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Tempos de Resistência é um documentário baseado em fatos reais

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Tempos de Resistência é um documentário baseado em fatos reais, inspirado no livro de Leopoldo Paulino, dirigido por André Ristum que nos apresenta através dos depoimentos de 30 pessoas, sobre a os anos de luta armada e a resistência á ditadura no Brasil. O documentário aborda todo o contexto do processo, desde o golpe até anistia.
Muitos personagens incluindo, professores, políticos, artistas e também militares, contam suas experiências e avaliam o processo de tomada de poder pelos militares, também questionam sobre as dúvidas que a esquerda tinha em torno da resistência e, analisam sobre a crise do partido comunista Brasileiro (PCB).
O filme inicia mostrando em uma das primeiras imagens um comício e muitas pessoas em primeira vista apoiando o candidato João Goulart, onde seguravam nas mãos diversas bandeiras, nas quais reivindicam melhorias e reformas. Com um discurso bonito o povo aplaude todos os argumentos que o candidato pronuncia. Goulart e seu partido (PCB) defendiam a reforma de base como era a reforma agrária. Apesar dessas bases não serem definidas, eram metas estabelecidas pelos trabalhistas que se inspiravam nos objetivos do (PCB).
Em 1963, Goulart foi cobrado ás decisões pelas reformas de base, que haveria feito em suas promessas, em seu discurso. Pois haveria dito que não lutaria somente pela reforma agrária mais também por todas as outras, como a reforma bancária, abrangido todo o território nacional. Logo após ser eleito, houve grande euforia por parte de um de seus integrantes do seu partido, Brizola que com seu discurso ofensivo, viria atingir os militares, também tinha denunciado sobre um suposto golpe da direita. Goulart sustentava que o Congresso Nacional tinha o dever de aprovar as reformas, ou ele mesmo iria usar leis “vontade do povo” que levaria a oposição a pensar uma suspeita de um golpe da esquerda. Deixando o parlamento de mãos atadas, no seu direito de decisão. Isso começou a despertar o início de tensão.
Outra tensão à vista era a dos militares subordinados como os suboficiais, sargentos e cabos, que apoiara a posse de João Goulart, exigindo o direito de serem eleitos, com a perspectiva de poderem se candidatar o que era proibido pela constituição. Porém três sargentos apesar da proibição no ano de 1962. Concorreram ás eleições, e um sargento chegou a tomar posse, ocupando um cargo de deputado federal, mas os outros dois foram impedidos.
Já em maio de 1963 estimulando ainda mais a atmosfera política, cerca de mil graduados saíram ás ruas do Rio de Janeiro, numa manifestação, quando durante esse movimento um subtenente havia dito para os manifestantes, que eles poderiam se armar para que as reformas de base fossem aprovadas. No Rio Grande do Sul, um sargento chamado Aimoré Cavalheiro teve sua posse impedida pelo o supremo tribunal federal, do cargo ao qual ele iria ocupar como deputado estadual. Isso causou um verdadeiro tumulto em Brasília. Ocupações de prédios públicos, à falta de comunicações da capital com o resto do país, eram evidentes. Aconteceram prisões de oficiais, graduados tornaram reféns o ministro do STF e o presidente da câmara dos deputados confinando-os no departamento federal de segurança pública. Com todo esse movimento nas ruas, o exército só veio a controlá-los no dia seguinte, levando a prisão de mais de setecentos estudantes.
Em um de seus discursos João Goulart foi infeliz, ao dizer que era favorável ao pleito dos sargentos. Causando ódio nas forças armadas que o acusaram de estimular uma quebra de hierarquia da qual era princípios básicos dos militares. 
Ao final do mês, Carlos Lacerda deu uma entrevista para um famoso jornal Norte Americano, com o título que se tornou bastante repercutido, na época, “Governador vê queda de Goulart e exorta EUA a reter fundos de ajuda” na entrevista ele afirmava entre tantas outras coisas, que o governo brasileiro era conduzido por comunistas, e que os militares eram responsabilizados por João Goulart ou teriam que afastá-lo de uma vez por todas do poder. Em forma de revidar a entrevista de Carlos Lacerda, os ministros militares e apoiadores de Goulart, insulta Carlos Lacerda dizendo que ele era um “mau brasileiro”. Sentindo-se acuado, mais uma vez Goulart surpreende a todos, ao pedir a decretação de estado de sítio, seus apoiadores, Assessores e políticos pediram para que ele retirasse o pedido, no qual ele fizera com três dias depois, abatendo ainda mais sua carreira política.
A oposição constituía várias críticas à Goulart, devido á insatisfação que seu governo causava na elite, com a economia cada vez mais crítica. Após seu discurso vanguardista João Goulart causou grande temor na classe média, onde ela em demonstração de descontentamento associava-o ao comunismo e também pela as imprecisões de suas afirmações, a classe média estimulava propagandas contra o presidente.
O movimento de oposição marcha contra Goulart levaram mais de quinhentas pessoas as ruas de São Paulo. Essa marcha foi causada pelo discurso que afetou as mulheres que rezavam contra o comunismo, onde Goulart afirmava que o Rosário não tinha poder a frente da vontade do povo. Isso deflagrou um movimento de desagravo resultando marchas da família, com Deus, que acontecia em vários lugares do país. Palavras de ordem contra a Goulart eram ouvidas.
