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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

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INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
São terceiros aqueles que não figuram como partes: autores (as pessoas que formulam a pretensão em 
juízo) e réus (aqueles em face de quem tal pretensão é formulada). No entanto, a lei processual admite a 
intervenção, daquele que até então era terceiro e com a intervenção adquire a condição de parte. 
 
Via de regra, somente se admite a intervenção do terceiro quando, em razão do processo em trâmite, sua 
esfera jurídica puder ser atingida pela decisão judicial. Não se admite ingresso de um terceiro 
absolutamente alheio ao processo, cujos interesses não possam, de qualquer maneira, ser afetados pela 
decisão judicial. 
 
Ressalva-se a intervenção do amicus curiae, cujo papel será o de manifestar-se sobre questão jurídica 
relevante, específica ou que possa ter grande repercussão sócial. 
 
São cinco as formas de intervenção expressamente previstas no CPC: 
1) A assistência (simples/adesiva ou litisconsorcial); 
2) A denunciação da lide; 
3) O chamamento ao processo; 
4) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
5) O amicus curiae. 
 
OBS.: O recurso de terceiro prejudicado, que alguns incluem entre as formas de intervenção, não constitui 
forma autônoma, mas uma assistência, na fase ·recursal. 
 
 Voluntária - cabe ao próprio terceiro requerer a intervenção; 
formas de intervenção 
 Provocada – Quando uma das partes requer a intervenção. 
 
Intervenção voluntária: a assistência. 
Intervenção provocada: a denunciação da lide, o chamamento ao processo e o incidente de 
desconsideração da personalidade jurídica. 
 
OBS.: A intervenção do amicus curiae, dadas as suas peculiaridades, pode ser determinada de ofício pelo 
juiz, a requerimento das partes ou por iniciativa do próprio terceiro 
 
INTERESSE JURÍDICO 
 
O terceiro pode ter interesse de vários tipos sobre determinada causa: econômico, porque um dos 
litigantes é seu devedor, e se vier a perder a causa, empobrecerá e terá menos recursos para pagá-lo; 
afetivo, por ligação com uma das partes, a quem deseja a vitória. 
Esses tipos de interesse não podem justificar a intervenção do terceiro no processo. 
 
Interesse jurídico revela-se como aquele que pode ser afetado pelo resultado da decisão de mérito. 
 
Há, no ordenamento jurídico, relações jurídicas que, conquanto diferentes entre si, são interligadas: o que 
acontece com uma afeta a outra. Por isso, guardam relação de prejudicialidade. É o que o ocorre, por 
exemplo, com os contratos de locação e sublocação. As relações são distintas: os participantes da locação 
não são os da sublocação, e as condições contratuais, como prazos e valor dos alugueres, podem ser muito 
distintas. Mas são interligadas, porque não pode haver sublocação sem que exista prévia locação, e se esta 
desaparecer aquela também se extinguirá. Quem pode ingressar como assistente simples é o terceiro que, 
não sendo o titular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo, é titular de urna relação com ela 
interligada 
PROCESSOS QUE ADMITEM INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
A denunciação da lide e o chamamento ao processo só cabem em processo de conhecimento, porque a 
sua finalidade é constituir, no mesmo processo, título executivo contra o terceiro, seja ele alguém em 
relação à qual uma das partes tenha direito de regresso, como na denunciação, seja o afiançado ou os 
devedores solidários, no chamamento. As demais espécies de intervenção cabem em qualquer tipo de 
processo, inclusive no de execução. 
 
O art. 134 autoriza o incidente de desconsideração da personalidade jurídica em todas as fases do 
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução por título extrajudicial. 
 
O art. 119, parágrafo único, permite a assistência em qualquer procedimento. E, embora o dispositivo não 
o diga expressamente, também em qualquer tipo de processo, já que não há incompatibilidade entre a 
assistência e a execução. Em princípio, diante da redação do art. 119, caput, seria de negar-se a 
admissibilidade da assistência em processo de execução, já que o assistente precisa ter interesse em que a 
sentença seja favorável a uma das partes, e no processo de execução, não se profere sentença de mérito, 
que seja favorável a qualquer das partes. Mas predomina o entendimento que dá ao dispositivo 
interpretação extensiva, autorizando-se a assistência na execução, quando a satisfação do débito puder 
afetar a esfera jurídica do terceiro. 
 
