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Profa. Luciene Andrade da Rocha Minarini UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DIAGNÓSTICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS MÓDULO BACTERIOLOGIA Diadema - SP PROGRAMAÇÃO 2018 - Integral 30/5 – Coleta de amostras biológicas e Infecções urinárias 6/6 – Infecções gastrointestinais 13/6 – Infecções genitais e Infecções respiratórias 20/6 - Infecções de sangue e meninges 27/6 – dispensa: jogo do Brasil 4/7 – avaliação seminário PROGRAMAÇÃO 2018 -Noturno 30/5 – dispensa da aula (greve) 6/6 – Coleta de amostras biológicas, Infecções urinárias e gastrointestinais 13/6 – Infecções gastrointestinais, Infecções genitais 20/6 - Infecções respiratórias, de sangue e meninges 27/6 – dispensa: jogo do Brasil 4/7 – avaliação seminário Como profissional farmacêutico faça uma apresentação relatando uma estratégia ou plano de ação factível, incluindo prevenção e tratamento, de um dado problema de saúde pública que acomete uma grande parcela da população mundial, com ênfase no Brasil. Temas: 1. Infecção do trato urinário recorrente em mulheres acima de 50 anos de idade 2. Bacteriúria assintomática em grávidas 3. Gastroenterite em crianças menores de 5 anos que residem em região sócio- economicamente desfavorável 4. Gastroenterite provocada por microrganismo atípico 5. Gonorreia de difícil tratamento em população de alto risco da doença 6. Infecção genital em mulheres assintomáticas que pretendem engravidar 7. Faringite em criança em idade escolar 8. Pneumonia hospitalar por microrganismo resistente 9. Meningite por Streptococcus agalactiae em neonato de baixo peso 10.Bacteremia relacionada a uso de cateter por microrganismo resistente em paciente em pós-cirurgico Como deve ser a apresentação? A apresentação deve ser feita em 15 minutos, de maneira clara e objetiva. Em seguida, haverá discussão do tema com duração de cinco minutos; Todos os alunos do grupo deverão apresentar; A apresentação consistirá em: (a) definição do tema e fatores referentes a sua causa e consequência, (b) dados epidemiológicos, se possível brasileiros, atuais (c) 1 (uma) estratégia de prevenção e (d) 1 (uma) estratégia de tratamento ou intervenção da doença e (e) referência. Possíveis estratégias de prevenção: vacinação, melhoria no diagnóstico clinico e laboratorial, políticas públicas, acesso à informação, treinamento/curso/disciplinas para população em geral, estudantes e profissionais, pesquisas na área, etc. Possíveis estratégias de tratamento ou intervenção: novas opções terapêuticas, estratégias coadjuvantes ao tratamento, políticas públicas de intervenção. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA 1. Paciente com sinais/sintomas de doença infecciosa consulta o médico 2. Diagnóstico clínico hipotético 3. Coleta de amostras clínicas 4. Transporte das amostras para registro no laboratório 5. Processamento das amostras. Exames a fresco, esfregaços e colorações podem ou não ser feitos 6. Relatos hipotéticos podem ou não ser liberados 7. As amostras são processadas. Os meios de cultura são escolhidos, inoculados e incubados 8. Após incubação, as culturas são examinadas. São estabelecidos sistemas definitivos de identificação 9. São analisados os repiques e resultados dos sistemas de identificação 10. Relato final da cultura 11. Interpretação médica e instituição da terapia apropriada CICLO DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO PRÉ-ANÁLITICO ANÁLITICO PÓS-ANÁLITICO PRÉ-ANÁLITICO COLETA DE AMOSTRAS 1. O material deve ser do local real da infecção, coletado com um mínimo de contaminação de tecidos, órgãos ou secreções adjacentes; 2. Devem ser estabelecidas ocasiões ótimas para a coleta de amostras para se obter o isolamento do microrganismo envolvido; 3. Deve ser obtida uma quantidade suficiente da amostra para se realizarem os testes necessários; 4. Devem ser usados vários dispositivos apropriados para a coleta, recipientes para as amostras e meios de cultura para garantir o isolamento do microrganismo; 5. Sempre que possível, obter culturas antes da administração de antibióticos; 6. Na maioria dos casos, além das culturas, devem ser preparados esfregaços; 7. O frasco de cultura deve ser apropriadamente rotulado. Procedimentos laboratoriais ANVISA: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/microbiologia/mod_3_2004.pdf INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA PRÉ-ANÁLITICO TRANSPORTE DE AMOSTRAS Imediato Objetivo Diretrizes de controle de qualidade para fabricantes dos dispositivos usados para coleta e transporte de amostras (CLSI) Recipientes, tempo e temperatura apropriados Uso de conservante ou MEIO DE TRANSPORTE Swab estéril Meio Amies e Stuart INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Frascos boca larga e tampa de rosca estéreis PRÉ-ANÁLITICO MEIO DE TRANSPORTE • inertes, contendo ágar semi-sólido; •Preservam a viabilidade dos microrganismos; • Mantém a proporção e a quantidade de microrganismos presentes nas amostra; • evitam dessecação • Alguns contém carvão para adsorver substâncias tóxicas. Meio Amies e Stuart INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA PRÉ-ANÁLITICO RECEBIMENTO DE AMOSTRAS E OBSERVAÇÕES PRELIMINARES CRITÉRIOS PARA REJEIÇÃO DE AMOSTRAS Estabelecido previamente Erros de identificação Transporte inadequado Amostras inadequadas ou em quantidades insuficientes INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA FASE ANÁLITICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS -EXAME MICROSCÓPICO Motivos para serem realizados Técnicas Microscópicas 1. Exame direto: montagem em salina, montagem em KOH, preparação com tinta nanquim, exame em campo escuro. Principalmente Diagnóstico Micológico INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA 2. Coloração direta: Coloração de Gram (bacterioscopia), Coloração de Ziehl Neelsen (baciloscopia), coloração fluorescente, coloração com fluorocromo para micobactérias, coloração de Giemsa, Impregnação pela prata. FASE ANÁLITICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS -EXAME MICROSCÓPICO Motivos para serem realizados • Avaliação da resposta inflamatória • Avaliação da qualidade da amostra • Verificação de possíveis agentes infecciosos • Detecção de bactérias de morfologia atípica • Diagnóstico presuntivo rápido INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA FASE ANÁLITICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS Estabelecer: 1. Selecionar meio de cultura primário apropriado; INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Ágar Cled - Urocultura Ágar Macconkey - Coprocultura A. Ágar manitol; B. Ágar nutriente; C. Ágar sangue de carneiro 5% - Cultura de secreções Hemocultura Dica: Defina-os como seletivo, seletivo diferencial, nutritivo, enriquecimento. Guia: Sugestão de processamento incial de materiais clínicos recebidos no laboratório FASE ANALÍTICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS Estabelecer: 2. Técnica para transferência e cultura de amostras clínicas; Câmara de segurança biológica, equipamentos e materiais necessários. INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA A. Padrão de estriamento para inoculação de amostras em placas de cultura para obter colônias bacterianas isoladas; B. Padrão de estriamento das amostras para contagem semiquantitativa das bactérias; C. Padrão de inoculação em baterias de identificação bacteriana. CENTRIFUGAÇÃO/TRATAMENTO ANTERIOR À SEMEADURA? Depende da amostra biológica NÍVEL DE BIOSEGURANÇA 2 TODA AMOSTRA É CONSIDERADA DE RISCO FASE ANALÍTICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS Estabelecer: 3.Determinar a temperatura e a atmosfera de incubação para o isolamento de todos os microrganismos de potencial significado. Ex: INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Controle de temperatura e umidade FASE ANALÍTICA PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS Estabelecer: 4. Determinar quais dos microrganismos isolados no meio primário necessitam de uma melhor caracterização; INTERPRETAÇÃO DA CULTURA INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA INSPEÇÃO INICIAL Contaminação? Caracteristicas das colônias Reações no meio de ágar primário e diferencial DANDO SEGUIMENTO… Separaçãode morfotipos bacterianos em culturas mistas Coloração de Gram Procedimentos para identificação preliminar de isolados bacterianos SISTEMAS ENZIMÁTICOS Teste de sensibilidade a agentes antimicrobianos INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA ESTUDO DE UM CASO INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Paciente M.A.R., 68 anos procura atendimento médico apresentando disúria, frequência urinária e dor abdominal baixa. Apresenta histórico de infecção do trato urinário (ITU) recorrente nos últimos 4 anos. O médico solicita a realização de urocultura. 1. Cuidados na coleta 2. Processamento da amostra URINA CULTURA BACTERIOSCOPIA (Gram) RESULTADO: Bacilos Gram- negativos Padrão de estriamento incubação INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA Identificação bacteriana Série bioquímica Teste de sensibilidade aos antimicrobianos 4. Liberação do resultado PRÉ-ANÁLITICO INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA CLÍNICA MORAL DA HISTÓRIA A qualidade do resultado de exame liberado está diretamente relacionada à qualidade da amostra recebida Guia simplificado de materiais de coleta, tempo e temperatura de envio ao laboratório, meios de cultura utilizados e estabilidade de amostras clínicas para isolamento de bactérias anaeróbias facultativas. In: Procedimentos básicos em Microbiologia clínica. Carmem Oplustil e colaboradoras. Terceira edição. 