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Meningites: Etiologia, Diagnóstico e Tratamento

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1 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
OBJETIVOS 
1. Identificar os agentes etiológicos mais comuns 
que acometem as meninges 
2. Descrever as apresentações clínicas das 
meningites, com ênfase no diagnóstico diferencial 
das meninges bacterianas e virais. 
3. Caracterizar a propedêutica (alterações do 
liquor) e o tratamento das meninges. 
4. Relacionar as medidas profiláticas em contatos 
de pacientes com meningite 
5. Analisar a influência dos fatores étnicos e 
culturais como barreira no tratamento das 
doenças. 
REFERÊNCIAS 
Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. 
Brasília. 5ª ed., 2021. 
MARTINS, Mílton de A.; CARRILHO, Flair J.; ALVES, 
Venâncio Avancini F.; CASTILHO, Euclides. Clínica 
Médica, Volume 7: Alergia e Imunologia Clínica, 
Doenças da Pele, Doenças Infecciosas e 
Parasitárias. Editora Manole, 2016 
GOUVEIAI, