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Meningite: Tipos, Causas e Sintomas

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CENTRO UNIVERSITÁRIO – CATÓLICA DE SANTA CATARINA
CURSO DE BIOMEDICINA  5° FASE
SABRINA DAROSSI
 
 MENINGITE
 
 
JOINVILLE
Julho,2020
A Meningite é uma doença inflamatória que atinge as Meninges, caracterizadas por membranas que envolvem a medula espinhal e o cérebro. Esse processo inflamatório pode provocar lesões mentais, motoras e auditivas, sendo essa considerada uma doença perigosa e fatal. Atinge pessoas de todas as idades, com mais abrangência em idosos e crianças, principalmente as menores de dois anos, pois o sistema imunológico ainda não possui completa resistência. Existem variados tipos de Meningites. O tipo mais conhecido e recorrente é o causado por bactérias, a Meningite Bacteriana. As outras causas fazem parte do grupo de Meningites Assépticas, quando a doença não é causada por bactérias, como vírus causador da meningite viral, fungo causador da meningite fúngica, parasitas que causam a meningite eosinofílica. Em casos raros, a Meningite pode ser resultado de causas não-infecciosas, como reações químicas, alergia a alguns medicamentos e também alguns tipos de câncer.		A meningite bacteriana é o tipo mais grave e mais recorrente, sua transmissão ocorre de pessoa para pessoa por meio do contato com a saliva através de tosse, espirro, fala e beijo do portador da bactéria. Também pode ser desencadeada após uma infecção no ouvido, fratura ou, mais raramente, após alguma cirurgia. Existem quatro bactérias principais que são capazes de transmitir a doença, a bactéria Streptococcus Pneumoniae é a mais comum entre todas as bactérias que transmite a doença e pode causar infecções no ouvido e até pneumonia; Neisseria Meningitidis: esta bactéria possui um alto grau de contágio e se espalha pela corrente sanguínea após uma infecção no trato respiratório e seus principais alvos geralmente são adolescentes e jovens adultos. Também a bactéria Haemophilus influenzae, esta se espalha pela corrente sanguínea após uma infecção no trato respiratório e costumava ser a principal causa de meningite em crianças. No entanto, atualmente a sua ocorrência foi controlada e reduzida por meio de vacinas. E a bactéria Listeria Monocytogenes, esta bactéria não causa sintomas na maioria das pessoas expostas a ela. Gestantes, pessoas com imunidade comprometida, recém-nascidos e idosos estão mais suscetíveis em contrair a doença por causa deste tipo de bactéria. A Meningite Bacteriana em bebes com menos de um ano de idade caracteriza-se pelo aparecimento de sintomas como: moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação, choro agudo e persistente, rigidez corporal com ou sem convulsões. E em crianças acima de um ano e adultos, os sintomas são: febre alta com início súbito, dor de cabeça intensa e contínua, vômitos em jato, náuseas, rigidez de nuca e pequenas manchas vermelhas na pele.		Já a Meningite Viral é o tipo menos perigoso, sua contaminação é fecal-oral, na ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes. Este tipo atinge principalmente crianças com menos de 5 anos e podem ser transmitidos via alimentos, água e objetos contaminados. Os vírus responsáveis pela meningite viral são os Enterovírus que geralmente residem no trato digestivo (Ecovírus e Coxsackievírus); O vírus do Herpes simples (HSV), geralmente tipo 2 (HSV-2), o Arbovírus, transmitidos por mosquitos (Aedes Aegypti); Arenavírus, transmitido por camundongos cinzentos domésticos ou hamsters que abrigam o vírus e o secretam na urina, fezes, sêmen e em secreções nasais, causando um tipo de Meningite, a Coriomeningite Linfocítica; e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da AIDS e que atinge o sistema imunológico.							Os sintomas da meningite viral se caracterizam por dor de cabeça, fotofobia (sensibilidade à luz), rigidez de nuca, náuseas, vômitos e febre, podendo ser confundidos com sintomas de outras doenças.					