos critérios estabelecidos no Quadro 4, 
 conforme o Quadro 5.
A partir deste sistema, definiu-se a estes solos como sendo argilas lateritíticos, sendo resistentes a pressão e aplicáveis em pavimentação de estradas.
Quadro 4 - Critérios para classificação
	Ensaio
	Posição
	critério
	Mini-CBR (%)
	Muito elevado
	>30
	
	Elevado
	12 a 30
	
	Médio
	4 a 12
	
	Baixo
	<4
	Expansão (%) contração 
	Elevada
	>3
	
	Media
	0,5 a 3
	
	Baixa
	<0,5
	Coeficiente de absorção s
	Elevada
	> -1
	
	Media
	-1 a –2
	
	Baixa
	< -2
	Coeficiente de permeabilidade k
	Elevada
	> -3
	
	Media
	-3 a –6
	
	Baixa
	< -6
	Mini-cbr
com imersão
	Elevada
	>70
	
	Media
	40 a 70
	
	Baixa
	<40
Quadro 5 - Classificação de solos MCT
	
	Areia,
Silte
	Areia siltosa
	Silte,
silte arenoso
	Argila, argila arenosa, argila siltosa,
Silte argiloso
	Areia siltosa
	Areia argilosa
	Argila, argila arenosa, argila siltosa, silte argiloso
	Comportamento
	Não lateritico (N)
	Lateritico (L)
	Grupo MCT
	NA
	NA’
	NS’
	NG’
	LA
	LA’
	LG’
	Propriedades
	Mini – CBR sem imersão
com imersão
	M , E
B , M
	E
B
	M , E
E
	E
E
	E
B
	E , EE
B
	E
B
	
	Expansão
	B
	B
	E
	M , E
	B
	B
	B
	
	Contração
	B
	B , M
	M
	M , E
	B
	B , M
	M , E
	
	Coeficiente de permeabilidade k
	M , E
	B
	B , M
	B , M
	B , M
	B
	B
	
	Coeficiente de absorção s
	E
	B , M
	E
	M , E
	B
	B
	B
	Utilização
	Base
	NR
	
	NR
	NR
	
	
	
	
	Reforço
	
	
	NR
	NR
	
	
	
	
	Sub-leito compactado
	
	
	
	
	
	
	
	
	Aterro compactada
	
	
	
	
	
	
	
	
	Proteção a erosão
	NR
	
	NR
	NR
	NR
	
	
	
	Revestimento primário
	
	
	NR
	NR
	
	
	
