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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEMINÁRIO III - DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA QUESTÕES DE PLENÁRIO Thaís Cristine de Sousa 1. Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao “lançamento por homologação”? Contribuinte entregou declaração de IR no dia 30 de abril 2014, referente a renda auferida em 2013 e efetuou o pagamento do tributo declarado, contudo a Receita Federal apurou irregularidades na declaração. Qual o prazo para o fisco lançar a diferença apurada? Esse prazo sofreria alguma alteração caso o contribuinte tivesse entregue a declaração sem ter efetuado o pagamento do tributo? E se não tivesse nem ao menos entregue a declaração, qual prazo disporia o fisco para a constituição do crédito tributário? A contagem do prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício se dá com base no disposto pelo artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional (CTN), ou seja, cinco anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que tenha ocorrido o fato gerador. Quanto ao lançamento por homologação, o Código Tributário Nacional (CTN) prevê o prazo de cinco anos contados a partir da ocorrência do fato gerador (artigo 150, §4º, do CTN). No entanto, o referido prazo aplica-se para os casos em que o contribuinte declara e recolhe o valor devido (ou que entender devido). Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, mesmo havendo o pagamento a menor, mas caso o Fisco oponte irregularidades o prazo para o fisco lançar a diferença apurada se dá com base no artigo 173, inciso I, do CTN, se iniciando em 01/01/2015. Assim, no caso em análise, entrega de declaração de IR com pagamento, no entanto foi apurado irregularidades na declaração, o prazo para o fisco lançar a diferença apurada será de cinco anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que tenha ocorrido o evento tributário, totalizando 6 (seis) anos. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. O referido prazo não sofreria qualquer alteração caso o contribuinte tivesse entregue a declaração sem ter efetuado o pagamento do tributo, bem como se não tivesse nem ao menos entregue a declaração, qual prazo disporia o fisco para a constituição do crédito tributário, este é o entendimento abalizado pelo STJ1. 2. O que é prescrição intercorrente? A prescrição intercorrente é fundamentada no art. 40 da lei 6.830/80 – lei de execução fiscal? Ela existe no processo tributário judicial e administrativo? Como funciona a contagem do prazo na prescrição intercorrente? A sociedade empresarial ABCD Ltda foi executada pela Município AB. A citação foi negativa, pois não foram encontrados bens e a fazenda pública foi intimada a respeito da não localização do devedor. Ressalta-se que a dívida em referência é tributária e o despacho ordenador da citação foi proferido antes da vigência da LC 118/05. A execução deve dar o prosseguimento? A prescrição intercorrente é a perda do direito de execução, sendo que esta ocorre no curso do processo devido a inércia ininterrupta pelo prazo superior ao da prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação do artigo 202, p.ú, do Código Civil do autor da ação2. Quando se trata de Execução Fiscal a prescrição intercorrente é fundamentada no art. 40 da lei 6.830/80 – lei de execução fiscal. Segundo o STJ quando do julgamento do RESp 1.340.553, (i) o prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional previsto no art. 40, §§ 1º e 2º da lei 6.830/80 – LEF, tem início automaticamente na data da ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução (tema 566); (ii) havendo ou não petição da Fazenda Pública e havendo ou não pronunciamento judicial nesse sentido, findo o prazo de 1 (um) ano de suspensão inicia-se automaticamente o prazo prescricional aplicável (tema 567); (iii) Passados 6 (seis) anos – 1 ano da suspensão + 5 anos da prescrição – da ciência do ente público que o devedor não foi localizado, sem que venha ocorrer a efetiva citação, ainda que por edital, ocorrerá a prescrição intercorrente da execução; (iv) Havendo prescrição intercorrente, o juízo deverá fundamentar o ato judicial com a linha temporal jurídica, indicando os marcos legais que se fundaram o prazo com inclusive, o período em que a execução fiscal ficou suspensa. 1 (AgRg no REsp 1523619/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2015, DJe 13/11/2015) 2 Recurso Especial n. 1.604.412/SC http://www.stj.jus.br/webstj/processo/justica/jurisprudencia.asp?tipo=num_pro&valor=RESp1340553 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Ainda, nos termos do que preceitua o Resp 1.340.553, “Não havendo a citação de qualquer devedor por qualquer meio válido e/ou não sendo encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora (o que permitiria o fim da inércia processual), inicia-se automaticamente o procedimento previsto no art. 40 da Lei n. 6.830/80, e respectivo prazo, ao fim do qual restará prescrito o crédito fiscal. Esse o teor da Súmula n. 314/STJ: "Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição qüinqüenal intercorrente", ainda que o despacho tenha ocorrido antes da vigência da Lei Complementar 118/2005.3 Assim, no caso da sociedade empresarial ABCD Ltda, a execução não deve prosseguir. 3. No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação de efeitos), como fica o prazo de prescrição para repetir o indébito tributário? Conta- se do pagamento indevido ou o termo inicial seria a “data da declaração de inconstitucionalidade da lei que fundamentou o gravame”? Determinada sociedade empresarial pagou contribuição que foi declarada inconstitucional pelo STF, sem modulação dos efeitos. Após análise, o advogado da empresa verificou que o recolhimento foi indevido e entendeu que deveria ingressar com pedido de repetição do indébito tributário. Com isso, ingressou com Recurso Extraordinário contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que, ao reformar o aresto de segundo grau, julgou prescrito o direito de devolução com o argumento de que o prazo prescricional tinha início a partir da data da declaração de inconstitucionalidade da exação pelo STF em controle concentrado, ou de resolução do Senado Federal, no controle difuso. Ocorre, porém que, em momento posterior, o STJ promoveu revisão abrupta de sua jurisprudência para considerar que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o transcurso do prazo prescricional ocorre a partir do recolhimento indevido, independentemente do STF ou do Senado Federal. O referido entendimento foi aplicado pelo Tribunal Superior no julgamento do recurso especial para reformar o aresto de segundo grau e julgar prescrito o direito à devolução. O recurso extraordinário interposto pelo advogado da banca tributária foi contraesse acórdão. Em sua opinião, agiram corretamente os tribunais? Fundamente sua resposta 3 “4.1.1.) Sem prejuízo do disposto no item 4.1., nos casos de execução fiscal para cobrança de dívida ativa de natureza tributária (cujo despacho ordenador da citação tenha sido proferido antes da vigência da Lei Complementar n. 118/2005), depois da citação válida, ainda que editalícia, logo após a primeira tentativa infrutífera de localização de bens penhoráveis, o Juiz declarará suspensa a execução.” (REsp 1340553/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/09/2018, DJe 16/10/2018) O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. O prazo para requerer a repetição do indébito tributário tem seu termo inicial com o prazo prescricional para repedtir o indébito tributário, conforme o atual entendimento do STJ. Assim, tendo em vista que a lei declarada inconstitucional opera efeitos “ex tunc”, então abrangerá os fatos geradores sobre os quais foram feitos os pagamentos indevidos ao fisco, desde o momento em que o contribuinte arrecadou o montante aos cofres públicos.
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