Estudo Dirigido

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Estudo Dirigido- Estatuto OAB
CAIO JESUEL L. AGUIAR
PARTE A
i. O QUE É ETICA?
 A palavra ética vem do grego “ethos” e quer dizer costume ou habito. Esse termo reflete a forma da vida do indivíduo ou caráter.
 Atualmente a palavra ética é uma ciência da conduta do comportamento humano.
 Na história grega a partir de Sócrates em que deixou de lado o relativismo moral, dos sofistas. Passando a se definir valores individuais para vida em sociedade, onde a conduta era valorada com base no bem em que se gera a parti das ações praticadas.
ii. MORAL E ETICA
Enquanto a ética é uma ciência voltada aos estudos dos hábitos das relações, tais relações são denominadas moral.
 A moral também pode ser definida como conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações. Que por sua vez podem ser consideradas moral ou imoral(amoral), certo ou errado, bom ou mau.
iii. ÉTICA NAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS
A ética existe em todos aspectos da vida, nas profissões devem ser economicamente honestas, de forma não trazer prejuízos, respeitando os direitos individuais, com leis para cada profissão com o intuito de proteger os profissionais da categoria como um todo e os indivíduos que dependem desse profissional. Assim, a ética profissional é um conjunto de normas de condutas que regem a prática de qualquer profissão.
iv. ÉTICA NAS RELAÇÕES JURÍDICAS
A advocacia é a confiança que se entrega a uma consciência. Confiança que é entregue pelo cliente ao advogado e sem a qual não poderá atuar. Tal consciência deve estar amparada nas normas éticas a que está interligada. É imprescindível que todo advogado tenha consciência da importância que a ética desempenha em sua profissão.
O advogado, de acordo com sua função, realiza atos para terceiros, não podendo exercer tal atividade sem uma função moral digna, embasada em conceitos estabelecidos pela sociedade como conduta correta para a harmonia social. Assim, o advogado ético é aquele que observa, no exercício da sua profissão, respaldado pelo seu código de ética, uma série de princípios morais que resulte em uma maneira de ser íntegra e honrada.
A ética é uma das maiores aliadas do advogado, pois o protege e guia no caminho da moral e da dignidade profissional, indissociável do exercício do Direito, não tendo o simples objetivo de respeitar o código, mas sim como uma posição de sua consciência voltada para a humanidade, que faria da advocacia uma profissão digna no mundo todo.
v. DEONTOLOGIA FORENSE E SEUS PRINCÍPIOS
De acordo com o princípio fundamental da deontologia forense, o profissional do Direito deve ter em mente que ele possui uma grande responsabilidade, não só a de aplicar a lei no caso concreto, mas a de saber como aplica-la da maneira mais correta e efetiva. Não obstante ao conhecimento técnico e apurado do Direito, será ainda necessário que o profissional jurídico atue com zelo aos princípios e valores sociais devendo impor comportamentos voltados para as mudanças e avanços que a sociedade lhe propõe, sempre atuando em respeito à ciência, com consciência perante seus colegas e jurisdicionados. Além do princípio da deontologia forense supramencionado, há também outros como o da dignidade, do decoro profissional, do coleguismo, da correção profissional, da diligência, da confiança, da fidelidade.
vi. Código de ética da OAB
Encontra-se previsão do código de ética, no estatuto da OAB, Lei Nº 8.906, de 4 De julho De 1994:
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares
Ou seja, o código de ética é um documento que prevê os direitos e deveres do advogado, que é ente indispensável à administração da Justiça, defensor do Estado democrático de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social,
vii. Dos Deveres do Advogado 
O código de ética da OAB no seu art°2 traz o rol de deveres do advogado:
I – preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade e indispensabilidade; II – atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III – velar por sua reputação pessoal e profissional; IV – empenhar-se, permanentemente, em seu aperfeiçoamento pessoal e profissional; V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; Publicado no Diário da Justiça, Seção I, do dia 01.03.95, pp. 4.000/4004. VI – estimular a conciliação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII – aconselhar o cliente a não ingressar em aventura judicial; VIII – abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) patrocinar interesses ligados a outras atividades estranhas à advocacia, em que também atue; c) vincular o seu nome a empreendimentos de cunho manifestamente duvidoso; d) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; e) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste. IX – Pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos seus direitos individuais, coletivos e difusos, no âmbito da comunidade.
viii. o comportamento ético negativo do advogado
Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.
