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Fundamentos do Texto em Língua Inglesa

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FUNDAMENTOS DO TEXTO 
EM LÍNGUA INGLESA
Autoria: Me. Wéllia Pimentel Santos
Indaial - 2021
UNIASSELVI-PÓS
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2021
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
S237f
 Santos, Wéllia Pimentel
 Fundamentos do texto em Língua Inglesa. / Wéllia Pimentel 
Santos – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
 118 p.; il.
 ISBN 978-65-5646-315-5
 ISBN Digital 978-65-5646-314-8
1. Língua Inglesa. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da 
Vinci.
CDD 420
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
Texto, Tipos e Gêneros Textuais ................................................ 7
CAPÍTULO 2
Linguística de Textos em Língua Materna e Estrangeira e Uni-
dades Textuais ............................................................................. 43
CAPÍTULO 3
Os Gêneros Textuais: Caracterização e Emprego dos Gêne-
ros Textuais ................................................................................. 79
APRESENTAÇÃO
A disciplina que iniciaremos agora, Fundamentos do Texto em Língua Inglesa, 
tem como objetivos principais: apresentar a importância dos gêneros textuais 
como ferramentas para o aprendizado de línguas; explorar os diferentes tipos 
textuais e suas principais características; analisar os diálogos formais e informais; 
estudar o papel da língua materna na aquisição da língua inglesa; evidenciar a 
abordagem lexical no processo de ensino-aprendizagem da língua inglesa; os 
tipos de gêneros discursivos e suas funções; compreender a importância dos 
gêneros digitais no processo de ensino/aprendizagem da língua inglesa; além de 
evidenciar técnicas de leitura para a interpretação de textos em língua inglesa.
No Capítulo 1, abordaremos, então, a compreensão do texto, os tipos e os 
gêneros textuais, evidenciando a diferenciação entre texto e contexto; texto oral e 
escrito; as modalidades formal e informal da escrita e a diferenciação entre texto 
e discurso.
No Capítulo 2, estudaremos a linguística de textos em língua materna 
e estrangeira e unidades textuais, trazendo as diferenças organizacionais e 
linguísticas de textos em língua materna e língua estrangeira, a aquisição da 
língua materna versus aquisição e aprendizagem da língua estrangeira, seus 
aspectos gramaticais e lexicais da língua inglesa, coerência e coesão textual, 
estruturação de parágrafos e marcadores do discurso em língua inglesa.
No terceiro e último capítulo, você, acadêmico, estudará os gêneros 
discursivos a partir da caracterização e emprego dos gêneros textuais, as 
funções dos gêneros do discurso, os gêneros primários e secundários; a língua 
inglesa nos gêneros digitais; a caracterização e o emprego dos gêneros textuais: 
textos instrucionais versus textos persuasivos; textos argumentativos e suas 
características; a leitura e a interpretação de textos em inglês; além das técnicas 
de leitura para a interpretação de textos em inglês.
De tal modo, é importante salientar a importância da qualificação na 
língua inglesa para o mercado de trabalho, sendo um passo fundamental para 
o profissional na atual conjuntura, a qual exige requisitos que compreendem o 
saber falar e compreender o idioma, saber ler e escrever na língua inglesa, saber 
escrever relatórios, elaborar projetos etc. Essa é a grande diferença que um bom 
aprendizado de inglês pode trazer. Então chegou a hora de você iniciar seus 
estudos, vamos lá!
CAPÍTULO 1
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Explorar os diferentes tipos textuais e suas principais características.
 Apresentar a importância dos gêneros textuais como ferramentas para o 
aprendizado de línguas.
 Analisar os diálogos formais e informais, o diálogo e o texto.
 Estudar os tipos de linguagem que acompanham os diferentes gêneros textuais.
8
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
9
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Este capítulo consiste em apresentar uma refl exão sobre o texto, conceitos e 
abordagens dos tipos e dos gêneros textuais, evidenciando a diferença entre eles. 
Neste sentido, primeiramente, veremos a conceituação de texto, posteriormente, 
veremos alguns exemplos e falaremos também da formalidade e informalidade 
dos textos, sejam eles orais ou escritos.
O que é um texto? Um artigo jornalístico seria um texto? A letra de uma música 
é considerada texto? Uma bula de remédio? Uma carta? Uma propaganda? Será 
que todos esses são textos? Veremos então a defi nição de texto e também a 
diferença entre tipos textuais e gêneros textuais, tendo em vista que dependendo 
do tipo e do gênero textual, há uma função, um objetivo diferente. 
Existem textos que possuem a função de convencer, de persuadir o eleitor, 
há outros que têm apenas a função de expor algo, já outros têm como função 
apenas informar alguma coisa. Assim, a depender da intenção de quem escreve, 
essa função muda e, ao mesmo tempo, também muda a interpretação e a 
compreensão daquele texto. 
Compreenderemos, ainda, a modalidade formal e informal, levando em 
consideração que a modalidade formal está diretamente ligada à escrita, e a 
modalidade informal está diretamente ligada à fala, portanto, como será tratado 
no decorrer deste capítulo, compreenderemos a importância de haver em alguns 
tipos de textos a predominância da modalidade formal, obviamente, o que 
implicará na ausência de marcas de oralidade.
Assim, falaremos do processo de escrita e a função social desses textos na 
nossa sociedade. É preciso lembrar que a nossa sociedade valoriza extremamente 
a linguagem escrita, tanto que temos difi culdade para lembrar como era a vida 
sem a escrita. Usamos a escrita o tempo inteiro, para saber qual é o destino do 
ônibus, para anotar os nossos compromissos, para mandar mensagens de texto 
no celular, para ler manuais, para executar tarefas diárias que defi nitivamente não 
seriam as mesmas sem a escrita.
2 CONCEITOS E ABORDAGENS
A literatura não foi feita meramente para transmitir mensagens, mas, 
sobretudo, para fazer as pessoas pensarem, para fazer as pessoas se colocarem 
na sociedade, para dominarem o discurso para que não sejam dominadas pelo 
discurso do outro.
10
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
A escrita tende a intensifi car o gosto pela leitura e o gosto por escrever, mas 
tudo isso dependerá também de um professor motivador. No caso dos textos em 
língua inglesa, para melhorar a escrita é preciso um constante exercício de leitura, 
difi cultando os níveis dos textos a serem lidos, aprofundando o conhecimento 
sobre o idioma em termos de estruturas gramaticais, melhorando, assim, a 
capacidade argumentativa. Para que uma pessoa possa escrever com efi ciência, 
com efi cácia, ela precisa se manter bem informada. 
Assim, para exercitar uma boa escrita, há uma série de detalhes que devem 
ser salientados para que seja possível identifi car as partes importantes de um 
texto e compreendê-lo. A compreensão e a interpretação de um texto partem de 
visões distintas, são leituras distintas. 
Um texto precisa ter signifi cado,seja ele escrito, falado ou uma imagem. 
É necessário que o leitor consiga fazer uma leitura desse texto, que precisa 
representar algo para que seja considerado um texto.
Ainda é possível salientar que para a escrita efi caz de um 
texto é necessário o planejamento. Um bom planejamento faz 
com que a pessoa seja mais rápida no momento da escrita, para 
isso é importante que ela saiba o que falará numa introdução, no 
desenvolvimento e na conclusão e, assim, produza bons textos.
2.1 COMPREENDENDO O QUE É 
TEXTO
Para que seja possível começar a interpretar melhor um texto é preciso 
primeiro saber o que está sendo interpretado. No entanto, o que é um texto?
Todos crescem desde o pré-escolar, Ensino Fundamental, Ensino Médio e 
alguns até na faculdade ouvindo a palavra ‘texto’. No entanto, ao se pedir para 
defi nir o que é um texto, algumas pessoas podem conseguir defi ni-lo, mas a 
maioria pode não apresentar respostas muito boas.
Nesse sentido, a primeira ideia que vem de texto tende a ser uma ideia 
errônea, que parte da concepção de que o texto é um aglomerado de frases que, 
11
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
por sua vez, formam parágrafos, e esses parágrafos formam um começo, meio e 
fi m, constituindo-se num texto. No entanto, é possível considerar essa defi nição 
muito simplista, sendo necessária uma defi nição mais precisa de texto. Antes 
disso, é preciso fazer duas considerações: a primeira delas é a de que o texto não 
é meramente um aglomerado de frases.
Ao se interpretar um texto, o primeiro cuidado necessário é o de não tentar 
fazer uma análise parcial do texto, ou seja, não tentar olhar frases soltas do texto 
e a partir delas já tirar conclusões. Isso se deve ao fato de que cada parte do texto 
está inter-relacionada com as outras.
Nesse sentido, a primeira consideração é olhar o conteúdo. Cada frase de 
um texto está inserida em uma unidade maior, que é o contexto.
A segunda consideração é que todo texto está inserido dentro de um debate 
mais amplo da sociedade. Todo texto, por mais que venha com um discurso de 
neutralidade, objetiva marcar uma posição dentro de um debate maior, seja qual 
debate for, mas ele sempre vem para marcar uma posição dentro desse debate. 
Pelo fato de todo o texto estar inserido em um debate maior dentro da 
sociedade, isso traz algumas implicações: a primeira delas é a de que o texto não 
é algo isolado, neutro, sozinho na sociedade, os textos não são ilhas. A segunda 
implicação é a de que o texto não é um produto da individualidade de cada um. 
Ao se produzir um texto, o conteúdo ali inserido não é um produto de toda a 
individualidade do escritor. Na realidade, este escritor é um produto social, ele 
vive no meio social e esse meio o afeta. Como afi rma Bakhtin (1997, p. 116), “a 
enunciação é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados 
e, mesmo que não haja um interlocutor real, este pode ser substituído pelo 
representante médio do grupo social ao qual pertence o locutor”.
