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pH pH (potencial hidrogeniônico): logaritmo negativo da concentração do íon hidrogênio, pelo qual se expressa a acidez ou alcalinidade de um líquido. Teoria de Arrhenius (1887) sobre a ionização da água H2O + H2O ↔ H3O+ + OH- H2O ↔ H+ + OH- (hidrólise) [H+] = [OH-] → Reação de equilíbrio = neutralidade [H+] ou [OH-] = 10-7 mol/litro ou 0,0000001 mol/litro Se [H+] = 10-7 ⇒ -log [10-7] = 7 (pH neutro) [H+] = 10-1 ⇒ -log [10-1] = 1 (pH ácido) [H+] = 10-14 ⇒ -log [10-14] = 14 (pH básico) Determinação de pH Uma das medições mais fáceis, porém difícil de obter medidas acuradas Métodos 1. Colorimétrico – uso de indicadores 2. Eletrométrico ou potenciométrico – uso de medidores de pH ou peagâmetros 1. Colorimétrico – soluções ou papel de tornasol • Uso de compostos orgânicos que alteram a cor segundo o pH da solução à qual são adicionados. • Obtenção de séries de padrões coloridos e determinação por comparação com a escala de cores. Indicadores com faixas limitadas de pH. • Menos precisos e inconvenientes que medidas eletrométricas. • Mais caros se forem feitas diversas medições. • Inadequado para águas com reduzida capacidade de tamponamento ou contendo material colorido como compostos orgânicos dissolvidos. 2. Potenciométrico - pHmetros • Potenciômetro ligado a dois eletrodos ou um eletrodo combinado eletrodo de vidro – selado, parte sensível no fundo o potencial depende de [H+] na água e na solução eletrolítica – 59,16mV por unidade de pH – necessário tempo para estabelecer o equilíbrio da camada da membrana com a água eletrodo de referência – canal poroso próximo ao fundo O eletrólito flui pelo orifício – necessidade de reposição periódica eletrodo de vidro identifica íons H+ e o de referência libera um fluxo constante de KCl – medição depende da temperatura e da pressão. Eletrodos combinados – eletrodos de vidro e referência num único sensor – mais caros, mais convenientes, menos perturbação da amostra. Manutenção em água - se seco, hidratação em água por 24 horas Limpeza com imersão em água quente ou enxágüe em HCl 0,1 N por 1 hora ou imersão em ácido hidrofuorídrico 2% por alguns segundos e enxágüe imediato com água , e então, HCl 0,1 N para remover traços de fluoretos. Antes do uso, padronização com solução pH 7 e em seguida pH 4. Enxaguar bem com água destilada. Fazer a medição rapidamente, devido às trocas de CO2 com a atmosfera – alteração do pH. 4 5 6 7 8 9 Al3+, Fe3+, H+ Ca2+, OH- Fosfato Concentração pH Máxima disponibilidade pH letal Pouco crescimento Faixa ótima de produção Diminuição do crescimento Pára a reprodução pH letalSuco de laranja Suco gástrico Ácido muriático 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 BÁSICO (OH-) ÁCIDO (H+) Soda cáustica Amoníaco Água pura Cerveja Refrigerante CO2 6H2O + 6CO2 → C6H12O6 + 6O2↑ (fotossíntese) C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O (respiração) CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3- + H2 + CO3-2 (ácido carbônico) (íon bicarbonato) (íon carbonato) Proporções (%) de CO2, HCO3- e CO3-2 da água em função de diferentes valores de pH (Fonte: Wetzel, 1975) ----------------------------------------------------------------------------------- pH CO2 total HCO3- CO3-2 livre (bicarbonato) (carbonato) ----------------------------------------------------------------------------------- 4 0,996 0,004 1,25 x 10-9 5 0,962 0,038 1,20 x 10-7 6 0,725 0,275 0,91 x 10-5 7 0,208 0,792 2,60 x 10-4 8 0,025 0,972 3,20 x 10-3 9 0,003 0,966 0,031 10 0,0002 0,757 0,243 ---------------------------------------------------------------------------------- Solubilidade do CO2 na água pura a diferentes temperaturas (Hutchinson, 1957). oC mg/L@ oC mg/L 0 1,10 20 0,56 5 0,91 25 0,48 10 0,76 30 0,42 15 0,65 @Para uma concentração atmosférica de dióxido de carbono de 0,033% CO2 + H2O → H2CO3 pH = ácido Via físico-química (hidrólise do CO2) 06 12 18 24 06 