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Seminário III - Módulo ECT - Seminario Thaís Cristine de Sousa

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Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por 
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
Seminário III 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
 
Aluna: Thaís Cristine de Sousa 
 
Questões 
 
1. Defina o conceito “decadência” no âmbito do direito tributário. 
 
Conforme ensina Aurora Tomazini de Carvalho, na obra “Decadência e prescrição em direito 
tributário”, decadência é a perda do direito do Fisco ou do contribuinte em razão do não 
exercício de um direito dentro de determinado período de tempo. 
 
Para o Fisco é a perda do direito de constituição do débito tributário, já para o contribuinte é 
a perda do direito de repetição de indébito tributário. 
 
(a) Com base na bibliografia indicada para desenvolvimento deste seminário apresente as 
diferentes acepções do conceito “decadência”. 
 
Com base na bibliografia indicada, têm-se (i) a decadência do direito do fisco e, (ii) a 
decadência do direito do contribuinte. 
 
A decadência do direito do Fisco, nas palavras de Aurora Tomazini de Carvalho, “é a perda 
da competência administrativa do fisco de constituir o crédito tributário, em decorrência do 
decurso de certo período de tempo sem que o tenha exercitado”. Ao passo que, a decadência 
do direito do contribuinte é a perda da legitimidade de repetir o indébito tributário na esfera 
administrativa, devido ao decurso de tempo in albis. 
 
Assim, o conceito de “decadência” pode ter três acepções: (i) não exercício de um direito 
dentro de certo período de tempo; (ii) inércia do titular do direito durante determinado período 
de tempo; e (iii) perda jurídica de um direito subjetivo por seu titular. 
 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
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(b) Construa a respectiva estrutura normativa para cada acepção (ex. NGA, NIC, 
antecedente, consequente...), indicando quai(is) dessa(s) estrutura(s) normativa(s)) 
são norma em sentido estrito. 
 
Decadência do direito do Fisco: (i) Norma geral abstrata > Não previsão de pagamento 
antecipado, não ocorrência do pagamento antecipado, não ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação, não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência 
administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do 
primeiro dia do exercício seguinte aquele que deveria ocorreu o lançamento tributário; (ii) 
Norma geral abstrata > não ocorrência do pagamento antecipado (independe de previsão), 
não ocorrência de dolo, fraude ou simulação, existência de notificação, não ocorrência de 
anulação. Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para 
constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos da data da notificação; (iii) Norma 
geral abstrata > ocorrência do pagamento antecipado (com previsão de pagamento), não 
ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ausência de notificação, não ocorrência de anulação. 
Norma individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição 
do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do evento tributário; (iv) Norma geral abstrata 
> previsão de pagamento antecipado, ocorrência de dolo, fraude ou simulação, ocorrência de 
notificação e não ocorrência de anulação. Norma individual concreta: Perda da competência 
administrativa do Fisco para constituição do crédito tributário no lapso temporal de 5 anos do 
“ato norma administrativo formalizador do ilícito tributário”1; e (v) Norma geral abstrata > 
existência de decisão administrativa ou judicial que anule lançamento anterior. Norma 
individual concreta: Perda da competência administrativa do Fisco para constituição do 
crédito tributário no lapso temporal de 5 anos da decisão anulatória do lançamento anterior. 
 
Decadência do direito do contribuinte: (i) não ocorrência de anulação de decisão anterior que 
motivou o pagamento. Norma individual concreta: Perda do direito de repetir o indébito 
administrativamente a contar o prazo de cinco anos da data do pagamento; (ii) anulação de 
decisão anterior que motivou o pagamento, desde que dentro do prazo de 5 anos do 
pagamento. Perda do direito de repetir o indébito administrativamente a contar o prazo de 5 
anos da data do pagamento. Norma individual concreta: Perda do direito de repetir o 
indébito administrativamente a contar o prazo de cinco anos da data da reforma da decisão 
que havia motivado o pagamento. 
 
1 Aurora Tomazini de Carvalho, Decadência e prescrição em Direito Tributário, pág. 46. 
 
Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário 
 
 
 
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(c) É correta a afirmação de que a decadência opera-se automática e infalivelmente? 
Justifique sua resposta. 
 
Tomando como base os ensinamentos de Paulo de Barros de Carvalho, a decadência não se 
opera de forma automática e infalível, pois tal ato não se realiza apenas com a realização da 
hipótese prevista na norma. Isto é, as normas não incidem por conta própria, sendo 
imprescindível a participação humana para que seja demonstrada a efetiva ocorrência 
concreta da decadência prevista em norma geral e abstrata. Ainda, o jurista afirma que 
somente o ser humano tem a capacidade de fazer a conexão entre norma e acontecimento. 
 