A Meningite Fúngica é rara e sua principal causa são os fungos do tipo Cryptococcuse Coccidioides, que migram através do sangue para as Meninges. Podendo acarretar um quadro crônico da doença, dando origem a sérias complicações como, hidrocefalia e interrupção do fluxo sanguíneo. Quando for causada por Cryptococcus ela é crônica e geralmente o indivíduo precisará de tratamento por toda a vida. A evolução da doença e a gravidade dos sintomas dependem do estado imunológico do indivíduo. Outros fungos também podem causar a doença, como Candida, Aspergillus, Histoplasma, Blatomyces e Mucor.				Pessoas que possuem o sistema imunológico comprometido por outras doenças como diabetes, portadoras do vírus HIV, ou portadoras de algum câncer, têm maiores chances de desenvolver esse tipo da doença. Seus efeitos podem ser similares ou até idênticos aos da Meningite bacteriana. Este tipo raramente tem cura e a taxa de mortalidade é bastante alta, podendo atingir 90% dos casos. Seus sintomas variam em febre; dor de cabeça; torcicolo; náusea; vômito; fotofobia e confusão mental.								Os principais fatores de risco que colaboram a doença são: idade, onde cada tipo de Meningite atinge mais uma faixa etária do que outras, o tipo viral costuma afetar crianças de até cinco anos, já a meningite bacteriana geralmente atinge adultos a partir dos 20 anos, em gestantes existe maiores chances de contrair Listeriose, que é uma intoxicação alimentar causada pela ingestão de alimentos contaminados pela bactéria Listeria Monocytogenes, que também pode transmitir a doença meningite. O tratamento para Meningite depende do agente causador. 										Para Meningite bacteriana o tratamento deve ser imediato através do uso de antibióticos intravenosos, medicamentos de cortisona, de acordo com a bactéria causadora da doença e a fim de reduzir o risco de futuras complicações. 	Na Meningite viral geralmente os únicos meios de terapia são repouso, ingestão de muito líquido, uso de medicamentos para aliviar dores e em casos específicos, o uso de antivirais. 								Já para Meningite fúngica o tratamento é feito com o uso de fungicidas, que podem causar diversos efeitos colaterais, por isso só serão recomendados após a confirmação de qual o fungo responsável pela infecção. 				Para casos crônicos da doença, o tratamento recomendado é o mesmo da Meningite Fúngica, pois, é o único tipo que apresenta este quadro. 			A prevenção ocorre por meio de medidas de convívio social, como evitar aglomerações, principalmente em lugares fechados, manter os ambientes ventilados e higienizar adequadamente os ambientes regularmente. No entanto, a vacinação ainda é a melhor forma de prevenção contra a doença.			Existem três vacinas responsáveis por combater a doença, uma delas é a Vacina Meningocócica B, esta vacina protege contra Meningites e Doenças Meningocócicas, infecções generalizadas, causadas pela bactéria Meningococo do Tipo B. Portanto deve-se vacinar crianças e adolescentes, adultos com até 50 anos, dependendo de risco epidemiológico, viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença. 								O quadro de vacinação brasileiro envolve a administração de quatro doses da vacina aos 3, 5 e 7 meses de vida e a quarta dose entre 12 e 15 meses.	Outra vacina que faz o combate a essa doença, é a Vacina Meningocócica C Conjugada, esta protege contra doenças causadas pelo Meningococo C, incluindo Meningite e Meningococcemia. Deve-se vacinar crianças, adolescentes de 12 e 13 anos e adultos, dependendo da situação epidemiológica, viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença. Desta forma, é feita a administração de três doses da vacina aos 3 e 5 meses bem como, o reforço aos 12 meses, podendo ser aplicado entre 5 e 6 anos e aos 11 anos. Para adolescentes, a recomendação é de duas doses com intervalo de cinco anos, preferencialmente da vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente ACWY, pois, fornece proteção para mais de três categorias de Meningococos, além do tipoC. Nos adultos, a recomendação é de que sejam imunizados com dose única da vacina, mas somente devem se imunizar com esta vacina caso estejam em situações que justifiquem.					Outra vacina no combate a essa doença é a Vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente (ACWY), sua ação é contra Meningites e doenças Meningocócicas, infecções generalizadas, causadas pela bactéria Meningococo dos tipos A C, W e Y. A administração dessa é realizada como as demais, sendo de três doses com início aos 3 meses e reforços aos 12 meses, 5 e 11 anos. Os adolescentes que nunca receberam a vacina, recomenda-se duas doses, com intervalo de 5 anos.										