Obs.: 
1. NR = não recomendado.
2. Corpos de prova compactados na massa especifica aparente seca máxima da energia normal.
3. B = Baixo, M = médio, E = elevado, EE = muito elevado.
2.2 Pedras
2.2.1. Conceito
Materiais constituintes da crosta terrestre provenientes: da solidificação do magma (lava vulcânica), da consolidação de depósitos sedimentares, ou da transformação de algumas rochas (metamórficas).
2.2.2. Classificação
naturais
artificiais
2.2.3. Denominações
As denominações correntes são:
Rocha sã
Rocha alterada
Bloco 
 diâmetro d > 1 m.
Matacão
 25 cm < d < 1 m
Pedra de pedreira
Pedra-pulmão ou pedra de mão ou rachão 
d entre 76 mm e 25 cm
Brita
Brita corrida ou bica corrida
Brita selecionada (maior uniformidade) material trabalhado mecanicamente
Brita 4
 d entre 76 mm e 50 mm
Brita 3
 d entre 50 mm e 25 mm
Brita 2
 d entre 25 mm e 19 mm
Brita 1
 d entre 19 mm e 9,5 mm
Brita0 
 d entre 9,5 mm e 4,8 mm (peneira n.º 4)
Brita graduada
Pedrisco
 d entre 4,8 mm e 2,4 mm (peneira n.º. 8)
Pó-de-pedra: 
 d < 2,4 mm
2.2.4 Central (Usina) de Britagem
A central de britagem tem por objetivo reduzir a dimensão das pedras obtidas da detonação, atender as necessidades da obra e suprir as especificações.
Para tanto, a central utiliza-se de britadores (de mandíbulas, girosférico, de rolos, de martelos), peneiras vibratórias e correias transportadoras.
Primeiro a rocha passa pelo britador primário. Continuando o processo, o material passa pela peneira secundária, que separa a pedra pulmão da brita. Daí segue para o britador secundário ou pode ir direto para a peneira classificadora - esta separa o material, conforme o tamanho, em Brita 3, Brita 2, Brita 1, Brita 0, pedrisco e pó, que são conduzidos por correias transportadoras para as pilhas (montes) de cada um destes materiais. Do britador secundário o material vai para a peneira classificadora. Retornam ao britador secundário, para uma rebritagem, os materiais que ainda permanecerem com tamanho acima do necessário.
Alguns fatores podem influenciar no processo de britagem:
· Excesso de umidade;
· Quantidade excessiva de material;
· Entupimento da malha;
· Defeito da peneira.
· População na Vizinhança
Dificuldades e custos associados:
· Tamanho jazida (anos exploração) ensaio para garantir a eficácia do projeto (vida útil mínima 50 anos)
· Requerimento para exploração (imóvel próprio ou alugado)
· Vizinhança impacto
· Acessibilidade 
· Licença operação jazida 
· Plano de desmonte
· Dinamitação (empresa externa)
· Equipamento quebra e manutenção
· Laboratório ensaios
· Energia elétrica operação
· Revegetação / recuperação área
· Futuro usos área (parque, reservatório água, ?)
2.2.5. Ensaios com Materiais Pétreos
· Ensaio granulométrico;
· Massa específica: 
- Aparente (considera os vazios)
- Real do agregado graúdo e do agregado miúdo (sem vazios – balança hidrostática, frasco graduado)
· Desgaste (Abrasão a Los Angeles): a brita vai para um tambor que contem esferas de aço. A quantidade de esfera e de brita é função da granulometria do material ensaiado. São dados 500 giros. Depois é feito novamente o ensaio granulométrico para saber o desgaste sofrido pelo material. Existe uma % máxima que pode sofrer desgaste por abrasão.
· Índice de forma: testa se o material é cúbico (mais resistente) ou lamelar (forma desfavorável pois está mais susceptível a quebra com o tráfego).
· Adesividade: capacidade de aderência do betume com a pedra. Se reprovar neste ensaio, pode ser acrescentado o dope (melhorador de adesividade). É um produto caro e por isso deve ser usado em pequenas quantidades. Este material confere um odor forte e característico à massa asfáltica.
· Durabilidade a sulfatos: a pedra deve ter uma perda de massa máxima de 12% depois de permanecer 5 dias dentro de sulfato de sódio e magnésio. 
2.2.6. Escavação em Rocha
a) Liberação da faixa de domínio
A escavação em rocha muitas vezes consiste num complemento da terraplanagem. Com freqüência, ao logo do trecho de uma estrada encontra-se um maciço rochoso que exige técnicas distintas daquelas convencionais para sua remoção.
Sua exploração é feita da seguinte maneira. A princípio é feita uma decapagem, que é a retirada de toda camada de solo existente sobre o maciço, deixando apenas a rocha sã. São feitos furos, a distâncias pré determinadas, através de um conjunto de equipamentos: compressor de ar, perfuratriz, e brocas. 
O compressor de ar vai gerar a energia para a perfuratriz transmitir movimentos de perfuração à broca. A broca passa os esforços recebidos para a rocha através de uma pastilha, que por ser constituída de um material mais duro que a rocha escavada, vai triturando-a, avançando a escavação. Na broca existe uma coroa por onde é feita a limpeza do furo (ar ou água).
