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Texto e textualidade 2

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Texto e textualidade
#Aula 2
· 
O CONCEITO DE TEXTO
↪ Ato comunicativo
↪ Manifestação de um propósito
↪O texto é uma unidade linguística concreta perceptível pela visão ou audição (escrita ou falada), utilizada por usuários de uma língua → o emissor e o receptor que estão envolvidos em uma interação comunicativa.
↪ O texto é produzido como resultado da soma do conhecimento linguístico (da língua) + conhecimento do mundo.
↪ Primeiramente precisa–se saber que um conjunto aleatório de palavras não constitui um texto, por mais que esteja fora dos padrões cultos, o que falamos ou escrevemos, em situações de comunicação, são sempre textos. 
↪ O texto é uma manifestação da linguagem, um proposito comunicativo que permitem uma comunicação usada para transmitir uma informação.
↪ Um texto é uma unidade linguística de extensão superior à frase.
‘’ Todo texto é a expressão de algum propósito comunicativo. ’’
· Um segundo aspecto do texto é que envolve sempre um parceiro, um interlocutor, pois construímos nossa expressão verbal com o outro, em parceria, a dois, de maneira que o texto vai tendo um fluxo conformo a interação entre os autores da ação de linguagem.
“Não dizemos o que supomos sem necessidade do interesse ou do gosto do outro, mas esforçamos quase sem querer para sermos em cada contexto relevantes.”
· Um terceiro aspecto é que o texto é caracterizado a partir de um tema, de um tópico, de uma ideia central, ou de um núcleo semântico, que lhe dá continuidade e unidade. 
· Assim proponho como propriedades do texto?
- O pragmático (funcionamento)
- O semântico conceitual (coerência)
- O formal (coesão)
O CONCEITO DE TEXTUALIDADE
↪ Sendo assim a Textualidade é um conjunto de características que fazem com que uma sequência linguística seja um texto considerado como tal, e não apenas como um amontoado de palavras e frases.
↪ Como fundamento para se entender o que é texto, tem se desenvolvido o conceito de textualidade que é a característica estrutural das atividades sociocomunicativas/linguísticas. 
↪Assim todo enunciado que porta sempre uma função comunicativa apresenta também necessariamente a característica da textualidade ou uma “conformidade textual’”. 
 “No momento que alguém abre a boca para falar, começa um texto.”
↪ A textualidade é o encadeamento que se dá ao longo do texto através da ligação semântica de sentenças. Nela, existem 7 fatores fundamentais para o desenvolvimento de um texto.
· Fatores pragmáticos
1- Coesão
↪ Estabelece ligação entre as partes do texto.
↪Encadeamento/ligaçaõ de vários segmentos (palavras, orações, períodos, parágrafos, blocos superparagráficos 
↪ Pela coesão se promove a continuidade do texto que, é o essencial para a construção de um bom texto. 
↪ Estratégias principais da coesão: Organização das ideias e o uso de conectivos.
2- Coerência
↪ Relação lógica entre as partes do texto
↪ É o que traz nexo entre os conceitos.
↪Encadeamento de sentido, é o que traz ao texto sentido, interpretabilidade, 
3- Situacionalidade
↪ Relação entre o texto e o contexto
↪ É o que diz respeito ao contexto interpretativo, ou seja, o texto precisa se adequar à situação de uso a qual esteja atrelado,
4- Informatividade
 ↪ É um conjunto de informação que o texto traz ou deveria trazer. Todo texto em alguma medida comporta algum grau de informatividade.
5- Intencionalidade 
↪Intenção/objetivo/proposta do texto
 ↪ A intencionalidade é o empenho do autor em construir um discurso coerente, capaz de satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação. Centra-se nas intenções, objetivo. 
↪ Todo convite tem a função de convidar, mas tem também a intenção de convidar os amigos para a comemoração de aniversário de 20 anos do João, por exemplo, ou seja, a Função é geral (para todos os textos que pertencem ao mesmo gênero) e a Intenção é particular de cada texto
6- Interxtualidade 
↪ Relação entre os textos
↪ É a relação de inserção, de entrada em outros textos. Todo texto é um intertexto no sentido de que todo texto sempre parte de modelos, conceitos, crenças, de informações já vinculadas em outras interações anteriores. Ou seja, todo texto contém outros textos prévios, ainda que não tenham consciência disso. .Ex: Citações.
