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1 1 Introdução a Disciplina

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1 
BOT 5120 – PROFESSORES: ANA ZANNIN e RAFAEL TREVISAN 
 
INTRODUÇÃO À SISTEMÁTICA 
 
 Stace (1989) define Sistemática como o estudo e a descrição da variação dos organismos, a 
investigação das causas e conseqüências destas variações e a manipulação de dados obtidos para a produção 
de um Sistema de Classificação. 
 Assim, um sistemata, além de descrever a diversidade existente, contribui para a compreensão desta 
diversidade. Radford et al. (1974) e Stace (1989) consideram Taxonomia e Sistemática como sinônimos, sendo 
CLASSIFICAÇÃO, DESCRIÇÃO, NOMENCLATURA E IDENTIFICAÇÃO seus componentes 
fundamentais. Entretanto, o termo Sistemática é em geral aplicado, quando a classificação fundamenta-se em 
estudos de relações evolutivas entre os grupos de organismos. 
 A espécie humana tem compulsão por ordenar. Nós agrupamos coisas e as vinculamos a termos gerais. 
Assim, ao invés do caos gerado pelo número infinito de coisas sem ordem aparente, percebemos um número finito 
de classes de coisas. Reunindo numerosos objetos individuais em um grupo ou táxon, a descrição deste táxon 
abrange ou resume as descrições individuais dos objetos nele incluídos. 
 
 Classificação é a ordenação ou o arranjo de organismos em grupos ou conjuntos a partir de suas relações. 
 
 Nomenclatura trata da determinação do nome correto de uma planta, bem como dos nomes de todos os 
táxons em que ela está incluída. É regulamentada pelo Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos 
e Plantas, que objetiva estabilidade e universalidade aos nomes científicos dados aos diferentes organismos. O 
código vigente é o de Melbourne: McNEILL et al. (eds.) 2012. 
 
 Identificação (=determinação) é a colocação ou indicação de indivíduos adicionais (ainda não 
identificados) aos grupos corretos, desde que tais grupos tenham sido estabelecidos previamente por uma 
classificação; é o reconhecimento de que um indivíduo é idêntico ou semelhante a outro já conhecido. É feita 
através de consulta a bibliografia com descrições ou ilustrações taxonômicas (chaves analíticas, manuais, 
trabalhos revisionais, floras) e/ou pela comparação com exemplares já devidamente identificados e guardados em 
acervos de Herbários. Às vezes o termo classificação é incorretamente empregado no sentido de identificação. 
 
 Táxon é um conjunto de indivíduos de qualquer nível hierárquico, reconhecido como grupo com base nas 
características compartilhadas por seus membros. Grupos iniciais de táxons são agrupados novamente para formar 
táxons de ordens mais elevadas. Baseados em caracteres compartilhados por todos os membros destes grupos, os 
táxons são referidos para categorias da hierarquia taxonômica. 
 
 Categoria: posição estabelecida na escala hierárquica e que é associada ao nome de cada táxon, 
demonstrando o nível de generalidade desse táxon em relação aos demais táxons. 
TEXTO 1 
 
 
2 
 As classificações taxonômicas são hierárquicas. Foi Linnaeus quem consistentemente utilizou 5 das 
categorias taxonômicas empregadas até hoje: Reino, Classe, Ordem, Gênero e Espécie, sendo que este sistema 
hierárquico foi modificado ao longo dos anos. Abaixo são apresentadas as principais categorias com destaque em 
negrito para as mais utilizadas: 
 
Reino Família Série 
Sub-reino Subfamília Subsérie 
Divisão (=Filo) Tribo Espécie 
Subdivisão Subtribo Subespécie (ssp./subsp.) 
Classe Gênero Variedade (var.) 
Subclasse Subgênero Subvariedade (subvar.) 
Ordem Seção Forma (f.) 
Subordem Subseção Subforma (subf.) 
 
 Cada espécie pertence a um gênero, cada gênero a uma família, etc., e cada gênero tem uma ou mais 
espécies, cada família corresponde a um ou mais gêneros, etc. Além de hierárquica, a classificação biológica é 
“inclusiva”, ou seja, cada táxon superior inclui um ou mais táxons da categoria imediatamente inferior. 
 