12 18 24 8.0 8.5 9.0 7.5 9.5 pH HCO3- + H2O → H2O + CO2 + OH- pH = básico Via biológica (hidrólise do bicarbonato) CO2 > CO2 ⇒ < pH sanguíneo (Hipercapnia) Aumento do fluxo de água branquial Diminuição da freqüência de muda e redução da taxa de crescimento ALCALINIDADE A alcalinidade de um líquido corresponde ao somatório das bases tituláveis presentes, capazes de neutralizar os cátions de hidrogênio – CNA – capacidade de neutralização de ácidos, como HCl, H2SO4 e HNO3. A alcalinidade total de um determinado líquido depende da presença de substâncias dissolvidas que podem aceitar e neutalizar prótons, como bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO3 -2), hidróxidos (OH-) – desprezíveis, exceto sob pH extremamente elevados -; silicatos, fosfatos e sulfetos – normalmente em quantidades-traço – e carbono orgânico dissolvido – presença de ânions orgânicos. Porém, na maioria dos casos, os carbonatos e bicarbonatos são os responsáveis pela alcalinidade da água. Os níveis de alcalinidade variam de 5 a 500 mg/l de CaCO3. A alcalinidade de um líquido determina seu poder “buffer”. 6,3 10,38,3 Alcalinidade total, alcalinidade de carbonatos, alcalinidade de reserva, bases tituláveis e capacidade de neutralização de ácidos têm sido empregados para expressar a quantidade total de bases que podem ser tituladas com uma solução padrão de ácido forte, e.g. H2SO4 0,1N. Atualmente, diversos métodos são empregados, dependendo das condições e do grau de precisão desejado. Métodos de determinação 1. Método de titulação de Gran – mais preciso Baseia-se no incremento de uma solução padrão de ácido usada para titular uma amostra, em conformidade com sua variação de pH. 2. Uso de indicadores coloridos Mais comumente empregado por químicos aquáticos Métodos típico – coloração rosa claro do indicador de metil orange [pH aproximadamente igual a 4,25]. Substituição pelo uso de indicador misto de verde bromocresol e vermelho metila - ponto final mais preciso e menos duvidoso. O termo alcalinidade total é empregado para expressar aquela alcalinidade medida com indicadores de cor, expressa frequentemente em termos de mg CaCO3/L – composto usualmente empregado no tratamento de água e águas residuais. Outras unidades: μeq/L = 20 μeq/mgCaCO3 X mg CaCO3/L Alcalinidade da fenoftaleína é usada para expressar a porção da alcalinidade resultante de íons hidróxido e carbonato. O indicador fenoftaleína muda de rosa para claro, com o rebaixamento do pH a 8,3, quando todo carbonato é convertido a bicarbonato. FORMAS DE ALCALINIDADE Carbonatos – CO32- - presente quando a alcalinidade de fenoftaleína for diferente de zero, porém menor que a alcalinidade total. Hidróxidos – OH- - presente se a alcalinidade de fenoftaleína for maior que a metade da alcalinidade total. Bicarbonatos – HCO3- - presente se a alcalinidade da fenoftaleína for menor que a metade da alcalinidade total. Para calcular cada fração adotar P para a alcalinidade da fenoftaleína e T para a alcalinidade total, sendo: A alcalinidade de carbonato = 2 vezes o menor valor de P ou (T – P) Se o menor valor for P, a alcalinidade de bicarbonato = (2P – T) Quando o menor valor for (T – P), a alcalinidade de hidróxidos é = (2P – T) Todos os resultados são expressos como CaCO3. Relações da alcalinidade*. Resultado da titulação Alcalinidade de hidróxido como CaCO3 Alcalinidade de carbonatos como CaCO3 Alcalinidade de bicarbonatos como CaCO3 P = 0 0 0 T P < ½ T 0 2 P T – 2 P P = ½ T 0 2 P 0 P > ½ T 2 P - T 2 (T – P) 0 P = T T 0 0 *P = alcalinidade da fenoftaleína; T = alcalinidade total CARBONO INORGÂNICO DISSOLVIDO Carbono inorgânico dissolvido (CID) na água é a soma de todo o carbono presente como CO2, H2CO3, HCO3- e CO32-. Importante na avaliação do total de carbono disponível para a fotossíntese. CID em água doce pode ser estimado a partir da medição da alcalinidade e do pH, como: CID = [[Alc.] – [OH-] + [H+]]/[α1 + 2α2] Abaixo de pH = 8,3, a