↪ Paráfrase: Reescrita de uma ideia
.7- Aceitabilidade 
↪ É uma condição de interpretar, reconhecer esse texto. Na aceitabilidade, o leitor necessita um entendimento prévio sobre o texto corretamente, dessa forma, ficando ao seu critério aceitar ou não a intenção real do autor. Pois consequentemente, é através de sua interpretação e interação que se pode dar o sentido a leitura, reconhecendo o que há de implícito ou explícito que contenham no texto. 
↪ A aceitabilidade é uma contraparte da intencionalidade, pois ele nos deixa claro que para que se haja a aceitação é necessário que o autor, o texto e o leitor, estejam em constante interação.
· ELIPSE
↪As figuras de construção ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expressividade que se dá ao sentido.
↪Consiste na omissão de um ou mais termos numa oração que podem ser facilmente identificados, tanto por elementos gramaticais presentes na própria oração, quanto pelo contexto. 
↪ Exemplos:
1) A cada um o que é seu. (Deve se dar a cada um o que é seu.)
2) Tenho duas filhas, um filho e amo todos da mesma maneira. (Nesse exemplo, as desinências verbais de tenho e amo permitem-nos a identificação do sujeito em elipse "eu".)
“Spoiler do dia: ↪A Elipse é a omissão de um texto subentendido. Ex: Eu levo meu livro e você o seu.”
GÊNEROS TEXTUAIS
· 
O que é gênero textual?
↪São modelos de textos com função comunicativa especifica e uma estrutura definida (+ ou – especifica)
↪ Estrutura > Plano composicional: Que é a seleção e organização das ideias
↪ É a forma como a língua é empregada nos textos em suas diversas situações de comunicação, de acordo com o seu uso temos gêneros textuais diferentes. 
↪Não há como falarmos sobre gêneros textuais sem pensar na ideia de finalidade. Todo texto que pertença ao mesmo gênero terá a mesma função comunicativa.
↪ Ex: Todo convite tem a função de convidar; o resumo tem a função de apresentar as principais ideias do texto; a resenha tem a função de fazer uma apresentação crítica ou uma análise de determinada obra; o artigo científico tem a função de apresentar os resultados de uma pesquisa ou uma investigação científica; a Petição Inicial tem a função de requerer na justiça um direito violado; etc...
Os elementos a serem analisados em texto são:
1) Identificar o gênero textual;
↪ O primeiro passo para analisar textos é a Identificação do gênero, ou seja, qual é o modelo de texto que está sendo usado. Esse critério é importante, pois, a partir dele, identificaremos outros critérios essenciais, como o Domínio discursivo, Função e Plano Composicional.
2) Explicar a Função Comunicativa do gênero textual; 
↪Não há como falarmos sobre gêneros textuais sem pensar na ideia de finalidade. A Função é, portanto, geral e inerente ao gênero. Em outras palavras, todo texto que pertença ao mesmo gênero terá a mesma função comunicativa. Ex: Todo convite tem a função de convidar; o resumo tem a função de apresentar as principais ideias do texto; a resenha tem a função de fazer uma apresentação crítica ou uma análise de determinada obra; o artigo científico tem a função de apresentar os resultados de uma pesquisa ou uma investigação científica; a Petição Inicial tem a função de requerer na justiça um direito violado; etc...
3) Identificar a Intencionalidade do texto;
↪Outro aspecto relevante é a Intencionalidade. Por tratar-se de uma característica específica para cada texto, ela se relaciona diretamente com a Função, porém é particular do texto. Todo convite tem a função de convidar, mas tem também a intenção de convidar os amigos para a comemoração de aniversário de 20 anos do João, por exemplo, ou seja, a Função é geral (para todos os textos que pertencem ao mesmo gênero) e a Intenção é particular de cadatexto.