Um indivíduo tende a ser educado por determinadas escolas, está inserido 
numa determinada cultura, faz parte de determinado repertório, que foi adquirido 
com as suas experiências de vida. Então, quando ele expressa suas ideias e 
opiniões por meio da escrita, essa ação não deve ser considerada como algo 
isolado, nem como produto de sua individualidade apenas. 
Considerando esses fatores, a defi nição do que é um texto, de maneira 
ampla, é composta por partes e cada uma dessas partes traz uma ideia muito 
importante: a primeira parte é de que um texto precisa do seu contexto para fazer 
sentido, por ele não ser um aglomerado de frases, cada frase está ligada à outra; 
e outro fator é de que ele está ligado a um debate mais amplo. 
12
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
Então, a primeira defi nição de um texto é de que ele precisa ser analisado 
em sua totalidade e essa totalidade é dotada de sentido, o que pressupõe que 
é necessário ao leitor analisar o texto como um todo, analisar o seu contexto, a 
relação que cada frase tem entre si, para assim atribuir sentido ao texto.
Alguns tipos de textos possuem começo, de modo a se apresentar esse 
texto, um meio, o desenrolar dessas ideias, e possuem um fi m, excetuando-
se, por exemplo, gêneros, como receitas, bulas, manuais, que não possuem 
necessariamente início ou fi m. 
Além disso, todo texto foi produzido por uma pessoa, que está num 
determinado local, num determinado país, cidade, Estado, que tem as suas 
culturas, as suas questões sociais etc. Se essa mesma pessoa estivesse em 
outro local, numa outra cultura, talvez esse texto seria completamente diferente, 
ou seja, se essa pessoa tivesse nascido há 500 anos, ela escreveria um texto 
diferente, ela trataria até de temas e questões diferentes ou os abordaria de 
maneiras diferentes.
O texto seria então a concretização deste discurso por meio de uma 
linguagem. Essa linguagem pode ser pictórica (por meio da pintura). Uma pintura 
transmite algum sentido, se ela for capaz de transmitir sentido dentro de um todo 
signifi cativo, então essa pintura também pode ser considerada um texto, assim 
como um gesto também pode ser um texto. Esse processo de comunicação, da 
fala, também é texto. 
A música é um tipo de linguagem, o que pressupõe que é possível se ter um 
texto musical, ou seja, ela transmite uma mensagem por meio da combinação 
de notas musicais, às vezes, de vários instrumentos; uma orquestra executa um 
discurso musical. 
A arquitetura também possui um discurso que marca determinada época. 
Um conjunto de arquitetos, por exemplo, que tenha traços comuns e que são 
coerentes com a cultura de determinada época. Portanto, tudo aquilo que 
representa algo, que é capaz de transmitir signifi cado, informação é um texto.
Como ler uma imagem? Por exemplo, uma charge, uma tirinha, o que é 
importante na leitura destes textos? Na charge, o leitor vai ler o texto escrito e vai 
relacioná-lo com a imagem, com a aparência dos personagens, com os elementos 
que compõem a imagem. Todos os elementos fazem parte dessa leitura.
Além disso, é possível citar a fotografi a, que também possui um discurso, ou 
seja, trata-se de um texto sem palavras, com uma imagem congelada, grafada. O 
cinema também é um tipo de texto. Na realidade, o cinema agrega um conjunto de 
13
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
outros textos, como a fotografi a em movimento e a literatura, que é um conjunto 
de falas das personagens, portanto, um conjunto de textos numa linguagem 
cinematográfi ca.
Na leitura de uma tirinha, por exemplo, as imagens devem ser lidas e também 
é necessário observar aquele personagem, como está a posição do rosto, boca, 
olhos, a posição dos braços, mãos etc. Tudo isso compreende a leitura do todo 
para que seja possível realmente compreender aquele texto e chegar a uma 
conclusão. 
A partir da interpretação da imagem é que o leitor chegará a uma conclusão. 
Portanto, corroborando o exposto, um texto não é um amontoado de palavras 
ou um amontoado de imagens, ele precisa representar algo, tem que dizer uma 
ideia. 
Além disso, o processo de construir um texto depende não somente, mas 
em grandes partes, de algumas estratégias de textualização, ou seja, o que será 
necessário para que o texto seja bem formulado. 
Costumamos chamar essas estratégias de textualização ou fatores de 
textualidade, são as características que o texto precisa apresentar para que 
o leitor produza algum sentido sobre esse texto. São ao todo sete fatores: 
coesão e coerência, intencionalidade, aceitabilidade, intertextualidade, 
situacionalidade e informatividade.
Conforme Bechara (2004), um texto deve ser coeso, ou seja, deve 
possuir uma relação de ligação entre os termos. A coesão textual está 
mais relacionada com a parte estrutural, com a parte física do texto, 
enquanto a coerência está mais ligada às ideias que são apresentadas 
no texto. A coesão também está ligadaà relação de uma palavra com a 
outra, de uma frase com a outra, de um período com o outro ou de um 
parágrafo com o outro.
A coerência diz respeito ao texto inteiro, essa harmonia que as ideias 
precisam apresentar para que o texto possa ser coeso e também coerente. 
São interdependentes, mas podem ser estudadas separadamente e é isso que 
faremos a partir de agora.
Um texto deve ser 
coeso, ou seja, deve 
possuir uma relação 
de ligação entre os 
termos.
14
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
Então, o que é coesão? A palavra ‘coesão’ vem do verbo ‘coser’ 
com ‘s’. Certamente, você conhece o verbo cozer com ‘z’, que 
signifi ca cozinhar. Coser com ‘s’, por outro lado, signifi ca costurar, é 
uma metáfora perfeita porque basicamente é isso que a coesão faz: 
ela une partes do texto de modo a obter um sentido coeso.
Segundo Marcuschi (2008, p. 104), “o conceito de coesão 
textual está relacionado a todos os processos que asseguram uma 
sequencialização linguística entre os elementos que ocorrem na 
superfície textual”.
Existem dois grandes grupos de coesão, os quais trabalharemos agora, 
começando com a coesão referencial. Veja o texto do autor Murilo Rubião (2010):
“Nesta construção não há lugar para os pretensiosos. Não pense em 
terminá-la, João Gaspar. Você morrerá bem antes disso. Nós que estamos 
constituindo o terceiro Conselho da entidade e, como os anteriores, jamais 
alimentamos a vaidade de sermos o último” (O edifício, Murilo Rubião).
A partir dos destaques inseridos no texto, observe a diferença existente entre 
um referencial e outros tipos de coesão.
Ao se analisar a oração “não pense em terminá-la”, esse ‘la’ está fazendo 
referência à palavra construção. Então esse ‘la’ é um referenciador da palavra 
‘construção’, que apareceu antes. 
“Você morrerá bem antes disso”. Esse ‘você’ faz referência ao nome ‘João 
Gaspar’, o nome que apareceu antes.
“Conselho da entidade e, como os anteriores”. Esse termo ‘anteriores’ retoma 
conselho da entidade. Então esse conselho da entidade é o terceiro, por isso ele 
diz ‘os anteriores’, pois está fazendo referência àquele.
“Jamais alimentamos a vaidade de ser o último”. Esse ‘último’ faz referência 
ao conselho, que apareceu antes. Então, quando a gente tem essa coesão que 
se refere a algo que já foi dito no texto, a gente chama isso de coesão anafórica. 
15
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
Todavia, nesse momento é importante que você perceba a relação entre 
esses termos, sejam eles pronomes, palavras sinônimas ou palavras que se 
relacionam ao se referirem a algo que foi dito anteriormente.
Agora, acompanhe os termos destacados:
Nesta construção não há lugar para os pretensiosos. Esse pronome está 
fazendo referência a um termo que vem depois: “construção”. 
“Não pense em terminá-la, João Gaspar”.
Esse verbo destacado faz referência ao João Gaspar, que virá somente 
depois. Então o verbo está fazendo uma referência a um termo que vem depois: 
a coesão catafórica.
Portanto, não importa qual seja o termo, se ele faz referência a alguma coisa 
que foi dita antes ou que vai ser dita ainda, chamamos isso de coesão referencial.
Agora, falaremos da coesão sequencial e como ela se diferencia da 
referencial, que vimos agora.
“Muitos pensam que as crianças de hoje sofrem mais TDAH porque são 
expostas a mais estímulos do que no passado. Concordo, mas elas são também
privadas de uma boa parte de suas obrigações: portanto, só lhes resta se divertir, 
o que é eminentemente ansiógeno” (CALLIGARIS, 2019, s.p.).
Observe os temos destacados:
“Muitos pensam que as crianças de hoje sofrem mais TDAH porque são 
expostas a mais estímulos...”.
Esse porque está destacado, pois está dando sequência ao que se disse 
anteriormente, ele é um termo explicativo, então ele está promovendo a sequência 
entre as orações.
Em seguida, temos:
Concordo, mas elas são também privadas de uma boa parte de suas 
obrigações...”.
16
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
“Mas” apresenta uma ideia de adversidade com o que se disse anteriormente, 
ou seja, o autor diz: concordo e em seguida apresenta um termo que sequenciará 
a adversidade. Então ele diz ‘mas’ para poder fazer essa contraposição. Em 
seguida, ele disse “também”, que ajuda na sequenciação do que ele falou.
Em seguida: “portanto, só lhes resta se divertir, o que é eminentemente 
ansiógeno”. 
Observe que o termo “portanto” destacado está chegando a uma conclusão, 
demonstrando qual é a conclusão que o autor chega a respeito daquilo que ele 
disse anteriormente.
Em seguida, “o que”, que também está destacado, explica o que ele disse 
anteriormente, ou seja, “só lhes resta se divertir”, e a explicação do que é 
divertimento ‘é o que é eminentemente ansiógeno’. Então, ele está dizendo que 
brincar é ansiógeno, ou seja, aumenta a ansiedade da criança. 