(d) Quanto aos efeitos da decadência em relação ao crédito tributário (arts. 150 e 173, do 
CTN), pode-se afirmar que sejam: (i) extintivos ou (ii) impeditivos? Justifique sua resposta. 
 
De acordo com a disposição do artigo 156, do Código Tributário Nacional (CTN), os efeitos 
da decadência ocasionam a extinção do crédito tributário. 
 
Ainda, é correto dizer que a ocorrência da decadência impede o Fisco de lançar o crédito 
tributário. No entanto, muitas vezes existem lançamentos nos quais o Fisco não tinha 
legitimidade para constituí-lo, vez que havia operado a decadência. Nesses casos, a 
obrigação tributária é extinta no momento da desconstituição do lançamento, uma vez que 
não poderia se quer ter sido lançada. 
 
(e) Diferençar, se possível: (i) decadência do direito de lançar, (ii) prescrição do direito do 
Fisco cobrar o crédito tributário, (iii) decadência do direito do contribuinte pleitear a 
restituição do indébito tributário e (iv) prescrição do direito de ação do contribuinte 
repetir o indébito tributário. 
 
 
(i) a decadência do direito de lançar é perda da competência do Fisco de constituir o 
crédito tributário; 
(ii) a prescrição do direito de o Fisco cobrar o crédito tributário ocorre quando há a 
constituição do crédito tributário e a prescrição ocasiona a perda do direito do Fisco 
de promover a Execução Fiscal; 
 
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(iii) a decadência do direito do contribuinte traduz na perda da legitimidade do 
contribuinte de repetir o indébito na esfera administrativa, devido ao decurso de 
certo período de tempo em branco; e 
(iv) a prescrição do direito de ação do contribuinte repetir o indébito tributário é a perda 
da legitimidade do contribuinte de repetição do indébito na esfera judicial, em 
decorrência do decurso de determinadoperíodo de tempo sem que o tenha 
exercitado. 
 
2. Conjugando o art. 146, III, “b”, da CF e o princípio da autonomia dos entes federativos, 
responda: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio de lei 
ordinária, podem estabelecer prazo diverso do constante no CTN para a decadência 
e prescrição de seus créditos? E mediante lei complementar estadual ou municipal? 
(Vide anexo I e Súmula Vinculante n. 8 do STF).2 
 
De início, cabe trazer à baila que, o artigo 146, inciso III, alínea “b” da CRFB/88, reserva à lei 
complementar o estabelecimento de normas gerais em matéria tributária, inclusive sobre 
prescrição e decadência. 
 
Desta forma, cabe somente à lei complementar dispor sobre prescrição e decadência, sendo 
inconstitucional lei ordinária que verse sobre tal assunto, ou seja, é vedado União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios estabelecerem prazos diversos do estabelecido pelo Código 
Tributário nacional (CTN). 
 
Outrossim, ainda que se trate de lei complementar estadual ou municipal, é defeso a 
disposição de prazo diverso do CTN, eis que o intuito da Constituição Federal é disciplinar de 
forma homogênea as matérias de prescrição e decadência em matéria tributária. 
 
3. Quando começa a contar o prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos 
sujeitos ao lançamento de ofício? E nos tributos sujeitos ao “lançamento por 
homologação”? Se não houver o que homologar, o prazo passa a ser o dos tributos 
sujeitos ao lançamento de ofício (vide anexos II e III)? E no caso de fraude (vide anexo 
IV)? 
 
2. Súmula Vinculante n. 8: “São inconstitucionais o parágrafo único do art. 5º do Dec.-lei 1.569/77 e os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/91, 
que tratam da prescrição e decadência de crédito tributário.” 
 
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 
 
 
A contagem do prazo de decadência para o Fisco lançar nos tributos sujeitos ao lançamento 
de ofício se dá com base no disposto pelo artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional 
(CTN), ou seja, cinco anos do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que tenha ocorrido 
o evento tributário (fato gerador). 
 
Quanto ao lançamento por homologação, o Código Tributário Nacional (CTN) prevê o prazo 
de cinco anos contados a partir da ocorrência do fato gerador (artigo 150, §4º, do CTN). No 
entanto, o referido prazo aplica-se para os casos em que o contribuinte declara e recolhe o 
valor devido (ou que entender devido). 
 
Nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação não declarados e não pagos, 
o prazo decadencial conta-se nos termos do artigo 173, inciso I, do CTN3. Em adição, caso 
haja fraude, mesmo havendo pagamento a menor, aplica-se o artigo 173, inciso I, do CTN. 
 