2010. Editora Sarvier. Cápítulos 3 e 4. DIAGNÓSTICO DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO BACTERIOLOGIA ✓ ITU: Toda infecção do sistema urinário ✓ ACOMETE TODA A POPULAÇÃO ✓ DOENÇAS INFECCIOSAS: 1º Trato respiratório 2º Trato urinário ✓ SÃO AS INFECÇÕES HOSPITALARES MAIS FREQÜENTES EM TODO O MUNDO ✓ITU afeta 10% de pacientes pediátricos, com recorrência em 30 a 40% dos casos ✓ Em mulheres jovens, a recorrência de quadros de ITU fica em torno de 50% INFECÇÕES TRATO URINÁRIO INTRODUÇÃO Nuutinen; Uhari, 2001; Saux; Pham; Moher, 2000; Jodal; Winderg, 1987 Fonte: Instituto Fleury INFECÇÕES TRATO URINÁRIO GRUPO INCIDÊNCIA RELAÇÃO (M:F) Neonatal 1,0 1,5 : 1,0 Pré escolares 1,5 – 3,0 1,0 : 10,0 Escolares 1,2 1,0 : 30,0 Adultos 3,0 – 5,0 1,0 : 50,0 Geriátrico 10 - 30 1,0 : 1,5 INCIDÊNCIA DE ITU DE ACORDO COM FAIXA ETÁRIA E SEXO AS ITU PODEM SER ESTUDADAS QUANTO A: 1. Topografia 2. Condição clínica do paciente 3. Evolução 4. Fatores predisponentes ou agravantes 5. Vias de acesso do microrganismo ao trato urinário 6. Mecanismos de defesa do hospedeiro 7. Patogenicidade e virulência do microrganismo INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 1. Topografia: - Alta: Pielonefrite Ureterite - Baixa: Cistite Prostatite Epididimite Uretrite INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 2. Condição clínica do paciente: - Pacientes sintomáticos: com infecção urinária Frequência, urgência, disúria, dor suprapúbica , febre - Pacientes assintomáticos: definidos como portadores de bacteriúria* assintomática *Bacteriúria: Presença de bactérias na urina INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 3. Evolução: - Episódio único ou isolado - Recidiva ou recaída de ITU - Reinfecção - ITU recorrente (3 ou mais episódios/ano) INFECÇÕES TRATO URINÁRIO Integridade anatômica e funcional das vias urinárias 4. Fatores predisponentes ou agravantes: - ITU não complicada - ITU complicada Anormalidades anatômicas e funcionais, refluxo, doenças de base pacientes especiais, uso de cateter, em grávidas INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 4. Fatores predisponentes – ITU complicada -Idosos podem apresentar co-morbidades que alteram as condições anatômicas e imunológicas das suas vias urinárias; -Gestantes (progressão da doença): aumento pH urinário - Homens – hipertrofia da próstata – secreções prostáticas que parecem conferir proteção contra a ascensão dos microrganismos pela uretra pode estar diminuida; -Paciente diabético (glicosúria) - Cateterização vesical crônica de longa permanência - Pacientes hospitalizados INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 5. Vias de acesso do microrganismo ao trato urinário: - Via ascendente Colonização Refluxo vesico-uretral Persistente ou transitório - Via hematogênica Microrganismo atinge Parênquima renal (raro) ITU em mulheres sexualmente ativas e outros grupos INFECÇÕES TRATO URINÁRIO INFECÇÕES TRATO URINÁRIO - Via cateterismo: os microrganismos atingem a bexiga por três caminhos: o No momento da inserção do cateter o Através da luz do cateter o Através da interface mucosa-cateter INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 6. Mecanismos de defesa do hospedeiro: - Propriedades antibacterianas da mucosa do trato urinário Revestimento mucopolissacarídeo - Efeito mecânico da micção - Integridade anatômica e funcional das vias urinárias -Propriedades antibacterianas da urina INFECÇÕES TRATO URINÁRIO 7. Patogenicidade e virulência do microrganismo: - Aderência às células uroepiteliais e vaginais - Resistência aos mecanismos da resposta imunológica INFECÇÕES TRATO URINÁRIO EPIDEMIOLOGIA - Bactérias mais frequentemente associadas a ITU: INFECÇÕES TRATO URINÁRIO INFECÇÕES TRATO URINÁRIO Andrade et al., 2006. Mem Inst Oswaldo Cruz, Vol. 101(7): 741-748 Andrade et al., 2006. Mem Inst Oswaldo Cruz, Vol. 101(7): 741-748 INFECÇÕES TRATO URINÁRIO UROCULTURA - CONTAGEM SEMI-QUANTITATIVA DE MICRORGANISMOS NA URINA - IDENTIFICAÇÃO DO MICRORGANISMO - AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE DO MICRORGANISMO ISOLADO FRENTE AOS AGENTES ANTIMICROBIANOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU COLETA/COLHEITA DA URINA - Após anti-sepsia local: área periuretral e períneo ♀ meato uretral ♂ - Por catéter -Por punção supra púbica Em neonatos e criança DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU Coleta de urina correta Coleta de urina incorreta (contaminação) Frasco coletor esterilizado Frasco coletor esterilizado c/ tubo de transporte à vácuo Sistema de coleta de urina por cáteter c/ tubo de coleta e transporte à vácuo DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.tricore.org/images/Image11.jpg&imgrefurl=http://www.tricore.org/specol.htm&h=640&w=480&sz=21&hl=pt-BR&start=13&tbnid=Nztoi-n2Q0X2AM:&tbnh=137&tbnw=103&prev=/images%3Fq%3Durine%2Bculture%26svnum%3D10%26hl%3Dp TEMPO DA COLETA: - Primeira amostra da manhã ou 4 horas após a última micção - Evitar excesso de fluidos ao paciente - Pacientes assintomáticos coletar em 3 dias consecutivos TRANSPORTE DA AMOSTRA: - Transporte ao laboratório o mais rápido possível - Processamento da amostra em até 