Assim, qual é a diferença entre a coesão referencial e a sequencial? 
Na coesão referencial, estamos o tempo todo retomando informações que já 
foram apresentadas ou estamos antecipando informações que ainda serão 
apresentadas. Na sequência, utilizamos termos que encadeiam o discurso.
Então, apresentamos uma oração, em seguida, temos outra oração e, 
para ligar as duas, coloca-se um conectivo, uma expressão ou um mecanismo 
linguístico para fazer a sequenciação de uma oração com a outra.
Além disso, o texto também deve ser coerente, portanto, as ideias ali 
apresentadas devem possuir lógica. A coerência é o que faz um texto ter sentido, 
ela é o elemento que permite que nós façamos uma interpretação da mensagem.
Segundo Koch e Travaglia (1992, p. 10):
Coerência é o que faz com que o texto faça sentido para 
os usuários, devendo, portanto, ser entendida como um 
princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade 
do texto numa situação de comunicação e à capacidade 
que o receptor tem para calcular o sentido deste texto. 
Este sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a 
coerência é global.
17
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
A coerência possui um princípio fundamental que é a não 
contradição. Esse princípio nos ensina que as ideias não podem afi rmar 
uma coisa e depois afi rmar o contrário do que se disse anteriormente. 
No entanto, não confunda isso com o contraste. O contraste é um 
recurso de texto argumentativo. Por exemplo: embora o Brasil seja uma 
grande economia existe ainda muita desigualdade social. 
Esse é um argumento que apresenta um contraste: uma coisa 
muito positiva com uma coisa muito negativa que existem dentro de um 
mesmo elemento, no caso, o nosso país.
A contradição é diferente, ela acontece, por exemplo, quando o autor segue 
uma linha de raciocínio e no fi nal defende algo totalmente contrário do que foi 
apresentado desde o início. Isso implica que um texto coerente não pode ser 
contraditório.
Existem dois tipos básicos de coerência: a coerência externa e a coerência 
interna. A coerência externa diz respeito à relação entre o que está escrito no 
texto e o mundo real, ou seja, o que está posto na mensagem e os fatos do nosso 
cotidiano.
Veremos aqui um exemplo. Imagine essa afi rmação: ‘É natural e correto abrir 
embalagens de alimentos dos mercados e consumi-los dentro do estabelecimento, 
afi nal pagarei por eles’. Isso pode virar uma mentalidade, o que gera atitudes 
antiéticas. Veja a seguinte situação: 
Uma mãe está com a sua fi lha no mercado, a menina está comendo 
salgadinho, que a mãe pegou na prateleira do mercado. De repente, elas ouvem 
uma mensagem no alto-falante da loja:
— É proibido consumir produtos no interior da loja. 
A menina, muito inteligente, diz: 
— Mãe, eu estou fazendo errado, o moço no microfone disse que não pode. 
 A mãe, mais do que depressa, responde:
— Ele não está falando da gente, você pode continuar a comer tranquilamente 
o salgadinho, fi lha.
A questão aqui não é se essa pessoa pagará ou não pela comida, mas a 
existência de uma regra que proíbe o consumode alimentos no interior da loja.
A coerência possui 
um princípio 
fundamental que é 
a não contradição. 
Esse princípio nos 
ensina que as ideias 
não podem afi rmar 
uma coisa e depois 
afi rmar o contrário 
do que se disse 
anteriormente.
18
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
Então, vemos que uma afi rmação incoerente pode gerar mentalidades como 
essa. Assim, percebe-se a importância de se verifi car se uma mensagem está 
coerente com a realidade externa, ou seja, se há uma coerência externa presente 
no texto.
A coerência interna se refere a elementos no interior do texto que 
colaboram para que se mantenha uma sequência lógica. Temos alguns 
processos que fazem parte de uma boa coerência: o primeiro deles 
refere-se à continuidade.
A continuidade é aquilo que proporciona a conexão entre as partes 
de um texto, no entanto, não adianta as partes estarem conectadas se 
as ideias fi carem se repetindo. Daí entra a progressão. Na progressão 
são apresentadas várias ideias que contribuem para a evolução do raciocínio. 
A progressão evita que uma mensagem fi que circulando em torno de uma 
mesma ideia, ou seja, o tema deve ter continuidade, mas um texto deve ter uma 
progressão.
Assim, é possível compreender que a coerência é um dos elementos 
primordiais para se fazer uma boa leitura crítica. Ao verifi car a coerência de uma 
mensagem é possível ver se ela está fundamentada em argumentos sólidos, 
caso não esteja é uma boa oportunidade de se contra-argumentar.
Um texto deve ainda possuir intencionalidade, ou seja, a intenção de quem 
escreve aquele texto. O autor sempre possui um objetivo quando escreve um 
texto e isso é a própria intencionalidade, a razão pela qual se escreveu aquele 
texto. A intencionalidade é muito importante porque ela está presente em todos os 
textos, já que nós sempre escrevemos pretendendo alguma coisa.
Val (1991, p. 11) considera que a intencionalidade “diz respeito ao 
valor ilocutório do discurso, elemento da maior importância no jogo de 
atuação comunicativa”.
Por exemplo, ao fazer um trabalho escolar você tem o objetivo de 
tirar uma nota alta, ou aprender mais sobre aquele conteúdo, ou ao 
construir uma propaganda, você tem o objetivo de convencer alguém a 
comprar o seu produto ou o seu serviço. Por conta disso, questione-se 
sempre que for escrever algo. Fávero e Koch (1998, p. 77) consideram que:
As intenções comunicativas do emissor e do receptor são, na 
maioria das vezes, coincidentes. A intenção unifi cadora do 
autor leva-o a decidir quais as frases que se podem combinar 
de modo adequado em um texto: embora, por vezes, as frases 
singulares não estejam sufi cientemente bem relacionadas ou 
A coerência 
interna se refere 
a elementos no 
interior do texto que 
colaboram para que 
se mantenha uma 
sequência lógica.
A intencionalidade 
“diz respeito ao 
valor ilocutório 
do discurso, 
elemento da maior 
importância no 
jogo de atuação 
comunicativa”.
19
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
pareçam até contradizer-se, uma só frase fi nal da cadeia pode 
deixar claro o tema do conjunto. É neste ponto que entram as 
intenções do receptor, já que este espera que as frases que 
lhe são oferecidas em um texto estejam conectadas de algum 
modo. Cabe ao autor apresentar-lhe o conjunto do texto de 
modo a satisfazer tal expectativa.
Todavia, se a intencionalidade está correlacionada àquele que escreve o 
texto, a aceitabilidade tem a ver com quem lê o texto. A aceitabilidade nada mais 
é do que o movimento do leitor em aceitar ou não o que o autor está escrevendo. 
Ela só acontece quando o leitor desenvolve algum tipo de compreensão sobre o 
que foi escrito. 
Quando lemos um texto com um tema um pouco diferente ou uma 
linguagem muito técnica sobre um assunto que não conhecemos muito, que seja 
estranho a nós, não conseguimos construir um sentido para esse texto. Então, a 
aceitabilidade não é das mais positivas. 
Entretanto, a aceitabilidade não é simplesmente dizer que 
aceitamos ou não um texto, baseado na má ou na boa vontade do 
leitor. Na realidade, para poder aceitar ou rejeitar um texto, o leitor 
precisa considerar o tema, o modo de escrita, além de recorrer aos 
seus conhecimentos sobre a língua, seus conhecimentos de mundo e 
seus conhecimentos sobre a reação do autor e do leitor quando estão 
interagindo com o texto.
O autor não possui controle sobre a aceitabilidade de um texto. É o leitor 
que pode tornar o texto signifi cativo, com base nos seus conhecimentos. Vale 
lembrar que isso depende também do perfi l do leitor e, provavelmente, quem 
adquire determinada obra já pode possuir certa expectativa sobre o conteúdo 
para concordar ou discordar.
Então, depois de analisar esses dois fatores – intencionalidade e 
aceitabilidade – podemos perceber que eles não têm qualquer relação com a 
gramática. Na realidade, eles estão ligados à atitude do autor, em produzir um 
texto, e do leitor, em aceitar ou não a confi guração desse texto, e enquanto 
ele lê, atribuir algum tipo de sentido para o que está sendo dito, ou seja, a 
intencionalidade remete à intenção e a aceitabilidade remete à compreensão e à 
interpretação. 
Já a intertextualidade acontece quando há uma referência implícita ou 
explícita a outro texto pré-existente, ou seja, tem-se um texto que já existe e se 
faz outro texto com referência neste que já existe. Por exemplo, é possível fazer 
uma paráfrase de um poema. Tem um poema já existente e se cria outro poema 
A aceitabilidade não 
é simplesmente 
dizer que aceitamos 
ou não um texto, 
baseado na má ou 
na boa vontade do 
leitor.
20
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
semelhante àquele por meio de uma paráfrase, portanto, ‘uma conversa’ entre 
aquele poema que foi feito e o poema pré-existente. Pode ser uma conversa 
explícita ou implícita, entendendo essa ‘conversa’ como referência. 
Nesse sentido, a intertextualidade sempre parte de um texto já existente, 
fazendo referência direta ou indireta a esse texto. Isso pode ocorrer frequentemente 
em músicas, quadros, charges e tiras, tendo referências implícitas e explícitas de 
textos que já existem, ou ainda, a situações que já existem.
Então, quando uma pessoa tem difi culdade para entender uma tira ou uma 
charge, isso pode estar relacionado à falta de leitura, não percebendo que esteja 
fazendo referência a um texto pré-existente ou a uma situação que já tenha 
ocorrido. 