equação pode ser simplificada para:CID = [[Alc.] – [OH-] + [H+]] [(H+/10-6,3)+1] Estimativa de CID C disponível = (alcalinidade total) X (fator de pH da Tabela) = (alcalinidade total – alcalinidade da fenoftaleína, se presente) X (0,240) = mg C/L Fatores para a conversão de alcalinidade total para mg C/L em função do pH e da temperatura da água. Fonte: Wetzel & Likens, 2000 9,0 8,0 7,0 06:00 12:00 18:00 24:00 06:00 pH Hora Oscilações do pH em viveiros de cultivo em função da alcalinidade da água (Boyd, 1995). Baixa alcalinidade (<20 mg/L) Alcalinidade moderada (50 - 120 mg/l) H2CO3 ↔ H+ + CO3H- doador de H+ receptor de OH- e H+ DUREZA A dureza da água é causada por sua concentração de cátions polivalentes, principalmente cálcio e magnésio, que tendem a precipitar sabão. Deve-se, principalmente, à quantidade de carbonato de cálcio (CaCO3) e de magnésio (MgCO3) presentes. Variável de pouco interesse limnológico, frequentemente medida por engenheiros sanitaristas. Comumente medida e ajustada em sistemas de tratamento de água, sendo usualmente expressa em termos de mg CaCO3/L. Pode ser computada a partir de concentrações conhecidas de cálcio e magnésio. Se outros cátions produtores de dureza estiverem presentes em quantidades significativas, suas concentrações devem ser medidas e incluídas no cálculo. A concentração (mg/L) de cada cátion produtor de dureza deve ser multiplicado por um fator apropriado para obter-se a concentração equivalente de carbonato de cálcio. Dureza equivalente de CaCO3 (mg/L) = [cátion, mg/L] X fator Cátion Fator Ca 2,497 Mg 4,116 Fe 1,792 Mn 1,822 Al 5,564 Sr 1,142 Zn 1,531 Fatores para estimar a dureza da água a partir da concentração de cátions. É comumente considerado que a água contém dureza de carbonatos e bicarbonatos. A parte da dureza total quimicamente equivalente à alcalinidade total é chamada de dureza de carbonatos. Se a alcalinidade total < dureza total - a dureza de carbonatos = alcalinidade total Se a alcalinidade total ≥ dureza total – a dureza de carbonatos = dureza total Se a alcalinidade total > dureza total – parte do carbonato e bicarbonato estão associados a sódio e potássio, ao invés de cálcio e magnésio. Assim, se a dureza total > alcalinidade total – parte do cálcio e magnésio estão associados a outros ânions, além de bicarbonato e carbonato. Uma água dura não necessariamente possui uma elevada alcalinidade, já que seus elementos constituintes não se encontram ionizados para neutralizar ácidos ou bases. Classificação da água segundo a dureza, conforme engenheiros sanitaristas. 0 - 75 mg/litro branda 75 - 150 mg/litro moderadamente dura 150 - 300 mg/litro dura 300 o mais mg/litro extremamente dura Água para cultivo de peixes necessita conter quantidades de cálcio e magnésio, mas tais quantidades são usualmente satisfatórias quando a dureza total é superior a 20 mg/L. Águas com elevada alcalinidade total e baixa dureza total podem apresentar problemas de pH elevado durante períodos de rápido crescimento algal. Alcalinidade total e dureza total da água de diferentes tipos de solos. Tipo de água Alcalinidade total (mg/L) Dureza total (mg/L) Viveiro em solo arenoso 13,2 12,9 Viveiro em solo ácido, argiloso 11,6 12,3 Viveiro em solo calcáreo 51,1 55,5 Viveiro preenchido com água de poço, mole e alcalina 93,0 15,1 Viveiro em região árida 346 708 Efeitos do pH e da alcalinidade pH < 5 – baixa sobrevivência para peixes 5 < pH < 6 – sobrevivência com baixo crescimento e restrição na reprodução Viveiros com pH satisfatório, mas alcalinidade baixa e sedimento ácido Fertilização inorgânica insatisfatória Alcalinidade com insuficiente concentração de carbono para a fotossíntese + fosfato do fertilizante aprisionado ao sedimento Se o fitoplâncton desenvolve-se, elevação de pH a níveis elevados – remoção de CO2 pelas algas. NECESSIDADE DE ELEVAÇÃO DAS RESERVAS ALCALINAS CALAGEM
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