2 horas após a coleta ARMAZENAMENTO DA AMOSTRA: - Se não for possível processar a amostra em até 2 horas após a coleta refrigerar a temperatura de 4 a 8°C AMOSTRAS IMPROPRIAMENTE COLETADAS, TRANSPORTADAS E/OU ARMAZENADAS: RELATAR NO RESULTADO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU UROANÁLISE (Urina rotina, tipo I): Análise físico-química Análise bioquímica Análise do sedimento Volume Proteínas Elementos cilíndricos Cor Glicose Células Odor Corpos cetônicos Cristais Aspecto Bilirrubina Muco pH Urobilina Hemácias Densidade Sais biliares Leucócitos Urobilinogênio Microrganismos Hemoglobina Mioglobina Nitrito DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU Análise do sedimento urinário: -Leucocitúria (piúria) é indicação de processo inflamatório do trato urinário - Pode ocorrer leucocitúria com cultura negativa Infecciosa ou não infecciosa DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU piúria hematúria BACTERIOSCOPIA DA URINA: - Pesquisa direta de bactéria na urina corada por Gram - 1 ou mais bactérias por campo, sugere contagem ≥ 105 UF - A presença de células epiteliais e vários tipos morfológicos de bactérias sugere contaminação 10 L DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU BGN CGP CGP CBGN Meio Cled UROCULTURA (MÉTODOS): 1. Semeadura com alça calibrada: Técnica quantitativa, mais utilizada e de fácil execução • Alça calibrada = 0,01mL 1 colônia = 100 UFC/mL • Alça calibrada = 0,001mL 1 colônia = 1.000 UFC/mL 2. Lâmino-cultivo (Dip-slide): Técnica semi-quantitativa - comercial DIAGNÓSTICOLABORATORIAL - ITU 1. Semeadura com alça calibrada Meios de cultura: - Ágar CLED (Cistina Lactose Deficiente em Eletrólitos): Para isolamento e contagem de microrganismos (Gram-negativos, Gram- positivos e leveduras) que causam ITU – A deficiência de eletrólitos inibe a formação do véu (swarming) de isolados de Proteus sp – Espécies de Shigella não crescem em meios deficientes em eletrólitos - Ágar Sangue: Para isolamento de microrganismos (Gram-negativos, Gram-positivos e leveduras) que causam ITU, principalmente Streptococcus agalactiae – Em casos de ITU por Proteus sp ocorre a formação do véu (swarming), impedindo a contagem de colônias DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU PROCEDIMENTO Incubar em estufa bacteriológica a 36 ± 1°C por 24 horas em aerobiose Contar as colônias Unidades Formadoras de Colônia por mililítro (UFC/mL) Semeadura com alça calibrada (Procedimento)UFC/mL = nº colônias x fator de diluição da alça calibradaUFC/mL = 46 x 100 = 4.600 Criação: Anima LEBEM Leonardo Andrade Eduardo Clímaco DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU Semeadura com alça calibrada (Procedimento) Unidades Formadoras de Colônias por mililítro (UFC/mL) = nº de colônias x fator de diluição da alça calibrada UFC/mL = 46 x 100 = 4.600 Ágar CLED Cor: verde Escherichia coli Cor: amarela Lactose + Salmonella spp. Cor: azul Lactose - Meio Cled 270.000 UFC/mL Escherichia coli 50.000 UFC/mL Fungos leveduriformes + contaminante UROCULTURA 75.000 UFC/mL Proteus sp 175.000 UFC/mL Klebsiella sp UROCULTURA Staphylococcus sp. 190.000 UFC/mL Pseudomonas aeruginosa 300.000 UFC/mL Acinetobacter baumanii 2. Lamino-cultivo (Procedimento) Recipiente plástico cilíndrico, onde pode também ser coletado a urina, com uma tampa ligada a um suporte plástico com duas faces contendo meios de cultura como CLED e Mac Conkey ou outras combinações • Despejar a urina durante a coleta ou após coletada no recipiente plástico frasco cilíndrico, ou • Semear com um swab embebido na urina homogeneizada DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU DIAGNÓSTICO LABORATORIAL – ITU INTERPRETAÇÃO Contagem bacteriana Leucócitos Na urina Sintomas Resultado Comentário Sem crescimento A A Não houve crescimento de microrganismos Não ITU P Não houve crescimento de microrganismos Clamidia, uretrite, cervicite P A Não houve crescimento de microrganismos Piúria asséptica por desidratação/inflamação P Não houve crescimento de microrganismos Uretrite, clamídia, gonococo, paciente em uso de ATB <105 UFC/mL A A 1 ou mais MO - ID Contaminação ou colonização P 1 ou mais MO - ID Clamídia, gonococo, etiologia não infecciosa, paciente em uso de atb P A 1 ou mais MO - ID Bacteriúria assintomática Tratamento prévio com atb P ID + antibiograma Bacteriúria sintomática ≥105 UFC/mL A A 1 ou mais MO - ID Bacteriúria assintomática. Contaminação. P ID + antibiograma Cistite, pielonefrite. P A ID + antibiograma Bacteriúria assintomática. P ID + antibiograma Cistite, pielonefrite. A, ausente; P, presente; MO, microrganismo; ID, identificação COMO REPORTAR O RESULTADO - Independente do tipo de coleta realizada, o resultado da cultura de urina deve ser semi-quantitativo em unidades formadoras de colônias por mililitro de urina (UFC/mL) - Informar o método utilizado na coleta de urina - Em caso de dúvidas na interpretação, sugerir repetição do exame para esclarecimento