A partir dessa compreensão, a intertextualidade pode ser tanto de forma 
escrita como em forma de desenho. Pode estar correlacionada à linguagem 
verbal, com palavras, ou não verbal, através das imagens. A intertextualidade só 
será bem compreendida se a pessoa estiver por dentro dos acontecimentos, a 
partir de sua realidade.
A intertextualidade pode ocorrer afi rmando as mesmas ideias de uma obra 
já citada ou ainda contestando. Por exemplo, quando elaboramos uma poesia 
podemos reafi rmar o que já está dito na poesia-base, ou ainda, ao invés de 
reafi rmar é possível ir contra, contestando aquela poesia-base. Assim, por meio 
da intertextualidade é possível criar um texto semelhante, porém diferente do 
texto-base. 
Já a situacionalidade textual pressupõe que qualquer situação que 
o escritor se encontre infl uenciará profunda, direta e objetivamente na 
sua forma de escrever. Então, essa interação de situação acontece 
também com o leitor, que se encontra em uma determinada situação 
ao ler.
A noção dessas situações pode contribuir para uma boa leitura 
ou para uma boa escrita. Há situações que nos levam a períodos 
complicados nas nossas vidas e nós usamos esses períodos ou essas 
situações para escrever, por vezes, assuntos mais tristes ou mais 
pensativos, que nos levam a refl exões mais profundas, e existem situações, 
momentos ou circunstâncias que nos encontramos de tal maneira, que nos levam 
a escrever de uma forma mais engraçada, mais leve etc.
A situacionalidade 
textual pressupõe 
que qualquer 
situaçãoque o 
escritor se encontre 
infl uenciará 
profunda, direta 
e objetivamente 
na sua forma de 
escrever.
21
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
Portanto, a situacionalidade é uma circunstância que nos leva a construir os 
nossos textos também de acordo com aquilo que estamos vivendo, bem como 
para o leitor, que receberá aquele texto conforme a situacionalidade que esteja 
vivenciando.
Por sua vez, falar em informatividade pressupõe que nem sempre um 
texto com muitas informações é um texto com informatividade adequada. A 
informatividade está ligada à previsibilidade ou não das informações que estão 
sendo trazidas para um texto. Se aquele que está redigindo um texto traz muitas 
informações, mas todas elas não agregam em nada ao leitor, tudo o que está ali 
escrito são coisas muito simples, que estão no campo do senso comum, para o 
seu leitor este texto é muito previsível. 
Um texto previsível é um texto com um baixo grau de informatividade. O 
grau ideal é o grau médio de informatividade. Trata-se do tipo de texto no qual o 
escritor busca no seu repertório sociocultural e linguístico, dados e informações 
que ele agrega ao seu texto, algo que quebra a expectativa do seu receptor, do 
seu leitor. 
Esse grau de informatividade é imprevisível devido à forma como a pessoa 
redigirá a sua redação e surpreende o seu leitor. Ele traz sufi ciências de dados. 
Então, se ele traz uma citação, ele fala de onde aquela citação foi retirada e acaba 
coordenando, conectando as partes de seu texto, de modo a deixar aquele texto 
com grau médio de informatividade.
O grau alto de informatividade é aquele que o leitor precisa fazer um esforço 
mental muito grande para compreender aquele texto. Assim, quando uma pessoa 
pega um texto com um vocabulário muito difícil, muito rebuscado, a tendência é 
de que ela menospreze aquele texto, deixe de lado, não termine a leitura.
O mesmo ocorre quando temos um texto com grau alto de informatividade. 
Esse texto é ideal para um público específi co, um público muito seleto. O que 
todos nós esperamos encontrar em textos jornalísticos, em diferentes mídias, são 
aquelas produções textuais que estão de acordo com a compreensão da maioria. 
Então, em um jornal que se lê, o grau de informatividade é médio porque 
as palavras são ali trabalhadas com um índice de autoria, porém são de fácil 
compreensão. De tal modo, é por meio da intertextualidade que o escritor conferirá 
ao seu texto um grau médio de informatividade. Assim, todas as vezes em que se 
recorre a essas outras vivências, a essas outras leituras, conseguindo conectá-
las no texto corretamente, essa pessoa ‘quebra’ a expectativa de seu leitor e traz 
um texto imprevisível.
22
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
1 Falar em coesão e coerência implica diretamente no texto, ou 
seja, coesão e coerência textual sempre caminham juntas para 
que se tenha um bom texto, bem organizado, claro e objetivo. 
Perante esse fundamento, descreva o que seria um texto coeso e 
o que seria um texto coerente.
 R.:_________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________.
2.2 TEXTO E CONTEXTO: TEXTO 
ORAL E TEXTO ESCRITO 
Todo texto é formado de sentido, de um todo signifi cativo, de um elemento 
que transmite algum tipo de interpretação. Então, se por acaso houver um texto, 
qualquer que seja ele, verbal ou não verbal, e esse texto for capaz de transmitir um 
sentido, um signifi cado, logo, ele é um texto. Portanto, tudo aquilo que representa 
algo, que é capaz de transmitir signifi cado, transmitir informação é um texto. 
Importa salientar que todo texto é formado de partes solidárias que acabam 
contribuindo na formação desse sentido. A exemplo de um texto escrito é possível 
imaginar um texto constituído, um artigo qualquer disposto em parágrafos. Esses 
parágrafos vão se somando solidariamente a partir de um ponto signifi cativo. 
Portanto, essas partes chamadas de parágrafos devem estabelecer entre elas 
uma relação solidária, ou seja, juntas formam um sentido completo.
Uma pintura também pode apresentar esse tipo de situação. Afi nal de 
contas, uma pintura é feita por vários elementos imagéticos, que são dispostos 
num quadro no decorrer da pintura, entre eles se tem a união de elementos, que 
são partes (solidárias) e assim formam um todo signifi cativo, com a intenção do 
autor em transmitir algum tipo de mensagem.
23
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
Segundo Bakhtin (1992, p. 162), “o texto só ganha vida em contato com outro 
texto (com contexto)”. 
Já o contexto faz parte do ambiente onde esse texto foi escrito. O contexto 
também pode ser compreendido como aquilo que está além do texto, aquilo que 
se percebe na produção de um texto, assim, é necessário levar em consideração 
que esse dado texto foi produzido diante de um contexto, que é um conjunto 
muito maior, muito mais amplo, em que se insere um conjunto bem menor, que é 
o texto.
A delimitação temporal e espacial nada mais é do que o próprio contexto. 
Então, o texto surge a partir de um momento histórico, a partir de preceitos, de 
visões de mundo e essa visão de mundo é um contexto. Em outras palavras, 
contexto é aquilo que pode justifi car a produção de um texto. É a fundamentação, 
um embasamento para que seja possível compreender o que se entende por 
texto.
Um contexto pode ser implícito ou explícito. Toda vez que um contexto for 
implícito, implica naquilo que está internalizado. Todo contexto implícito é aquele 
contexto mais difícil de ser compreendido, difícil de ser analisado. Enquanto que 
todo contexto explícito é aquele fácil de ser analisado, fácil de ser observado.
Por exemplo, um contexto explícito signifi ca que ao se ler um texto, ao se ter 
um contexto muito explícito, é possível perceber neste texto marcas da situação 
pela qual ela foi criada rapidamente, ou seja, tem-se intimidade com esse 
contexto. A questão do futebol, por exemplo, é muito clara para os brasileiros, 
tendo em vista que esse é o tipo de contexto em que o brasileiro nasce, com a 
infl uência direta no futebol, com tantos comentários que existem explicitamente 
sobre o assunto. 
Enquanto num outro esporte, como o beisebol, por exemplo, um 
brasileiro não compreende com a mesma dimensão. Logo, para um 
brasileiro, isso tudo é pouco claro, pouco relevante ou pouco explícito, 
ou seja, implícito.
Outro conceito importante é que o texto é difundido por diversos 
códigos, por diversos instrumentos de comunicação. O texto pode ser 
gestual, pictórico, verbal ou não verbal. Enfi m, existem diversas formas 
de transmissão de sentido por meio de um texto.
O texto tem um discurso produzido por um sujeito. Se o discurso é 
produzido por um sujeito e o texto é obra desse sujeito, isso indica que 
esse texto é carregado de elementos que fazem parte da construção e 
O texto é 
difundido por 
diversos códigos, 
por diversos 
instrumentos de 
comunicação. 
O texto pode 
ser gestual, 
pictórico, verbal 
ou não verbal. 
Enfi m, existem 
diversas formas 
de transmissão de 
sentido por meio de 
um texto.
24
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
da estruturação daquele indivíduo. Então esse indivíduo construirá o texto a partir 
da sua visão de mundo. 
Portanto, ao se ler um texto histórico, um texto muito mais antigo, 
suponhamos que tenha sido escrito anos atrás e que esse texto seja de ordem 
religiosa ou de ordem ideológica, qualquer que seja o seu assunto, é possível 
observar que o texto será permeado por preconceitos, de receios, de medos e 
temores, desentimentos que acabavam afetando o escritor desse período.
Por isso, ao olhar um texto antigo, a primeira coisa a se deparar é com a 
tentativa de que o leitor se livre dessa capa de preconceito dada da nossa época. 
É necessário ler aquele texto tendo a noção de que foi produzido e carregado de 
valores daquela época, não pelos nossos valores.
Muitas vezes, podemos nos deparar com textos ideológicos, por exemplo, 
machistas, patriarcais, excludentes da mulher na sociedade, e se esses textos 
foram escritos há 100 anos, será que realmente eles tinham esse conteúdo 
machista? Será que esse ideal machista era debatido naquela época? Então, há 
de se questionar esses parâmetros também, de modo a considerar que à época 
vigorava uma moral diferente, costumes específi cos. O que implica que o contexto 
histórico infl uenciará a produção de ideias de um texto.
