APX2 - Educação e Trabalho GABARITO_2020 1

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Matrícula: Polo: 
EDUCAÇÃO E TRABALHO 
Coordenação: 
Prof. Dr. Dalton Alves 
Equipe de Professores Mediadores a Distância: 
Profª. Drª. Fátima Chaves 
Profª. Ma. Roberta Guimarães 
Prof. Dr. Robert Lee Segal 
 
APX2 – 2020.1 
 
Esta é a sua Segunda Avaliação a Distância Especial, em substituição a Segunda Avaliação 
Presencial, cancelada em decorrência da atual pandemia do Coronavírus (COVID-19). 
 Esta avaliação é individual. 
 Você irá encontrar 2(duas) questões dissertativas e 4(questões objetivas) nesta avaliação; 
 Leia atentamente seus enunciados. Entender o que se pede em cada questão é o melhor caminho para o 
sucesso numa avaliação, pois, uma resposta que não esteja de acordo com o que se pede para fazer, por 
mais certa que esteja, estará errada; 
 IMPORTANTE: Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras, sobretudo, nas questões 
dissertativas; 
 Responda com suas próprias palavras a partir dos estudos e leituras que realizou, não serão aceitos 
plágios, nem meras cópias de trechos dos textos de referência da disciplina Educação e Trabalho; 
 Sobre os Plágios: Se você sabe o que responder, qual é a resposta, então, por que não responder por si? 
Por que copiar-e-colar literalmente ideias pinçadas aqui e ali ao invés de tentar se apropriar delas e 
expressá-las com suas próprias palavras, de forma autoral? Ao invés disto, procure se apropriar das ideias 
em causa em cada questão e responder por si mesmo(a). Já que entendeu do que se trata, onde está a 
resposta nos textos de referência, então, escreva e desenvolva. Só se aprende a escrever de modo 
autônomo escrevendo. Apenas jogando a ideia ao acaso na folha de resposta, no esquema "copiar-e-colar" 
você nunca irá superar isto e nunca será um(a) livre pensador(a), algo essencial para ser um(a) 
educador(a). Sabemos dos problemas e complexidades, mas é apenas os enfrentando que poderemos 
superá-los. É como uma luta, e “quem diz luta diz possibilidade de avanço e naturalmente também de 
derrota” (SNYDERS). Só quem não luta já está de antemão derrotado(a). 
 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
(4.0 Pontos) 
QUESTÃO 01 = [1,0 Ponto] 
Segundo Eraldo BATISTA, Texto 12, o IDORT – Instituto de Organização Racional do Trabalho 
funcionava como uma instituição educacional nas décadas de 1930 e 1940 no Brasil, bem como ele afirma 
que esta entidade criada por empresários paulistas foi essencial na discussão sobre o ensino profissional 
e orientou até a criação e organização das escolas técnicas do “Sistema S”. O IDORT implementou uma 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
 
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nova pedagogia do ensino profissionalizante com base nos princípios da racionalidade técnica da 
produção, segundo a concepção taylorista-fordista. 
 Com base nestas ideias, assinale a única afirmativa ERRADA: 
[ ] O Taylorismo/Fordismo tem por objetivo concreto fundar uma “pedagogia da fábrica” de cunho 
tecnicista e reestruturar o processo produtivo capitalista do século XX sob novas bases; 
[ ] Os cursos profissionalizantes organizados pelo IDORT visavam restringir a formação do trabalhador 
à aprendizagem de práticas meramente operacionais (técnicas) e que pouco exigissem do seu esforço 
intelectual, criativo e autônomo. 
[ X ] A pedagogia do ensino profissionalizante do IDORT visava um homem ativo, inteligente, que 
transformasse o operário em um profissional autônomo e criativo. 
[ ] O IDORT concebia que a educação profissionalizante deveria ser funcional às necessidades dos 
industriais, controlando, disciplinando e “domesticando” os trabalhadores; 
 
QUESTÃO 02 = [1,0 Ponto] 
 
Com base no TEXTO 14 = SOUSA JUNIOR, Justino. Omnilateralidade. In: Dicionário da educação 
profissional, marque apenas a ÚNICA afirmativa ERRADA, dentre as opções a seguir, em relação 
àquilo que corresponde ao conceito de OMNILATERALIDADE: 
 
