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Análise do filme - O mínimo para viver Shalana

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
Estágio Saúde 
Professora: Dra. Patrícia Shalana
Nome: Lucimara Bittencourt Tribossi RA: D13HHe8 Turma: PS8P44
Data: 01/06/2020 Período: Noturno 
Análise do filme “O mínimo para viver”
Acredito que o “ Mínimo Para Viver” contribui de maneira sublime, ampliando o nosso repertório teórico-prático, acerca da riqueza de conteúdos que são tratados no filme, mostrando-nos através dos olhos de Ellen, personagem principal, como é pertencer ao Universo da patologia chamada Anorexia.
A maneira como Ellen se sente e se vê diante do espelho e perante as suas relações o mundo. O filme aponta as ações comportamentais de Ellen com relação à doença Anorexia e o como as pessoas ao seu redor lidam com a sua condição e como elas reagem perante os seus comportamentos.
A princípio, Ellen apresenta uma certa rebeldia ou revolta pela própria vida, mostrando-se entediada e desesperançosa, mas paulatinamente, essa casca vai sendo quebrada, à medida que ela cede ao tratamento oferecido pelo Dr. Beckham, que era o médico responsável pelo atendimento de todos os pacientes e pelo funcionamento da clínica.
Na clínica é perceptível o como as trocas interpessoais e os compartilhamentos que acontecem naturalmente, entre os pacientes, fazem parte do tratamento terapêutico e traz melhoras nítidas aos envolvidos.
Ellen no decorrer do tratamento, pensa em desistir, mas após refletir e parar de negar que realmente está doente e que precisa, aceita ajuda e adere com afinco o tratamento proposto pela clínica.
Agora Ellen estava determinada a escolher um caminho de força, esperança e recuperação ou, simplesmente, largar tudo e se entregar à doença, era tudo ou nada, podemos sentir isso em dois momentos: quando Ellen precisa lidar com o problema junto com sua mãe Judy, a madrasta Susan e a sua amada irmã Kelly, lidando também com as influências da rede de apoio dos amigos que ela fez na casa de recuperação.
Ellen mostra-se com diversos conflitos internos, transbordando suas emoções fortes e alimenta uma culpa por fazer as pessoas que ela ama sofrerem. Mas a partir do momento em que ela inicia a amizade com Luke, um personagem muito interessante durante o desenrolar da trama, pois está determinado a acolher Ellen e apoia-la, mesmo com toda a resistência inicial de Ellen em relacionar-se ou compartilhar seus sentimentos com as pessoas.
Ao conhecer melhor cada integrante da casa, Ellen passa a enxergar sua vida e as pessoas de um modo diferente, como se pela primeira vez houvesse visto uma pontinha de luz no fim do túnel, deixando de lado o seu egoísmo e pensando mais em quem está ao seu lado.
A aparência de Ellen e bem impactante, sua distorção acerca da sua autoimagem me provocou um desconforto, e me convocou a refletir o como faz-se importante o papel dos profissionais da área de saúde, principalmente relacionado aos psicólogos, que diante de diagnósticos como o de Ellen, que chegou ao extremo da patologia, o escolher flertar com a morte.
O ápice do filme ao meu ver, foi quando a mãe de Ellen percebe que deve respeitar a escolha da própria filha em morrer, mas numa última tentativa, lhe oferece amorosamente amamenta-la com uma mamadeira, embalando-a maternamente em seu colo. Cena contundentemente forte, mostrando-se um divisor de águas, para que Ellen decida pela vida.
Articulando ao artigo cientifico de Crocetta e Gomes (2017) o desiquilíbrio emocional e o transtorno alimentar, são uma combinação da reação de uma sociedade obsessiva, conduzindo ao sofrimento psíquico e a alteração do estado de saúde, sendo um dos diagnósticos à anorexia nervosa, sendo que essas disfunções são um modo de expressão dos sofrimentos subjetivos de diferentes ordens especialmente na expressão da sexualidade feminina.
Na concepção de Crocetta & Gomes (2017) durante a fase da adolescência e as suas transformações, há uma exposição dos adolescentes a fatores de riscos, tais como a anorexia, citada no filme, que podem ser compreendidos como variáveis individuais ou ambientais, acrescidos da probabilidade de consequências negativas sobre a saúde, o bem-estar e o comportamento do paciente.
Na ótica de Crocetta & Gomes (2017) os fatores classificados de risco para o desencadeamento de práticas alimentares inadequados em adolescentes consistem em: insatisfação corporal, considerada um desgosto profundo relação ao próprio corpo; prática extenuante de atividade física; estado nutricional inadequado; adiposidade corporal elevada, etnia branca e até correlação com o status econômico elevado.