 A Espécie é a categoria básica da hierarquia taxonômica. Apesar disto, não existe consenso sobre o 
conceito de espécie. Muitos conceitos têm sido usados para definir espécie, e os mais comumente utilizados são o 
morfológico e o biológico. 
 
No conceito morfológico, a espécie é um grupo de populações naturais permanentemente separadas das outras 
espécies por descontinuidades morfológicas perceptíveis. 
No conceito biológico, a espécie é um grupo de populações naturais intercruzantes, que está isolado 
reprodutivamente de outros grupos semelhantes. 
 
 Muitas vezes, o reconhecimento somente de espécies é suficiente para explicar quase todos os padrões 
expressivos da variação morfológica em um grupo de plantas aparentadas. Em algumas situações, particularmente 
naquelas em que padrões complexos de variação ocorrem, há necessidade de circunscrever táxons infra-
específicos. As categorias infra-específicas mais comumente adotadas são subespécie e variedade. Há muita 
dificuldade em se aplicar consistentemente estas categorias sem confundi-las entre si ou com a categoria espécie. 
Adotaremos: Subespécie - um agregado fenotipicamente semelhante de populações de uma espécie e que habita 
uma subdivisão geográfica da área de ocorrência da espécie, diferindo taxonomicamente de todas as outras 
populações da espécie (Mayr & Ashlock 1991); Variedade -fácies local mais ou menos distinta da espécie. 
 
 
 
3 
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO 
 O principal objetivo de um sistema de classificação é descrever a estrutura e as relações de grupos de 
plantas entre si e com outras, e simplificar estas relações a fim de que possam ser feitas generalizações a respeito 
dos mesmos. Diante da tremenda diversidade do mundo natural, o homem instintivamente classifica, dividindo esta 
diversidade em grupos menores. Nos primeiros estágios da civilização, o homem aprendeu a reconhecer quais eram 
as melhores plantas para servir como alimento e para usar como combustível, as que eram medicinais, venenosas, 
etc. Estes primeiros agrupamentos tiveram um aspecto prático, determinados, principalmente, pela importância e 
utilidade das plantas. 
 Há diferentes Escolas de Sistemática: Essencialista (que desenvolveu os sistemas “artificiais” e 
“naturais”), Evolutiva (=Gradista), Fenética (=Taxonomia Numérica) e Cladística (=Filogenética). Muitas 
das diferenças entre os sistemas de classificação podem ser atribuídas às diferentes concepções e práticas de cada 
“escola”, além, evidentemente, de todo o progresso que ocorreu no conhecimento botânico ao longo de séculos de 
estudos e da grande sofisticação tecnológica que marcou a última metade do século XX. 
 Os primeiros sistemas eram Artificiais, nos quais um ou poucos caracteres eram utilizados para se fazer 
comparações. No início, os sistemas artificiais baseavam-se, em primeiro lugar, no hábito (porte da planta no 
estado adulto). Sistemas deste tipo dominaram durante o período entre 300 a.C até meados do século XVIII. 
Theophrastus (300 a.C.), considerado o pai da Botânica, fez o primeiro sistema de classificação das plantas. 
 O Sistema Artificial mais utilizado foi desenvolvido por Carl F. von Linné (Carolus Linnaeus), publicado 
inicialmente em 1732, sendo posteriormente ampliado; é conhecido como Sistema Sexual. Linnaeus assumiu que 
as estruturas reprodutivas eram mais importantes que as outras. Este sistema, com 24 classes, incluiu todas as 
plantas até então conhecidas. A publicação “Species Plantarum” (1753) de Linnaeus foi escolhida pelos botânicos 
modernos como o ponto de partida da nomenclatural atual. 
 Os sistemas artificiais deixaram de ser utilizados há quase 2 séculos, pois não tinham a preocupação de 
mostrar relações de afinidades entre os táxons, e foram substituídos pelos sistemas “naturais”. 
 
 Os Sistemas Naturais procuravam expressar o relacionamento natural entre as espécies. Para isso, 
utilizavam um grande número de caracteres para formar uma estrutura hierárquica, onde cada nível contém muitas 
informações. Nestas classificações, caracteres selecionadossão pesados em detrimento daqueles não selecionados 
e esta seleção é feita intuitivamente pelo taxonomista. Nestes sistemas, o entendimento da origem das 
similaridades e diferenças entre os organismos era tido como sendo obra do plano divino. Estes sistemas surgiram 
na segunda metade do século XVIII e prevaleceram até o surgimento do Darwinismo em 1859. 
 