[ ] O conceito de omnilateralidade guarda relação com outro conceito importante para o problema da 
formação humana que é o de politecnia. 
 [ ] A omnilateralidade se refere a uma formação humana oposta à formação unilateral provocada pelo 
trabalho alienado, pela divisão do trabalho, pela reificação, pelas relações burguesas estranhas, enfim. 
[ X ] A omnilateralidade se realiza no âmbito das relações burguesas, ao passo que a politecnia apenas se 
realiza com a superação destas relações. 
[ ] A omnilateralidade se compreende em oposição à unilateralidade na formação do homem que vive 
do trabalho; 
[ ] A formação omnilateral tem a ver com a criação de novas bases sociais que permitam o livre 
desenvolvimento das potencialidades humanas. 
[ ] O conceito de omnilateralidade remete ao campo vasto, complexo e variado das dimensões humanas: 
ética, afetiva, moral, estética, sensorial, intelectual, prática; no plano dos gostos, dos prazeres, das 
aptidões, das habilidades, dos valores etc., que serão propriedades da formação humana em geral, 
desenvolvidas socialmente. 
 
QUESTÃO 03 = [1,0 Ponto] 
 
Considerando o Texto 21 de ASKSENEN, Elisângela, analise e identifique qual é a teoria da 
educação que corresponde ao texto desta citação: 
 
"Os conteúdos são fundamentais e sem conteúdos relevantes, conteúdos significativos, a 
aprendizagem deixa de existir, ela transforma-se num arremedo, ela transforma-se numa 
farsa. Parece-me, pois, fundamental que se entenda isso e que, no interior da escola, nós 
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atuemos segundo essa máxima: a prioridade de conteúdos, que é a única forma de lutar 
contra a farsa do ensino. Por que esses conteúdos são prioritários? Justamente porque o 
domínio da cultura constitui instrumento indispensável para a participação política das 
massas. (...) [Por isso] o dominado não se liberta se ele não vier a dominar aquilo que os 
dominantes dominam. Então, dominar o que os dominantes dominam é condição de 
libertação". 
 
Agora MARQUE nas alternativas a seguir a única opção correta que corresponde à teoria da 
educação do texto supracitado: 
 
 Pedagogia Tradicional; 
 Pedagogia Libertadora; 
 Pedagogia Libertária; 
 Pedagogia Nova; 
 Pedagogia Histórico-Crítica; 
 Teoria Crítico-Reprodutivista; 
 Pedagogia do Aprender a Aprender; 
 Pedagogia das Habilidades e Competência; 
 
QUESTÃO 04 = [1,0 Ponto] 
 
A pandemia do coronavírus trouxe à tona o quanto a vida na sociedade atual é pautada pela 
ciência, seja na saúde, na economia, no trabalho, na comunicação, enfim, em todos os espaços e 
lugares evidencia-se a produção científica e técnica da vida. E na educação escolar, universitária, 
isto não é diferente. 
 
Assim, com base na defesa do papel central da educação escolar para o desenvolvimento do 
conhecimento sistematizado (científico) defendido pela Pedagogia Histórico-Crítica, do 
professor Dermeval Saviani (Textos 19 / Texto 21), assinale qual é a AFIRMATIVA ERRADA 
dentre as alternativas a seguir: 
 
[ ] A educação escolar define-se, em última instância, pelo ensino e aprendizagem da ciência e de seus 
fundamentos; 
 
[ ] A importância da escola reside no desenvolvimento do comportamento científico nas pessoas, tendo 
em vista a sua adaptação ao modo de vida da sociedade contemporânea; 
 
[ ] Considerando que não existe “ciência oral”, que só “existe ciência escrita”, uma vez que toda produção 
científica deve ser expressa em signos escritos; que a escrita não é natural, não é espontânea, que ela deve 
ser aprendida; que a escrita se aprende na escola, conclui-se que a escola é o lugar por excelência do 
conhecimento e do aprendizado da ciência; 
 
[ X ] No caso brasileiro percebe-se a existência de uma rede sólida de informações sobre a pandemia do 
coronavírus, colocando a ciência na vanguarda das decisões governamentais, com uma coalização sendo 
pautada pela ciência; 
 
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[ ] A pandemiatem mostrado que a valorização da ciência, da escola e da universidade – junto aos 
institutos de pesquisa –, com sua incorporação aos processos de tomada de decisão governamental, se 
mostram cada vez mais fundamentais à vida. 
 
