Buscar

doença de chagas - DIP

Prévia do material em texto

DIP – Vanessa Lentini Julia Costa – T16B 
Contexto histórico 
Descrita pela primeira vez em 1909 pelo 
brasileiro Carlos Chagas que detectou o 
parasita em uma criança de 2 anos em MG. 
Foi considerado um marco na história devido 
ao descobrimento simultâneo do vetor (inseto 
conhecido popularmente como barbeiro – 
gênero Triatoma) 
A doença apresenta um curso clínico bifásico 
composto por uma fase aguda (por vezes 
não identificada) evoluindo para a fase 
crônica. 
Descrição: é uma antropozoonose de 
elevada prevalência (em determinadas 
regiões, endêmica) e expressiva 
morbimortalidade (se chegar até uma fase 
tardia, há alterações cardíacas e intestinais, 
que prejudica muito a vida do paciente) 
Sinonímia: tripanossomíase americana 
O primeiro estudo no Brasil sobre a infecção 
chagásica ocorreu entre 1975 e 1980. A 
doença possui uma transmissão vetorial 
sustentada no país. 
Isso demonstra que o controle vetorial é 
importante 
Em 30 anos a prevalência foi de 4,2% para 
0,1% com o controle do vetor 
Características 
O período de incubação – tempo entre o 
primeiro contato com o vírus até apresentar 
sintomas – varia de 1 a 2 semanas (na 
transmissão oral este período varia de 3 a 22 
dias) 
 
 
FASE AGUDA 
A fase aguda é caracterizada clinicamente 
por síndrome febril prolongada relacionada a 
elevada parasitemia. Pode haver 
sintomatologia inespecífica ou específica 
A febre geralmente dura mais que 7 dias, 
pois tem muito parasitas na circulação 
(parasitemia) 
• Sintomatologia inespecífica: dor de 
cabeça, enjoo, diarreia 
• Sintomatologia especifica: 
aparecimento de gânglios, alterações 
cardíacas, dispneia, dor precordial 
febre prolongada 
FASE CRÔNICA 
Na fase crônica há anticorpos circulantes e 
a parasitemia não é mais detectável por 
microscopia direta 
O organismo mesmo com a resposta 
imunológica, ela não combate o vírus de 
chagas sozinho 
Tem duas formas: 
Indeterminada: assintomática e sem sinais 
de comprometimento cardíaco ou digestivas, 
o paciente não sente nada pois o nosso 
sistema imunológico vai controlando. 
Determinada: com expressão cardíaca, 
digestiva ou cardiodigestivas. E menos 
comum a neurológica 
10 a 30% dos pacientes evoluem para a 
forma sintomática 
Essas formas estão associadas á importante 
morbimortalidade e diminuição na qualidade 
de vida, pela demora para fazer o diagnostico 
por a maioria ser assintomático 
Essa doença antes de confinada em áreas 
rurais apresenta-se atualmente em áreas 
urbanas, como consequência de êxodo rural 
Para fazer o diagnostico pedir sorologia, para 
ter uma detecção precoce 
Transmissão 
Agente etiológico: protozoário flagelado 
Trypanosoma cruzi 
Reservatórios: centenas de espécies de 
mamíferos (silvestres e domésticos) que 
compartilhem ambientes comuns ao homem 
e animais domésticos 
Vetores: insetos da família Triatominae, 
conhecidos popularmente como barbeiro, 
chupão 
Tanto os machos como as fêmeas, em todas 
as fases do seu desenvolvimento são 
hematófagos. 
A maioria dos triatomíneos deposita seus 
ovos livremente no ambiente, alguns 
possuem substâncias adesivas que fazem 
com que os ovos fiquem aderidos ao 
substrato podendo ser transportados 
passivamente por longas distâncias, 
promovendo a dispersão da espécie 
MODO DE TRANSMISSÃO 
A transmissão da doença pode ocorrer de 
diferentes formas: 
• Contato com as fezes e/ou urina do 
vetor (barbeiro) – quando você coça 
pode fazer infiltrar na pele essas fezes 
com tripanosoma 
• Ingestão de alimentos contaminados 
com parasitas provenientes de 
triatomíneos infectados 
• Via materno-fetal 
• Transfusão de sangue ou transplante 
de órgãos 
• Acidentes laboratoriais 
• Transmissão sexual 
CICLO DE VIDA DO TRIPANOSOMA 
 