 A Escola Evolutiva (ou Gradista) de Sistemática, inicialmente considerada de Filogenética, além de usar 
toda a informação disponível sobre os táxons envolvidos, procurava apresentar as afinidades entre estes baseadas 
em relações de ancestralidade e descendência. Para elaborar as classificações, eram levados em conta os graus de 
semelhanças e o parentesco. Entretanto, não existia uma metodologia para incorporar todas essas informações na 
classificação. Os graus de semelhança eram considerados importantes devido à premissa de que descendentes mais 
 
 
4 
próximos deveriam ser mais semelhantes entre si do que com descendentes mais afastados; isso como reflexo de 
maior semelhança genética. Assim, quanto maior a diferença genética, maior a diferença fenotípica. No entanto, 
dados moleculares têm mostrado que a semelhança fenotípica global nem sempre expressa a similaridade genética. 
 Há que se ressaltar que na Escola Evolutiva não houve alteração do processo de classificação em si, ou 
seja, os caracteres são selecionados e pesados tal e qual nos Sistemas Naturais. O que mudou foi o entendimento 
da origem das similaridades e diferenças entre organismos. As relações por descendência foram comumente 
ilustradas através de diagramas ou árvores (filogramas ou árvores filogenéticas). Estes sistemas evolutivos 
(também considerados polemicamente de filogenéticos) enfatizam caracteres primitivos X caracteres derivados 
(evoluídos). Devido à subjetividade destes sistemas, grandes diferenças surgem entre as opiniões dos 
taxonomistas, mesmo quando examinando o mesmo conjunto de organismos. Alguns dos autores que apresentaram 
sistemas de classificação bem conhecidos e utilizados, dentro da filosofia da Escola Evolutiva, foram: Adolf 
Engler Armen Takhtajan, Arthur Cronquist e Rolf Dahlgren. 
 
Engler em 1892 publicou uma classificação baseada na de Eichler1, a qual foi adotada pela maioria dos botânicos 
de todo o mundo, no início do século XX. Tratou as plantas em 17 divisões e abordou todo o reino vegetal em 
nível mundial, juntamente com Karl Prantl (“Die naturlichen Pflanzenfamilien” 1887-1899), sendo este um dos 
motivos para a ampla utilização do seu sistema, além de ser ilustrado e apresentar chaves para identificação. As 
plantas com sementes (denominadas Embryophyta Siphonogama por Engler) foram divididas em Gymnospermae e 
Angiospermae. As Angiospermae foram divididas em duas classes, Dicotyledoneae (com duas subclasses: 
Archichlamydeae e Metachlamydeae) e Monocotyledoneae. Segundo este sistema, cada subclasse está dividida em 
ordens compostas por famílias consideradas próximas. Engler expressou para as Angiospermas a teoria do 
pseudanto, isto é, que as flores mais primitivas seriam pequenas, unissexuais e com polinização anemófila, 
possivelmente derivadas de estruturas reprodutivas unissexuais gimnospérmicas. Considerou inicialmente as 
Monocotiledôneas mais primitivas (basais) que as Dicotiledôneas, modificando esta posição posteriormente. O 
livro do Joly, A. B. (Botânica. Introdução à taxonomia vegetal) expressa o Sistema de Engler. 
 
Cronquist (The Evolution and Classification of Flowering Plants 1968, 1988). Em seu sistema, denominou as 
Angiospermas de Magnoliophyta. Baseou seu sistema na teoria antostrobilar (inicialmente proposta por Arber 
& Parkin, 1907): as flores mais primitivas seriam hermafroditas, com perianto vistoso, com numerosas partes 
livres no perianto, androceu e gineceu distribuídos espiraladamente sobre um receptáculo alongado e com 
polinização entomófila. As Magnoliophyta foram divididas em duas classes: Magnoliopsida = dicotiledôneas 
(com 6 subclasses: Magnoliidae, Hamamelidae, Caryophyllidae, Dilleniidae, Rosidae e Asteridae) e Liliopsida = 
monocotiledôneas (com 5 subclasses: Alismatidae, Arecidae, Commelinidae, Zingiberidae e Liliidae). Considerou 
 
1 August Wilhem Eichler (1839-1887) propôs em 1875 os rudimentos do primeiro sistema baseado numa aproximação das 
relações genéticas entre plantas. Eichler aceitou o conceito de evolução. 
 