 
 
QUESTÕES DISSERTATIVAS 
(6.0 Pontos) 
 
QUESTÃO 05: [3,0 Pontos] 
 
Antônio Gramsci sempre fez duras críticas à forma como se concebe a relação Escola e Emprego. 
Destacamos um trecho onde ele se manifesta a este respeito: 
(...) não se deve esquecer que, antes de ser operário, o homem é um homem, ao qual não 
deve ser retirada, sobre pretexto de sujeitá-lo imediatamente à máquina, a possibilidade 
de que se expanda nos mais amplos horizontes do espírito [...] O proletariado precisa de 
uma escola desinteressada. Uma escola na qual seja dada à criança a possibilidade de ter 
uma formação, de tornar-se homem, de adquirir aqueles critérios gerais que servem para 
o desenvolvimento do caráter. Em suma, uma escola humanista [...] Uma escola que não 
hipoteque o futuro da criança e não constrinja sua vontade, sua inteligência, sua 
consciência em formação a mover-se por um caminho cuja meta seja prefixada. (TEXTO 
16 = GRAMSCI. Homens ou máquinas, p. 64-66). 
 Considerando estas ideias redija um texto dissertativo com base nas críticas de Gramsci ao 
atrelamento precoce das finalidades da escola básica (ensino fundamental e ensino médio) às 
necessidades e interesses imediatos do mercado de trabalho nos tempos atuais. 
 (Mínimo de 15 linhas e Máximo de 30 linhas) 
GABARITO: 
Antônio Gramsci propõe a escola desinteressada no sentido de não ser uma escola para o mercado. 
“Uma escola de liberdade e de livre iniciativa, não uma escola de escravidão e de orientação mecânica. Também 
os filhos do proletariado devem ter diante de si todas as possibilidades, todos os terrenos livres para poder 
realizar sua própria individualidade do melhor modo possível e, por isso, do modo mais produtivo para eles 
mesmos e para a coletividade. A escola profissional não deve se tornar uma incubadora de pequenos monstros 
aridamente instruídos para um ofício, sem ideias gerais, sem cultura geral, sem alma, mas só com o olho certeiro 
e a mão firme. Mesmo através da cultura profissional é possível fazer que surja da criança o homem, contanto 
que se trate de cultura educativa e não só informativa, ou não só prática manual [...] Decerto, para os industriais 
mesquinhamente burgueses, pode ser mais útil ter operários-máquinas em vez de operários-homens” (TEXTO 
16, p. 66-67). 
O senso comum, incluindo o de muitos profissionais da educação, ainda percebem a educação escolar como 
fortemente relacionada ao mundo do trabalho de uma forma distorcida, ou seja, apenas com a busca de 
qualificação individual do aluno para conseguir um emprego ou melhorar seu desempenho no emprego onde 
já trabalha. Em geral, as expectativas dos estudantes, futuros trabalhadores, é a busca pela empregabilidade. Ou 
uma melhoria de desempenho e consequente aumento no salário. Não que se seja contra a formação 
profissional, para um emprego, não se trata disto. A crítica de Gramsci vai na direção de chamar a atenção de 
que a maior preocupação do setor educacional tem sido quase sempre apenas com o mercado de trabalho e não 
tanto com a formação humana, intelectual e cidadã dos estudantes da escola básica. Gramsci não é contra uma 
formação para o mercado de trabalho, repetimos, mas defende que isto não deve ser o prioritário nesta fase e 
formação dos jovens. Nesta fase a formação humanista deve ser superior à formação profissional. A preparação 
para o trabalho produtivo, para o mercado, ao seu ver, deve ser realizada depois de completada a formação 
geral, humana e omnilateral dos jovens. 
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A educação básica escolar não deve qualificar somente para o mercado, mas principalmente para a vida, a 
vida em sociedade. Em linhas gerais, para Gramsci, a educação deve servir para a emancipação humana, que o 
homem, como um ser social, tenha capacidade de conhecer, ter ciência do real e de, portanto, poder transformá-
lo. Ou seja, a finalidade da educação é fazer com que o homem se perceba como um sujeito crítico, político, 
histórico, que tome conhecimento dos seus direitos enquanto cidadão, que lute por eles na busca de uma 
sociedade menos desigual. 
Atualmente, no entanto, nota-se um caminhar na contramão disto que propõe Gramsci. As recentes 
reformas educacionais que tivemos, principalmente a BNCC, indica a redução dos conhecimentos básicos ao 
estudo da matemática e do português. Privilegia o estudo das ciências físicas e naturais em detrimento dos 
estudos das ciências humanistas, tendo em vista a qualificação dos jovens para o mercado de trabalho. 
Justamente neste nível de ensino, fundamental e médio, no qual se espera que seja dada a oportunidade de 
acesso a todo cidadão aos conhecimentos científicos e sociais necessários para se adaptar e viver na sociedade 
contemporânea, marcada pela ciência, pela tecnologia e por relações humanas e sociais de todo tipo. Como dar 
conta de lidar com toda essa complexidade atual somente com a matemática e o português? Gramsci diria, não 
dá!!! Pois, “antes de ser um operário, o homem é um homem”, mesmo que “o mercado” não reconheça isto. 
 