Em outras palavras, ao se analisar um texto de 200 anos atrás, por exemplo, 
que trata de um conteúdo extremamente machista, para o leitor de agora, esse 
texto pode ser considerado machista, mas para a época em que ele foi produzido 
não, pois ele foi construído por um autor, de acordo com os seus receios, com 
as ideologias, com os temores e com os elementos que permeavam a cultura 
daquela época. Então, é importante ter esse cuidado em julgar as pessoas ou 
os textos. Antes é necessário estar consciente de que existem esses fatores 
determinantes para a construção de um texto.
Qualquer pessoa, quando produz um texto, elabora esse texto a partir de 
uma ideia própria, de valores próprios, portanto, é possível considerar que um 
texto nada mais é do que um elemento, um fator histórico.
Uma parte do texto só tem um sentido completo quando confrontada com 
outras partes. Esse confronto, essa comparação, ou ainda, esse momento de se 
analisar a parte como um todo é chamado de contexto.
A interpretação de um texto deve levar em consideração o contexto. 
Interpretar um texto é olhar esse texto como um todo, dentro do que foi dito e do 
que está implícito, ou seja, dentro do que não está dito. O contexto deve então 
ser compreendido como a soma de todas as partes, ou ainda, como a articulação 
25
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
semântica, a articulação de sentido que cada parte exerce uma sobre a outra 
dentro de um texto.
Um texto pode ainda ser considerado como uma manifestação linguística, na 
modalidade oral ou escrita, cujo papel é o de transmitir signifi cados em situações 
específi cas. Os textos ocorrem com palavras ou expressões, dentro de uma 
modalidade oral ou escrita.
A modalidade oral se dá através de textos orais, através de entrevistas e 
dos próprios diálogos. Conforme Geraldi (1984, p. 44), o estudo da oralidade se 
constitui em: 
Tentar detectar os compromissos que se criam por meio da fala e as 
condições que devem ser preenchidas por um falante para falar de certa forma em 
determinada situação concreta de interação. [...] é muito mais importante estudar 
as relações que se constituam entre os sujeitos nos momentos em que falam do 
que simplesmente estabelecer classifi cação e dominar os tipos de sentenças.
Já as manifestações escritas ocorrem de formas diversas. Normalmente, as 
mais conhecidas são por cartas, e-mails, receitas, entre vários outros tipos de 
textos.
Escrita e fala têm papéis diferentes na sociedade e isso leva à valorização da 
escrita ou à valorização da fala. Marcuschi (2010, p. 25) destaca a distinção entre 
fala e escrita da seguinte forma:
A fala seria uma forma de produção textual-discursiva para fi ns comunicativos 
na modalidade oral (situa-se no plano da oralidade, portanto) sem a necessidade 
de uma tecnologia além do aparato disponível pelo próprio ser humano. A escrita 
seria um modo de produção textual-discursiva para fi ns comunicativos com certas 
especifi cidades materiais e se caracteriza por sua constituição gráfi ca, embora 
envolva também recursos de ordem pictórica, entre outros.
Há também tipos de texto que ocorrem a partir de uma situação específi ca, 
dentro de um contexto específi co para que eles possam ser entendidos.
Além disso, como exposto, um texto precisa de uma organização textual 
coesa e coerente. Em segundo lugar, uma boa estruturação dissertativa deve 
possuir uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão.
O desenvolvimento é a maior parte da redação, nele deverão ser discutidos 
os argumentos apresentados na introdução. Obviamente, existem várias maneiras 
de se desenvolver uma redação, mas basicamente é possível dizer que na 
26
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
introdução, que será um ou dois parágrafos, se colocará a tese, ou seja, o tema 
que está sendo pedido para, a partir daí, inserir os argumentos, e a conclusão, 
que são as consequências ou as principais considerações daquele problema 
exposto.
No desenvolvimento desse tipo textual é possível trazer os prós e contras 
daquele assunto a ser tratado, elencando os pontos positivos e negativos. 
É importante também a objetividade no texto dissertativo, todavia, ela não é 
necessária em todo o texto escrito. Há jornalismos de opinião, por exemplo, que 
não pressupõem essa necessidade. 
Já na conclusão é importante que seja feita a síntese de tudo o que foi 
apresentado, mas não acrescentar ideias novas, também é importante propor 
soluções. 
Por outro lado, imagine que você seja um chef de cozinha e que você 
precisa estruturar um texto de uma receita culinária. A estruturação de introdução, 
desenvolvimento e conclusão não nos parece adequada para uma receita 
culinária, não é mesmo?
Outro ponto importante é que para um texto ser considerado de 
tal forma, ele precisa possuir um nível de linguagem adequado a uma 
situação social específi ca. Por exemplo, imagine o caso da receita 
culinária. Será que você colocaria: você poderia, por gentileza, quebrar 
os ovos em uma tigela de porcelana chinesa? Não nos parece muito 
adequada essa frase, não é mesmo? Portanto, atentar-se à linguagem 
a ser utilizada em cada tipo de texto é fundamental para uma boa 
escrita.
2.3 MODALIDADE FORMAL E 
INFORMAL DA ESCRITA 
Ao se refl etir as múltiplas fi nalidades da escrita na sociedade hoje é possível 
evidenciar que alguns dos corriqueiros usos da linguagem escrita são, por 
exemplo: uma lista de compras, lembretes que se escreve quase todos os dias, 
avisos, cartas para amigos, e-mails, blogs na internet, documentos em geral, 
atestado de cartório, registro de todo tipo, leis, contas, multas etc.
Atentar-se à 
linguagem a ser 
utilizada em cada 
tipo de texto é 
fundamental para 
uma boa escrita.
27
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
Há também usos não corriqueiros da linguagem escrita. A escrita cotidiana 
e a escrita acadêmica são tipos de escrita que pressupõem tipo de leitor e 
procedimentos de leitura também diferentes. Esses tipos de leitores e esses 
procedimentos de leitura diferenciados também levam a procedimentos de 
construção de sentidos diferentes entre si. 
Essa diversidade de textos e de motivações pela leitura, entretanto, não 
impede certa regularidade nesses textos, não impede que se perceba que há 
alguns agrupamentos possíveis, algumas tipifi cações, rótulos que são passíveis 
de serem usados para descrever algumas tendências discursivas.
A postura de leitor também muda quando se assiste a uma tv ou se lê um 
jornal. A leitura ou a maneira de ler, o foco que se vai dar ou o tipo de percepção 
que se tem do texto se ajusta ao contexto de leitura. De tal modo é possível dizer 
que existem dois tipos de linguagem: a linguagem formal e a linguagem informal. 
A linguagem formal é aquela em que se utilizam as regras gramaticais.
Quando uma pessoa fala, utiliza regras específi cas da linguagem. Por 
exemplo, ela pode usar em sua fala vícios de linguagem. Nesse sentido, é 
importante ter em mente que as regras da fala e da escrita são distintas.
Portanto, entendendo que no texto deve ser aplicadaa modalidade formal da 
escrita, é necessário compreender que na escrita não se deve usar a modalidade 
informal. Nesse sentido, a modalidade formal da escrita nada mais é do que se 
aplicar no texto as regras gramaticais de uma língua, com foco na concordância 
nominal e verbal, regência nominal e verbal, pontuação, fl exão de nomes e 
verbos, grafi a das palavras e divisão silábica.
Isso pressupõe que não é possível inserir em um texto expressões como 
‘aí’, para dar ideia de continuidade. Por exemplo, se a pessoa quer escrever: 
“você fará tal coisa”, ela não escreverá ‘vc’, mas, sim, ‘você’, haja vista que na 
modalidade formal as regras gramaticais devem estar presentes no texto. Na 
modalidade informal ou linguagem informal é possível ter maior liberdade e não 
há tantas regras a serem seguidas.
É muito comum em redações os vícios de linguagem. Esses vícios se devem 
principalmente pela tentativa de se aplicar na redação regras da fala e isso 
diz respeito a colocar na redação marcas de oralidade e formas de escrita do 
‘internetês’, que é uma forma simplifi cada e informal que surgiu no ambiente da 
internet. Sua principal função é conferir o dinamismo entre as conversas, para 
isso, inventa-se uma sintaxe diferenciada, ignorando as regras ortográfi cas e 
também abusando dos emoticons, que servem para produzir símbolos à maneira 
como nos sentimos, já que a escrita não conta com os mesmos recursos de 
expressividade disponíveis na oralidade.
28
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
FIGURA 1 – SEM MEDO DO INTERNETÊS
FONTE: <https://www.amazon.com.br/Sem-Medo-Internetes-
V%C3%A1rios-Autores/dp/8574974463>. Acesso em: 6 maio 2021.
BISOGNIN, T. R. Sem medo do internetês. Porto Alegre: Age, 2009.
A obra é um ensaio fundamental para a compreensão do que é o 
internetês e sintetiza a forma como se dá a escrita dos jovens no meio 
digital. Trata-se de um estudo realizado a nível de pós-graduação 
para compreender as mudanças da língua na contemporaneidade.
Temos também os atos acrônicos. Exemplos, como ‘rs’ (risos); ‘blz’ (beleza); 
‘thanks’ (obrigado), além de algumas abreviações como: ‘qdo’ (quando); ‘tbm’ 
(também); ‘vc’ (você); ‘tdo’ (tudo). Há também algumas ortografi as adaptadas 
como: ‘kdê’ (cadê); ‘axo’ (acho); naum (não) e ‘eh’ (é).
A língua sofre uma constante metamorfose e o ‘internetês’ é um tipo de 
metamorfose da língua, mas por que isso acontece?
A língua se transforma através do tempo e é de acordo com o seu falante 
que vamos construindo a nossa língua. Assim, com o passar do tempo, todos 
os nossos antepassados foram transformando a língua e nós hoje somos 
responsáveis em transformá-la também.
Essa transformação da linguagem do ‘internetês’ acontece naturalmente. 