 
 
5 
Magnoliidae o grupo basal das Magnoliopsida, a partir do qual todas as Angiospermas se derivaram, e que 
Liliopsida teria se originado muito cedo, a partir de dicotiledôneas primitivas (basais). 
 
 O Sistema de Cronquist está fora de uso e muitos dos agrupamentos propostos têm sido testados, com base 
na análise cladística. 
 
 A partir de reações contrárias à subjetividade da Escola Evolutiva, surgiram as Escolas Fenética (= 
Taxonomia Numérica) e a Filogenética (=Cladística, Cladismo ou Sistemática Filogenética), que utilizam 
métodos matemáticos em suas análises. 
 
 A Escola Fenética, atualmente em desuso, teve suas bases conceituais difundidas por Sneath & Sokal 
(1963, 1973). Esta Escola tem como fundamento a similaridade total dos caracteres. Qualquer tipo de 
semelhanças pode ser utilizado (primitiva=plesiomórfica; derivada=apomórfica). Através da Taxonomia 
Numérica, análises numéricas de semelhanças para um conjunto grande de caracteres de espécies passaram a ser 
viáveis. Todos os caracteres têm o mesmo peso e a mesma importância para a formação dos agrupamentos. Os 
métodos fenéticos dão tratamento numérico a matrizes de dados, produzindo diagramas (fenogramas) em que a 
reunião ou separação de táxons faz-se com base na média da semelhança total dos caracteres apresentados na 
matriz de dados. 
 Como na sistemática evolutiva, um táxon construído feneticamente expressa apenas que o conjunto de 
espécies reunidas são mais semelhantes entre si do que qualquer uma delas em relação a outras que não pertençam 
ao grupo. Analisando uma classificação fenética, não é possível determinar que tipo de semelhança 
(evolutivamente falando) existe entre os grupos. 
 
 A teoria da Escola Filogenética foi apresentada inicialmente por Hennig (1950, 1966) e posteriormente 
desenvolvida por outros seguidores. Esta escola (valendo-se da cladística ou análise filogenética - método mais 
amplamente utilizado atualmente para a classificação dos organismos) procura basear sua classificação na 
história evolutiva do grupo, e julga ser possível apresentar hipóteses filogenéticas passíveis de serem testadas, 
através de uma análise apropriada dos caracteres dos organismos atuais e de fósseis (se existentes). Nesta escola, o 
critério para agrupar os organismos é a monofiletismo, isto é, a descendência de um ancestral comum exclusivo e 
não a simples semelhança. Apenas os caracteres derivados (apomórficos) são utilizados para caracterizar os 
grupos. 
 O resultado da análise cladística é um cladograma, que fornece uma representação gráfica de uma 
hipótese filogenética. 
 O Angiosperm Philogeny Group, ou APG ("Grupo que trata da Filogenia das Angiospermas") está 
constituído por um grupo de pesquisadores que tem apresentado as últimas propostas de classificação filogenética 
para as Angiospermas, com a primeira publicação em 1998, segunda em 2003, conhecida como APGII e a 
terceira em 2009, conhecida como APGIII. O Sistema APG reconhece quatro grandes grupos monofiléticos em 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filogenia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Angiosperma
 
 
6 
Angiospermas: 1) Angiospermas basais, 2) grupo das Magnoliídeas, 3) Monocotiledôneas e 4) 
Eudicotiledôneas. Categorias taxonômicas acima de Ordens não estão formalizadas. O Sistema, constantemente 
atualizado, é encontrado na página: http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/ . O livro de Souza & Lorenzi 
(2012: Botânica Sistemática- Guia ilustrado paraidentificação das famílias de fanerógamas nativas e exóticas no Brasil 
– 3ª edição) é baseado em APG III e adotado na disciplina. 
 
