Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Historia da Educação O dualismo escolar é a expressão das desigualdades sociais e educacionais. As classes sociais dominantes têm acesso a uma educação ampla e universal, com condições estruturais e pedagógicas mais adequadas. As classes dominadas estão privadas dessas condições, restando a elas, muitas vezes, uma educação parcial, fragmentada e voltada à formação de uma força de trabalho precarizada. Educação na Grécia Períodos históricos da Grécia Antiga: Civilização Micênica: (séculos XX a XII a.C.): ocupação inicial da Grécia, início da mitologia grega, formação de pequenos estados tributários. Tempos Homéricos: (séculos XII a VIII a.C.): Homero, nas obras Ilíada e Odisseia, relata a epopeia dos gregos na Guerra de Troia. Período Arcaico: (séculos VIII a VI a.C.) período de intenso desenvolvimento comercial, expansão territorial, surgimento da filosofia, Esparta e Atenas como principais cidades estados - período pré socrático. Período Clássico (séculos V a IV a.C.): auge da civilização grega, surgimento da democracia, guerras externas e internas, desenvolvimento da Filosofia: Sócrates, Platão, Aristóteles período socrático Helenístico: (séculos III e II a.C.): Enfraquecimento de Esparta e Atenas, ocupação macedônica, difusão da cultura helenística - período pós-socrático Na Grécia Antiga você encontrará dois grandes modelos educacionais: Em Esparta: a educação, severa e disciplinadora, direcionava-se para a formação do guerreiro. Em Atenas: a educação direcionava-se para a formação do cidadão para o exercício da política na polis (cidade). A Paideia era a principal expressão do ideal grego de educação, que significava a formação integral do ser humano, o igual cuidado com o corpo e com o intelecto. Educação em Roma Período Histórico: Monarquia: (753 até 509 a.C.): formação das comunidades patrícias (proprietários de terras), desenvolvimento da agricultura, educação familiar. República: (509 até 27 a. C.): os patrícios exerciam o poder no Senado, expansão territorial, aumento da escravização e das desigualdades sociais, guerras e revoltas internas. Império: (27 a.C. até 476 d.C.): auge da civilização romana, expansão territorial, crises internas e invasões "bárbaras". Educação heroico-patrícia: Poder do patriarca, as meninas aprendiam os afazeres domésticos, os meninos eram educados diretamente pelo pai, aprendendo história, patriotismo, ler e escrever, contar, cuidar da terra, exercícios físicos e militares aos 16 anos de idade. Educação helenística ou cosmopolita: Surgimento, durante a República, das escolas elementares particulares de alfabetização e matemática para crianças de 7 a 12 anos de idade, mestres desvalorizados, educação marcada por castigos físicos. Com a assimilação da cultura grega, o ensino bilíngue foi introduzido e a escola gramática, além do ensino básico, introduziu o ensino de cultura geral, ampliando os conhecimentos da elite romana, surgimento da escola do retor (professor de retórica), mais valorizada e respeitada. Estudavam política, direito e filosofia com a perspectiva de virarem grandes oradores. Educação no Império: Momento de fusão da cultura grega e latina (humanistas), crescente intervenção do Estado nos assuntos educacionais para a formação de funcionários estatais e na inspeção, legislação e execução de políticas educacionais/escolares, além da definição dos salários dos mestres, intenso desenvolvimento no campo jurídico, a constituição do direito romano. Educação na Idade Média Os servos e camponeses eram alijados da educação. Para as elites, bastava que eles se tornassem cristãos. As festas populares, as cantigas e as poesias eram espaços de difusão dos ensinamentos cristãos, assim como os desenhos do vitrais das igrejas, que ilustravam passagens bíblicas para aqueles que não sabiam ler. Alta Idade Média (do século V ao X): - Europa ocupada por povos "bárbaros", em seguida por árabes e mulçumanos. - Formação do feudalismo. -Decadência do comércio. - Economia rural. - Fortalecimento do poder local exercido pelos senhores feudais. - Ascensão da Igreja e da cultura teocêntrica. Baixa Idade Média (do século X ao XVI): - Renascimento comercial e urbano a partir das Cruzadas. - Europa invasora, conquistadora, com as Cruzadas e outras investidas. - Decadência do poder local e fortalecimento do poder nacional representado pelo rei. – Efervescência cultural urbana. Desenvolvimento