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Marcos AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS

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Marcos, brasileiro, pedreiro , casado, domiciliado na rua Bérgamo 123, apt. 205, na cidade de Araçatuba – SP,  caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado manejado, de forma imprudente, por Roberto, comerciante e proprietário de uma padaria. Encaminhado a um hospital particular, Marcos faleceu após estar internado por um dia. Maria, esposa de Marcos, profundamente abalada pela perda trágica do seu esposo, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local do sepultamento. O falecido não deixou filhos. Sabe-se, ainda, que Marcos tinha 50 anos de idade, era responsável pelo seu sustento e de sua esposa e conseguia obter renda média mensal de um salário mínimo como pedreiro. Sabe-se, também, que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram R$3.000,00. No inquérito policial , após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, Paulo foi indiciado, sendo posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. A viúva procura você advogado para buscar em juízo o direito à indenização pelos danos decorrentes da morte de Marcos.
Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado (a) procurado (a) pela família de Marcos, a petição inicial da ação judicial adequada ao caso, abordando todos os aspectos de direito material e processual pertinentes.
Ação – Indenizatória; COMPETÊNCIA: Art. 5, inciso XXXV CF, CPC; LEGITIMIDADE Ativa: Maria. Passiva: Roberto; Referência legislativa: art. 318, 98, CPC; art. 186, 927, 938, 944, 948, I e II do CC. 
GABARITO - PETIÇÃO INICIAL - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - PENSÃO POR MORTE - CCB 186/927/938 3 948 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE/PE. (CPC 100, V, a)
 
 
 
 
	VIÚVA (1), (qualificação + CI + CPF), e FILHO (2), menor absolutamente incapaz, neste ato representado por sua genitora já qualificada, ambos residentes e domiciliados na cidade de Salvador/BA, na (endereço completo + CEP), por seu advogado que esta subscreve (doc. 01 – procuração), com endereço profissional indicado no cabeçalho desta, onde receberá intimações, pelo PROCEDIMENTO SUMÁRIO (artigo 275, I, do CPC), vêm à presença de Vossa Excelência propor a presente 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS c.c. PENSÃO POR MORTE
 
 em face de PAULO DESCUIDADO DA SILVA, brasileiro, casado, comerciante, portador do CFP nº 000.000.000-00, e da CI nº 000.000 SSP/PE, residente e domiciliado na cidade de Recife/PE, na (endereço completo + CEP), pelos fatos a seguir expostos: 
DOS FATOS
1 -	Os autores, conforme certidões de casamento e nascimento anexas (docs. 02 e 03), são, respectivamente, viúva e filho de MAURO CELESTE, pedreiro, morto ao ser atingido por um aparelho de ar-condicionado, enquanto caminhava pela Rua Porta do Céu, situada no Centro da cidade de Recife/PE. Esclareça-se que o citado aparelho estava sendo manejado, de forma imprudente, pelo réu, comerciante e proprietário de um armarinho, quando caiu sobre MAURO. 
2 -	Encaminhado a um hospital particular, MAURO faleceu em 01.04.13 (doc. 04 - certidão de óbito), após um dia de internamento. Sua família, profundamente abalada pela perda trágica, deslocou-se até Recife/PE e providenciou o translado do corpo para Salvador/BA, local do sepultamento (docs. 05/07 – documentos as despesas referentes aos deslocamentos/translado e sepultamento).
3 -	Após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado, houve o indiciamento do réu como autor do homicídio culposo (docs. 08 e 09 – cópia do laudo pericial e do Inquérito Policial).
4 -	O falecido tinha 35 anos de idade e era o responsável pelo sustento da família (autores), sendo que sua renda mensal como pedreiro era de R$ 800,00 (oitocentos reais), conforme se verifica dos documentos anexos (docs. 02 e 10 – certidão de casamento na qual consta a data de seu nascimento e o demonstrativo de pagamento).