Os resultados evidenciaram dos estudos de Leonidas & Santos (2012) disserta acerca das questões que permeiam a personalidade de mulheres com anorexia, que é permeada por baixa autoestima, sentimentos de inferioridade, inadequação, insegurança, perfeccionismo e obsessividade. Sendo os fatores, como esses, que acarretam acentuada inibição e retraimento social, e que exercem influência na distorção da imagem corporal e na aquisição de hábitos alimentares disfuncionais.
Ressaltam Leonidas & Santos (2012) a importância de haver um tratamento interdisciplinar, e de novos estudos experimentais e nacionais, que busquem compreender, cada vez mais a relação entre os construtos, que estão articulados ao quadro da patologia anorexia.
Evidenciam Leonidas & Santos (2012) que o modo singular com que cada sujeito configura a sua imagem corporal, consciente ou inconscientemente, assume um significado crucial na manutenção da saúde e no desenvolvimento de sua corporeidade, motricidade e vitalidade, com reflexos na constituição da autoestima e nos relacionamentos afetivos e sociais. Consequentemente reverberando em perturbações graves na imagem corporal, sinalizando a psicopatologia e indicando que a anorexia nervosa é um transtorno psicopatológico que está atrelado à uma grave distorção da autoimagem corporal.
Acredita-se que a compreensão da forma pela qual as pacientes com a psicopatologia anorexia nervosa, vivenciem em sua imagem corporal, podendo propiciar a elaboração de estratégias mais efetivas de prevenção, diagnóstico e tratamento psicológico, colaborando no prognóstico não apenas no plano psíquico, mas também nutricional, complementam Leonidas & Santos (2012), sendo que a partir do momento em que a pessoa acometida sente-se menos insatisfeita com seu corpo, suas atitudes alimentares podem, gradativamente, evoluir na direção de padrões alimentares mais saudáveis.
Para Goulart & Santos (2015) a anorexia nervosa constitui um tipo de transtorno alimentar grave devido ao risco de vida que implica para a pessoa acometida, que precisa ser mais explorado cientificamente, para enriquecer as possibilidade e ferramentas de trabalho da psicoterapia e a sua psicodinâmica, sendo que através das experiências emocionais vividas pelo psicoterapeuta juntamente com o paciente, temos também como objetivo identificar, discutir e aproximarmos dos limites e possibilidades da intervenção psicoterápica individual em um caso grave de anorexia nervosa, por meio da construção da narrativa clínica, escuta especializada, focada no desenvolvimento de recursos da paciente para lidar com seus conflitos, pois cada paciente reage ao tratamento de um modo peculiar.
O contexto ambulatorial, com sua relevância clínica e implicações terapêuticas, diante do processo psicoterapêutico desdobra-se em um espaço que pode favorecer, através das relações humanas a superação de dificuldades psicológicas, promovendo até transformações nas condições de vida da paciente, como analisamos no filme, o comportamento da paciente Ellen.
Diante desses estudos e análise de filme e articulações científicas, acredito que a família tem um papel importantíssimo no processo, já que precisam de informação e devem desenvolver algumas habilidades para ajudar, pois a família muitas vezes adoece junto com o paciente, portanto cabe também ao psicólogo e a equipe multiprofissional, conscientizar e acompanhar essa rede de apoio familiar, estando disponíveis para o fortalecimento dessa rede, efetivandoassim, um trabalho ético, fidedigno, que realmente cerque o paciente de cuidados durante os enfrentamentos sofridos do tratamento.
Referencial Bibliográfico
CROCETTA, M.E.D.C.; GOMES, K. M. Anorexia nervosa na adolescência: uma revisão não sistemática. Revista de Iniciação Científica, Criciúma, v. 15, n. 1, 2017. Disponível em: file:///C:/Users/suporte/Downloads/3744-10707-1-PB.pdf. Acessado em: 01 jun. 2020.
GOULART, D. M; SANTOS, M. A. Psicoterapia individual em um caso grave de anorexia nervosa: a construção da narrativa clínica. Psicol. clin. vol.27 no.2 Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652015000200011. Acessado em: 01 jun. 2020.
LEONIDAS, C.; SANTOS, A.M. Imagem corporal e hábitos alimentares na anorexia nervosa: uma revisão integrativa da literatura. Scielo. Psicol. Reflex. Crit. vol.25 no.3, Porto Alegre, 2012. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-79722012000300015. Acessado em: 01 jun. 2020.

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