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DISCENTE: Giovanna de Freitas Ferreira – MEDICINA UFR – T5 
1 - Explique farmacologicamente, com as suas palavras, como se dá a interação 
entre álcool e Paracetamol e qual a implicação disso para o usuário dessas 
substâncias. 
 
O álcool é uma substância que sofre biotransformação pela álcool-
desidrogenase e pela CYP2E1. Ambos os processos levam à formação de 
acetaldeído, o qual, por ser tóxico, é convertido acido acético, o qual é 
hidrossolúvel e mais facilmente eliminado. 
 
O metabolismo do paracetamol envolve 3 caminhos diferentes: 
• 40-67% segue pela via do ácido glicurônio – gera metabolito atóxico 
• 20-46% segue pela via da sulfatação – gera metabolito atóxico 
• 5-15% segue pela via da oxidação. Essa via é metabolizada pelas CYPs 
hepáticas, principalmente pela CYP2E1, a mesma que metaboliza o 
álcool. 
o Essa via leva a formação do N-acetil-p-
benzoquinonaimina (NAPQI) – é o metabólito responsável pelos 
efeitos tóxicos ao fígado 
A pequena quantidade de NAPQI formada em uma ingestão usual de 
paracetamol é conjugado com glutationa e eliminado, não causando danos ao 
organismo. Quando há altas doses ingeridas de paracetamol (acima de 10g), há 
muito NAPQI formado, saturando a via de biotransformação do ácido glicurônio 
e sulfatação, as quais levam a produção de produtos atóxicos. Assim, há desvio 
de grandes quantidades de paracetamol para a via do CYP2E1, levando ao 
acúmulo de NAPQI. 
O NAPQI não conjugado se liga covalentemente a proteínas celulares dos 
hepatócitos, levando a morte celular, causando danos no tecido hepático. Tal 
evento desencadeia estresse oxidativo, disfunção mitocondrial, disfunção 
microcirculatória e necrose hepática centrolobular. 
• As células de Kupffer no fígado, quando entram em contato com o NAPQI, 
liberam muitos mediadores inflamatórios que contribuem para a lesão dos 
hepatócitos. Além disso, com a formação de NAPQI através do 
citocromo P450, seria produzido ânion superóxido, o qual levaria à 
formação de peróxido de hidrogênio, levando à dano oxidativo. Isso leva 
a estresse mitocondrial e degradação do núcleo celular, levando a 
apoptose. 
• 
 
Interação do álcool e paracetamol 
Casos de consumo agudo de álcool 
• Em casos de uso agudo de álcool, o álcool compete com o paracetamol 
pela enzima CYP2E1. Assim, como há competição, teoricamente deveria 
haver menor formação de NAPQI, já que parte das CYP2E1 estão sendo 
desviadas para metabolizar o álcool. Assim, o álcool pode funcionar como 
uma substância protetora contra o dano hepático. O perigo da ingestão 
aguda aparece quando os níveis plasmáticos do álcool vão caindo e esse 
efeito protetor diminui, deixando o organismo mais suscetível à toxicidade 
do paracetamol 
Casos de consumo crônico de álcool 
• Cronicamente, o uso de álcool leva a: 
o Indução da enzima CYP2E1, levando a maior conversão de 
paracetamol em NAPQI 
o Depleção da glutationa hepática, impedindo a formação de 
compostos atóxicos derivados da biotransformação do 
paracetamol, mesmo que ele seja tomado em uma dose 
considerada segura 
 
Referências 
• MEZAROBBA, G.; BITENCOURT, R. M. DE. Toxicidade do paracetamol: 
o álcool como um fator de risco. Unoesc & Ciência - ACBS, v. 9, n. 1, p. 
105-112, 28 jun. 2018. 
• DA SILVA JÚNIOR, José Guedes et al. HEPATOTOXICIDADE INDUZIDA 
PELO PARACETAMOL E A UTILIZAÇÃO DO NOMOGRAMA DE 
RUMACK-MATTHEW PARA AVALIAR A TERAPÊUTICA COM N-
ACETILCISTEÍNA. REVISTA UNINGÁ, [S.l.], v. 56, n. 4, p. 65-84, nov. 
2019. ISSN 2318-0579. Disponível em: 
<http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/2087>. Acesso em: 
25 ago. 2020. 
• Bryan Hedgpeth, Roy Missall, Anna Bambaci, Matthew Smolen, Sevgi 
Yavuz, Jessica Cottrell, Tinchun Chu, Sulie L. Chang. (2019) A Review of 
Bioinformatics Tools to Understand Acetaminophen-Alcohol 
Interaction. Medicines 6:3, pages 79. 
http://revista.uninga.br/index.php/uninga/article/view/2087

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