Táxons que serão abordados em BOT 5120 – Morfologia e Sistemática Vegetal 
 De acordo com Evert et al. (2014), fazem parte do Reino Plantae vegetais que tradicionalmente são 
agrupados em Briófitas, Pteridófitas, Gimnospermas e Angiospermas. 
 Segundo Evert et al. (2014), as plantas constituem um reino de organismos fotossintetizantes adaptados à 
vida em ambiente terrestre. Seus ancestrais eram algas verdes especializadas. Todas as plantas são multicelulares e 
compostas de células eucarióticas que contêm vacúolos e são envoltas por paredes que possuem celulose. O seu 
principal meio de nutrição é a fotossíntese, embora algumas poucas plantas tenham se tornado heterotróficas. A 
diferenciação estrutural ocorreu durante a evolução das plantas em ambiente terrestre, com tendências em direção 
à evolução de órgãos especializados para a fotossíntese, fixação e sutentação. Nas plantas mais complexas, tal 
organização produziu tecidos fotossintetizantes, vasculares e de revestimento especializados. A reprodução nas 
plantas é primariamente sexuada, com ciclos de gerações haplóide e diplóide alternantes. Nos membros mais 
avançados do reino, a geração haplóide (o gametófito) foi reduzida no curso da evolução. 
 Com base em análise filogenética, Smith et al.(2006) consideram que as plantas vasculares não produtoras 
de sementes, atribuídas a formar o táxon denominado Pteridophyta, por autores como Tryon & Tryon (1982), 
constituem-se de dois filos (Divisões) de plantas atuais: Lycophyta e Monilophyta. Evert et al. (2014) denominam 
o primeiro de Lycopodiophyta e o segundo igualmente Monilophyta. Em Lycophyta/Lycopodiophyta encontram-se 
as plantas conhecidas como licopódios e selaginélas. As Monilophyta compreendem as samambaias e as 
cavalinhas (Equisetum spp.). 
 Para as plantas produtoras de sementes, Evert et al. (2014) consideram que o táxon tradicionalmente 
denominado de Gymnospermae constitui quatro filos (divisões): Cycadophyta, Ginkgophyta, Coniferophyta e 
Gnetophyta; enquanto que as Angiospermae (Anthophyta ou Magnoliophyta) são mantidas como uma divisão, 
significando dizer que representam um grupo monofilético. 
 Quanto as Magnoliophyta (Angiospermas), análises filogenéticas mais recentes têm levado ao 
reconhecimento mais claro de suas linhas evolutivas. Em sistemas de classificação tradicionais consistiam de duas 
classes, dicotiledôneas e monocotiledôneas. Em estudos atuais envolvendo dados moleculares as dicotiledôneas 
demonstraram não ser um grupo monofilético, sendo então separadas em eudicotiledôneas (correspondendo a 
grande maioria do grupo tratado como dicotiledôneas), magnoliídeas e angiospermas basais. Pelo Sistema APG 
(Angiosperm Phylogeny Group - versão III), são reconhecidos em Angiospermas quatro grupos monofiléticos: 
angiospermas basais, magnoliídeas, que conjuntamente corresponde a cerca de 3% das angiospermas, 
monocotiledôneas com cerca de 22% e eudicotiledôneas com cerca de 75% das espécies do grupo. 
 
 
 
7 
 
NOMENCLATURA BOTÂNICA 
 Até cerca de 1600, as plantas eram denominadas por uma sentença descritiva. Gaspar Bauhin (1560-1624) 
pioneiramente utilizou a nomenclatura binomial para muitas plantas, mas foi Linnaeus quem consistentemente 
implementou e divulgou a nomenclatura binominal, classificando todos os seres vivos conhecidos na época e 
criando uma tradição que perdura até hoje. Em 1867, iniciaram os esforços para a criação de normas 
nomenclaturais, que eram geralmente limitadas a países ou continentes, mas somente em 1930 surgiu o primeiro 
código internacional de ampla aceitação. A nomenclatura botânica independe da zoológica e atualmente é regida 
pelo “Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas” publicado em 2013 (Código de 
Melbourne). 
 