Por exemplo, seria de admitir-se a intervenção, como assistente, do devedor principal em execução 
promovida exclusivamente contra o fiador, já que havendo satisfação do débito, este terá direito de 
regresso contra aquele. Por fim, desde que preenchidos os requisitos para a sua intervenção, não há 
nenhuma limitação a que o amicus curiae seja admitido no processo de execução. 
 
JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS 
No procedimento dos JECs, não se admite intervenção de terceiro na forma do art. 10 da Lei nº 9.099/95. 
No entanto o art. 1.062 do NCPC, prevê o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica no âmbito dos Juizados Especiais Cíveis. 
ASSISTÊNCIA (ARTS. 119 A 124, CPC) 
 
art. 119, CPC - dá-se a assistência quando o terceiro, na pendência de uma causa entre duas pessoas, 
tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para lhe 
prestar colaboração. Por exemplo: em uma ação de despejo movida contra o locatário, em razão do fato 
de a sentença poder influir na sublocação, pode o sublocatário ingressar como assistente do réu. 
 
Pressupostos de admissibilidade da assistência: 
 
a) a existência de uma relação jurídica entre uma das partes do processo e o terceiro (assistente); 
b) a possibilidade de a sentença influir na relação jurídica. 
 
Poderes e ônus processuais do assistente 
 
Para definir a situação processual, poderes e ônus do assistente, é preciso distinguir as duas modalidades 
de assistência previstas em nosso ordenamento: a assistência simples ou adesiva e a assistência 
litisconsorcial. 
A diferença entre elas reside basicamente no interesse jurídico do assistente. 
 
 
 
assistência simples ou adesiva = interesse indireto 
 
Quando o interesse do assistente for indireto, isto é, não vinculado diretamente ao litígio, diz-se que a 
assistência é simples ou adesiva. No exemplo da ação de despejo entre locador e locatário, a sublocação 
não figura como objeto da lide. A admissibilidade da assistência decorre de interesse indireto. Se a 
sentença for favorável ao locatário, indiretamente beneficiará o sublocador. 
 
assistência litisconsorcial = interesse direto 
 
Quando o interesse for direto, ou seja, o assistente defender direito próprio, a assistência é denominada 
litisconsorcial (art. 124). Na ação reivindicatória promovida por um dos condôminos, o outro poderá figurar 
na demanda. Será litisconsorte se figurar na petição inicial na qualidade de autor; será, entretanto, 
assistente litisconsorcial se a sua intervenção se der posteriormente ao ajuizamento da demanda. A 
intervenção dessa parte material no processo posteriormente ao ajuizamento da demanda denomina-se 
assistência litisconsorcial, uma vez que a sentença terá influência direta sobre o direito material do 
assistente (art. 1.314 do CC). 
Com a finalidade de compreender melhor esse instituto, passemos a analisar separadamente cada uma das 
modalidades de assistência. 
 
Assistência simples - art. 121 e 122 do NCPC 
 
Na assistência simples, o assistente atuará como legitimado extraordinário subordinado, ou seja, 
em nome próprio, auxiliará na defesa de direito alheio. A legitimação é subordinada, pois se faz 
imprescindível a presença do titular da relação jurídica controvertida (assistido). O assistente simples trata-
se de mero coadjuvante do assistido; sua atuação é meramente complementar, não podendo ir de 
encontro à opção processual deste. 
Nos termos do art.121, CPC - O assistente simples deve atuar como auxiliar da parte principal, 
exercendo os mesmos poderes e sujeitando-se aos mesmos ônus processuais que o assistido. 
Assim, se o assistido requereu julgamento antecipado, não poderá o assistente requerer perícia, nem 
apresentar rol de testemunhas. Tampouco poderá evitar a desistência, a renúncia, a transação ou o 
reconhecimento da procedência do pedido (art. 122, CPC). 
Qualquer ato do assistente simples nesse sentido será considerado ineficaz. 
Todavia, se revel ou omisso o assistido, o assistente simples será considerado seu substituto 
processual8 (art. 121, parágrafo único). Nesse caso, o substituto processual figurará como sujeito da 
relação processual, da qual participará em nome próprio, e não em nome do substituído. Entretanto, não 
poderá transigir, renunciar e reconhecer juridicamente o pedido, pois o direito não lhe pertence (a 
substituição não transfere a titularidade do direito). 
 