4) Identificar o Plano Composicional (estrutura);
↪O Plano Composicional, por sua vez, diz respeito à estrutura do texto, às suas informações básicas ou obrigatórias e à sua organização.
5) Classificar o Nível de linguagem (formal, informal, mais ou menos técnica/específica);
↪Enquanto o Nível de linguagem (formal, informal, mais ou menos técnica/específica) tem relação com as expressões e o vocabulário utilizado no texto. Essa seleção é feita a partir do contexto de interação e da identificação dos interlocutores. Exemplo: Se um médico está conversando com o paciente e diz: “você tem hiperplasia nodular focal hepática”, é provável que o paciente saia da consulta com dúvidas, uma vez que o vocabulário é muito técnico/específico da área da medicina, porém, se disser: “você tem um tumor benigno no fígado”, essa informação provavelmente será mais acessível para paciente. 
↪Ao mesmo tempo, se um médico interage com outro sobre esse mesmo paciente, é importante que ele use os termos técnicos, uma vez que há diversos tipos de tumores e uma informação vaga pode ser inadequada. Outro exemplo: Se você quer conversar com seu chefe, o contexto exige certa formalidade, você poderia dizer, por exemplo: “eu poderia solicitar um minuto da sua atenção, por favor?”. Mas se você quer conversar com um amigo, essa formalidade pode causar estranhamento, provavelmente você seria mais informal, como: “posso falar um minutinho com você?”.
6) Identificar os Interlocutores (os interagentes); 
↪Interlocutores, ou os interagentes, que são aqueles que interagem por meio do texto, ou seja, quem o produz e para quem é produzido, o emissor e o receptor, o remetente e o destinatário. É importante destacar que, nem sempre quem assina o texto ou quem o produz é necessariamente o interlocutor do texto. Em um caso de interação ente duas repartições públicas, por meio de documentos oficiais, o signatário não fala em seu próprio nome, mas em nome da instituição que representa, desse modo o interlocutor será a instituição, e não o funcionário. Nem sempre é possível, contudo, identificar exatamente quem são os interlocutores. No caso de uma reportagem, por exemplo, nem sempre podem ser identificados os interlocutores, mas é possível fazer uma previsão, observando quem seria o público alvo do texto, o tipo de leitor que se interessaria pelo tema.
7) Identificar o Domínio ou meio discursivo (jurídico, médico, tecnológico, administrativo etc) por meio do qual o gênero circula;
↪Os Domínios discursivos, ou os meios discursivos, são como chamamos esses contextos Eles podem ser: cotidianos (interações comuns para diversos grupos sociais) e específicos (jurídico, médico, tecnológico, administrativo etc). É importante observar que alguns gêneros podem circular em mais de um domínio discursivo, como o email, por exemplo. Seguem alguns exemplos de gêneros profissionais de acordo com seus domínios discursivos: 
• Jurídico: Petição inicial; Contestação; Sentença; Sustentação oral. 
• Médico: Anamnese; Relatório de avaliação física; Evolução de enfermagem/clínica; Prescrição médica; 
• Tecnológico: email; documento de visão; 
• Engenharia e arquitetura: memorial descritivo; projeto arquitetônico; diário de obra; 
• Administrativo: Ofício, memorando, relatório administrativo; 
• Jornalístico: notícia, reportagem, entrevista
8) Classificar o grau de Informatividade (conjunto de informações selecionadas para compor o gênero) e/ou identificar as principais informações que o texto traz ou deveria trazer; 
↪ Outro aspecto fundamental é a informatividade, que constitui o conjunto de informações que um texto traz ou deveria trazer. Por exemplo, ao considerar o convite como gênero textual, sabemos que todo convite deve trazer quatro informações básicas: identificação do evento, data, horário, local. Desse modo, podemos considerar que essas são quatro informatividades obrigatórias desse gênero textual. 
↪A informatividade também considera o grau de “novidade” do texto. Assim, se o texto trouxer diversas informações novas para o leitor, ele terá um alto grau de informatividade. Esse grau, portanto, não depende apenas da quantidade, mas do grau de dificuldade dessas informações. 