5 -	A perda prematura do ente familiar, por ato ilícito do réu, que privou os autores de seu convívio, causou também sérios percalços, dor inconsolável e sofrimento a eles – autores, que caracterizam o Dano Moral.   
6 -	As despesas hospitalares totalizaram R$ 3.000,00 (três mil reais), os gastos com o transporte do corpo e funeral somaram R$ 2.000,00 (dois mil reais) e do deslocamento dos familiares, R$ 1.000,00 (um mil reais), conforme documentos anexos (docs. 11/15).
(DO DIREITO APLICÁVEL E DO ENTENDIMENTO DO TRIBUNAL)
7-	Assim, ficou demonstrado que a queda ar-condicionado, repita-se, manejado de forma imprudente pelo réu, causou a morte de MAURO, razão pela qual, deverá ele – réu – responder pelos danos morais e despesas/gastos aos autores, bem como pelo pensionamento por morte, nos termos dos artigos 186, 927, 938 e 948, ambos do CCB. 
8 -	Ressalte-se que o pensionamento devido à autora (VIÚVA), segundo o inciso II do art. 948 do CC, deverá considerar a “duração provável da vida da vítima”, a qual vem sendo estipulada pela jurisprudência atual a partir da Tábua completa de mortalidade no Brasil disponibilizada pelo IBGE, que atualmente é de 74 anos (doc. 16). Com relação ao pensionamento do autor (FILHO), este deverá ocorrer até que ele complete 25 anos, pois a sua dependência econômica é presumida até esta idade, eis que normalmente a formação universitária e a contração de matrimônio ou união estável, mediante a formação de novo núcleo familiar, normalmente acontece a partir de então. 
9 -	Já o valor do citado pensionamento deverá corresponder a 2/3 dos rendimentos da vítima, pois presume-se que 1/3 dessa importância era gasta em despesas pessoais do de cujus. Tendo em vista que a pensão visa restituir na íntegra os prejuízos que os sucessores do de cujus sofreram e continuarão a sofrer com a sua morte, os valores destinados ao autor (FILHO), tão logo complete a idade de 25 anos, deverão ser revertidos à autora (VIÚVA), permanecendo o pagamento até 01.04.2052, data que o falecido completaria 74 anos de idade. 
10 -	Ainda, visando a atualização anual da pensão, o valor fixado deverá ser convertido em percentual sobre o salário mínimo, vale dizer, R$ 533,33 (2/3) da remuneração quando falecimento, equivalente a 73,66% do salário mínimo. 
11 - 	Sobre o tema, eis um julgado:
“(...). DANO MATERIAL – ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA – TERMO FINAL DOS PENSIONAMENTOS DA VIÚVA E DO FILHO – PARCELA DESTINADA AOS BENEFICIÁRIOS – DIREITO DE ACRESCER – (...). 2- O termo final do pensionamento da viúva, segundo o que estipula o inciso II do art. 948 do CC, deve considerar a 'duração provável da vida da vítima', a qual vem sendo estipulada pela jurisprudência atual a partir da Tábua completa de mortalidade no Brasil disponibilizada anualmente pelo IBGE. Eventual casamento ou união estável da companheira não faz cessar antecipadamente o direito ao percebimento desta pensão, dado o seu caráter reparatório. Como a sentença foi sensível a estas balizas e aos limites do pleito inicial, não merece qualquer reparo no particular. 3- O pensionamento do filho do de cujus, a seu turno, deve acontecer até que atinja os 25 anos, pois a sua dependência econômica é presumida até esta idade, eis que normalmente a formação universitária e a contração de matrimônio ou união estável, mediante a formação de novo núcleo familiar, normalmente acontece a partir de então. Por isso, o julgado a quo também é irreparável neste aspecto. 4- O pensionamento deve corresponder a 2/3 dos rendimentos da vítima, porquanto presume-se que 1/3 dessa importância era gasta em despesas pessoais do de cujus, pelo que a sentença merece reparos no particular. 5- Como a pensão visa restituir na íntegra os prejuízos que os sucessores do de cujus sofreram e continuarão a sofrer coma sua morte, plausível é destinar os valores, antes pagos a quem não mais figura na posição de dependentes, àqueles que permanecerem nesta condição, tal qual decidido em primeiro grau. Apelo patronal ao qual se dá parcial provimento. (...).”. (TJMG – AC nº ____ - __ T. – Rel. Des. ____ - DJ __/___/__.)