Todavia, o ‘internetês’ tem um lugar adequado para ser utilizado, que é na internet. 
29
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
O ‘internetês’ surgiu por uma noção de dinamicidade da língua e velocidade 
de comunicação. É para isso que existe o ‘internetês’, portanto, para agilizar a 
comunicação e a escrita. 
É importante perceber que todas as escritas são baseadas na norma padrão, 
assim, não é possível abandonar a norma padrão, pois o ‘internetês’ só deve ser 
utilizado informalmente, para auxiliar a velocidade da comunicação. 
Outro erro recorrente diz respeito ao que alguns autores consideram como 
‘pedantismo lexical’. Isso diz respeito a não saber o conceito de uma palavra 
de uso pouco recorrente, mas a pessoa a traz para o seu texto simplesmente 
porque considera uma palavra bonita. No entanto, se a pessoa não compreende 
o seu conceito e não sabe usá-la de modo formal, ela acaba cometendo erros e 
apresentando um vício de linguagem.
Por sua vez, quando falamos em ‘seleção lexical’, isso implica selecionar 
as palavras adequadamente. Léxico é palavra, então selecionar as palavras 
para pensar no texto que você vai produzir. Pensando nisso, a seleção lexical 
é muito importante para que se possa ter uma boa estruturação do texto. Melhor 
ainda, para que se possa passar adequadamente toda a informação pensada em 
construir, portanto, tudo aquilo que se pretende passar para o seu texto.
Seleção lexical é usar um vocabulário muito adequado para aquela 
informação que se quer atingir e para quem você quer atingir. Se a pretensão for 
atingir um público um pouco mais novo é possível pensar numa seleção lexical 
um pouco mais simples. Se o público é um pouco mais velho é possível pensar 
numa seleção um pouco mais ampla.
Então, o vocabulário, o uso das palavras para que a construção desse 
texto tenha o impacto que se quer ter nas pessoas que se pretende atingir, é 
essencial para a construção de qualquer texto. Se estamos falando de construção 
de textos, construção de ideias, estamos falando do pensamento crítico, porque 
pensar criticamente é transmitir aquilo que se quer pensar, ou melhor, aquilo que 
se quer apresentar para as pessoas que vão ler o seu texto ou até mesmo que 
vão te ouvir.
Pensar em seleção lexical também impacta na oralidade. Quando temos, por 
exemplo, uma palestra para dar, dependendo do ambiente em que se estiver, se 
é uma universidade ou se é apenas dentro de um colégio, ou onde quer que seja, 
é preciso pensar nas palavras que vão ser utilizadas. Por isso, a seleção lexical 
é a base para um bom pensamento crítico, base para a construção da informação 
que vai chegar até as pessoas que vão ouvir. 
30
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
O léxico tem a ver com o vocabulário, o conjunto de palavras de uma língua, 
mudando de língua para língua. Por exemplo, a língua portuguesa possui palavras 
que a língua inglesa não tem, como a palavra ‘saudade’. A junção de palavras que 
formam um sentido faz o texto. Seja ele escrito, seja ele falado, o texto possui 
sempre uma intenção, que perpassará a escolha das palavras.
Utilizaremos a seguinte frase como exemplo: ‘o menino passou correndo 
por aqui’. Se usarmos a mesma frase, mas substituindo a palavra ‘menino’ por 
‘moleque’: ‘o moleque passou correndo por aqui’, temos intenções diferentes. A 
palavra ‘menino’ é muito mais neutra, enquanto a palavra ‘moleque’ é muito mais 
‘pejorativa’. Em outras regiões, podemos usar palavras diferentes, como ‘piá’ e 
‘guri’.
Outro ponto que infl uencia na intenção: se usamos um tom de voz mais 
agressivo, mais alto, temos uma intenção, por outro lado, se usamos um tom mais 
calmo, mais tranquilo, temos outra intenção.
O local também infl uencia. Se estamos conversando entre amigos, utilizamos 
uma linguagem mais simples, mais comum. Agora, se estamos indo para uma 
entrevista de emprego ou se vamos dar uma palestra, por exemplo, é preciso 
fazer uso da norma padrão. Então, precisamos escolher o nosso vocabulário de 
acordo com o local. É preciso observar sempre o que está sendo dito, como e 
onde se diz.
O desenvolvimento da competência lexical é importantíssimo para a 
competência discursiva, ou seja, a partir do momento em que entendemos as 
palavras e o léxico é possível conseguir entender o mundo e os discursos à nossa 
volta, ou seja, os textos colocados em prática.
Conforme Karwoski, Gaydeczka e Brito (2008), é preciso 
compreender o que está a nossa volta, compreender o gênero 
pedido, por exemplo, e aí produzi-lo. Então, o desenvolvimento dessa 
competência discursiva também auxilia numa melhor compreensão e 
interpretação textual, observando o que o enunciado nos traz e o que 
concluímos a partir daquele texto ou daquele enunciado.
É importante também pensar que essa é uma ação metalinguística. Olhamos 
para a língua e refl etimos sobre ela, olhamos para o código e refl etimos sobre ele. 
Isso é uma ação metalinguística. 
Se analisarmos, por exemplo, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) 
de 2014, ele tende a mostrar a importância da escolha lexical. O tema era 
‘Publicidade Infantil em questão no Brasil’. Muitos candidatos fi zeram a redação 
É preciso 
compreender o 
que está a nossa 
volta, compreender 
ogênero pedido, 
por exemplo, e aí 
produzi-lo.
31
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
do ENEM sem observar os textos motivadores e algumas das palavras-chave que 
estes textos traziam eram importantíssimas.
Por exemplo, o primeiro texto motivador tinha como título: ‘A publicidade 
para crianças no mundo’ e o que a maioria dos candidatos naquele ano fez foi 
escrever sobre a publicidade com crianças, ou seja, a publicidade para crianças e 
a publicidade com crianças são dois textos completamente diferentes. 
Tem-se uma palavra ali que é uma preposição, mas que pode mudar toda a 
intenção do texto, ou seja, o léxico é importantíssimo, principalmente nas provas 
e concursos de vestibulares, por exemplo, porque o léxico (as palavras) da frase-
tema ajuda a compreender a temática.
Se olhamos, por exemplo, para a publicidade infantil e se falamos apenas de 
publicidade infantil ou de publicidade em geral, estaremos falando do assunto, se 
focamos em publicidade infantil para crianças, estaremos falando do tema. 
É necessário que na escrita se apresente a precisão vocabular, o que não 
diz respeito ao uso de palavras difíceis, mas a escolha de certas palavras para 
defender bem um ponto de vista. Se a pessoa utiliza uma palavra de difícil 
compreensão na modalidade formal, ela pode confundir o seu leitor no que diz 
respeito à apresentação do seu ponto de vista.
O impacto que as palavras podem gerar em um texto dependerá também 
da intenção do autor daquele texto. É possível trazer subjetividade, diferentes 
valores e ideologias para o texto. 
A piada é outro exemplo. Às vezes consideramos que algumas pessoas 
têm um ‘dom’ maior para contar piadas do que outras, mas na realidade essas 
pessoas acabam utilizando-se das palavras certas dentro da piada, deixando-a 
mais divertida, elas sabem o tipo de palavra que devem usar para tornar aquele 
texto mais engraçado para quem está ouvindo. Ou, ainda, uma notícia. Se vamos 
reelaborar uma realidade, se vemos um acidente e vamos contá-lo a partir de um 
ponto de vista e a pessoa que estava do outro lado da rua vai contar do ponto de 
vista dela, a escolha lexical também dependerá disso. 
É possível planejar os textos pensando em quem vai recebê-los. Se criamos 
propaganda devemos pensar em palavras específi cas para determinado público-
alvo. Se for uma propaganda destinada a um público mais jovem é possível 
pensar em fatores, como as cores daquela propaganda, as palavras que serão 
utilizadas etc.
32
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
Muitos textos trazem palavras que vão adquirir signifi cado dentro daquele 
texto. Por exemplo, se criamos uma palavra dentro do texto, ela vai adquirir 
signifi cado dentro daquele texto específi co. É possível melhorar o texto 
selecionando melhor as palavras.
Em um concurso público ou uma prova de vestibular, por exemplo, é possível 
fazer uso de palavras que sejam mais expressivas, que tragam um signifi cado 
maior àquele texto. É possível deixar um pouco de lado a língua que utilizamos no 
dia a dia e escolher palavras com mais signifi cado.
É possível também olhar para o gênero textual e fazer essa escolha a 
partir do gênero pessoal. Se a pessoa fi zer uma dissertação argumentativa, por 
exemplo, deve aprofundar, é preciso convencer aquele leitor, ou seja, fazer uso de 
palavras que tragam opinião e que convençam a pessoa que esteja lendo aquele 
texto de que o que está sendo dito é verdade, a partir daí também estaremos 
fazendo com que aquele leitor concorde cada vez mais com o texto.
Ao se observar, por exemplo, um texto que tenha a intenção de vender, ele 
também selecionará as melhores palavras, escolherá frases pensando no efeito 
que elas terão sobre aquele leitor.
A partir do momento em que internalizamos a escrita, externalizamos o 
pensamento, ou seja, a partir do momento em que pensamos nos processos 
necessários para a escrita, conseguimos externalizar o que está dentro da nossa 
cabeça. O pensamento é algo que não tem uma ordem. Podemos observar várias 
coisas ao mesmo tempo, quando uma pessoa consegue colocar em ordem o 
seu pensamento, ela faz isso através da escrita, pensar nesse processo, pensar 
nas palavras que foram parte daquele texto é importantíssimo. Dessa forma, é 
possível avaliar uma realidade de maneira global, é possível observar os vários 
pontos de vista sobre essa realidade.