Extensão da coisa julgada e efeitos da interposição de recursos na assistência simples 
Segundo o STJ, o recurso interposto exclusivamente pelo assistente não deve ser conhecido, pois o direito 
em juízo pertence ao assistido e não ao interveniente (REsp nº 539.937/SP). 
 
Em que pese à importância dos precedentes, a orientação não pode prevalecer. 
Ora, se o papel do assistente simples é justamente auxiliar o assistido, não há razões para se vedar o 
recurso interposto exclusivamente pelo primeiro. Em verdade, apenas nos casos em que o assistido tiver 
manifestado a vontade de não recorrer, o recurso exclusivo do assistente simples não poderá ser 
conhecido, uma vez que a atuação deste é subordinada. 
Tal entendimento foi acolhido pelo CPC/2015. O parágrafo único do art. 121, CPC prevê que “sendo revel 
ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual”. 
Ou seja, se o assistido não praticar o ato e o assistente o fizer, o juiz não poderá desconsiderá-lo. 
Em suma: o assistente não pode contrariar a vontade do assistido (essa é a regra clássica). No entanto, se o 
assistido se omitir, não haverá contrariedade entre o seu silêncio e a conduta comissiva (ativa) do 
assistente. 
 
EFEITOS DA COISA JULGADA 
 
Com relação à eficácia e extensão da coisa julgada, entende-se que o assistente não poderá discutir, em 
processo posterior, a justiça da decisão proferida na demanda em que interveio, salvo se provar que fora 
impedido de produzir provas capazes de influir na sentença ou que desconhecia a existência de alegações 
e provas de que o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu (art. 123, I e II). Essas hipóteses configuram o 
que em doutrina se denomina exceção de má-gestão processual (exceptio male gesti processus). 
 
Assistência litisconsorcial 
 
Na assistência litisconsorcial – também chamada de qualificada – por possuir interesse direto na demanda, 
o assistente é considerado litigante diverso do assistido (art. 117, CPC), pelo que não fica sujeito à atuação 
deste. O assistente litisconsorcial poderá, portanto, praticar atos processuais sem subordinar-se aos atos 
praticados 
pelo assistido. Gozará ele de poderes para, por exemplo, requerer o julgamento antecipado da lide, 
recorrer, impugnar ou executar a sentença, independentemente dos atos praticados pelo assistido, ainda 
que em sentido contrário. 
No caso de assistência litisconsorcial o terceiro é o “dono” do direito material discutido, no todo ou em 
parte, ou, ainda, é um colegitimado. Exemplos: condômino que entra no processo para ajudar o outro na 
defesa da coisa comum; Defensoria Pública ingressa em Ação Civil Pública para atuar com o Ministério 
Público. 
 
Limite temporal para admissão do assistente e impugnação 
 
A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus da jurisdição, mas o 
assistente recebe o processo no estado em que se encontra (art. 119, parágrafo único, CPC). 
 
O dispositivo, apesar da amplitude de seus termos, deve assim ser interpretado: 
Admite-se a assistência após a citação do réu e até o trânsito em julgado da sentença. Estando o processo 
em segundo grau de jurisdição, a intervenção faz-se por meio de “recurso de terceiro prejudicado”. 
 