O diagnóstico da doença se dá a partir da suspeita clínica e confirmado através da análise do líquido cefalorraquidiano obtido, na maioria das vezes, por meio de punção lombar. A colheita é sempre realizada por especialista, em condições de assepsia. O diagnóstico e o tratamento da meningite devem ser realizados o mais rápido possível, para evitar mortes ou sequelas neurológicas. 	O líquido cefalorraquidiano (LQR) é produzido nos plexos coroides dos ventrículos, e também, uma pequena porção é produzida a partir do epêndima das paredes ventriculares e dos vasos da leptomeninge. Sua função é distribuir nutrientes pelo tecido nervoso e servir de barreira mecânica para o amortecimento dos traumatismos que porventura atinjam o encéfalo e a medula espinhal também auxiliando na retirada de resíduos metabólicos. Em seu aspecto normal apresenta coloração cristalina/ transparente. Em casos de Meningites bacterianas o líquor apresenta-se turvo com grande quantidade de células , sendo estas mais de 95% neutrófilos, e seus marcadores como glicose e cloretos diminuídos, e proteínas aumentadas. 						Na Meningite tuberculosa seu líquor é incolor, com pouco aumento do número de células e predomínio de linfócitos. Seus marcadores como glicose e cloretos são diminuídos, e proteínas pouco aumentadas, seus marcadores são semelhantes a Meningite viral, exceto a glicose apresentar-se normal no tipo viral. Por fim, na Meningite fúngica o número de células variável com glicose normal e proteínas pouco aumentadas.	No exame citológico as células contadas são os leucócitos, onde os valores normais são: Adultos: de 0 a 5 mm3, crianças até 1 ano: de 0 a 30 mm3, crianças 1 a 4 anos: de 0 a 20 mm3, crianças acima de 5 anos: 0 a 10 mm3. Para sua contagem utiliza-se a câmara de Neubauer ou câmara de FuchsRosental. Se o liquor for turvo, como frequentemente no caso das meningites faz-se uma diluição com soro fisiológico. 					No exame bioquimico os valores das proteínas aumentam (proteinorraquia) no LCR em casos de meningite bacteriana (por Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae) e meningite viral (caxumba, poliomielite, coriomeningite linfocítica, herpes, varicela, mononucleose infecciosa, entre outras). 						A glicose encontra-se diminuida devido a deficiencia em seu transporte ativo, sua diminuição (hipoglicorraquia) nos níveis de LCR é característico das meningites bacterianas, tuberculose e fúngica. Já nas meningites virais, essa diminuição pode ocorrer em um grau mais discreto, ou se apresenta normal. Já o lactato encontra-se aumentado em processos infecciosos, se eleva em casos de necrose, isquemia, meningite, leucemia, linfoma e carcinoma. 			Os níveis do lactato no LCR estão relacionados ao aumento do metabolismo anaeróbio da glicose e à acidose tecidual. Portanto, eleva-se quando a relação líquor/soro é maior que 0,1. 	Na Meningite viral apresenta níveis entre 25 a 30 mg/dl, raramente excedendo esses valores, já nas outras formas de meningites esses níveis ultrapassam 35 mg/dl. 				Os valores de ácido lático auxiliam na diferenciação dos tipos de meningite (bactérias, fungos, microbactérias ou virais), nas virais apresenta níveis entre 25 a 30 mg/dl, raramente excedendo esses valores, já nas outras formas de meningites esses níveis ultrapassam 35 mg/dl. Seu aumento está relacionado com a diminuição de glicose, o que ocorre nas meningites bacterianas. Porém o aumento do nível de lactato pode ser detectado mais cedo do que uma concentração reduzida de glicose. Por isso, para a diferenciação de meningite bacteriana de uma meningite asséptica, a concentração de lactato é um melhor indicador comparado a outros marcadores.
Referencias 
MENINGITE: TIPOS, TRATAMENTOS, SINTOMAS E PREVENÇÃO. Hermes Pardini, 2018. Disponível em: <http://hermespardini.com.br/blog/?p=416>.
Acesso em: 07/07/2020.
MENINGITE: ENTENDA A DOENÇA. Fio Cruz, 2017. Disponível em: <http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/357-meningite#:~:text=No%20Brasil%2C%20a%20meningite%20%C3%A9,na%20preven%C3%A7%C3%A3o%20da%20doen%C3%A7a%20bacteriana.>.
Acesso em: 07/07/2020

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