É possível fazer isso também através do pensamento crítico que decorre 
dessa escolha lexical, é possível resolver problemas com mais efi ciência, ter 
menos obstáculos no dia a dia, porque se a pessoa dispõe de um conhecimento 
lexical bom é possível que ela entenda melhor a realidade a sua volta. Se ela 
observa uma propaganda, por exemplo, consegue identifi car melhor as palavras. 
Ainda, se possui um bom conhecimento léxico da língua, ao ler um texto, por mais 
que ela não saiba o signifi cado de todas as palavras, é possível que consiga olhar 
para o contexto e entender o signifi cado de algumas palavras.
Portanto, as pessoas que sabem fazer boas escolhas lexicais têm esse 
diferencial de compreender o contexto de um modo mais complexo e enxergar 
33
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
possibilidades, de interpretar melhor o mundo a sua volta porque têm um 
conhecimento maior também com relação ao léxico.
Obviamente é possível adquirir essa habilidade e compreender cada vez 
mais o léxico. O fato de ser curioso, por exemplo, de ler diferentes textos com os 
quais a pessoa não esteja acostumada etc. Isso possibilita expandir horizontes e 
fugir também de um lugar de conforto. Isso fará com que ela expanda o seu léxico, 
a sua capacidade lexical, expandindo, também, a sua capacidade discursiva.
Há também a questão do ‘gerundismo’, que se caracteriza sobretudo pela 
conjugação verbal composta em uma situação desnecessária. Ex.: vou estar 
transferindo sua ligação. No entanto, nem toda construção com gerúndio é 
gerundismo. É possível a utilização de gerúndios em um texto, ou seja, utilizar 
alguns verbos com a terminação ‘ndo’ para dar a ideia de continuidade, mas deve 
ser evitado o seu uso excessivo. Assim, se a redação tem que ser objetiva é 
necessário evitar os gerundismos. 
1 A língua é um código verbal que possui regras comuns aos 
falantes de uma mesma comunidade, como em nosso caso, em 
que temos a língua portuguesa como o nosso código e seguimos 
determinadas regras impostas pela língua portuguesa para 
nos comunicar. Sobre as diferenciações entre a língua falada 
e a língua escrita, analise as questões a seguir e assinale a 
alternativa CORRETA.
a) A língua permanece a mesma no decorrer dos tempos.
b) As marcas de oralidade devem ser excluídas do texto escrito 
formal.
c) Na modalidade informal, as regras gramaticais devem estar 
presentes no texto.
d) Concordância nominal e verbal são muito comuns na linguagem 
do internetês.
34
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
3 TEXTOS: TIPOS, DISCURSO E 
GÊNEROS 
Na linguística é feita uma distinção na produção textual entre o que é tipo 
de texto e gênero textual. As tipologias textuais podem ser compreendidas como 
certas sequências discursivas, escolhas lexicais, alguns tipos de verbos e tempos 
verbais que determinam certas textualidades.
Os tipos textuais se relacionam a uma estrutura fi xa do texto. Então, quando 
se fala que um texto possui certo tipo é porque ele tem uma estrutura fi xa, ou 
seja, ao se olhar para aquele texto é possível identifi car características fi xas. 
Por exemplo: é escrito sempre em primeira pessoa, é escrito sempre em terceira 
pessoa, tem a função de persuadir o outro, tem a função de convencer o outro, 
tem a função de transmitir uma característica, portanto, ele sempre tem a mesma 
função, possuindo uma estrutura fi xa. 
Em outras palavras, o tipo textual pode ser compreendido como a maneira 
como o texto sempre se apresenta para o leitor, a partir de características 
defi nidas. Trata-se de um texto classificado de acordo com a estrutura, o objetivo 
e a fi nalidade que tem para o leitor.
Esses tipos de texto funcionam como uma espécie de matéria-prima para 
a produção dos gêneros, que são de fato os textos que comumente se produz, 
sejam eles textos do cotidiano, editorial, artigo de opinião, conto, crônica, fábula 
etc.
Deste modo, ao se refl etir sobre os tipos textuais, os gramáticos identifi cam 
entre cinco a nove tipos textuais. Os tipos textuais principais podem então ser 
subdivididos basicamente entre texto narrativo, argumentativo, descritivo, 
prescritivo, expositivo, injuntivo e dissertativo.
O texto narrativo normalmente conta com personagens, acontece num 
determinado espaço e tempo, possui um enredo, um clímax e também um 
desfecho. Assim, a narração é um tipo de texto que terá maior presença de 
verbos, porque expressa acontecimentos, fatos e ações.
O texto argumentativo é aquele, em primeiro lugar, que apresenta uma 
tese, um ponto de vista, uma opinião e, em segundo lugar, os argumentos ou 
fundamentos são aqueles pelos quais se chega a uma tese, uma opinião.
35
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
No que tange ao texto descritivo, muitas pessoas confundem o ato de 
escrever com o ato de narrar, esta é uma diferença essencial entre essas duas 
tipologias textuais, porque quando uma pessoa descreve algo, ela está diante de 
uma cena estática, não há ações. Obviamente é possível misturar a descrição 
com a narração. Isso é muito frequente, por exemplo, num romance, num conto, 
em gêneros prioritariamente narrativos.
De modo geral, a descrição é estática, fazendo-se necessário se valer 
de verbos, principalmente no presente, ainda se utiliza de adjetivações para 
caracterizar algum substantivo e modifi car o sentido deste. Assim, o texto 
descritivo é recheado de passagens, seja com objetivos, seja com locuções 
adjetivas ou orações que expressem adjetivos.
Já o texto prescritivo é uma sequência textual que geralmente não aparece 
naquela divisão clássica das tipologias. Alguns autores colocam esse tipo de texto 
no mesmo patamar do texto injuntivo, ou seja, consideram o mesmo tipo. 
Por sua vez, o texto injuntivo é o tipo de texto que transmite uma ordem, ele 
dá instruções. Serve para orientar, prescrever, para ensinar a fazer alguma coisa. 
São exemplos deste tipo de texto: uma receita culinária, um manual de instruções 
etc.
Assim como o texto injuntivo, o texto prescritivo também instrui o leitor 
sobre um procedimento, ele exigirá que o leitor siga determinadas orientações e 
apresentará um caráter de coerção. Para isso, esse tipo de texto utilizará verbos 
no infi nitivo, no imperativo ou ainda verbos no presente do indicativo, sempre 
indeterminando o sujeito. São exemplos: as leis de trânsito, os manuais, os editais 
e a própria Constituição Federal.
O texto expositivo pode se subdividir em argumentativo e informativo 
e visa passar uma informação, trata-se de um tipo textual direto e objetivo. O 
texto expositivo é composto por um título e é dividido em três partes: introdução, 
desenvolvimento e conclusão. A exposição serve para informar seu leitor sobre 
um determinado assunto, ou seja, ele expõe um assunto.
Já a dissertação é um texto argumentativo que serve para convencer o leitor 
de alguma coisa do ponto de vista de quem está escrevendo.
36
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
3.1 DIFERENÇA ENTRE TEXTO E 
DISCURSO 
Existem alguns aspectos do texto que precisam ser observados. Nesse 
sentido, é importante estabelecer a diferença entre texto e discurso. A partir disso, 
tem-se a seguinte defi nição de que discurso é uma corrente de pensamento que 
dialoga com a sociedade.
Uma corrente de pensamento pode ser um grupo de artistas, ou um grupo de 
cientistas, lembrando sempre que precisa ser constituída por um grupo, que deve 
ter um conjunto de ideias comuns e dialogá-las com a sociedade. 
Por sua vez, como exposto, defi nir o que é texto é uma atividade complexa e 
depende muito da abordagem linguística que se segue, mas podemos concordar 
que texto não é um aglomerado de frases prontas.
Como o texto pode ser entendido pelo ponto de vista da análise do discurso? 
Para a análise do discurso, o texto é a porta de entrada para o discurso. É a 
materialidade do texto que permite compreender a materialidade discursiva. 
Nesse sentido, é possível imaginar um iceberg. Aquela parte de cima, que fi ca 
visível na água, imagine que aquilo é o texto, a parte que fi ca submersa, que 
quase ninguém vê, é o discurso. Essa parte oculta do discurso é a parte essencial 
do texto porque é o que dá sustentação ao texto. 
Para a análise do discurso, o texto é a ‘ilusão’ de unidade, que tem início, 
meio e fi m e se sustenta, se ancora na responsabilidade de quem assume o que 
diz, que no caso é o autor. 
Em contrapartida, o discurso é a dispersão entre as várias formações 
discursivas, exatamente por sempre se relacionar a algo já dito, tendo em vista 
que uma pessoa não diz a partir do zero, sendo que para a análise do discurso 
seria uma ilusão achar que alguém é dono do seu dizer.
Por que o discurso é tão instável? Exatamente por estar à deriva dessas 
novas ressignifi cações. O mesmo discurso que signifi ca algo indeterminado (a 
formação discursiva) pode ser deslocado para uma nova formação discursiva e 
signifi car outra coisa, daí a sua instabilidade.
Como exemplo, analisaremos o provérbio ‘é dando que se recebe’. Nesse 
provérbio, a formação discursiva da missa tem essa questão da caridade, de que 
quanto mais se dá se recebe bênçãos. No entanto, se esse discurso for deslocado, 
37
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
por exemplo, para uma nova formação discursiva, como uma formação discursiva 
política e um político diz ao outro ‘é dando que se recebe’, isso pode apresentar 
uma conotação de corrupção, trocas favoráveis a ambos. 
A partir desse exemplo é possível perceber que o discurso é exatamente 
instável por isso, ele pode se ressignifi car a partir dessa troca de formação 
discursiva. Enquanto no texto temos o autor, que é aquele que assume a 
responsabilidade pelo que diz, no discurso não há autores, o que temos são 
posições-sujeitos, que são determinados conforme a formação discursiva em que 
os indivíduos podem se inscrever. 