DOS PEDIDOS
12 -	Pelo exposto, requerem a CONDENAÇÃO do réu ao:  
	a) RESSARCIMENTO das despesas médicas, do funeral e do deslocamento, no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), devidamente atualizada e com juros legais a contar da data dos respectivos pagamentos;
	b) INDENIZAÇÃO por danos morais pelo óbito do familiar, a ser fixado por Vossa Excelência, devidamente atualizada e com juros legais a contar do evento lesivo; 
 
	c) PENSIONAMENTO aos autores com o valor equivalente a 73,66% do salário mínimo, sendo que a parcela do autor (FILH0) quando completar 25 anos de idade, deverá ser revertida a autora (VÍUVA), permanecendo o pagamento até 01.04.2052, data que o falecido completaria 74 anos de idade.  
	d) CONDENAÇÃO nas custas processuais, e honorários advocatícios a serem fixados nos termos do artigo 20, § 3º, do CPC.
DO REQUERIMENTO DE CITAÇÃO
13 -	Requer a citação do réu para, querendo, apresentar contestação, sob pena de serem tidos como verdadeiros os fatos narrados na inicial (artigo 319 do CPC).
 
DAS PROVAS
14 -	Pretende provar o alegado, com os documentos que instruem a presente, oitiva de testemunhas constantes no rol abaixo, prova pericial e documentos novos (artigo 397 do CPC).
 
DO VALOR DA CAUSA
15 -	Dá à causa o valor de R$ 12.399,96 (doze mil trezentos e noventa e nove reais e noventa e seis centavos).
Juiz de Fora, MG, ___ de ________ de _____
 
Advogado - OAB/MG nº
TEMAS DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PETIÇÃO INICIAL
(Fonte: GARCIA, Wander. Como Passar na OAB. São Paulo: Editora Foco: 2011)
 (
“PETIÇÃO INICIAL”
Mauro, pedreiro, domiciliado em Salvador – BA, caminhava por uma 
rua
 de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado manejado, de forma imprudente, por Paulo, comerciante e proprietário de um armarinho. Encaminhado a um hospital particular, Mauro faleceu após estar internado por um dia. Sua família, profundamente abalada pela perda trágica do parente, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Salvador – BA, local do sepultamento. O falecido deixou viúva e um filho menor impúbere. Sabe-se, ainda, que Mauro tinha 35 anos de idade, era responsável pelo sustento da família e conseguia obter renda média mensal de R$ 800,00 como pedreiro. Sabe-se também, que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 e os gastos com transporte do corpo e funeral somaram R$ 2.000,00. Após o laudo 
da perícia técnica apontar
 como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado e o inquérito policial indiciar Paulo como autor de homicídio culposo, a viúva e o filho procuraram um advogado para buscar em juízo o direito à indenização pelos danos decorrentes da morte de Mauro. Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de 
advogado(
a) procurado(a) pela família de Mauro, a petição inicial da ação judicial adequada ao caso, abordando todos os aspectos de direito material e processual 
partinentes
.
RESOLUÇÃO DA PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL
Peça:
 Ação de indenização por danos materiais e morais
Fundamento:
 
arts
. 
186, 927
 e SS. do CC
Competência:
 foro do local do fato ou do domicílio do autor (art. 100, V, 
a
 e p. único, do CPC
)
Pedido:
 de procedência da ação para que o réu seja condenado ao pagamento de indenização por danos materiais consistentes nos danos emergentes (despesas com hospital e funeral), além de pagamentos de pensão mensal no valor equivalente a 2/3 dos rendimentos do falecido, eis que sustentava mulher e filho, até a data em que completaria 70 anos à viúva e até o filho completar 24 anos, com direito de acrescer, além de danos morais que devem já constar em valores no pedido inicial.