4. Como deve ser interpretado o parágrafo único do art. 173 do CTN? Que se entende por 
“medida preparatória indispensável ao lançamento”? Tal medida tem apenas o condão de 
antecipar o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I ou pode também 
postergá-lo? Trata-se de causa de interrupção do prazo decadencial? (Vide anexo V e VI). 
 
Pela leitura do parágrafo único do art. 173 do CTN tem-se que o prazo decadencial tem o seu 
começo a partir da data em que é iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação 
do sujeito passivo. 
 
O referido parágrafo, antecipa o termo inicial da contagem do prazo prescrito no inciso I, do 
artigo 173, do CTN. 
 
Portanto, o parágrafo único do art. 173 do CTN tem o condão de constituir o crédito tributário.4 
 
5. A Lei n. 11.051/04 trouxe previsão de prescrição intercorrente no processo judicial. 
Quanto ao processo administrativo fiscal, existe prescrição intercorrente no seu curso? 
 
3 (AgRg no REsp 1523619/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2015, DJe 
13/11/2015) 
4 (AgRg no REsp 1523619/MG, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/11/2015, DJe 13/11/2015) 
 
 
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E no decorrer do processo executivo fiscal? Qual é o tratamento mais adequado em 
caso de falta de intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que determina sua 
manifestação antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente? É possível que 
a decretação da prescrição intercorrente seja ilidida? Justificar (vide anexos VII, VIII e 
IX e X). 
 
Nos termos do que preceitua a Súmula nº 11, do CARF, não se aplica a prescrição intercorrente 
ao processo administrativo fiscal. 
 
No decorrer do processo executivo fiscal existe a prescrição intercorrente, nos termos do art. 
40, da Lei n. 6.830/1980. Em complemento, este é o entendimento do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ): “(...) O espírito do art. 40, da Lei n. 6.830⁄80 é o de que nenhuma execução 
fiscal já ajuizada poderá permanecer eternamente nos escaninhos do Poder Judiciário ou 
da Procuradoria Fazendária encarregada da execução das respectivas dívidas fiscais5(...)”. 
 
Caso não ocorra a intimação da Fazenda Pública sobre o despacho que determina a 
manifestação desta antes da decisão que decreta a prescrição intercorrente ilide a referida 
decretação, este é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Resp nº 1.340.553. 
 
6. Qual o marco inicial da contagem do prazo para redirecionamento da execução fiscal 
contra os sócios? Trata-se de prazo decadencial ou prescricional? É possível 
compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado ilícito 
suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o seja para 
a execução fiscal de débito não-tributário. (Vide anexos XI, XII e XIII) 
 
O marco inicial da contagem do prazo para o redirecionamento da execução fiscal contra os 
sócios é a partir da citação válida da pessoa jurídica, vez que este evento interrompe a 
prescrição em relação aos responsáveis solidários (AgRg no ARESP nº 88.249/SP). 
 
Considerando que a prescrição é instituto intrinsecamente relacionado à inércia do titular de 
uma pretensão, podendo levar à sua extinção, caso não exercida em determinado período de 
 
5 (STJ - REsp: 1340553 RS 2012/0169193-3, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
Data de Julgamento: 12/09/2018, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO, Data de Publicação: DJe 16/10/2018) 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11730746/artigo-40-da-lei-n-6830-de-22-de-setembro-de-1980
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109854/lei-de-execu%C3%A7%C3%A3o-fiscal-lei-6830-80
 
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tempo, o prazo para o redirecionamento da execução fiscal contra os sócios é prazo 
prescricional. 
 
É possível compreender que o mesmo fato jurídico “dissolução irregular” seja considerado ilícito 
suficiente ao redirecionamento da execução fiscal de débito tributário e não o seja para a 
execução fiscal de débito não-tributário, porque não se pode conceber que a dissolução irregular 
da sociedade seja considerada “infração à lei”, para efeito do artigo 135, do CTN e assim não 
seja para efeito do artigo 10, do Decreto º 3.078/19, sendo que tais dispositivos tem somente 
como diferença que o CTN enfatiza exceção – responsabilização dos sócios em situações 
excepcionais, e o Decreto nº 3.078/19 enfatiza a regra– ausência de responsabilização dos 
sócios em situações regulares, este é o entendimento pacificado pelo STJ, confira-se: 
 
“PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL 
REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. 
REDIRECIONAMENTO DE EXECUÇÃO FISCAL DE DÍVIDA ATIVA NÃO-
TRIBUTÁRIA EM VIRTUDE DE DISSOLUÇÃO IRREGULAR DE PESSOA 
JURÍDICA. POSSIBILIDADE. ART. 10, DO DECRETO N. 3.078/19 E ART. 
158, DA LEI N. 6.404/78 - LSA C/C ART. 4º, V, DA LEI N. 6.830/80 - LEF. 
(...) 
4. Não há como compreender que o mesmo fato jurídico "dissolução 
irregular" seja considerado ilícito suficiente ao redirecionamento da 
execução fiscal de débito tributário e não o seja para a execução fiscal 
de débito não-tributário. "Ubi eadem ratio ibi eadem legis dispositio". O 
suporte dado pelo art. 135, III, do CTN, no âmbito tributário é dado pelo art. 
10, do Decreto n. 3.078/19 e art. 158, da Lei n. 6.404/78 - LSA no âmbito não-
tributário, não havendo, em nenhum dos casos, a exigência de dolo. 
5. Precedentes: REsp. n. 697108 / MG, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino 
Zavascki, julgado em 28.04.2009; REsp. n. 657935 / RS , Primeira Turma, 
Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 12.09.2006; AgRg no AREsp 
8.509/SC, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 4.10.2011; REsp 
1272021 / RS, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado 
em 07.02.2012; REsp 1259066/SP, Terceira Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
DJe 28/06/2012; REsp.n. º 1.348.449 - RS, Quarta Turma, Rel. Min. Luis 
Felipe Salomão, julgado em 11.04.2013; AgRg no AG nº 668.190 - SP, 
Terceira Turma, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13.09.2011; 
REsp. n.º 586.222 - SP, Quarta Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado 
em 23.11.2010; REsp 140564 / SP, Quarta Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, 
julgado em 21.10.2004. 
6. Caso em que, conforme o certificado pelo oficial de justiça, a pessoa jurídica 
executada está desativada desde 2004, não restando bens a serem 
penhorados. Ou seja, além do encerramento irregular das atividades da 
pessoa jurídica, não houve a reserva de bens suficientes para o pagamento 
dos credores. 
 
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7. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do 
CPC e da Resolução STJ 08/2008” (STJ. 1ª Seção. REsp 1.371.128-RS, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014) 
 
7. Sobre a decadência/prescrição do direito de repetir o indébito tributário pergunta-se: 
 
a) Quais indébitos estão sujeitos ao art. 3º da LC n. 118/05: todos, independente da data 
do pagamento indevido; aqueles cuja restituição seja requerida depois do termo inicial 
de sua vigência; ou somente os pagamentos efetuados após iniciada sua vigência? 
Justificar (vide anexos XIV e XV). 
 
O artigo 3º da LC nº 118/05 dispôs sobre o direito do contribuinte de pleitear a 
restituição de pagamento indevido, trazendo uma nova interpretação no que tange ao 
inciso I do artigo 168, do CTN, prevendo que, nos casos de tributo sujeito a lançamento 
por homologação, a partir do momento que o contribuinte realizar o pagamento antecipado 
haveria a extinção do crédito tributário. 
 
Conforme entende Paulo de Barros Carvalho, após a edição da referida Lei Complementar 
passou-se a ter duas situações para os pedidos de restituição do indébito: (i) refere-se 
aos recolhimentos indevidos realizados depois da edição da LC, 
que possuem prazo decadencial quinquenal a contar do pagamento antecipado, e (ii) no 
entanto, para os pagamentos indevidos ocorridos antes da edição da LC, a contagem do 
lustro decadencial tem início após a efetiva homologação, seja ela expressa ou tácita. 
 
Diante do exposto, estão sujeitos a regra do artigo 3º da LC 118/05 apenas os 
pagamentos indevidos ocorridos após a vigência da Lei Complementar em trato, pois o citato 
artigo só pode ter eficácia prospectiva (REsp nº 672.962/CE). 
 
b) No caso de lei tributária julgada inconstitucional em ADIN (sem modulação de efeitos), 
como fica o prazo para repetir o indébito tributário? Conta-se do pagamento indevido ou 
o termo inicial seria a “data da declaração de inconstitucionalidade da lei que 
fundamentou o gravame”? (Vide anexos XVI e XVII). 
 
 
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O prazo para requerer a repetição do indébito tributário tem seu termo inicial com o trânsito 
em julgado da decisão proferida em ação direta de inconstitucionalidade, sendo que, somente 
a partir da declaração de inconstitucionalidade que o valor recolhido torna-se indevido. 
 
Assim, tendo em vista que a lei declarada inconstitucional opera efeitos “ex tunc”, então 
abrangerá os fatos geradores sobre os quais foram feitos os pagamentos indevidos ao 
fisco, desde o momento em que o contribuinte arrecadou o montante aos cofres públicos.

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