mercantil, novas formas de produção da riqueza. – Decadência do Feudalismo. Educação na Idade Moderna Desde o renascimento comercial e urbano do final do período feudal, entre os séculos XII e XIV, um novo processo de mudanças sociais entrou em curso: a gênese da sociedade burguesa. O comércio adquiriu dimensões globais e as novas formas de produção da riqueza passaram a pressionar as antigas. As classes dominantes feudais, no processo das unificações nacionais e com o surgimento das monarquias, procuraram sua sobrevida nas alianças com os novos comerciantes. A demanda por novos produtos pressionava toda a estrutura econômica, política e social do feudalismo, promovendo profundas mudanças. A escolástica foi a expressão filosófica mais desenvolvida nesse processo inicial de transição, uma vez que, por meio dela, a fé e a razão, a partir de uma adaptação aristotélica, construíam a unidade que buscava explicar os novos tempos. Mas, à medida que a nova dinâmica social burguesa avançava, aprofundando os conflitos entre os setores e as classes sociais com interesses distintos, novas perspectivas teóricas se faziam necessárias para explicar essa nova realidade em movimento. . Sem romper com a Igreja Católica, que possuía um forte controle sobre a produção teórica europeia, importantes intelectuais apresentavam, desde o século XVI, questionamentos (abertos ou velados) aos dogmas religiosos, procurando desvelar e compreender a realidade existente, a partir da ciência e da filosofia. Esse movimento teórico ia de encontro com os interesses da burguesia de superar a ordem feudal. As armas teóricas da burguesia foram a defesa da igualdade, da liberdade, da propriedade, do indivíduo e da democracia, representadas no Humanismo, no Liberalismo e no Iluminismo. No campo educacional veremos como a pedagogia cristã compartilhará, cada vez mais, seu espaço com outras formas educacionais, produzindo tensões e conflitos próprios num momento de transformações. As novas classes sociais da sociedade burguesa, na defesa de seus interesses, produzirão novas experiências e propostas pedagógicas, incorporando e superando o que havia sido produzido até então. Educação no Brasil ILUMINISMO: “Século das luzes” (XVIII): uso da razão sobre a fé para resolver os problemas da sociedade. Movimento apoiado pela burguesia. EDUCAÇÃO LAICA: Que não se baseia em doutrina religiosa. AULAS RÉGIAS: Primeira organização do ensino público. Aulas avulsas. Principais períodos 1500: Descobrimento do Brasil. 1549: Chegada dos jesuítas no Brasil. 1750: Marquês de Pombal assume o governo português. 1759: Alvará Régio expulsa os jesuítas das colônias. 1822: Independência do Brasil. No período colonial no Brasil, a colonização brasileira foi o que podemos chamar de modelo de exploração, isto é, sua finalidade era satisfazer as necessidades da metrópole, com uma economia complementar devido ao clima diferenciado e a presença de minérios. Colônia: Extrai matéria-prima. Não pode fabricar manufatura. Metrópole: Produzem manufaturados e revende o que compra da colônia para o resto do mundo. A colônia só podia vender para a metrópole, que determinava os preços/ A colônia só podia comprar da metrópole, e os produtos eram mais caros que os vendidos. Estes são os grandes ciclos nacionais, embora haja outros ciclos regionais menos importantes nesse momento. Pau-brasil: Nas primeiras três décadas após a chegada dos portugueses, pouco foi investido no Brasil, e a exploração limitava-se à extração do pau- brasil, praticamente. O comércio com as Índias, motivo primeiro das grandes navegações portuguesas, era muito lucrativo. Açúcar: Em seguida, em função do receio de que outras nações ameaçassem sua posse, Portugal iniciou aqui a produção de açúcar, que permanece como atividade mais importante da Colônia até início do século XVIII. Minérios: No século XVIII são descobertas as minas de ouro e diamantes na região central do Brasil, atualmente Minas Gerais. A extração destes minérios será a mais importante atividade econômica até o início do século XIX. Café e borracha: A partir do esgotamento das minas, o café passa ser o principal produto econômico do Brasil, agora não mais colônia. Pouco depois temos ainda o ciclo da borracha, em especial na região norte. Industrialização: Já no século XX, ocorreu o início de nossa industrialização. Ao longo do período colonial, desde meados do século XVI, início da produção de cana de açúcar, até o final