)
MODELO: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
 (
[O que estiver entre colchetes é apenas nota do autor – não deve constar da peça]
)
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da .... Vara .... da Comarca de Salvador/BA ou Recife/PE.
 (
[deixe espaço de aproximadamente 
10 cm
, para eventual despacho ou decisão do juiz
]
)Viúva ..., qualificação ... e filho de Mauro, menor impúbere, representado por sua genitora, ambos residentes e domiciliados na ..., por seu advogado que firma a presente (procuração anexada – doc. 1), com escritório para recebimento de intimações na ... (CPC, art. 39,1), vem, respeitosamente, propor a presente
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
em face de Paulo ..., estado civil ..., comerciante, residente e domiciliado na ..., inscrito no CPF sob nº ..., RG nº ..., com fundamento nos arts. 186, 927 e ss. Do Código Civil, pelos motivos que passa a expor.
1. DOS FATOS
		Mauro, pedreiro, caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar condicionado manejado, de forma imprudente, por Paulo, comerciante e proprietário de um armarinho (doc. 2 – boletim de ocorrência).
		Encaminhado a um hospital particular, Mauro faleceu após estar internado por um dia (doc. 3).
		Sua família, profundamente abalada pela perda trágica do parente, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Salvador – BA, local do sepultamento.
		O falecido deixou viúva e um filho menor impúbere, ora autores.
		Mauro faleceu aos 35 anos de idade e era responsável pelo sustento da família e conseguia obter renda média mensal de R$ 800,00 como pedreiro (doc. 4).
		Além da perda da receita, a esposa do falecido teve de arcar com as despesas hospitalares no montante de R$ 3.000,00 e despesas com o funeral do de cujus, no montante de R$ 2.500,00 (doc. 5).
		Após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado e o inquérito policial indicar Paulo como autor de homicídio culposo, os autores buscaram indenização junto ao réu.
		Em que pesem as tentativas, não lograram êxito nesse intento, o que os levaram a propor a presente ação indenizatória.
II – DO DIREITO
1. Da responsabilidade do requerido
		Segundo dispõe o art. 938 do código Civil, a responsabilidade pelo dano proveniente das coisas que caírem de prédio ou forem lançadas em lugar indevido é objetiva, ou seja, independe da demonstração de conduta culposa ou dolosa.
		O caso em tela se subsume perfeitamente no dispositivo citado, vez que o réu manejava um ar condicionado do prédio onde exerce suas atividades profissionais, ar condicionado este que, como se viu, caiu e atingiu de modo fatal o ente querido dos autores.
		Os requisitos para a configuração da responsabilidade civil – conduta, dano e nexo de causalidade – estão, dessa forma, configurados, não sendo o caso de se discutir se houve dolo ou culpa por parte do réu.
		De qualquer forma, e considerando o princípio da eventualidade, o autor também responderia caso fosse necessário enquadrar o caso presente na responsabilidade subjetiva.
		Com efeito, o art. 927 do Código Civil é claro no sentido de que “aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
		Os fatos narrados na petição inicial enquadram-se também na hipótese de incidência prevista no dispositivo citado, pelos seguintes motivos: a) o requerido, de maneira imprudente, deixou cair um aparelho de ar-condicionado na rua; b) a queda do aparelho causou a morte de Mauro, conforme restou comprovado pelas conclusões do laudo da perícia técnica; c) a morte de Mauro em razão da conduta imprudente do requerido causou danos de ordem material e moral nos autores.
		Por outro lado, não ocorre no caso presente qualquer das causas excludentes da responsabilidade, eis que restou clara a conduta imprudente do réu, fato que restou reforçado pelo seu indiciamento no crime de homicídio culposo.