O inseto pica e defeca ao mesmo tempo e 
então os tripomastigotas alcançam a corrente 
sanguínea. Primeiramente na forma 
tripomastigota eles invadem os tecidos e nos 
tecidos eles transformam-se em formas 
amastigotas – no tecido cardíaco ele se 
multiplica de forma assexuada. E depois de 
sair do tecido ele volta para a forma 
tripomastigota (forma com flagelo, para 
conseguir nadar no sangue) e ao retornar 
para o sangue, e se um barbeiro picar essa 
pessoa ele irá se contaminar. 
E dentro do intestino do inseto eles se 
formam na forma epimastigota, e eles se 
multiplicam e se transformam em 
tripomastigotas que é a forma infecciosa da 
doença. E se reinicia o ciclo. 
Caminho do tripanosoma: veia cava 
superior – coração – corrente sanguínea – 
intestino 
Manifestações clínicas 
FASE AGUDA 
Febre (geralmente constante, não superior a 
39º C), mal estar, cefaléia, astenia e 
hiporexia – sinais inespecíficos 
Sinal da porta de entrada: 
Sinal de Romaña: edema elástico das 
pálpebras unilateral, indolor, com reação de 
linfonodo satélite (principalmente pré-
auricular), com edema frequentemente se 
propagando à hemiface correspondente. 
 
Chagoma de inoculação: formação cutânea 
pouco saliente, endurecida, avermelhada, 
pouco dolorosa e circundada por edema 
elástico 
 
Sinais específicos: 
• Linfonodos com aumento discreto a 
moderado no volume 
• Hepatomegalia e/ou esplenomegalia 
pequena a moderada 
• Miopericardite (inflamação do 
pericárdio) 
• Encefalite 
• Anemia, linfócitos atípicos. 
• Alterações eletrocardiográficas 
• Tosse, dispnéia, dor torácica 
FASE CRÔNICA 
Forma indeterminada: paciente 
assintomático e sem sinais de 
comprometimento do aparelho circulatório e 
do aparelho digestivo. Esse quadro pode 
perdurar por toda a vida do indivíduo. 
Formas determinadas 
• Forma cardíaca: miocardiopatia 
dilatada e insuficiência cardíaca 
congestiva. Essa forma ocorre em 
cerca de 30%. 
Quando a célula não consegue 
combater o tripanosoma, começa a 
aumentar o número de células 
inflamatórias e então começa a 
dilatação do coração 
• Forma digestiva: megacólon ou 
megaesôfago. 
• Forma mista: cardiodigestiva 
Diagnostico laboratorial 
MÉTODOS PARASITOLÓGICOS DIRETOS 
Pesquisa a fresco de tripanossomatídeos: 
execução rápida e simples, sendo mais 
sensível que o esfregaço corado. A situação 
ideal é a realização da coleta com o paciente 
febril e dentro de 30 dias do início dos 
sintomas. 
Método de concentração: de rápida 
execução e baixo custo, recomendado como 
primeira escolha para casos sintomáticos 
com mais de 30 dias de evolução. As 
amostras devem ser examinadas dentro de 
24 horas, devido a possível lise dos parasitas 
Lâmina corada de gota espessa ou 
esfregaço: menor sensibilidade que os 
métodos anteriores, pode ser realizado 
concomitante com o diagnóstico da malária. 
Recomenda-se a realização simultânea de 
diferentes exames parasitológicos diretos. Se 
os resultados vierem negativos devem ser 
realizadas novas coletas. 
MÉTODOS SOROLÓGICOS 
Métodos indiretos, não sendo indicados para 
o diagnóstico de fase aguda. Podem ser 
realizados quando os exames parasitológicos 
forem negativos e a suspeita clínica persistir. 
Detecção de anticorpos IgG: duas coletas 
com intervalo no mínimo de 15 dias entre 
uma e outra. 
Detecção de anticorpos IgM: complexa, 
pode apresentar resultados falso-positivos 
em várias doenças febris. Mais adequada na 
fase aguda tardia 
Hemaglutinação indireta, 
imunofluorescência indireta e ELISA. 
Tratamento 
• O benznidazol é o fármaco de escolha 
disponível. 
• A cura é a negativação sorológica 
Medidas de prevenção e controle 
• Manter quintais limpos, evitando 
acumulo de materiais. 
• Não confeccionar coberturas para as 
casas com folhas de palmeira 
• Uso de repelentes, roupas de mangas 
longas, mosquiteiros ao dormir. 
• Não esmagar o inseto. 
• Proteger a mão com luva ou saco 
plástico.

Continue navegando