A assistência não é admitida nos processos que tramitam perante os Juizados Especiais (art. 10 da Lei nº 
9.099/1995). 
Há controvérsia na doutrina quanto ao cabimento da assistência na execução. 
Havendo, todavia, interesse jurídico que legitime a intervenção do assistente no processo de execução, o 
mais razoável é admiti-la. 
Sendo formalizado o pedido de assistência (simples ou litisconsorcial), o juiz determinará a intimação das 
partes para manifestação. Se não houver impugnação no prazo de quinze dias10 e não for o caso de 
rejeição liminar do pedido, o assistente será admitido no processo. Por outro lado, se qualquer parte 
alegar que falta interesse jurídico ao requerente, o juiz decidirá o incidente sem a suspensão do processo 
(art. 120). Contra essa decisão, seja ela favorável ao assistente ou não, caberá agravo de instrumento (art. 
1.015, IX, CPC). 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE (ARTS. 125 A 129, CPC) 
 
Conceito - Consiste a denunciação da lide em “uma ação regressiva, in simultaneus processus, proponível 
tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante 
terá uma pretensão indenizatória, pretensão de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir na ação 
principal”. 
A finalidade do instituto é a economia processual. A denunciação da lide constitui “verdadeira propositura 
de uma ação de regresso antecipada, para a eventualidade da sucumbência do denunciante. 
 
Proposta a denunciação, o processo passará a ter duas demandas: a principal, envolvendo autor e réu; e a 
incidental, envolvendo denunciante e denunciado. De tal sorte, se o denunciante for vencido na ação 
principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide; se vencedor, a ação de denunciação não 
terá o seu pedido examinado (art. 129). 
Assim sendo, podemos considerar que a denunciação guarda em si uma certa relação de prejudicialidade, 
já que o pleito do denunciante merecerá apreciação apenas na hipótese de a ação principal lograr 
apreciação meritória e de ser decidida de forma contrária aos interesses do denunciante13. Em síntese, se 
o denunciante, seja autor ou réu, sair vitorioso na demanda, a ação regressiva restará prejudicada. 
Sucumbindo o denunciante, a denunciação terá seu mérito apreciado, podendo ser julgada procedente ou 
improcedente. 
 
Exemplos: construtora acionada para reparar defeitos em prédio por ela construído denuncia a lide ao 
engenheiro responsável (denunciação pelo réu); 
comprador promove ação reivindicatória contra o possuidor do bem e, ao mesmo tempo, denuncia a lide 
ao vendedor, para que este lhe responda pela evicção (denunciação pelo autor). 
 
a) Inc. I: garantir o direito à evicção 
 
Trata-se de denunciação da lide ao alienante imediato, para garantir o adquirente dos riscos da evicção. 
O terceiro a que alude o dispositivo é quem não figurou no negócio de direito material, mas figura como 
parte na demanda. Apesar de a redação do inc. I do art. 125 dar a entender que a denunciação só 
competiria ao réu nas ações reivindicatórias, a intervenção pode ser promovida também pelo autor e será 
cabível, ainda, nas ações declaratórias ou constitutivas. Afinal, “terceiro” é quem não figurou no negócio 
jurídico alheio. 
 
Exemplos: 
1) comprador promove ação reivindicatória contra o possuidor do bem e ao mesmo tempo denuncia a lide 
ao vendedor, para que este lhe responda pela evicção (denunciação pelo adquirente na posição de autor); 
2) O adquirente é citado em ação de usucapião e, então, denuncia a lide ao alienante, para que responda 
pela evicção se vier a perder o domínio (denunciação promovida pelo adquirente na posição de réu). 
 
DENUNCIAÇÃO DA LIDE SUCESSIVA – art. 125, §2º, CPC 
 
O §2º do art. 125, CPC permite, por sua vez, que o denunciado (alienanteimediato) faça uma nova e única 
denunciação contra o seu antecessor imediato na cadeia dominial ou contra o responsável por indenizá-lo. 
 