diagnóstico DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU EXEMPLO DE LAUDO DE UROCULTURA Cultura negativa – não houve crescimento de microrganismos Cultura positiva – contagem: > 100.000 UFC/mL microrganismo isolado: Escherichia coli CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE TRATAMENTO - Antimicrobianos: sulfametoxazol-trimetoprim, nitrofurantoína, fosfomicina e fluoroquinolonas. - Prática corrente da terapia empírica em ITU simples; -Cuidado na ITU complicada incluindo ITU recorrente – padrões de resistência aos antimicrobianos; Análises microscópicas indicam que UPEC pode replicar a níveis elevados dentro do citoplasma das células epiteliais da bexiga, formando grandes inclusões conhecidas como comunidades bacterianas intracelulares (GRG) Profilaxia em ITU recorrente? DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITU DIAGNÓSTICO DE INFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL BACTERIOLOGIA INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL INTRODUÇÃO - 2,1 milhões de mortes na infância são atribuídas à diarreia; 3º principal causa de morte em crianças abaixo de 5 anos; extremos etários apresentam maior risco. - Surtos: água e alimentos contaminados Croxen et al 2013 INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL INTRODUÇÃO - Principais sintomas: vômito e diarreia - Variedade de tipos de infecções Diarreia aguda (< 14 d) x Diarreia persistente (14 a 30d) x Diarreia crônica (>30d) / Diarréia infecciosa (>80%) inflamatória x não inflamatória -Variedade de agente etiológicos, incluindo vírus, bactérias e parasitas. INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ENTERITE X Staphylococcus aureus Clostridium perfringens Clostridium botulinum Bacillus cereus Escherichia coli (DEC) Salmonella spp. Shigella spp. Yersinia enterocolitica Campylobacter jejuni Vibrio cholerae Fonte: SVS - Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, 2016 Brasil, 2007 - 2016 Bactérias Gram positivas Bactérias Gram negativas Staphylococcus aureus Salmonella spp Clostridium botulinum Escherichia coli Clostridium perfringens Yersinia enterocolitica Bacillus cereus Shigella Brasil, 2007 - 2016 INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL GASTRITE ESOFAGITE GASTROENTERITECOLITE ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO SINDROMES CLÍNICAS INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL INTRODUÇÃO -SINTOMAS CLÍNICOS: dependente do imunocomprometimento do paciente 1. ITG inferior: Diarreia: diminuição de consistência das fezes com aumento de frequência (>3xdia). Pode ser inflamatória ou não inflamatória. Diarreia inflamátoria, incluindo disenteria (bactérias enteroinvasivas) Disenteria: termo usado para descrever a condição na qual a diarréia é acompanhada de cólicas abdominais dolorosas e tenesmo (esforço doloroso ao evacuar) causada por microrganismos enteroinvasivos que penetram na mucosa e causam inflamação na parede intestinal. Presença de muco e sangue nas fezes. Diarréia não inflamatória: sintomas mais brandos, geralmente por toxina Diarréia com doença sistêmica, incluindo febre entérica (Salmonella typhi) 2. ITG superior: Esofagite e intoxicação alimentar INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. Escherichia coli - Comensal no TGI; - Isolamento comum; - Sorotipagem: Antígenos de superfície O (somático) H (flagelar) K (capsular) - Conhecidos 174 sorogrupos de antígeno O e 53 antígeno H diferentes; - O:H – define sorotipo. Ex.: E. coli O157:H7 - Síndromes clínicas distintas: E. coli enterotoxigênica (ETEC) E. coli enteropatogênica (EPEC) E. coli enteroinvasiva (EIEC) E. coli entero-hemorrágica (EHEC) E. coli enteroagregativa (EAEC) E. coli difusamente aderente (DAEC) INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 1. E. coli enterotoxigênica (ETEC) - Diarréia secretora (“Diarréia dos viajantes”) no países desenvolvidos; - Provoca diarréia em crianças em paises em desenvolvimento; - Mecanismos patogênicos: produção de toxina termolábil (LT) e termo-estável (ST), que não provocam lesão do epitélio mucoso, após adesão à mucosa intestinal (fator de colonização); - Início tipicamente abrupto, com curto PI de 14- 50h. Frequentemente acompanhada de cólicas abdominais e vômitos; - Responsável por surtos nos EUA; - Transmissão oral-fecal: Ingestão de água e alimento contaminado. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 2. E. coli enteroinvasiva (EIEC) - Causa diarréia inflamatória, geralmente aquosa, e disenteria, caracterizada por febre e colite; - Frequência subestimada (=fenotipicamente E. coli comensal) - Sintomas: mais brandos: urgência e tenesmo. Sangue, muco e numerosos leucócitos nas fezes; - Mecanismo de patogenicidade: invasão das células epiteliais colônicase espalhamento para células vizinhas (invasão baso-lateral) devido a formação de caudas de actina. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 3. E. coli entero-hemorrágica (EHEC) - Comum em ruminantes - 1982 – EUA – primeiro aparecimento (O157:H7) - Próximo a 500 casos notificados nos EUA em 2011 - Síndromes clínicas: diarréia sanguinolenta e não sanguinolenta (sem leucócitos), colite hemorrágica, síndrome hemolítica urêmica (SHU); - Dose infecciosa baixa . Produz toxina Shiga. - Mecanismo de patogenicidade: produz lesão histopatológica denominada “lesão de fixação e esfacelamento (A/E) e potentes citotoxinas Stx-1 e/ou Stx-2 (toxina Shiga) INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL SÍNDROME HEMOLÍTICO URÊMICA Colite hemorrágica Dor abdominal aguda Vômitos Diarréia aquosa com sangue ESTENOSE DE CÓLON 1. Aparecimento de eritrócitos fragmentados (anemia hemolítica) 2. Redução da contagem de plaquetas (trombocitopenia) 3. Insuficiência renal aguda com diminuição da filtração glomerular (dano renal) EHEC Toxina Stx Circulação Rins Lesão glomerularAtivação das plaquetasAtivação da cascata de coagulação Ligada a produção de Stx-2 INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1.3. E. coli entero-hemorrágica (EHEC) - Também considerada zoonose infecção animal representa reservatório para doença humana; - E. coli O157:H7 está presente em 1 a 2,5% de amostras de carne bovina - Acomete crianças até 5 anos, principalmente - Outros sorotipos aparecem - Identificação por sorotipagem - Uso de Macconkey sorbitol – identifica fenótipo de fermentação tardia ao sorbitol (sorbitol negativo em 24h) com confirmação do antisoro O157:H7 INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 4. E. coli enteroagregativa (EAEC) - Isolada comumente em crianças com sintomas de ITGI e imunocomprometidos. Relacionada a agua e alimento contaminado; - Padrão de aderência agregativo em células epiteliais em cultura, semelhante a uma pilha de tijolos, com produção de toxinas tipo ST e LT e fatores de colonização das fímbrias, denominados “AAF” - Produz biofilme - Síndrome clínica: Doença diarréica secretora, aquosa (persitente) e mucóide, com febre baixa, com nenhum ou pouco vômito. Em geral, as fezes não apresentam sangue macroscópico nem leucócitos. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 5. E. coli enteropatogênica (EPEC) - Primeiro patotipo identificado (1940/1950); - 12 sorogrupos; - Diarréia em crianças menores de 2 anos; - Sintomas: diarréia aquosa aguda, casos de persistência; febre baixa, mal-estar e vômito. - Mecanismo de patogenicidade: produção de lesão A/E com destruição de microvilosidades e aderência íntima ao enterócito por pedestal rico em actina e outros elementos do citoesqueleto, favorecendo aderência potente. Contato inicial mediada por fímbria tipo IV, confere padrão de adesão localizada caracterizado pela formação de microcolônias. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 1. 5. E. coli enteropatogênica (EPEC) PADRÃO DE DE ADESÃO produção de lesão A/E com destruição de microvilosidades INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 2. Shigella sp - 4 subgrupos e 43 sorotipos; - Espécies: Shigella dysenteriae (grupo A), Shigella flexneri (grupo B) e Shigella boydii (grupo C) e Shigella sonnei (grupo D); 80% dos casos - Shigelose e disenteria bacilar: doenças contagiosas - É necessário dose infecciosa pequena para produzir doença (10-100 bactérias) - Seres humanos são hospedeiros naturais; - Transmissão oral-fecal; - Sintomas: febre, diarréia aquosa com cólica e mialgia generalizada; evolução até a fase disentérica, com aparecimento de sangue, muco e tenesmo. - Ação da enterotoxina: perdas hidroeletrolíticas; - Podem ser encontrados sítios extra-intestinais da infecção. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 3. Salmonella sp - Possuem antígeno somático O (LPS) e antígenos flagelares H; - 2.400 sorotipos - Salmonelose - Nomenclatura complexa - Identificação com anti-soros policlonais Salmonella S. enterica I enterica Inclui a maioria dos sorotipos II salamae IIIA arizonae IIIB diarizonae IV houtenae VI indica S. bongori Salmonella ser.Typhimurium INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 3. Salmonella sp SÍNDROMES CLÍNICAS 1. gastroenterite: manifestação mais frequente, que varia desde a ocorrência da diarréia leve a fulminante, acompanhada de febre baixa, náuseas e vômitos; 2. Bacteremia ou septicemia, na ausência de sintomas gastrointestinais significativos caracterizada por febre com hemocultura positiva; 3. Febre entérica ou enterocolite: febre baixa e diarréia. Todas Salmonella spp. 4. Febre tifóide: S. typhi. Evolução bimodal: período precoce (1 a 2 semanas) – hemocultura + / coprocultura – Segunda fase diarréica – hemocultura - / coprocultura + 5. Estágio Portador: principalmente por S. typhi (vesícula biliar) INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 3. 