Seu comício foi seu fim, seus opositores usaram seu discurso como estratégia para a realização do golpe de 1964. General Castelo Branco foi eleito sem nenhuma dificuldade tomando posse da presidência do Brasil e em seguida ganhou a patente de Marechal. O golpe militar nada mais era a serviço dos interesses do capital.
 Estudantes apoiadores do comunismo dirigiam-se ao palácio das princesas, mas ao chegarem foi recebidos a bala onde foram vítimas de morte dois estudantes. Arraes foi confinado na ilha de Fernando de Noronha enquanto outros eram torturados com requinte de crueldades. Neste contexto estudantes e populares protestavam contra a derrubada de Goulart, mas foram surpreendidos por integrantes de caça aos comunistas, onde morreram mais estudantes atingidos por tiros.
A passagem do governo Castelo Branco vem marcado de bastante violência e ficou conhecida como “linha dura”. Seu governo terminou bem impopular devida ás funções de saneamento e a carestia de vida e economia. A implantação do decreto do AI-5 foi um aparato de repressão política, que todos temiam sua atuação. Tudo isso desencadeou uma atmosfera propícia as manifestações sociais de oposição ao regime que se intensificou no ano de 1968. Este ano foi muito marcante na história do Brasil recente. Os estudantes fomentavam uma passeata contra o mau funcionamento do restaurante estudantil “calabouço” no centro do Rio de Janeiro, e novamente foram reprimidos pela polícia com muita violência matando o estudante Edson Luís. Seus amigos levaram seu corpo para assembléia causando uma grande manifestação, vídeos expostos pela imprensa choca as pessoas, que no dia seguinte, arrasta uma legião de pessoas indignadas pela a morte do estudante, seguindo o cortejo até seu enterro. A morte de Edson Luís gerou protesto por todo o país. Artistas e religiosos juntavam-se as passeatas estudantis que acontecia Brasil afora. O governo resolveu reprimir qualquer forma de manifestações. Tudo era proibido no tempo da ditadura. Na missa de sétimo dia do estudante Edson Luís as pessoas foram atacadas na saída da igreja da Candelária por polícias montadas.
Comícios e passeatas foram proibidos mais foi inútil, pois os estudantes armavam estratégias de confundir a polícia. O movimento estudantil foi muito importante nessa época, pois seu sentindo era de denunciar a ditadura no Brasil e tentar combatê-la.
No contexto o ano de 1968 foi marcado pela manifestação dos metalúrgicos em Minas e São Paulo que fizeram greves surpreendendo o governo. Assim artistas conhecidos pela sua crítica ao Regime, sofreram atentados. Teatro depredado, pessoas seqüestradas, espancadas, abandonadas, e cantores foram presos. Estudantes e artistas faziam oposição onde podemos classificarcomo “resistências democráticas”. Diferente da esquerda que optava por violência como forma revolucionária. A censura moral consolidou-se no Estado novo, mais se tornaria maior na ditadura militar, onde tudo era reprimido e ninguém tinha o direito de se expressar. Isso tudo tinha a pretensão pedagógica de preservar á moral e os bons costumes.
O enquadramento do sistema educacional, no primeiro momento era a destruição das entidades organizacional dos discentes (UNE), a coação de professores, engessando e reprimindo suas experiências alinhadas á democracia da política do sistema e também dos processos educativos sensíveis as demandas da população. O êxito a privatização e o desmantelamento da rede pública educacional do país eram o foco principal desta filosofia ditatorial. Apesar das repressões as resistências por outro lado sempre existiram, como um cabo de guerra com a ditadura. A Ditadura deixou um rastro de violência e discrepância, em todo o país.
 Anistia falando sobre esta lei que foi decretada em 1979, pelo General João Batista de Oliveira Figueiredo, onde tinha como objetivo perdoar todos os brasileiros exilados na época da Repressão política, causado pela ditadura. Muitos dos exilados só puderam voltar ao Brasil depois da lei de anistia ser promulgada. Citarei alguns dos exilados nesta época. Geraldo Vandré era um militante estudantil, Caetano Veloso cantor foi exilado por compor músicas para criticar o regime ditatório com canções como “é proibido proibir e alegria, alegria”. Gilberto Gil que se opunha contra o Regime e pelo o decreto do AI-5. Chico Buarque de Holanda que era socialista assumido, ele se auto exilou na Itália por compor as canções “cálice e apesar de você”, uma crítica ao regime que viraria um hino contra a ditadura. Mirian Leitão foi presa e torturada grávida do seu primeiro filho, e confinada com cobras em uma sala escura. Amado Batista foi preso e torturado com choques elétricos por facilitar livros de subversão. Augusto Boal dramaturgo foi preso e torturado. Raul seixas foi exilado preso e torturado com choques-elétricos. Norma Benguell que teve um papel importante na luta contra a Repressão, pois, escolhia personagens ousados na peça Cordélia Brasil. Milton Nascimento, foi torturado psicologicamente e impedido de ver seu filho por quase 20 anos. Entre outros personagens, no total de 17 exilados na época da ditadura, fora outros personagens que perderam suas vidas, neste contexto de muita violência.
 
 
 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS – CESA IV SEMESTRE NOITE
DISCIPLINA: Fund. Histórico Teórico e Metodológico II
PROFESSORA: Virzângela Paula Sandy Mendes
ALUNA: Maria Grinalria Santos da Silva
 Tempos de Resistência
 Fortaleza – Ceará 09 de março de 2020

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