Feitos os furos, são colocados dentro destes os explosivos. O desmonte da rocha é feito pela detonação dos explosivos.
b) Central ou Usina de Britagem
Outro caso de escavação em rocha é quando se deseja criar uma Central ou Usina de Britagem, tanto para uma obra como para produção de matéria prima para construção civil. 
Na verdade, quando se projetando a pavimentação de uma via, é analisado os custos que levam em conta existência de jazidas e central de britagem na área da obra, para se determinar se mais econômico a compra direta do material, ou a instalação de uma central / usina de britagem. Geralmente, em estradas a partir de 20 km de extensão, existindo jazidas por perto, as quais algumas vezes estão no eixo da poligonal e deverão ser destocadas, se utiliza então esta pedra leito da estrada.
A Foto 2 mostra aspectos da jazida onde a pedra é extraída, a entrada do britador primário e as esteiras rolantes que levam material para as diversos montes de pó de pedra, pedrisco, brita 0,1 , 2, 3 e 4 e ainda estoque para na Britagem Gaspar, uma das maiores da região do Vale do Itajaí.
Foto 2 - Esteiras dos Britadores Secundário e Estoques (Britagem Belchior – Gaspar)
Equipamentos de Perfuração 
São constituídos pelas perfuratrizes, brocas e compressores de ar. O compressor alimenta a perfuratriz com a energia do ar comprimido, e esta transforma a energia em movimento transmitido a broca, que efetua o furo na rocha.
As perfuratrizes podem ser classificadas de duas maneiras:
· Quanto a funcionalidade: 
- percussiva (movimento de impacto);
- rotativa (movimento de rotação);
- percussiva-rotativa (impacto mais rotação);
- de furo abaixo.
· Quanto a mobilidade: a perfuratriz pode ser: 
 - manual: transportada no ombro do trabalhador;
- tracionada: rebocada por outro equipamento (através de uma estrutura de suporte e de rodas);
- auto-transportáveis (locomoção própria por tração).
As brocas podem ser dos tipos: 
- integral;
- extensão.
Os compressores podem ser classificados de 3 maneiras:
· Quanto a mobilidade: 
- semi-estacionário;
 - móvel.
· Quanto a alimentação: 
- energia elétrica;
- diesel ou gasolina.
· Quanto a funcionalidade: 
- pistão e cilindro;
· parafusos (rosca sem fim);
Há que se fazer ainda uma menção às Argamassas expansivas, usadas para desmonte de maciços rochosos, com potencia também, mas com maior custo que os explosivos.
2.2.7 Explosivos
Empregam-se explosivos para escavações, quando se encontram grandes volumes de pedra, rochas ou material demasiadamente consistente, pois o serviços de terraplenagem, igualmente empregam-se explosivos, no desmonte de material rochoso, na jazidas, para preparação dos agregados para bases e revestimentos.
Os explosivos são separados em três categorias básicas:
· Primários ou iniciadores: são extremamente sensíveis e geram energia suficiente para ativar o explosivo secundário. Compreendem:
· Espoletas - comum (com ou sem retardo);
 - elétrica: neste caso deve-se ter um projeto elétrico e não utilizar em locais próximos de alta tensão (com ou sem retardo).
· Cordel detonante;
· Estopim .Não mais utilizado quando espoleta faz este serviço,
· Secundários ou alto explosivos: 
· Dinamite: composta de nitratos, nitroglicerina e material de enchimento (celulose que da característica sólida para dinamite);
· Gelatina: pode ser usada dentro da água;
· Nitrato e óleo;
· Lama explosiva (suporta umidade).
· Baixo explosivo: pólvora
2.2.8 Plano de Fogo
A extração de pedra do maciço ocorre ao ar livre, por meio de explosivos colocados nas perfurações da rocha, em bancadas sucessivas quando necessário, obedecendo a um plano de fogo preestabelecido.
O plano de fogo o é determinado através de formulas empíricas, considerando:
- diâmetro do furo (D): conforme o equipamento de perfuração utilizado, varia entre 7/8” (22mm) a 5” (127mm).
- altura da bancada (H): conforme o equipamento de perfuração, a altura da bancada pode atingir até 4m quando utilizar equipamento manual,entre 4 e 18 m empregando-se perfuratriz auto-propelida, e até 30m com perfuratriz de furo-abaixo (tipo Roque / Kingstone).
- afastamento (A): distancia da linha de furos até a frente da bancada, ou de uma linha de furos a outra. Obtém-se pelas expressões:
· para detonar apenas uma linha de furos:
A = 45 D – 0,02 H
 A é menor pois requer mais potencia visto ser linha única 
· para detonar mais de uma linha de furos simultaneamente:
 