1. Salmonella spp. - Salmonelose - Ingestão de alimentos, água, ovos (casca) ou leite contaminados por fezes humanas ou de animais - Três principais sorotipos: Thyphimurim (22%), Enteritidis (18%) e Newport (10%) 3.2. Salmonella typhi -Febre tifóide - Ingestão de alimentos crus; - Salmonella typhi possui antígeno capsular ou de virulência Vi, além dos antígenos O e H; - Manifestações clínicas: mal estar geral devido toxina com agravamento dos sintomas devido invasão celular. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 4. Yersinia - Família Enterobacteriaceae - São 11 espécies, porém três patógenos humanos: Y. pestis, Y. pseudotuberculosis e Y. enterocolitica. 4.1. Y. enterocolitica - Amplamente distribuída em reservatórios aquáticos e animais, sendo os suínos os principais. Relação com miudos de porco. Países frios. - Espécie mais comumente isolada; -A porta de entrada é a via digestiva, e a infecção ocorre no íleo terminal anatomicamente adjacente ao apêndice; -O microrganismo penetra no íleo, causando ileíte terminal, linfadenite e enterocolite aguda com manifestações secundárias - Existem 6 biovares (1A, 1B, 2, 3, 4, 5) e mais 50 sorogrupos. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 5. Campylobacter - Família Campylobacteriaceae - Espécies: Principais: C. jejuni, C. coli, Outros: C. concisus, C. fetus, C. helveticus, C. hyoilei, C. hyointestinales CARACTERÍSTICAS: - Bacilos Gram negativos pequenos curvos espiralados -não esporulados - Incapacidade de fermentar/oxidar açúcares, utilizam aminoácidos - Microaerófilos (5% de oxigênio, 10% de dióxido de carbono e 85% de nitrogênio), capnofílicos e crescem a 42° -Forma de “vírgula” e são móveis (por único flagelo polar) INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 5.1 Campylobacter jejuni - Isolado frequentemente nos EUA; - Coloniza animais; - Relacionado a ingestão de leite cru, aves mal cozidas e água contaminada; - Sensível ao ácido gástrico - Síndromes clínicas: enterite – diarréia sanguinolenta, colica, náusea, calafrios e febre. - Lesões histológicas à superfície da mucosa do jejuno, íleo e cólon - Infecção autolimitada - Infecções extra-intestinais: artrite séptica, meningite e proctocolite. - Tratamento: combinado: TET, CLA, AMX (+MET) + bismuto + omeprazol INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 6. Vibrio - Família Vibrionaceae - Espécies importantes: V. cholerae, V. vulnificus, V. parahaemolyticus CARACTERÍSTICAS: - Bacilos Gram negativos curvos - Anaeróbios facultativos - não esporulados, crescem em meios simples em ampla escala de pH e temperatura -móveis - halofílicas INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL 5.1 Vibrio cholerae - Cólera asiática humana: doença diarréica potencialmente grave; - São subdivididos em sorogrupos (140) com base nas diferenças da composição da parede celular ( antígenos somáticos O) - 7 pandemias (O1 e O139). Toxina colérica. - Dose infecciosa baixa: 100 células/mL INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL - A infecção limita-se à superfície da mucosa intestinal, onde a bactéria adere e produz uma potente toxina colérica (ctxA ctxB). Aumento da adenilatociclase, causando aumento dos níveis de monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) e secreção de sais e água. INFECÇÕES TRATO GASTROINTESTINAL SINDROME CLÍNICA -O cólera é disseminado pela água e alimentos contaminados; - Início dos sintomas entre 2 ou 3 dias após a ingestão dos bacilos, com início abrupto de diarréia aquosa e vômitos; - Diarréia leve até grave e rapidamente fatal; - Fezes em “água- de- arroz”; - Desidratação, acidose metabólica (perda de bicarbonato); - Arritmia cardíaca e insuficiência renal; -Hipocalemia e choque hipovolêmico (perda de potássio); -Taxa de mortalidade 60% em pacientes não tratados, inferior a 1% em pacientes imediatamente tratados; - A doença causada por V. cholerae O139 parece ser mais grave que a da O1, com maior incidência de desidratação grave e morte. COPROCULTURA COLETA E TRANSPORTE -Fezes sem conservantes devem ser encaminhadas e processadas no máximo em 1 hora após coleta - Meio de transporte indicado: Cary blair - Pesquisa de Vibrio: amostras do reto utilizando cateter de borracha macia ou swab retal - Amostras não aceitáveis: 1. Amostras que foram obtidas há mais de 3 horas 2. Várias amostras colhidas ou enviadas no mesmo dia 3. Fezes líquidas colhidas ou enviadas em fraldas DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI SHIGELLA É FRÁGIL Cary blair DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI MEIOS DE CULTURA MEIOS DIFERENCIAIS Ágar Macconkey Ágar EMB (eosina azul de metileno) Ágar Macconkey Ágar EMB DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI MEIOS SELETIVOS Ágar SS* (Salmonella Shigella) Ágar HE *Tiossulfato de sódio Citrato férrico CALDO DE ENRIQUECIMENTO Selenito Tetrationato Ágar SS Ágar HE Agar SS Agar Macconkey DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI MEIOS PARA ISOLAMENTO DE Campylobacter Meio de Skirrow – base de ágar sangue, lisado de cavalo (7%), vancomicina (10 mg/L), trimetoprim (5 mg/L) e polimixina