do século XIX, tivemos utilização de mão de obra escrava, abolida em 1.888, mais de 350 anos depois do início do tráfego negreiro, outra atividade econômica importante para Portugal. Tínhamos uma sociedade tipicamente dual, composta de senhores e escravos, com uma camada média de tamanho desprezível. Mesmo muitas décadas depois, na independência, estima-se que dois terços da população era escrava. É justamente neste período, entre 1549 e 1759, por mais de duzentos anos, que teremos a atividade jesuítica no país, com grande influência sobre a educação. A educação na colônia: o período Jesuítico e a reforma Pombalina Março de 1549: chegada dos primeiros jesuítas, na Bahia, com Tomé de Sousa. Objetivos: catequizar e instruir as pessoas; garantir a formação de sacerdotes; atuava como uma empresa, controlando fazendas, imóveis e escravos. Isso significa que os jesuítas não só aceitavam a escravidão de seres humanos, beneficiando-se disso, como também colaboravam para que essa realidade fosse considerada natural. Educação Combater a Reforma Protestante na Europa e ampliar o poder do catolicismo nas novas regiões colonizadas. 1ª fase: adaptação e construção do trabalho de catequese e conversão do índio aos costumes dos brancos. 2ª fase: consolidação do projeto educacional. Educação dos negros: Pedagogia da escravização: necessidade de naturalizar o processo de opressão/submissão e da desigualdade. São nessas condições e com esses valores que os filhos dos escravos foram socializados. Pedagogia da resistência: forjada nas mais diversas formas de rebeldia da população escravizada, que reconstruía suas relações comunitárias e indentitárias nos quilombos e fora deles, resistia à opressão em seus locais de trabalho e buscava resgatar suas expressões culturais e religiosas. Educação indígena: catequização; criar o hábito do trabalho regular; nova língua; hábitos diferentes. Sistema de ensino: educação conservadora, destinada à pequena parcela de sujeitos que não realizavam o trabalho braçal (ocupavam cargos de negócios e na administração pública). O trabalho braçal era visto como uma forma de penitência aos pecados, para a população chegar ao paraíso. Estudos superiores somente em Portugal. 1759: Expulsão do jesuítas e fechamento de seus colégios. Pombal: reforma geral no ensino. A Educação no Período Joanino e Imperial Experimente 1808: Corte muda para o Brasil 1815: Elevação a Reino Unido 1821: Dom João retorna a Portugal 1822: Independência 1824: Primeira Constituição 1827: 1 lei especifica sobre educação 1831: Abdicação de Dom Pedro I 1834: Ato adicional 1840: Maioridade de Dom Pedro II 1847: Parlamentarismo 1850: Fim do trafico negreiro 1854: Reforma couto Ferraz 1870: Fim da Guerra do Paraguai 1879: Reforma Leôncio de Carvalho 1888: Abolição da escravatura 1889: Proclamação da Republica O início do século XIX é um período bem conturbado da história europeia. Em 1789, ocorreu a Revolução Francesa e, dez anos depois, o 18 de Brumário pôs fim a este período revolucionário, colocando Bonaparte no comando do governo. Visando o desenvolvimento do país, que enfrentava a resistência das monarquias do restante do continente e da Inglaterra, principal potência europeia do período, Napoleão vai determinar, em 1806, 0 Bloqueio continental, isto é, o fechamento dos portos da Europa às embarcações inglesas. Com isso, pretendia reduzir o poder inglês e expandir seu mercado consumidor, estimulando a economia francesa. Portugal, por sua vez, ao mesmo tempo dependia dos produtos ingleses e era aliado da Inglaterra e, por isso, não podia obedecer à decisão napoleônica. Ameaçado de invasão por parte da França, só restou a Portugal iniciar os estudos para a transferência da corte para o Brasil, o que se efetivou entre o final de 1807 e início de 1808. O príncipe regente de Portugal era D. João, aclamado em 1799 depois do afastamento de sua mãe, D. Maria I, do cargo de rainha. Por isso, o período entre 1808 (chegada da Corte ao Brasil) e 1821 (retorno da Corte a Portugal) é chamado de período joanino. Entretanto, apenas com a morte de D. Maria I, em 1816, é que D. João torna-se rei de Portugal, passando então a ser chamado de D. João VI. Alinhada aos interesses ingleses, uma das primeiras medidas da Coroa, ainda em 1808, foi acabar com nosso conhecido Pacto Colonial, abrindo, assim, os portos às nações amigas. Em 1810, um novo tratado com a Inglaterra previa uma alíquota de importação de 15% para