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LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: Teoria e Prática. São Paulo: Heccus Editora, 2015. [6ª Ed., Orig. 2000] Capítulo 2 – “Uma escola para novos tempos”, pp. 41-57. 1. A escola e as transformações contemporâneas. (pp. 41-44) 1.1. Revolução tecnológica; globalização, internacionalização do capital e dos mercados, reestruturação da produção; difusão maciça de informação, novas tecnologias da comunicação; neoliberalismo, com diminuição do papel do Estado e fortalecimento das leis do mercado; novos paradigmas da ciência e do conhecimento; agravamento da exclusão social. 1.2. Quais destes fenômenos afetam mais profundamente o trabalho dos professores? 2. As mudanças na economia – novo paradigma produtivo. (pp. 44-46) 2.1. Ascenção do neoliberalismo: o mercado como regulador do funcionamento da sociedade. 2.1.1. Busca de lucratividade, através da eficiência, índices de produtividade e competitividade. 2.1.2. Ampla circulação do capital financeiro, sem interferência do Estado. 2.2. Nessa perspectiva, a educação tem papel central na formação de recursos humanos (“educar para produzir mais e melhor”). 2.2.1. Marco: Conferência Mundial sobre Educação para Todos (Tailândia, 1990) – políticas educacionais para países emergentes. 2.2.2. Políticas educacionais para o desenvolvimento de novas habilidades cognitivas (instrumentais) e competências sociais necessárias para o novo paradigma produtivo, bem como formação de um novo tipo de consumidor, mais sofisticado. 2.2.2.1. Lúcia Neves, A nova pedagogia da hegemonia, 2005: “educação para o consenso” sobre os sentidos da democracia e do capital. 2.2.2.2. Problema: põe em segundo plano o conhecimento científico em nome de um ensino imediatista. 2.3. Simultaneamente, é afetada pelo “desmantelamento das garantias sociais” (Vicente Faleiros, Desafios do serviço social na era da globalização, 1999). 2.3.1. O indivíduo deve sobreviver e conquistar as coisas com seus próprios recursos. 2.3.2. Consequentemente, temos uma nova forma de exclusão social: precarização do trabalho, mais do que só desemprego. 2.3.2.1. Acesso às novas habilidades cognitivas/competências sociais é determinante para condição de inclusão/exclusão. 2.3.2.2. Com as incessantes modificações nas dinâmicas de trabalho e competências profissionais, as pessoas são forçadas a estar preparadas para mudar de profissão a qualquer momento. 3. A revolução informacional. (pp. 46-47) 3.1. Vários termos: sociedade pós-moderna, do conhecimento, da informação, pós-industrial etc. 3.2. Alain Touraine, Carta aos socialistas, 1996: passagem da sociedade industrial para a “sociedade informacional”. 3.2.1. Predomínio da produção de bens culturais e informação, não mais de objetos materiais. 3.3. Essa revolução tecnológica favoreceu poucos, criando formas novas de exclusão cultural. 3.3.1. Pouca capacidade crítica frente à avalanche informativa. 3.4. Daí o papel insubstituivelmente inclusivo das escolas: propiciar condições intelectuais para a reflexão sobre tudo isso. 3.4.1. Informação não é conhecimento, mas é um caminho para ele. 4. A despolitização da sociedade. (p. 47) 4.1. Crise da crença na ação pública na solução de problemas e da representação política, individualismo. 4.2. Esse cenário lança novas perspectivas sobre o sentido da formação da cidadania e da participação social. 4.2.1. Maior ou menor acesso à educação escolar e outros bens culturais determina a qualidade da participação popular. 5. A crise ética. (pp. 47-48) 5.1. Relativismo moral, sem referência a valores humanos como dignidade, solidariedade, justiça, democracia etc. 5.2. Por isso, importância da escola para aliar a difusão do conhecimento científico à difusão de saberes socialmente úteis, como a luta em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos, e contra a violência, segregação social etc. 6. A exclusão social. (pp. 48-49) 6.1. O neoliberalismo prega a naturalização da exclusão social; o que significa, a exclusão de 2/3 da humanidade. 6.1.1. No plano socioeconômico: negação dos direitos básicos de sobrevivência. 