↪Consideramos informatividade também as informações que o texto traz e/ou obrigatoriamente deveria trazer. Por exemplo, todo convite traz, no mínimo 4 informações: Identificação do evento, data, hora e local. Essa, portanto, seria a informatividade básica desse gênero. 
↪A Situação comunicativa (ou seja, o contexto) envolve aspectos mais específicos da situação discursiva. Extrapolando o nível do domínio discursivo, aqui analisamos as circunstâncias em que ocorre a comunicação, o que pode envolver quem são os interlocutores e quais os objetivos específicos envolvidos. 
9) Explicar a Situação comunicativa (contexto) na qual o texto se insere; 
↪A Situação comunicativa (ou seja, o contexto) envolve aspectos mais específicos da situação discursiva. Extrapolando o nível do domínio discursivo, aqui analisamos as circunstâncias em que ocorre a comunicação, o que pode envolver quem são os interlocutores e quais os objetivos específicos envolvidos.
10) Identificar as Tipologias textuais que compõem o texto. (Argumentação, narração, descrição, exposição e injunção); 
↪As Tipologias textuais são as sequências usadas para compor o gênero, ou seja, os gêneros são compostos por tipologias, que são: argumentação, narração, descrição, exposição e injunção.
11) Identificar Intertextualidades. O texto dialoga com outros? Quais?; 
↪A intertextualidade (dialogicidade) diz respeito às relações entre os textos, ou seja, todo texto influencia outros, mas também recebe influências, portanto todo texto é um intertexto de forma implícita. Desse modo, esse critério nos ajuda a compreender as relações de sentido e o próprio propósito comunicativo (intencionalidade) do texto. É importante, então, fazer a seguinte análise durante uma leitura: que textos dialogam com o que estou lendo? Que influências posso observar?
12) Identificar as Modalidades de comunicação utilizadas pelo texto. O texto é multimodal ou monomodal?
↪Ao analisarmos a Modalidade, observamos: o texto é multimodal ou monomodal? Aqui, é importante identificar a presença ou não de múltiplas linguagens. Em uma charge, podemos encontrar linguagem escrita associada a uma imagem, o que configura um texto multimodal. Já um documento, construído apenas em linguagem escrita, é classificado como monomodal.
Tipologias Textuais
↪ Características estruturais do texto
↪As Tipologias textuais são as sequências usadas para compor o gênero, ou seja, os gêneros são compostos por tipologias, que são: argumentação, narração, descrição, exposição e injunção. 
· Narrativa:
↪Caracteriza-se pela finalidade de contar uma história ou estória, através de uma sequência de ações reais ou imaginárias. 
↪ A narração da história é construída à volta de elementos narrativos, como o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador. - Ex: romances, contos fábulas e depoimentos.
↪ O quê está sendo relato? Quem está envolvido/personagens? Quando os fatos aconteceram? Onde acontecerem? Como aconteceram? Por que aconteceram?
· Descritiva
↪Caracteriza-se pela apresentação de propriedade, por descrever, atribuir qualidades. A descrição pode ser mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes específicos.
↪ Ex: folhetos turísticos; cardápios de restaurantes; classificados.
· Argumentativo:
↪ Defesa de uma ideia/tese
↪A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. 
↪ Os textos dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese defendida.
↪ Exemplos de texto dissertativo-argumentativo: artigos de opinião; abaixo-assinados; manifestos; sermões.
· Injuntiva:
↪Prescrevem ações
↪ A principalfinalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento. Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir.
↪Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem que o leitor proceda de uma determinada forma.
↪Exemplos de texto explicativo injuntivo: receitas culinárias; manuais de instruções; bula de remédio
↪ Exemplos de texto explicativo prescritivo: leis; cláusulas contratuais; edital de concursos públicos;
· Expositiva:
↪ A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da exposição rigorosa e clara de um determinado assunto ou tema. 
↪ Um texto dissertativo-expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer o leitor. 
↪ Exemplos de texto dissertativo-expositivo: enciclopédias; resumos escolares; jornais; verbetes de dicionário;

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