produtos ingleses, 16% para produtos portugueses e 24% para importação de outros países. Veja o poder que a Inglaterra tinha sobre Portugal: era mais barato importar produtos ingleses que os de nossa própria metrópole. Finalmente, em 1815, fomos elevados à categoria de Reino Unido, o que acabava definitivamente com nossa situação de colônia. A Revolução Liberal do Porto exigiu a presença de D. João, que voltou para Portugal em 1821, deixando aqui seu filho, D. Pedro, como príncipe regente. Com retorno da corte para a metrópole, pretendia-se retomar o pacto colonial, o que iria despertar aqui - juntamente com outros fatores - um sentimento de ruptura com Portugal. Isso nos ajuda a entender a Independência, proclamada um ano depois. Concepções de mundo e concepções pedagógicas Positivismo Comte Durkheim: Todas as sociedades evoluem linearmente do estado mais atrasado para o mais evoluído, no mesmo sentido. A sociedade capitalista do século XIX representaria, assim, a sociedade mais avançada e perfeita, logo, ela deveria se impor sobre as demais. A educação é uma forma de integração dos indivíduos a esta sociedade, na qual todos têm o mesmo interesse. Segregaram as ciências humanas de acordo com seus objetos de pesquisa. Acreditavam na neutralidade da ciência e na objetividade dos fatos sociais. Pragmatismo Dewey James: Escola idealista e não crítica ao capitalismo. Sofre influência da teoria da evolução de Darwin. Busca avaliar as consequências da ação. Acredita na neutralidade da educação, que deve ser baseada na solução de problemas e na aplicação prática dos resultados. Valoriza a iniciativa, a participação e a autonomia. Crítica à obediência automática. Socialismo Marx Gramsci Escola materialista: critica o capitalismo e a sociedade dividida em classes. Defende uma sociedade sem exploração do homem pelo homem. Defende uma educação emancipadora, que integre trabalho e estudo, ou seja, que unifique trabalho manual e intelectual, portanto, não dualista, visando a igualdade. A educação brasileira na Primeira República República velha: Primeira República: é a denominação dada à primeira fase da República brasileira, que se estendeu da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 1930, liderada por Getúlio Vargas. Manifesto dos Pioneiros: Documento lançado em 1932 por um grupo de 26 educadores e intelectuais propondo princípios e bases para uma reforma do sistema educacional brasileiro. Na República Velha a "Política dos Governadores" também ficou conhecida como "Política do café com leite". A partir do governo de Campos Sales (1898- 1902), os governadores dos estados de São Paulo e Minas Gerais exerceram influência decisiva na escolha dos presidentes, sendo um mandato indicado por MG outro por SP. A República Velha deve ser compreendida dentro de um contexto mais amplo, em que o mundo capitalista passava por mudanças (11 Revolução Industrial, formação de monopólios e oligopólios, o neocolonialismo, guerras) assim como o Brasil com a Abolição da Escravatura, com a Proclamação da República, que proporcionaram às oligarquias rurais o controle do poder político no país. A agroexportação do café foi o elemento predominante da economia nesse período. Além disso, uma lenta industrialização incentivou a imigração e a formação da classe trabalhadora assalariada no país. Diante das enormes desigualdades sociais, inúmeras revoltas populares, militares e sindicais pressionavam o governo federal, assim como as oligarquias alijadas do poder Em 1929/1930, a crise econômica, politica e social colocou abaixo a República Velha pela denominada Revolução de 1930, dando início a Era Vargas. A educação brasileira passou por momentos de mudanças e permanências. Assim como no período anterior, não houve a constituição de um sistema nacional de educação, que ficou marcada pela fragmentação e pelas iniciativas dos governos estaduais. Liberais, positivistas e católicos disputavam os rumos da educação brasileira, polemizando sobre os mais variados temas, entre eles: Educação religiosa x Educação laica Educação pública x Educação privada Voto de cabresto: revoltas, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a Revolução Russa, o movimento operário brasileiro e a fundação do Partido Comunista do Brasil (PCB) em 1922. Semana de Arte Moderna (1922): reação à cultura conservadora. Pela ação militar, a denominada Revolução de 1930, Getúlio Vargas se torna Presidente da República Constituição de 1891: universalização da educação fundamental. Dualismo escolar: as escolas secundárias continuaram como espaço de preparação para a elite acessar o ensino superior. Movimento da Escola Nova (1920): Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932). A educação constituiria a possibilidade de redenção da sociedade, ou seja, a educação teria condições de promover o desenvolvimento econômico e social da nação. Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo e Lourenço Filho: pretendiam realizar seus projetos por meio da educação pública, o que provocou forte reação da Igreja Católica, que já via nos novos governantes um positivismo laico que deveria ser combatido. Embate entre reformadores e católicos. Educação das mulheres: No campo profissional, as escolas normais deveriam formar professoras para um desempenho pedagógico calcado no Humanismo, na competência e nos valores sociais. Essa educação, em nível médio e com objetivo definido deveria bastar e as jovens brasileiras cresceriam com o destino profetizado de serem esposas, mães e, em caso de necessidade, professoras. Contra as forças hegemônicas: movimentos operários e anarquistas discutiam os rumos da educação brasileira. Anarquistas: produziram importantes experiências educacionais, fundando escolas operárias , produzindo materiais impressos de difusão de suas ideias, construindo bibliotecas populares e centros de estudos, desenvolvendo o teatro, entre outras coisas. Negavam a educação estatal priorizando a sociedade, auto-organizada a prover sua própria necessidade educativa. Escolas operárias: coeducação entre meninos e meninas, convivência com diversos segmentos sociais, instrução científica e racional, defesa da educação integral, laica e politizada. Governo Vargas Durante o governo Vargas foram produzidas cartilhas infantis com educação cívica e nacionalista de exaltação à figura do presidente. Seis contextos históricos da Era Vargas: Momento marcado pela crise política, econômica e social em consequência da Crise de 1929 e da Crise do Café. Na Revolução de 1930, a Aliança Liberal assume o governo, tendo Getúlio Vargas empossado como novo presidente. Em 1932 houve a reação da oligarquia paulista com o Movimento Constitucionalista. Vargas impulsiona, via Estado, a construção de um novo padrão de desenvolvimento econômico com a industrialização e a manutenção da estrutura agrária - a "modernização conservadora". Constituição de 1934: impasses entre os diversos interesses, Vargas é eleito indiretamente para mais 4 anos de mandato. Estado Novo (1937) - Vargas suspende as eleições, revoga a constituição de 1932, assume plenos poderes. A Educação no primeiro governo de Vargas A criação do Ministério da Educação e da Saúde impulsiona mudanças no campo educacional. As reformas educacionais de Francisco Campos e Gustavo Capanema buscam atender às expectativas de reforma da educação brasileira. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova é um marco na defesa de uma educação única, laica, gratuita, obrigatória e com a coeducação entre meninos e meninas. A reação católica e a educação cristã são reafirmadas, abrindo uma disputa entre os educadores brasileiros. Os embates entre os católicos e os reformadores marcam posições distintas sobre a educação. Fora dos embates entre os setores que realmente influenciavam o governo, ocorreram experiências alternativas: anarquistas, comunistas e a Frente Negra Brasileira. Durante o Estado Novo (1937-1945) o Governo Vargas buscou legitimar-se com uma intensa propaganda sobre o seu governo, valorizando o nacionalismo e pela produção de materiais diversos, inclusive materiais didáticos com sua imagem. Período marcado pelo fortalecimento do Estado, a partir do autoritarismo, censura e centralização do poder. Medidas mais importantes do período: criação da Justiça do Trabalho e da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) que unificou toda legislação trabalhista presente no Brasil até aquele momento, além de introduzir novos direitos trabalhistas. CLT: regulamentou as questões referentes ao horário de trabalho, férias, descanso remunerado, condições de segurança, salário mínimo e a relação entre patrões e empregados. Sua politica priorizou investimentos em infraestrutura para o desenvolvimento industrial. Após várias ações para conseguir apoio ao seu governo, Vargas foi deposto. Legitimação do Estado Novo: governo Vargas intensificou seus instrumentos