A = 45 D – 0,05 H
 
- Espaçamento (E): é a distância entre dois furos de uma mesma fila. 
Utiliza-se espaçamento entre 1 e 1,30 vezes o afastamento, geralmente 
“1,15 A” para rochas duras
“1,30 A” para rochas brandas.
 O espaçamento nunca deve ser menor que o afastamento, caso contrário, o número de matacões )blocos grandes demais) será excessivo. 
Desenho maciço e distâncias entre furos 
- tampão (T): a parte superior do furo que não é carregada com explosivos, mas sim com terra, areia ou outro material inerte afim de confinar os gases do explosivo.
T é igual a “1,0 A”.
- profundidade do furo (p): utiliza-se as expressões:
p = H + 0,3 A
para bancadas verticais 
 geralmente para jazidas
p = (H/cos () + 0,2 A para bancadas inclinadas
 ( = inclinação talude desejado
 geralmente para taludes que ficarão na rodovia
- taxa de carga de fundo (Cf): utiliza-se a expressão:
Cf (em g/m) = [ D (em mm) ] 2 
- comprimento da carga de fundo (Lf): utiliza-se a expressão:
Lf = 1,3 A
- taxa de carga de coluna (Cc): Na carga de coluna utiliza-se explosivo de menor densidade, para adequar-se a taxa de carga de coluna.
Cc mínimo = 0,4.Cf 
Cc máximo = 0,5.Cf
Sugere-se adotar uma média. 
Na verdade, quando na obra, tenta-se o mínimo no 1º furo para então observa-se o resultado e definir se pode-se usar de novo o mínino (mais barato).
- comprimento da carga de coluna (Lc): utiliza-se as expressões:
Lc = p – 2,3 A
- quantidade de explosivos por furo (Qf):
Qf = Cf . Lf + Cc . Lc
- volume de rocha extraída por furo (Vf):
Vf = H . A . E
- consumo de explosivos por m3 de rocha extraída (C):
C = Qf / Vf
Exemplo considerando : 
D = 50 mm adotado
H = 10 mts adotado
Rochas brandas ensaio definiu
1 linha furo adotado
Bancadas verticais adotado
A = 45 D (em metros) – 0,02 H
= 45 x 0,05 – 0,02 x 10= 2,05 m 1 linha furo
E = “1,30 A” para rochas brandas= 1,3 x 2,05 = 2,665 mts
p = H + 0,3 A 
para bancadas verticais =10 + 0,3 x 2,05 = 10,615 mts
Cf (em g/m) = [ D (em mm) ] 2 Cf = (50)² = 2500 g/ m carga de fundo
Lf = 1,3 A = 1,3 x 2,05 =2,66 m -comprimento da carga de fundo
Cc mínimo = 0,4.Cf = 0,4 x 2500 = 1000 g / m (Tenta-se mínimo pois é mais barato)
Taxa de carga de coluna
Lc = p – 2,3 A =10,615 – 2,3 x 2,05 = 5,9 m
 Qf = Cf . Lf + Cc . Lc = 2500 x 2,66 + 1000 x 5,9 = 12.562 g por furo
Vf = H . A . E = 10 x 2,05 x 2,665 = 54,63 m³ volume de rocha extraída por furo
C = Qf / Vf = 12.562 / 54,63 = 229,94 g / m³ consumo de explosivos por m3 de rocha extraída
Em resumo , havendo necessidade, por exemplo de extrair 5000 m³ numa obra, vai se precisar
229,94 (kg / 1000 g) x 5000 = 1149,7 kg de explosivos ao custo de mercado.
Geralmente se executa várias detonação no mesmo dia, (estrategicamente especializadas) para economizar com a mobilização da equipe.
 Pintura 
de ligação
base
 imprimação
 capa
revestimento
 binder
sub-base
reforço
talude 1,5 : 1,0
regularização
Sub-leito
 solo superficial
A – 1ªcategoria
B – 2ªcategoria
C – 3ªcategoria 
2

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