Outro exemplo é o padre. Dentro dessa formação discursiva religiosa, ele 
assume a posição-sujeito de padre, ele assume essa responsabilidade, essa 
autoria pelo que diz, mas na realidade, todo o seu sermão, toda a sua mensagem 
é baseada no já dito, por meio de tudo o que ele já leu, que ele conhece, seu 
discurso baseia-se na sua formação. Então, a sua mensagem está atrelada aos 
discursos passados. Por isso é comum dizer que o autor está para o texto, assim 
como sujeito está para o discurso. 
É relevante ressaltar que para a análise do discurso, o texto ultrapassa a 
barreira de apenas informar alguma coisa e por mais que possua início, meio 
e fi m, ele não é fechado em si mesmo, como dito, o texto não é apenas um 
aglomerado de frases. 
Se afi rmamos que o texto tem início, meio e fi m, como ele não é fechado 
em si mesmo? O texto quando relacionado ao discurso ganha esse aspecto de 
incompletude e é exatamente por essa condição de incompletude que ele fi ca à 
deriva, ele fi ca aberto às novas possibilidades de sentidos e de interpretações.
Todavia, isso não pressupõe que o texto possa ser interpretado como se 
queira. É preciso ter em mente que o texto tem a sua opacidade signifi cativa, ou 
seja, a partir do momento que uma pessoa está em contato com o texto, ele é 
perpassado por diversos fatores: pela posição do sujeito, ou seja, que posição ele 
está assumindo ao dizer aquele discurso, em que ideologia aquele discurso foi 
construído, em que contexto sócio-histórico-cultural etc. Tudo isso condicionará e 
levará a uma interpretação daquele objeto simbólico que está sendo dito no texto 
e como a pessoa interpretará isso.
Referente à interpretação,ela sempre poderá ser outra, porém, esse 
movimento de interpretação não é totalmente desorganizado e caótico. Há uma 
linha a se seguir, conforme a situação comunicativa ou o contexto em que ele foi 
produzido, portanto, as condições de produção determinarão, dentro das várias 
38
 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
possibilidades de interpretação, como se interpretará da melhor forma possível 
aquele objeto simbólico, o signifi cado daquele texto e o seu sentido.
Portanto, a interpretação pode ser múltipla e variada. Essas possibilidades 
interpretativas dependerão da produção, da reprodução, da recepção e de quem 
receberá essa mensagem. 
Para a análise do discurso, o que interessa é que o texto se organize em sua 
discursividade, ou seja, como o texto se relaciona e se conecta aos discursos em 
que ele está afi liado. Se o texto trata de determinado tema, ela então analisará 
como esse texto está correlacionado à formação discursiva sobre determinado 
assunto.
3.2 TIPOS TEXTUAIS VERSUS
GÊNEROS TEXTUAIS 
É importante compreender as tipologias textuais e os gêneros textuais antes 
de aprender a escrever um texto dissertativo, uma carta argumentativa ou um 
relato. Nesse sentido, as tipologias textuais são diferentes dos gêneros textuais, 
sendo que estes últimos pertencem às tipologias textuais. É como se as tipologias 
textuais fossem grandes grupos e os gêneros textuais fossem pertencentes a 
esses grupos.
Os gêneros textuais possuem características semelhantes. Os gêneros que 
pertencem à tipologia narrar têm características em comum, mas eles não são 
iguais. Por exemplo: uma receita, um manual e uma bula pertencem à mesma 
tipologia textual, mas são diferentes entre si. Se uma pessoa pega uma receita, 
ela é diferente de uma bula de remédio, por exemplo. 
Todos os textos têm fi nalidades sociais, eles possuem um objetivo a ser 
alcançado dentro das nossas vidas. Então, por exemplo, se uma pessoa quer 
fi nalizar um jogo, ela entra no site do YouTube e vê como fi naliza aquele jogo, se 
ela procura por uma instrução, uma orientação ou um passo a passo sobre como 
fazer um brigadeiro, ela procurará por uma receita de brigadeiro, sendo este outro 
gênero textual. 
Ou, ainda, se a pessoa quer começar a assistir a uma série e quer saber 
o que as pessoas pensam sobre essa série antes de começar a assisti-la, ela 
procurará resenhas, por exemplo. Portanto, as pessoas estão a todo tempo em 
contato com os gêneros textuais. 
39
TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
Assim, todos esses gêneros têm uma fi nalidade na vida das pessoas e na 
sociedade. Não se trata de decorar todas as características de cada gênero 
textual, mesmo porque os gêneros textuais são muitos. É preciso, na realidade, 
compreender para que aquele gênero, texto oral ou escrito serve. 
Os gêneros textuais são subgrupos dentro dos tipos textuais. Eles se 
adéquam ao uso que os falantes do idioma e as pessoas que escrevem em 
determinado idioma fazem dele. Eles são mais livres, se adéquam às situações 
cotidianas.
Já os tipos textuais possuem como características estruturas fi xas que ditam 
as regras de todo o restante. Os tipos textuais pressupõem então os aspectos 
sintáticos e lexicais de um texto, suas relações lógicas e seus tempos verbais. 
De acordo com Marcuschi (2004, p. 27), “quando se nomeia um certo texto 
como “narrativo”, “descritivo” ou “argumentativo”, não está nomeando o gênero e 
sim o predomínio de um tipo de sequência de base”.
A intenção de um gênero textual é outra, é uma intenção comunicativa. A 
intenção é transmitir a mensagem ao interlocutor de forma efetiva com foco na 
intenção comunicativa e não nos aspectos estruturais, ou seja, eles possuem 
uma função social específi ca da língua, que é estabelecer a comunicação.
Os gêneros textuais possuem um conjunto limitado de características, 
que são determinadas pelo autor, pelo conteúdo que ele deseja transmitir, pela 
composição e função.
O romance, por exemplo, está dentro do tipo textual narrativo. É possível 
saber que aquele texto se enquadra como um romance porque ele possui 
características comuns com outros romances, só que ele é mais livre, é possível 
criar enredos diferentes, formas diferentes de transmitir uma mensagem de texto, 
tipo de gênero para o leitor etc.
Dentre os exemplos de gêneros textuais, tem-se a receita culinária (tipo 
textual injuntivo/instrutivo), o blog, o e-mail, o telefonema (apresentam variadas 
tipologias textuais, tais como: narrativo, descritivo, dissertativo etc.), a lista 
de compras (tipo textual injuntivo instrucional), a bula de remédio (tipo textual 
injuntivo instrucional), a carta comercial (apresenta variadas tipologias textuais, 
como narrativa, descritiva, argumentativa etc.), carta argumentativa (tipo textual 
argumentativo) etc.
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 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
1 Pense nos seguintes gêneros textuais: uma receita de bolo, uma 
bula de remédio e um manual de instruções. Esses três textos 
possuem formatos diferentes e têm características diferentes, 
tendo em vista que uma receita de bolo é composta por uma lista 
de ingredientes a serem seguidos para se fazer aquela receita, 
uma bula de remédio tem outro formato, aparecem as contra-
indicações, a posologia, o modo de tomar determinado remédio, 
bem como o manual de instruções ensina passo a passo como 
montar, por exemplo, um objeto. Apesar de serem gêneros 
diferentes, eles têm em comum o fato de:
a) Pertencerem ao tipo textual narrativo.
b) Pertencerem a tipo textual expositivo.
c) Pertencerem ao tipo textual injuntivo.
d) Pertencerem ao tipo textual dissertativo.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A partir da refl exão ‘o que é um texto, afi nal?’, percebemos que um texto 
pode ser compreendido como um todo dotado de sentido. Ele possui um início, 
um meio e um fi m e foi produzido por uma pessoa que está num determinado 
local e momento histórico.
Como o texto é um debate social, ou seja, é algo que está inserido dentro 
da sociedade, ele não é algo isolado, não é produto da individualidade exclusiva 
de cada um. O texto foi produzido por alguém que tem questões psicológicas, 
biológicas, sociais, históricas, ideológicas e culturais. 
Logo, esse texto também tem de respeitar a seguinte característica: ele é 
delimitado pelo tempo e pelo espaço em que foi produzido. A seleção de palavras 
adequadas para a produção de um texto é fundamental, pois cada vez que 
escolhemos uma palavra podemos dar um impacto diferente para uma notícia 
e para uma informação. Então, as palavras são extremamente importantes na 
construção do pensamento crítico.
Se usamos uma palavra mais branda queremos que a pessoa tenha 
um pensamento diferente, se usamos uma palavra mais rude, temos outro 
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TEXTO, TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS Capítulo 1 
pensamento construído a partir disso, obviamente que depende da intenção de 
quem produz aquele texto, do público que se pretende atingir e como se pretende 
atingir esse público. 
Nesse sentido, a escolha das palavras, a seleção lexical, fará toda a diferença 
no momento de construção do pensamento de quem vai ler aquele texto. O autor 
é responsável por fazer com que aquela pessoa crie um pensamento a partir 
daquilo que foi escrito e das palavras escolhidas.
Por fi m, tomando como base a discussão sobre gêneros e tipos textuais, 
qual a diferença e fi nalidade destes? Conforme exposto, os gêneros textuais e 
os tipos textuais são diferentes entre si. Os gêneros são subgrupos dentro dos 
tipos textuais. Eles se adéquam ao uso que os falantes do idioma e as pessoas 
que escrevem em determinado idioma fazem dele. Já os tipos textuais possuem 
como características estruturas fi xas que ditam as regras de todo o restante, 
pressupondo os aspectos sintáticos e lexicais de um texto, suas relações lógicas 
e seus tempos verbais.
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 Fundamentos do Texto em Língua IngLesa
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Marxismo e fi losofi a da linguagem.

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