de propaganda, cultura e educação. Materiais produzidos: carregados de símbolos patrióticos e de referências a Vargas, eram utilizados nas escolas com o objetivo de mostrar as diferenças entre o antes e o depois do novo regime. Tudo aparecia como novidade: nova sociedade, novo homem, nova educação. O princípio da autoridade e da ordem eram elementos centrais do comportamento esperado das crianças. Construção da identidade nacional, por meio do patriotismo. Reforma Capanema: instituiu o ensino supletivo (redução do analfabetismo). Por pressão dos reformadores da educação, o governo incluiu: 1. A previsão de recursos orçamentários para a reforma educacional. 2. A instituição do planejamento escolar e a organização da estrutura da carreira docente e dos salários. 3. Regulamentação dos cursos de formação de professores. 4. Reestruturação dos cursos secundários: quatro anos de ginásio e três de colegial (científico e clássico). 5. Criação de dois tipos de ensino profissionalizante: um mantido pelo governo (industrial, comercial e agrícola) e o outro pelas empresas (SENAI - 1942 / SENAC -1946). A educação brasileira no período desenvolvimentista: segundo governo Vargas, JK, Jânio e João Goulart Vargas (1951-1954 segundo governo):O segundo governo de Vargas foi marcado pelo aprofundamento de seu projeto nacionalista, tendo a fundação da Petrobrás como símbolo. É nesse período que se evidenciam dois projetos distintos de desenvolvimento: o autônomo, que industrializaria o país, que Vargas defendia; e o subordinado, que manteria a dinâmica agrícola como elemento central numa relação de subordinação em relação aos países industrializados. O suicídio de Vargas foi uma resposta ao cerco imposto pelos setores mais conservadores e impediu o golpe que estava em curso. Juscelino Kubitschek (1956-1961): O governo de Juscelino Kubitschek foi marcado pela construção de Brasília e pelo Plano de Metas, que acelerou o processo de industrialização brasileira. Seu governo, ao mesmo tempo que manteve o caminho nacional desenvolvimentista, abriu o país para a entrada de empresas monopolistas estrangeiras, principalmente as industrias automobilísticas e de eletrodomésticos. Jânio Quadros (1961): O governo de Jânio Quadros foi ambíguo, sendo eleito com um programa conservador, emitia sinais à esquerda e à direita. Teve um breve mandato e sua renúncia não surtiu o efeito que esperava, voltar ao governo com mais força. João Goulart (1961-1964): O Governo de João Goulart, o Jango, foi marcado por insistentes tentativas de golpes: tentativa de impedir sua posse; o parlamentarismo como cerceamento de seu direito de governar, o golpe militar de 1964. Jango representava a continuidade do projeto nacional desenvolvimentista, buscando construir um capitalismo mais humano e justo. Os setores mais conservadores da sociedade não permitiram sua democratização, apoiando o golpe militar. A Educação no Período Desenvolvimentista Lei de Diretrizes e Bases: A Lei de Diretrizes e Bases, Reformadores apresentada em 1948 como anteprojeto, tramitou até 1961, Contexto quando foi promulgada. Em 1962, a LDB foi aprovada. Durante esse LDB período o debate entre os reformadores e católicos continuou. A principal polêmica se deu em torno do papel do Estado e o financiamento da educação. Reformadores: Os reformadores defendiam a verba pública exclusiva para a educação pública, enquanto que os católicos defendiam que a verba pública também fosse direcionada para a educação privada. A LDB atendeu os interesses dos católicos direcionando a verba pública para os ensinos privado e público. Contexto: Nesse contexto, os reformadores da educação nova lançaram uma Campanha em Defesa da Escola Pública, que resultou no "Manifesto dos Educadores Mais uma Vez Convocados", de 1959. LDB: A LDB ampliou para 12% o valor orçamentário federal para a educação, criou o Conselho Nacional de Educação, que apresentou um Plano Nacional de Educação, sob responsabilidade de Anísio Teixeira. ISEB: Criação do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), em 1955, que se tornou um importante centro de difusão do nacional desenvolvimentismo. Universidade de Brasília: Criação da Universidade de Brasília, em 1961, sob direção inicial de Darcy Ribeiro e, em seguida, de Anísio Teixeira. Movimentos: Diante das dificuldades encontradas com a LDB, variadas experiências de educação popular surgiram: o CPC da UNE, o Movimento de Cultura Popular (MCP), o