6.1.2. No plano cultural: necessidade de modernização e globalização da sociedade, custe o que custar. 6.1.3. No plano educacional: educação como serviço, mercadoria, e não direito. 6.2. Nesse cenário, a escola precisa ser um baluarte contra a exclusão social: formação de sujeitos pensantes e críticos, preparados para uma sociedade técnica/científica/informacional, alicerçada em valores crítico-participativos e éticos. 7. A escola necessária para os novos tempos. (pp. 49-57) 7.1. A escola ainda tem lugar nessa sociedade em mudança; mas precisa ser repensada: sem mais o monopólio do saber. 7.1.1. Equipamentos urbanos, formas de participação de gestão, programas culturais e de lazer também são práticas educativas. 7.1.2. Antonio Colon Cañellas, “A educação como comunicação”, 1994: escola como “espaço de síntese” – entre a cultura experienciada nas ruas e a cultura formal. 7.1.2.1. Nela, trata-se de aprender a atribuir significados às mensagens recebidas de fora. 7.1.2.1.1. Analisar e criticar a informação: obter instrumentos conceituais para também produzir informação, pois alunos são sujeitos do seu próprio conhecimento. 7.2. Quais os seus objetivos então? 7.2.(1). Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e sociais por meio dos conteúdos. 7.2.1.1. Sujeito pensante: assimilação ativa dos conteúdos e internalização de instrumentos conceituais. 7.2.(2). Promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e da identidade cultural. 7.2.2.1. Sujeito autônomo: autoestima, autoconfiança, respeito próprio, unindo o cognitivo, o social e o afetivo. 7.2.(3). Preparar para o trabalho e para a sociedade informacional. 7.2.3.1. Sujeito competente: inserido criticamente no mundo do trabalho, preparado para a complexidade. 7.2.(4). Formar para a cidadania crítica. 7.2.4.1. Sujeito engajado: capaz de interferir criticamente na realidade para transformá-la. 7.2.(5). Desenvolver a formação para valores éticos humanistas e humanitários. 7.2.5.1. Sujeito ético: valores e critérios de decisão e ação diante dos problemas do mundo. 7.3. Para o atendimento desses objetivos é preciso prestar mais atenção à qualidade cognitiva das aprendizagens. 7.3.1. Pode-se mudar tudo na escola; mas nada muda realmente se os alunos não obtêm níveis satisfatórios de aprendizagem. 7.3.2. Os alunos que passam pela escola devem ganhar condições de exercício da liberdade política e intelectual. 7.3.3. É claro que a escola não é a única impulsionadora disso, mas tem um papel insubstituível na preparação cultural e científica das novas gerações. 9. Ampliando os objetivos da escola. (pp. 53-57) 9.1. Uma das funções mais vitais da escola é se articular com as práticas sociais. 9.2. Por isso, alguns movimentos sociais trazem uma ampliação aos objetivos da escola: 9.2.(1). Educação para a igualdade entre os sexos, pelo menos em dois sentidos: 9.2.1.1. As práticas educativas serem pensadas a partir do princípio de que as diferenças sociais entre homens e mulheres não são naturais, e sim socialmente construídas. 9.2.1.2. Ter cuidado com o uso sexista da linguagem. 9.2.(2). Educação ambiental, com suas diferentes correntes, mas que não se excluem: 9.2.2.1. Conservacionista: ensinar a importância da preservação da natureza biofísica. 9.2.2.2. Naturalista: educar pelo contato com a natureza. 9.2.2.3. Gestão ambiental: ênfase nas ações sociais pela despoluição e postura anti-industrial. 9.2.2.4. Economia ecológica: trabalhar sobre tecnologias alternativas no trato com a natureza. 9.2.2.4.1. Caminho do “desenvolvimento sustentável” e das “sociedades sustentáveis”. 9.2.(3). Educação intercultural. 9.2.3.1. É preciso uma organização curricular que reflita os interesses e necessidades formativas dos diversos grupos sociais na escola (cultura popular, urbana, rural, jovem, branca e negra, das minorias etc.). 9.2.3.2. E é preciso considerar sempre que os alunos trazem para a escola um conjunto de significados,valores, crenças da cultura extraescolar em que vivem. 9.2.3.2.1. Necessidade de pensar formas de articulação disso, para interpretar a realidade e intervir nela. 1
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