O entendimento é o mesmo esposado pelo referido doutrinador, com a ressalva de que a denunciação 
sucessiva16 só é admitida uma única vez. Exemplo: “A” adquire um bem e, em razão deste, é demandado 
em ação reivindicatória proposta por “B”. Na contestação, “A” denuncia à lide quem lhe vendeu o bem 
(“C”), porque é com ele que possui relação jurídica imediata. “C” (alienante imediato em relação a “A”), 
por sua vez, tem a possibilidade de denunciar o seu antecessor imediato (“D”), pois, na mesma lógica, é 
com ele que possui relação jurídica (negócio jurídico anterior). 
 
Quanto à denunciação feita pelo denunciado ao seu antecessor imediato, o CPC ressalva que essa 
intervenção só pode ocorrer uma única vez (art. 125, § 2º), não sendo admitidas diversas denunciações 
sucessivas. No exemplo anteriormente dado, “D” não poderia denunciar o seu antecessor imediato na 
cadeia dominial (“E”, por exemplo). Tal regra visa dar celeridade ao procedimento, que não mais ficará a 
mercê de sucessivas denunciações. 
b) II: garantia de regresso 
Interpretando restritivamente esse dispositivo, cuja redação é semelhante à do CPC/1973 (art. 70, III), 
Vicente Greco Filho18 entende que o juiz só deverá deferir a denunciação da lide quando o litisdenunciado 
estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo do que perder a 
demanda. 
 
(NÃO) OBRIGATORIEDADE DA DENUNCIAÇÃO – ART. 125, §1º, CPC 
 
Com o novo CPC, prevalece o entendimento de que é uma faculdade a denunciação lide. 
 
Assim, tanto na hipótese de o adquirente deixar de fazer a denunciação ou desta ser indeferida, será 
possível a propositura de uma nova demanda para promover a sua pretensão contra o alienante. 
Conclusão: além de modificar a sistemática do CPC/1973, o novo diploma processual revogou o art. 456 do 
CC no tocante à necessidade de denunciação para o exercício da pretensão relativa à evicção. A revogação, 
como dito, é expressa (art. 1.072, II, do CPC/2015). 
 
A denunciação feita pelo autor 
 
Será requerida na própria petição inicial (art. 126, 1ª parte). Nesse caso, cita-se primeiro o denunciado, a 
fim de que ele possa se defender quanto à ação regressiva e aditar a petição inicial, assumindo a posição 
de litisconsorte do denunciante, ou permanecer inerte, caso em que será reputado revel na demanda 
regressiva (art. 127). Somente após transcorrer o prazo para contestar a ação regressiva e aditar a inicial é 
que o réu será citado. 
 
Quando o denunciante for o réu 
 
A denunciação será requerida no prazo para contestar (art. 126). A citação do denunciado deve ser 
promovida no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de se tornar sem efeito a denunciação (art. 126, parte 
final, c/c o art. 131). Caso o denunciado resida em outra comarca, seção ou subseção judiciárias, ou, ainda, 
em lugar incerto, o prazo para a citação será de dois meses. 
Frise-se que a demora na citação por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça não tem o condão de 
gerar qualquer prejuízo para o denunciante que providenciou a citação dentro do prazo. 
O juiz pode indeferir o pedido se entender não ser caso de denunciação, decisão essa que enseja agravo de 
instrumento (art. 1.015, IX). Aceitando a denunciação, a lide principal e a secundária tramitarão de forma 
simultânea e serão decididas em uma única sentença. 
Feita a citação do denunciado, este poderá adotar as seguintes posturas (art. 128): contestar o pedido do 
autor e atuar ao lado do denunciante, como litisconsorte (art. 128, I); permanecer inerte, hipótese em que 
o denunciante poderá deixar de prosseguir em sua defesa, restringindo a sua atuação à ação regressiva 
(art. 128, II); 
confessar os fatos alegados pelo autor, podendo o denunciante prosseguir em sua defesa ou aderir ao 
reconhecimento e requerer apenas a procedência da ação regressiva (art. 128, III). 
Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença 
também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva (art. 128, IV). 
Com relação à hipótese do art. 128, II, diferentemente do que estava previsto no CPC/1973,21 se o 
denunciado permanece inerte, não está o denunciante obrigado a prosseguir na defesa da ação principal. 
 