B (2500 UI/L). Campy BAP – base de ágar Brucella com sangue de carneiro e solução de antibióticos Meio seletivo de Butzler – meio líquido de tioglicolato acrescido de ágar (3%), sangue de carneiro (10%), bacitracina (25.000 UI/L), novobiocina (5 mg/L), colistina (10.000 UI/L), cefalotina (15 mg/L), actidione (50 mg/L) Ágar Skirrow Campy BAP DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI MEIOS PARA ISOLAMENTO DE Vibrio Ágar sangue e ágar Macconkey Ágar TCBS – tiossulfato citrato bile sacarose Caldo de enriquecimento Água peptonada alcalina (APW) – Peptona (1%), NaCl (1%) e pH 8,6 Ágar TCBSÁgar sangueÁgar Macconkey DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI PROCEDIMENTO 1. GRAM 1 2 3 1, microbiota normal fecal; 2, presença de leucócitos e predomínio de bacilos Gram- negativos; 3. presença de numerosos leucócitos com predomínio de bacilos Gram-negativos DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI Gram de fezes – presença de bacilos Gram-negativos curvos, formato asa de gaivota DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI PROCEDIMENTO 2. COPROCULTURA FEZES Caldo tetrationato Ágar SS Rugai 24h 35°C 8 a 12h 35°C Ágar Macconkey (MCK)1 Rugai 24h 35°C Ágar Macconkey (MCK) 2 Yersinia 24h 25°C Ágar SS Rugai 24h 35°C Campy BAP Lâmina ID 48 a 72h 42°C microaerofilia SOROAGLUTINAÇÃO IDENTIFICAÇÃO Pesquisa de Salmonella spp., Shigella spp., E. coli sorotipos), Yersinia, Campylobacter spp. Filtração em membrana 0,45 – 0,65 um DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI Verificar presença de: Ágar MCK: 1. Lactose negativo; 2. Lactose positivo Ágar SS: 1.Colônias pequenas e; 2. com centro negro 1 2 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI No ágar Macconkey incubado a 25°C, verificar presença de colônias pequenas, lactose negativa, sugestivas de Yersinia sp. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI Quando há suspeita pelo Gram de bacilos Gram-negativos curvos “asa de gaivota”… Meio Campy-BAP após incubação contendo colônias suspeitas de Campylobacter Incubação 48h, microaerofilia, 42°C Semeadura após filtração em Millipore 0,65 micrômetros DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI E se pelo GRAM visualizássemos presença de bacilos Gram-negativos curtos e curvos característico de Vibrio sp.???? DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI FEZES Ágar TCBS (tiossulfato-citrato-biles- sacarose) Colônias suspeitas amarelas Repicar em TSA 24h 25°C 24h 25°C Água peptonada alcalina (pH 8,6, 1% peptona 1%NaCl) Plaquear Agar TCBS 5 a 8h 35°C SOROAGLUTINAÇÃO IDENTIFICAÇÃO Pesquisa de Vibrio spp. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI COMO REPORTAR O RESULTADO - Resultado negativo Nota de rodapé: “Foram pesquisados: Salmonella spp., Shigella spp., E. coli (sorotipos e sorogrupos pesquisados)” No caso de serem pesquisados outros agentes, liberar: “Não houve crescimento de Yersinia spp. “Não houve crescimento de Campylobacter spp. - Resultado positivo: Houve crescimento de Salmonella spp. Nota de rodapé: “Foram pesquisados: Salmonella spp., Shigella spp., E. coli (sorotipos e sorogrupos pesquisados)” No caso de serem pesquisados outros agentes, liberar: “Não houve crescimento de Yersinia spp. “Não houve crescimento de Campylobacter spp. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES SOBRE TRATAMENTO -O tratamento inicial da diarréia infecciosa deverá concentrar-se na reanimação com líquidos e na correção dos disturbios eletrolíticos. Há tendência de ser auto- limitada. -Uso de agentes bioterapêuticos - Terapia antimicrobiana empírica para diarréia infecciosa é controversa. Somente em pacientes que apresentem manifestações clínicas , disenteria ou presença de sangue oculto ou leucócitos nas fezes ou que apresente diarréia por mais de 14 dias, pode-se administrar terapia; -Uso de quinolona: 3 a 5 dias - Uso de eritromicina ou azitromicina: em casos de isolamento de Campylobacter - Uso de sulfametoxazol-trimetoprim ou quinolona: em casos de isolamento de Shigella DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - ITGI CASO CLÌNICO Um adolescente procurou atendimento médico na urgência de um hospital paulistano apresentando, há 3 dias, cólica abdominal dolorosa, vômito, diarréia com sangue e muco, febre em torno de 38°C, mialgia e calafrios. A correção dos distúrbios hidroeletrolíticos foi estabelecida e sugerida, ainda, a realização de coprocultura e pesquisa de leucócitos fecais. 1. Discorra sobre patogênese do quadro apresentado e possível causa da infecção. 2. Há divergências de pensamentos sobre a utilidade do Gram no diagnóstico de uma infecção do trato gastrointestinal (ITG), a exemplo desse caso clínico, por se tratar de uma análise de material clínico proveniente de um sítio onde há um grande número e uma destacada diversidade bacteriana. Como essa técnica poderia ser útil no diagnóstico de ITG?
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