		Demonstrada a culpa, o nexo causal e os danos, que são presumidosem casos como esses, de rigor, agora, tratar das verbas indenizatórias devidas aos autores.
2. Das verbas indenizatórias devidas
O art. 948 do Código Civil tem o seguinte teor:
“Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração possível da vida da vítima.”
Por outro lado, a Constituição Federal, em seu art. 5º., V e X, e o Código Civil, em seus arts. 186 (ato ilícito) e 944 (“a indenização mede-se pela extensão do dano”) impõe que os danos morais também devem ser indenizados.
Considerando que houve despesas comprovadas de funeral, que os autores dependiam economicamente do falecido e que o dano moral é conseqüência natural e imediata do falecimento do marido e do pai dos autores, independendo de comprovação, segundo a jurisprudência, os autores fazem jus às seguintes verbas indenizatórias:
a) danos materiais, consistentes no ressarcimento das despesas de hospital, funeral e na fixação de pensão aos autores;
b) danos morais, devidos a cada um dos autores.
2.1 Da pensão
Nos termos da jurisprudência do STJ, a pensão devida aos filhos deve se estender até a idade de 24 anos, quando presumidamente estes encerrarão sua formação escolar, podendo ingressar no mercado de trabalho em melhores condições para prover a sua subsistência.
Confira:
“A pensão pela morte do pai será devida até o limite de vinte e quatro anos de idade, quando, presumivelmente, os beneficiários da pensão terão concluído sua formação, inclusive curso universitário, não mais substituindo vínculo de dependência” (STJ, Resp. 142.526/RS, rel. Min. Cesar Rocha, DJ 17/09/01).
Já a pensão devida à esposa, deve ser paga até que esta perfaça 70 anos, tendo em vista o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que hoje é, em média, de 71,9 anos. Confira:
“Possibilidade de determinar como termo final do pagamento da pensão, a data em que a vítima completaria 70 (setenta) anos de idade, em função do caso concreto. Precedentes: REsp 164.824/RS e REsp 705.859/SP” (REsp 859.225/RN, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 13.03.2007, DJ 09.04.2007, p. 242).
Já quanto ao quantum devido, as decisões do STJ vêm fixando a pensão em 2/3 da remuneração que recebia o de cujus. Confira:
“Responsabilidade civil do Estado. Acidente de trânsito com vítima fatal. Adequada a fixação do valor da pensão em 2/3 (dois terços) dos rendimentos da vítima, deduzindo que o restante seria gasto com seu sustento próprio” (STJ, REsp 603.984/MT, rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 16/11/2004).
O mesmo Tribunal também vem entendendo ser cabível o direito de acrescer aos demais autores, na medida em que o filho do falecido completar a idade que não mais permite o recebimento da pensão (STJ, REsp 625.161/RJ, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 17/12/2007).
Por fim, é importante ressaltar que tanto a correção monetária como os juros moratórios das parcelas devidas a título de indenização por danos materiais devem incidir desde a data do evento danoso (STJ, REsp 705.859/SP, rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ de 21/03/2005).
Como o art. 406 do Código Civil determina a aplicação da taxa Selic e esta abarca juros e correção monetária, estes incidirão com a simples aplicação da taxa referencial (STJ, REsp 897.043/RN, rel. Min. Eliana Calmon, 2ª T., j. 03-05-2007,p.392).
2.2 Dos danos morais
O STJ vem entendendo que não se pode mais fixar o valor do dano moral tomando como critério o salário mínimo. Deve-se fixar esta verba certo, valor esse que, em caso de homicídio, vem sendo fixado na quantia de R$ 190 mil. Confira o seguinte caso:
“CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO COM VÍTIMA FATAL, ESPOSO E PAI DOS AUTORES. DANO MORAL. FIXAÇÃO. MAJORAÇÃO. Dano moral aumentado, para amoldar-se aos parâmetros usualmente adotados pela Turma. R$ 190 mil para esposa e filhas” (STJ, REsp 625.161/RJ, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 17/12/07).