 
QUESTÃO 06: [3,0 Pontos] 
 
Esta questão é sobre a Pedagogia Histórico-Crítica e tem como referência os seguintes textos do 
Cronograma: 
TEXTO 19 = ALVES. Pedagogia Histórico-Crítica: O papel da educação escolar como instrumento de transformação social; 
TEXTO 20 = RAMOS. O pensamento de Dermeval Saviani na pedagogia histórico-crítica; 
TEXTO 21 = ASKSENEN. A Pedagogia Histórico-Crítica no bojo das teorias educacionais; 
 
Considera-se a concepção de educação defendida pela Pedagogia Histórico-Crítica, de Dermeval Saviani, 
como uma proposta para a superação do esvaziamento da educação escolar. O desvelamento dessas 
questões revela sua característica fundamental, que consiste em se colocar como aliada das classes 
populares, na luta pela superação das condições sociais precarizadas às quais estão submetidas. 
 À luz dos fundamentos dessa Pedagogia, redija um texto dissertativo sobre o papel da educação 
escolar como instrumento de transformação social frente aos desafios do ensino no Século 
XXI, utilizando-se dos textos 19, 20 e 21, mas com suas próprias palavras. 
 (Mínimo de 15 e Máximo de 30 linhas). 
 
GABARITO = 
Na Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) o conhecimento científico se apresenta como um importante instrumento 
para o desenvolvimento do trabalho educativo. Essa importância refere-se à compreensão da realidade na qual a 
atividade de ensino se desenvolve tendo em vista as finalidades e os objetivos da educação escolar. 
Para a PHC a primazia não é dada ao conhecimento espontâneo, cotidiano, assistemático, fragmentário, 
desarticulado, mas sim à prática social tomada como ponto de partida, problematizada numa dinâmica tal que 
revele a importância e a necessidade de dominar o conhecimento sistematizado, científico, metódico na educação 
escolar. 
O principal desafio do processo educativo é, na PHC, o de realizar a passagem da síncrese (noção caótica, 
desarticulada da prática social – senso comum) à síntese (concepção coerente e unitária do mundo – ciência), pela 
mediação da análise que deve ser desenvolvida no decorrer do processo de ensino. Como consequência, essa 
passagem possibilita aos alunos uma alteração qualitativa da compreensão da prática social e da capacidade de 
expressão dessa compreensão e da possibilidade da sua transformação. 
A pedagogia histórico-crítica defende a necessidade de apropriação, pela escola, principalmente, das objetivações 
genéricas para-si, isto é, das objetivações não-cotidianas, tais como: arte, ciência, filosofia, moral e política. Por isso, 
atribui à educação escolar o papel de mediadora entre as esferas cotidiana e não-cotidiana da vida do aluno. 
Diante dosdesafios do ensino no Século XXI, a PHC tem um importante papel a desempenhar de defesa da escola 
como lócus privilegiado de acesso ao conhecimento elaborado, sistemático para todos, para as classes populares e 
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não somente para as classes ricas e dominantes. A PHC contrapõe-se diretamente às reformas educacionais em 
vigor, devido ao seu caráter de esvaziamento da educação escolar, sobretudo da escola pública e de elitização do 
acesso ao saber. A PHC luta, assim, em prol da democratização do conhecimento teórico, científico. Daí se colocar 
como uma teoria da educação contra-hegemônica, isto é, contra a concepção de educação atualmente dominante e 
hegemônica no país.