Movimento de Educação de Base (MEB), importantes iniciativas de conscientização popular. Paulo Freire: com seu método inovador de alfabetização, se destaca, assumindo importantes funções institucionais durante o governo de João Goulart. A educação brasileira no período militar Período militar: De 1964 a 1985.Posteriormente, tem-se a posse de Sarney. Milagre econômico: Aumento do Produto Interno Bruto (PIB) – valor que produzimos internamente – ocorrido em parte do período militar. Repressão para enfrentar a oposição: prisões, sequestros, exílio, torturas e assassinatos. Final dos anos 1960: população urbana passou a ser maior que a rural, devido à mecanização pelo agronegócio, ausência de reforma agrária e concentração das terras nas mãos de poucos. Desigualdade social que muda a partir de 2000 Ensino superior: UNE proibida, sendo permitido apenas a organização local dos estudantes por meio dos Diretórios Acadêmicos e Centrais, também sob vigilância do Estado que controlava todos os movimentos da sociedade não alinhada. Extinção dos grêmios secundaristas por Centros Cívicos, sob orientação do professor de Educação Moral e Cívica, de confiança dos diretores das escolas. Em 1969, foram incluídas as disciplinas Moral e Cívica e Organização Social e Política Brasileira, sendo que nos cursos superiores foi incluída a disciplina de Estudo de Problemas Brasileiros. Em 1971 institui-se o vestibular. No ensino superior não foi diferente: a Lei no 5.540/68 e outras leis e decretos tentaram desmontar o antigo sistema de cátedras, instituíram os departamentos segregados, tentaram impedir o pensamento e atividade política dentro das universidades, bem como reduziram despesas com educação, favorecendo assim o ensino privado. As reformas do ensino de primeiro e segundo graus, através da Lei no 5.692/71 e outras leis ou decretos, eliminaram ou reduziram as disciplinas que ajudam a conhecer e compreender a realidade, como História, Geografia e Filosofia, e as substituíram por outras, de cunho técnico ou criadas como forma de doutrinação, como OSPB e Educação Moral e Cívica. Saindo dos anos 70, o chamado “milagre econômico” cedeu lugar a juros flutuantes, criando uma geração de miseráveis, desempregados, famintos e sem direitos. Diante da crise os militares deixam o poder, assumido primeiramente por Geisel (1974) e depois por Figueiredo (1979). As eleições diretas ocorreram apenas 29 anos depois do golpe. Muitas greves e aumento da pressão sindical e popular contra o regime, surgem outros partidos políticos . Em 1985, nasce a Nova República (chapa civil à presidência: Tancredo Neves e José Sarney, este, com a morte de Tancredo, toma posse em seu lugar. Período demarcado por inflação alta. São instituídos vários planos econômicos (Cruzado, Cruzado 2, Verão), tendo em vista reduzir o poder de compra. Uma conjuntura política marcada pela luta pela democracia. Tem-se o ressurgimento da sociedade civil, criação e fortalecimento de organizações sociais, como sindicatos e centrais sindicais, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), a Ordem dos Advogados do Brasil, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a UNE, entre outras. A educação ainda era para poucos. Não havia a universalização do ensino. Mais de 60% da população economicamente ativa tinha no máximo quatro anos de escolaridade. Poucos investimentos na educação pública, fortalecendo a privada. A iniciativa privada dominava a pré-escola, avançava no 2º grau e se tornaria majoritária no nível superior. São criados os CEFAM’s (Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério). Na Constituição de 1988, chamada de Cidadã, são instituídos os direitos do cidadão. Educação: aumento dos investimentos obrigatórios mínimos no setor, que passaram de 13% para 18% dos impostos da União. A Constituição acabou permitindo que escolas comunitárias confessionais ou filantrópicas, sem fins lucrativos, pudessem receber verbas públicas. Várias modificações, além da aprovação da LDB, em 1996, e dos Planos Nacionais de Educação (PNE), em 2001 e 2014. Algumas definições da Constituição de 1988 Atendimento às crianças de 0 a 6 anos Determinação do ensino fundamental obrigatório e gratuito, com progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio, podendo a autoridade ser punida caso não ofereça as vagas necessárias Atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino Autonomia universitária Obrigatoriedade de