Em matéria de dano moral, a correção monetária é devida desde a data da fixação de seu valor, ou seja, desde da decisão judicial que fixa a indenização por dano moral. Já os juros moratórios são calculados tendo-se em conta a data do evento danoso (Súmula 54 do STJ: “os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual”).
2.3 Dos honorários advocatícios
Segundo o STJ, os honorários devem incidir da seguinte forma: “para efeito de cálculo da verba honorária, a condenação é constituída pelo somatório de todas as prestações vencidas, além das demais verbas já definidas (dano moral, pensão, juros etc.) e doze das vincendas, implicável o disposto no § 5º do art. 20 do CPC” (STJ, REsp 325.161/RJ, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJ 17/12/2007).
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, é o presente para presente para requerer a Vossa Excelência o quanto segue:
1 – A citação do réu, no endereço declinado no pórtico desta inicial, para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal, sob as penas da lei processual civil.
2 – A oitiva do ilustre representante do Ministério Público, considerando que o segundo autor é menor impúbere (art. 82, I do CPC).
3 – A procedência da ação para condenar a ré no pagamento: a) da quantia de R$ 3.000,00, relativa às despesas hospitalares e de R$ 2.500,00, relativa às despesas com funeral; b) de pensão mensal de R$ 533,33, devida aos autores desde o evento danoso, sendo que o filho receberá até completar 24 anos e a esposa, até completar 70 anos, com direito de extensão para a segunda, na medida em que o filho não for receber a pensão; c) de indenização por dano moral no valor de R$ 190 mil, para os dois autores; d) de correção monetária e juros legais, que, quanto aos danos materiais (itens “a” e “b”), incidirão a partir da data de sua fixação (a correção monetária), e a partir do evento danoso (quanto aos juros legais); e) honorários advocatícios de 20%, incidentes sobre o somatório de todas as prestações vencidas, além das demais verbas já definidas (dano moral, pensão, juros etc.), e doze das vincendas.
4 – O protesto pela produção de prova documental e pericial, e de todos os meios probatórios em direito admitidos, ainda que não especificados no CPC, desde que moralmente legítimos (CPC, art. 332).
 (
(se 
o quantum dos danos não estiverem
 determinados, deve-se requer a sua apuração em liquidação de sentença)
)
(a 
 (
(a depender da condição econômica dos autores, 
deve-se
 pedir os benefícios da justiça gratuita)
)
Dá-se à causa o valor de R$ 201.896,00 (valor por extenso) (art. 259, II e VI, do CPC).
Nestes termos, pede deferimento
Local / Data
 (
[não assine, rubrique ou, de outra forma, identifique sua prova!
]
)
Advogado...
OAB...
RESOLUÇÃO DA 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
Peça: Ação de indenização por danos materiais e morais 
Fundamento: arts. 186, 927 e SS. do CC 
Competência: foro do local do fato ou do domicílio do autor (art. 100, V, a e p. único, do CPC) 
Pedido: de procedência da ação para que o réu seja condenado ao pagamento de indenização por danos materiais consistentes nos danos emergentes (despesas com hospital e funeral), além de pagamentos de pensão mensal no valor equivalente a 2/3 dos rendimentos do falecido, eis que sustentava mulher e filho, até a data em que completaria 70 anos à viúva e até o filho completar 24 anos, com direito de acrescer, além de danos morais que devem já constar em valores no pedido inicial. 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ...........ª Vara ...(cível).......... da Comarca de Salvador/BA ou Recife/PE. 