1. CATEGORIAS TAXONÔMICAS, NOMES CIENTÍFICOS E AUTORES 
 Todas as categorias taxonômicas superiores possuem terminações obrigatórias, mas gênero e categorias 
inferiores não têm terminações fixas. Em plantas vasculares, os principais sufixos são: 
 
Divisão: phyta Classe: opsida Ordem: ales Subfamília: oideae 
 Subclasse: idae Família: aceae 2 Tribo: eae 
 
 Os nomes científicos são termos latinos ou latinizados, não importando suas etimologias. Portanto, NÃO 
são acentuados. É recomendado destaque (negrito, itálico ou sublinhado) dos nomes de gênero até categorias 
infra-específicas. O nome de um gênero é um substantivo singular ou uma palavra tratada como tal, e começa por 
uma letra maiúscula. O nome de uma espécie é uma combinação de dois nomes (binômio), sendo o primeiro o 
nome do gênero e o segundo o epíteto específico, o qual começa por uma letra minúscula. Ex.: Oryza sativa 
(arroz); Triticum aestivum (trigo); Saccharum officinarum (cana-de-açúcar). O nome de um táxon em uma 
categoria infra-específica é a combinação do nome da espécie seguido do epíteto do táxon da categoria infra-
específica, sendo este último nome precedido pela palavra que indica a categoria (ssp. ou subesp=subespécie, var.= 
variedade, f.=forma). Ex.: Brassica rapa ssp. pekinensis (couve-chinesa); Brassica oleracea var. capitata 
(repolho). 
 Os nomes dos táxons podem ser seguidos pelo(s) nomes ou apenas sobrenome(s) do(s) respectivo(s) 
autor(es), abreviados ou por extenso. Ex.: família Myrtaceae Jussieu, gênero Tibouchina Aublet, Oryza sativa L. 
(arroz), Ilex paraguariensis St.-Hil. (erva-mate), Vriesea guttata Linden & André var. striata Reitz (gravatá). 
Dois ou mais autores são ligados por & ou et: Vrisea guttata Linden et André ou V. guttata Linden & André 
(quando se repete o nome de um gênero, é aceitável abreviá-lo com a primeira letra seguida por um ponto). 
 
 
2 Os 8 nomes de famílias que seguem, são alternativas aceitáveis, mesmo não finalizando em aceae, e constituem, 
portanto, exceções: Compositae (Asteraceae); Cruciferae (Brassicaceae); Gramineae (Poaceae); Guttiferae 
(Clusiaceae); Labiatae (Lamiaceae); Leguminosae (Fabaceae); Palmae (Arecaceae); Umbelliferae (Apiaceae). 
 
 
8 
2. PUBLICAÇÃO E PRIORIDADE 
 Qualquer nome, para ser considerado, deve ser efetivamente publicado, isto é, a obra em que ele foi 
incluído tem que ter sido distribuída para várias instituições e tem que estar acessível à comunidade científica; 
além disso, o nome tem que ser também validamente publicado, isto é, ser efetivamente publicado e estar 
acompanhado por uma diagnose (que deveria ser latina a partir de 1935) ou referência a uma diagnose já 
publicada. Atualmente a diagnose pode ser feita em latim ou inglês. 
OBS.: Inclui-se a palavra ex entre os nomes de 2 autores, como em Bambusa vulgaris Schrader ex Wendland 
(bambu-açu), para indicar que Wendland foi o responsável pela publicação válida do nome da espécie; Schrader 
pode ter escrito este mesmo nome numa etiqueta anexada a planta em um herbário (coleção de plantas secas), num 
manuscrito, etc., porém não publicou validamente o nome. 
 A nomenclatura de qualquer grupo taxonômico fundamenta-se no princípio da prioridade. De acordo 
com ele, só existe um nome pelo qual se conhece corretamente cada táxon; em geral, este nome é o mais antigo 
de todos. A publicação dos nomes das Spermatophyta (Angiospermas e Gimnospermas) e Pteridófitas tem como 
ponto de partida 1o de maio de 1753; todos os nomes publicados anteriormente são desconsiderados. 
 