elaboração de um Plano Nacional de Educação, de duração plurianual A Educação Brasileira nos Anos 1990 No Brasil, os anos 1990 foram marcados por políticas neoliberais que aumentaram o desemprego e reduziram o papel do Estado e sua intervenção na economia e na prestação de serviços públicos, com reflexos na política educacional. O Modelo Neoliberal Até a Primeira Guerra Mundial, o Liberalismo era a doutrina preferida pelos capitalistas. Na política, o liberalismo defendia uma democracia super-restrita, sendo que o direito de voto era, muitas vezes, limitado aos proprietários. Na economia, o liberalismo defendia o máximo de direitos para o Capital e o mínimo de direitos para o Trabalho. Após a Segunda Guerra Mundial, depois de 30 anos de catástrofes e diante de um forte movimento socialista, os capitalistas transitaram para outra doutrina, segundo a qual cabe ao estado adotar políticas que previnam as causas e remedeiem os efeitos das crises econômicas - evitando que elas se transformem em catástrofes, guerras e revoluções. Essa nova doutrina econômica -geralmente chamada de keynesianismo - foi dominante nas décadas de 1950 e 1960. Mas as receitas keynesianas não conseguiram debelar a crise dos anos 1970. Com isso, pouco a pouco tornou-se hegemônica entre os grandes capitalistas a doutrina chamada de neoliberal, que recupera as ideias do liberalismo: menos gastos sociais, menos impostos, privatizações, liberdade de comércio, livre trânsito dos capitais, menos sindicatos etc. A doutrina neoliberal orientou a grande ofensiva do capital contra os governos socialistas, social-democratas e nacional-desenvolvimentistas, tudo em nome de uma sociedade "mais livre e mais rica". O resultado está aí para quem quiserver: 16% da população controla 80% da riqueza mundial. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Art. 3o O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII. valorização do profissional da educação escolar; VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX. garantia de padrão de qualidade; X. valorização da experiência extraescolar; XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais; XII. consideração com a diversidade étnico-racial. (Incluído pela Lei no 12.796, de 2013). São objetivos previstos no Plano Nacional de Educação - 2001-2010 A elevação global do nível de escolaridade da população. A melhoria da qualidade do ensino em todos os níveis. A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação pública. A democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola, bem como a participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. Entre 1989 e 2002, o PIB cresceu 27,9%, enquanto que de 2002 a 2015, mesmo sofrendo a maior crise do capitalismo desde 1930, cresceu 44,3%. Esse crescimento foi possível devido a uma mudança de concepção de gestão. Enquanto os governos anteriores tentavam combater a inflação por meio da contenção dos salários, o novo modelo ampliou o mercado consumidor, gerando mais renda, mais empregos e salários maiores, o que se traduziu na melhoria da distribuição de renda. MUDANÇAS E PERMANÊNCIAS NA EDUCAÇÃO Dualismo escolar: uma escola para a elite e outra para os filhos da classe trabalhadora. Privatização do ensino superior X qualidade no ensino. Instituição do FUNDEB: tornou obrigatória e gratuita a educação dos quatro aos 17 anos, deu-se prioridade ao conjunto da educação básica, e não apenas ao ensino fundamental, visando aumentar o grau de escolaridade média da população. Aprovação do segundo PNE, em 2014: pela primeira vez na história tem- se um valor determinado, em relação ao PIB, para investimento na educação. Expansão do ensino superior: crescimento percentual um pouco maior no ensino privado do que no público. O ensino superior público federal atendia 560 mil alunos em 2002 e passou a atender quase um milhão e quatrocentos mil alunos em 2014. No mesmo período, foram construídas 18 novas universidades, aumentando os campi universitários de 148 para 321. As vagas oferecidas por sistemas municipais e estaduais, agrupadas, passaram de 592.541 em 2003 para 780.934 em 2014 Mas foi na rede privada o grande aumento do acesso à graduação, por meio do Programa Universidade Para Todos (ProUni) – concessão de bolsas a estudantes carentes – e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) – financiamento estudantil. Melhoria na qualificação docente superior. Cotas: acesso de negros e pobres.
Compartilhar