Ou seja, no exercício da profissão cabe ao advogado sua independência e autonomia, contudo no que tange a comportamento negativo, ele não deve praticar atos com dolo ou culpa com intuito e promoção, obter vantagem ilicíta, nem descumprir com os deveres de excelência para com o qual seus clientes o contratam.
Além disso o Art. 33, no seu Pú diz que o advogado em deveres para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, deve garantir a publicidade, recusar patrocínio, e tem dever de assistência jurídica, dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
ix. A responsabilidade do Advogado
Por outro lado, a responsabilidade do advogado é somente a título de dolo ou culpa, logo podemos analisar que o art. 32 do Estatuto da OAB, bem como os dispositivos do código de ética da OAB. Apenas traz a responsabilidade subjetivas pelos danos causados e não somente pelo resultado.
Dentre todos os dispositivos elencados no código de ética estão a relação com o cliente, o sigilo profissional, a publicidade, a urbanidade e a cobrança de honorários.
x. O Tribunal de Ética e Disciplina e o processo disciplinar
DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE ÉTICA E DISCIPLINA
Art. 49. O Tribunal de Ética e Disciplina é competente para orientar e aconselhar sobre ética profissional, respondendo às consultas em tese, e julgar os processos disciplinares.
Parágrafo único. O Tribunal reunir-se-á mensalmente ou em menor período, se
necessário, e todas as sessões serão plenárias.
Com base no artigo observamos que apenas o tribunal tem legitimação de julgar processos administrativos, que não obsta em processos civis e penais.
 
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 51. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação dos interessados, que não pode ser anônima.
Sendo com base nos parágrafos do artigo estabelece que: Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, designa relator um de seus integrantes, para presidir a instrução processual. Que poderá propor ao Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção o arquivamento da representação, quando estiver desconstituída dos pressupostos de admissibilidade.
A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais é processadae julgada pelo Conselho Federal.
Art. 52. Compete ao relator do processo disciplinar determinar a notificação dos
interessados para esclarecimentos, ou do representado para a defesa prévia, em qualquer
caso no prazo de 15 (quinze) dias.
Após instaurado processo, será designada sessão no tribunal, que será fixada pelo Regimento Interno do Conselho Seccional.
Considerando a natureza da infração ética cometida, o Tribunal pode suspender
temporariamente a aplicação das penas de advertência e censura impostas, desde que o infrator primário, dentro do prazo de 120 dias, passe a frequentar e conclua, curso, seminário ou semelhante sobre Ética.
O art. 60 d0 código de ética, diz que os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e Disciplina, serão feitas ao Conselho Seccional. 
Por fim, o Art. 61. Diz que cabe revisão do processo disciplinar, na forma prescrita no art. 73, § 5º, do Estatuto.
PARTE B: QUESTÕES
1. O que se entende por ética e moral?
Ética diferente de moral tem caráter normativo, ou seja, no caso da OAB, há um código de ética e não moral. Já a moral é pessoa, ou mesmo de determinada sociedade ou grupo, sendo assim, uma conduta pode ser moralmente reprovável e ao mesmo temo eticamente reprovável.
1. O que deontologia Forense?
A deontologia, criada por Jeremy Bentham, que quer dizer numa tradução livre é tido como estudo ou ciência. Já forense é um termo referido ao direito ou desvendar crime. Portanto, deontologia forense é a tentativa de sistematizar regras para se manter uma ética profissional.
1. O advogado pode ser responsabilizado civil e disciplinarmente? Justifique a resposta.
Nada obsta a responsabilização civil e disciplinarmente, o próprio código civil, no art. 927, diz que se for praticado ato ilícito gera condição para pedir reparação.
1. Disserte a respeito das prerrogativas do Advogado no exercício da profissão.
Segundo o art. 6 e 7 do Estatuto da OAB, não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos. Além disso o advogado pode exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.
1. Qual é o órgão incumbido para apreciar os processos disciplinares envolvendo o Advogado?
O Art. 49. Do Código de ética, disciplina que incube ao o Tribunal de Ética e Disciplina para orientar e aconselhar sobre ética profissional.
Ou seja, incube ao tribunal apreciar os processos disciplinares, serão ouvidos pelo tribunal, que decretará a nomeação do relator.
REFERENCIAS 
LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8906.htm>. Acessado dia 01 de agosto de 2020.
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB. Disponível em < https://www.oab.org.br/arquivos/pdf/LegislacaoOab/codigodeetica.pdf>. Acessado dia 01 de agosto de 2020.
DIFERENÇA ENTRE ÉTICA E MORAL. Disponível em < https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/diferenca-entre-etica-moral.htm>. Acessado dia 01 de agosto de 2020.