PROCEDIMENTOS QUE ADMITEM A DENUNCIAÇÃO 
 
A denunciação da lide, por constituir ação regressiva, é instituto típico do processo de conhecimento. Não 
é cabível, portanto, no processo de execução. 
A denunciação também não é cabível nas demandas que envolvam relações de consumo. Conquanto o art. 
88 do CDC faça menção apenas às demandas que discutam a responsabilidade do fornecedor pelo fato do 
produto e do serviço (art. 13 do CDC), deve-se interpretar ampliativamente o dispositivo, de forma a 
obstaculizar a denunciação em todo e qualquer litígio que verse relação de consumo. 
 
CHAMAMENTO AO PROCESSO (ARTS. 130 A 132, CPC) 
 
De acordo com a doutrina, o chamamento ao processo difere da denunciação da lide. Enquanto esta visa 
ao direito de garantia ou de regresso, a ser composto numa nova relação processual, o chamamento ao 
processo objetiva a inclusão do devedor principal ou dos coobrigados pela dívida para integrarem o pólo 
passivo da relação já existente, a fim de que o juiz declare, na mesma sentença, a responsabilidade de cada 
um. 
O chamamento gera, pois, litisconsórcio ulterior, passivo e facultativo. Será unitário ou simples, a 
depender da indivisibilidade ou não da dívida solidária. 
 
A interpretação do art. 132, CPC – deve ser no sentido de que “a sentença de procedência valerá como 
título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor 
principal, ou de cada um dos codevedores a sua quota, na proporção que lhes tocar”, desde que tenham 
integrado a relação processual na qualidade de autores ou de chamados ao processo. 
 
Outra hipótese de chamamento ao processo está prevista no parágrafo único do art. 788 do CC,27 vale 
dizer, quando o segurador for demandado diretamente pela vítima, deverá chamar ao processo o 
segurado, se quiser opor a exceção de contrato não cumprido. 
O chamamento é uma forma de intervenção provocada, que fica a exclusivo critério do réu (aqui reside 
uma das diferenças entre esse instituto e a denunciação da lide, pois esta tanto pode ser requerida pelo 
réu, quanto pelo autor). 
 
Nessa intervenção, o réu chama ao processo os coobrigados em virtude de fiança ou de solidariedade, a 
fim de que eles respondam diretamente ao autor da ação. Se, no entanto, o devedor ou fiador não 
promover o chamamento, ou, se o fizer, mas o chamado não se manifestar e for condenado a pagar a 
dívida em favor do autor, ficará sub-rogado nos direitos de credor, podendo exigir dos demais as 
respectivas quotas partes. Vejamos alguns exemplos: 
Na ação promovida pelo credor diretamente contra o fiador, este poderá exercitar o benefício de ordem 
previsto no art. 827 do CC28 e chamar ao processo o devedor principal da obrigação (hipótese do inc. I do 
art. 130 do CPC/2015). 
 
OBS.: Ressalte-se que o contrário não pode acontecer: se acionado o devedor principal da obrigação, este 
não poderá chamar o fiador para integrar a lide como litisconsorte; ou seja, o devedor não chama o fiador. 
Na ação promovida pelo credor para cobrança de débito afiançado de forma conjunta, sendo a demanda 
proposta apenas contra um dos fiadores, os demais (cofiadores solidários – art. 829 do CC) poderão ser 
chamados ao processo (hipótese do inc. II do art. 130 do CPC/2015). 
 
Na ação proposta pelo credor contra um dos devedores solidários (art. 275 do CC29), aquele que foi 
demandado individualmente poderá chamar os demais devedores (hipótese do inc. III do art. 130 do 
CPC/2015). 
Em qualquer hipótese, aquele que satisfizer a dívida – caso a demanda seja procedente ao credor – poderá 
exigi-la por inteiro dodevedor principal, ou de cada um dos codevedores a sua respectiva quota, na 
proporção que lhes tocar. Isso ocorre porque a sentença de procedência valerá como título executivo (art. 
132), garantindo a quem pagou a dívida por inteiro o direito de ser ressarcido.

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