Viúva ........... qualificação ................ e filho de Mauro, menor impúbere, representado por sua genitora, ambos residentes e domiciliados na ..............., por seu advogado que firma a presente, com escritório para recebimento de intimações na ............. (CPC, art. 39,1), vem, respeitosamente,propor a presente: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS 
em face de Paulo ............., estado civil ............., comerciante, residente e domiciliado na ............, inscrito no CPF sob nº .............., RG nº ................, com 
fundamento nos arts. 186, 927 e ss. Do Código Civil, pelos motivos que passa a expor: 
I. DOS FATOS 
Mauro, pedreiro, caminhava por uma rua de Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar condicionado manejado, de forma imprudente, por Paulo, comerciante e proprietário de um armarinho. 
Encaminhado a um hospital particular, Mauro faleceu após estar internado por um dia. 
Sua família, profundamente abalada pela perda trágica do parente, deslocou-se até Recife – PE e transportou o corpo para Salvador – BA, local do sepultamento. 
O falecido deixou viúva e um filho menor impúbere, autores desta petição. 
Mauro faleceu aos 35 anos de idade e era responsável pelo sustento da família e conseguia obter renda média mensal de R$ 800,00 como pedreiro. 
Além da perda da receita, a esposa do falecido teve de arcar com as despesas hospitalares no montante de R$ 3.000,00 e despesas com o funeral do de cujus, no montante de R$ 2.500,00. 
Após o laudo da perícia técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado e o inquérito policial indicar Paulo como autor de homicídio culposo, os autores buscaram indenização junto ao réu. 
Em que pesem as tentativas, não lograram êxito nesse intento, o que os levaram a propor a presente ação indenizatória. 
II 
Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito da ___ Vara Cível da Comarca de Salvador – BA. 
Fulana de tal, nacionalidade, profissão, viúva, CPF..., residente na Rua ... Salvador –BA, e Fulano de tal, menor incapaz, neste ato representado por sua genitora, Fulana de tal, acima qualificada, através de seu advogado in fine assinado, vêm com o devido respeito e acato perante Vossa Excelência propor a presente 
Ação de indenização por danos materiais e morais 
em face de Paulo de Tal, nacionalidade, comerciante, CPF..., residente na rua..., Recife – PE, pelos substratos fáticose jurídicos a seguir expostos: 
Dos fatos 
1 – Mauro, estava caminhando por uma Rua de Recife – PE, quando subitamente foi atingido por um aparelho de ar-condicionado que foi manejado de forma imprudente pelo requerido. 
2 – Após o acidente, Mauro foi encaminhado a um Hospital particular, vindo a falecer um dia depois. 
3 – O de cujus deixou esposa e filho, respectivamente 1º e 2º requerentes napresente ação. 
4 – Além de ser um ótimo marido e pai, o falecido era o único mantenedor da família, exercia a função de pedreiro, auferindo a quantia de R$800,00 mensais. 
5 – Os gastos hospitalares perfazem a quantia de R$3.000,00 e os gastos com o transporte do corpo somam R$2.000,00. 
Do direito 
6 - O art.938 do C.C. aduz que: Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo danoproveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. 
7 – No presente caso, se trata de responsabilidade objetiva, não sendo necessário a atribuição de culpa, mister se faz comprovar o dano e nexo causal; o dano está comprovado com o simples atestado de óbito do de cujus (documento anexo).
8 o nexo causal também se encontra presente, visto que a ação do requerido de manejar oar-condicionado veio a causar a morte de Mauro, conforme laudo da perícia técnica anexo. 
9 – Nos termos do art. 948 do Código Civil, no caso de homicídio a indenização consiste no pagamento de tratamento e funeral da vítima, bem como, na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia. 
10 - Como o de cujus tinha 35 anos de idade quando veio a óbito, e considerando que a expectativa de vidado brasileiro é de 73,5 anos, havia 38,5 anos de expectativa de vida. 
11 - Considerando a renda mensal do falecido R$800,00 vezes o número de meses de uma expectativa de vida restante, ou seja, 462 meses, perfaz o montante de R$369.600,00 (trezentos e sessenta e nove mil e seiscentos reais) de lucros cessantes. 
12 - Conforme os documentos anexos, a título de dano emergente, R$3.000,00 com... 
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