3. HOMÔNIMOS, TAUTÔNIMOS E ALTERAÇÃO DE NOMES 
 Quando um mesmo nome científico é atribuído a táxons distintos, tem-se a ocorrência de homônimos. 
Neste caso, o nome deverá ser mantido para o primeiro táxon a recebê-lo. O (s) outro (s) táxon (s) receberá (ão) 
um outro nome, que inicialmente deve ser procurado na lista de sinônimos disponíveis. 
 Um tautônimo (nome científico de uma espécie formado por dois nomesiguais, ou seja, nome genérico 
igual ao epíteto científico) não é aceito na nomenclatura botânica, ao contrário da zoológica (Ex.: Caretta caretta – 
tartaruga mestiça). No caso da existência de um tautônimo, um novo nome tem que ser dado à espécie. 
 As alterações nomenclaturais mais comuns envolvem o uso de parênteses: se uma espécie descrita em um 
gênero é transferida para outro gênero, o autor do nome original da espécie (basiônimo) deve ser citado entre 
parênteses, seguido do nome do autor que fez a nova combinação, mantendo-se o mesmo epíteto específico. Ex.: 
Soliva pterosperma (Jussieu) Lessing; basiônimo: Gymnostyles pterosperma Jussieu; o basiônimo é 
automaticamente um sinônimo. Portanto, o nome de um autor entre parênteses significa que houve alteração 
nomenclatural no grupo, que foi transferido de um táxon para outro ou de uma categoria para outra [ex.: Senna 
oblonga DC. var. alata (L.) Juss.: Senna alata L., basiônimo]. 
 
4. SINÔNIMOS 
 Em conseqüência da aplicação do princípio da prioridade, de uma série de sinônimos (dois ou mais nomes 
aplicados ao mesmo táxon), somente o mais antigo é adotado. Os demais constituem a sinonímia (conjunto de 
sinônimos não adotados). Ex.: 
 Urochloa mutica (Forssk.) Nguyen, Novosti Sist. Vyssh. Rast. 1966: 13. 1966. [nome adotado] do 
“capim-angola” 
 
 
 
9 
 Panicum muticum Forssk., Fl. Aegypt. Arab. 20. 1775. [basiônimo] 
 P. nummidiarum Lam., Tabl. Encycl. 1: 172. 1791. 
 P. barbinode Trin., Icon. 3: táb. 318. 1832. 
 P. punctulatum Arn. ex Steud., Syn. Pl. Gram. 62. 1854. 
 P. equinum Salzm. ex Steud., Syn. Pl. Gram. 67. 1854. 
 P. pictigluma Steud., Syn. Pl. Gram. 73. 1854. 
 Brachiaria mutica (Forssk.) Stapf, Fl. Tropical Africa 9: 526. 1919 
 Brachiaria numidiana (Lam.) Henrard, Blumea 3: 434. 1940. 
 
O termo Sinônimo, muitas vezes aparece antes da lista de sinônimos de um táxon de forma abreviada (Sin.) 
 
5. TIPIFICAÇÃO 
 A aplicação de nomes é determinada por tipos (typus) nomenclaturais. O tipo é o elemento no qual se 
baseia a descrição de qualquer táxon para a ciência. O tipo de um gênero é uma espécie deste gênero, o tipo de 
uma família é um gênero dela; nestes casos, o tipo de táxons superiores é um táxon inferior escolhido como tal. 
Porém, o tipo de uma espécie ou categoria infra-específica é um espécime (indivíduo ou exemplar guardado numa 
coleção de Herbário) ou um elemento tratado como tal (geralmente um desenho, publicado ou não). Existem várias 
modalidades de tipos de uma espécie ou categoria infra-específica, as principais são: 
 a) Holótipo: é o único elemento (espécime ou ilustração) escolhido pelo autor e por ele designado como 
tipo. b) Isótipo: é uma duplicata do holótipo (espécime). c) Síntipo: quando dois ou mais espécimes são citados 
pelo autor da espécie na descrição original da mesma, mas nenhum holótipo foi designado. d) Lectótipo: é um 
espécime ou outro elemento selecionado do material original e escolhido posteriormente como tipo, quando o 
holótipo não foi designado; deve ser escolhido inicialmente entre os isótipos ou entre os síntipos. e) Parátipo: 
espécime(s) ou ilustração citado(s) na descrição original e que não é holótipo, nem isótipo(s) e nem síntipos. f) 
Neótipo: é um elemento (espécime ou ilustração) escolhido quando há perda total do material citado na descrição 
original. 
 
6. PLANTAS CULTIVADAS 
 O Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas (com oito edições de 1958 a 2009) 
detalha aspectos de maior interesse para tal tipo de plantas, mas elas devem seguir todas as normas do Código 
Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas”. 
 Um cultivar é um conjunto de plantas cultivadas que se distinguem por quaisquer caracteres 
(morfológicos, fisiológicos, citológicos, químicos ou outros) importantes para a agricultura, a silvicultura ou a 
horticultura, e que os mantêm, quando reproduzidas (sexual ou assexuadamente). Muitas vezes emprega-se o termo 
cultivar como sinônimo de variedade, mas neste caso a “variedade” é distinta da categoria taxonômica variedade. 
Os nomes dos cultivares são escritos com a letra inicial maiúscula e entre aspas simples ou apóstrofos. Exemplos: 
Solanum tuberosum ‘Mona Lisa’; Lactuca sativa ‘Cynthia’; batata ‘Duke of York’. 
Lista de Sinônimos, ou 
seja, nomes científicos 
aplicados por diferentes 
autores em obras diversas 
para o “capim angola” ao 
longo dos anos, porém 
não aceitos, pois a espécie 
deve ter apenas um nome, 
evitando confusões. 
 
 
10 
 Em edições antigas do código, precedendo o nome do cultivar podia ser utilizada a abreviatura cv. 
Atualmente isto está em desacordo com o código (edição 2009, capítulo III artigo 14.1), embora ainda se observa 
sua aplicação na literatura em geral. 
 
7. HÍBRIDOS 
 Os nomes de híbridos são indicados mediante o uso do sinal multiplicativo (×) ou, mais raramente, pelo 
prefixo “notho” (=híbrido). Um táxon de origem híbrida é resultante do cruzamento entre 2 ou mais táxons; ele 
recebe o nome do conjunto de táxons formadores (ou parentais) ou um nome novo, que pode ser totalmente 
diferente dos parentais ou ser uma combinação destes nomes. Se o nome usado é o do conjunto parental, os nomes 
dos autores destes táxons são mantidos. Se um nome novo for preferido, ele é acompanhado do nome do autor que 
descreveu o híbrido e lhe deu o novo nome. Exemplos: 
 ×Sophrolaeliocattleya Hurst ou Sophronitis Lindley × Laelia Lindley × Cattleya Lindley 
 × Agropogon Fournier ou Agrostis L. × Polypogon Desf. 
 × Carrara ou Rhynchostylis × Asocentrum × Euantha × Vanda 
 × Agropogon littoralis (Smith) Hubbard = Agrostis stolonifera L. × Polypogon monspeliensis (L.) Desf. 
Andropogon × catarinensis Norrmann & Nagahama = Andropogon bicornis L. × Andropogon arenarius Hack. 
 Digitalis purpurea L. × Digitalis lutea L. 
 Verbascum × schiedeanum Koch ou Verbascum lychnitis L. × V. nigrum L. 
 
Se o sinal multiplicativo (×) não estiver disponível pode ser utilizada a letra (x) minúscula. 
 
Referências principais: 
 
Brickell, C.D.; Alexander, C.; David, J. C.; Hetterscheid, W.L.A.; Leslie, A. C.; Malecot, V.; Xiaobai, J. & Cubey, J.J. 2009. 
International Code of Nomenclature for Cultivated Plants. 8ª ed. Scripta Horticulturae 10, Belgium, International Society 
for Horticultural Science. 
 
Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2014. Raven Biologia vegetal. 8 ed. Rio de Janeiro, Guanabara koogan. 
 
Mcneill, J.; Barrie, F.R.; Buck, W.R.; Demoulin, V.; Greuter, W.; Hawksworth, D.L.; Herendeen, P.S.; Knapp, S.; 
Marhold, K.; Prado, J.; Prud’ Homme Van Reine, W.F.; Smith, G. F.; Wiersema, J. H. & Turland, N.J. (eds.) 2013. 
Código Internacional de Nomenclatura para Algas, Fungos e Plantas (Código de Melbourne). São Paulo, 
Rima. 
 
Smith A.R.; Pryer K.M.; Schuettpelz E.; Korall P.; Schneider H. & Wolf P.G. 2006. A classification for extant ferns. Taxon 55 
(3): 705–731. 
 
Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2012. Botânica Sistemática. Guia ilustrado para identificação das famílias de 
fanerógamas nativas e exóticas no Brasil, baseado em APG III. 3ª.ed. Nova Odessa, Instituto Plantarum.

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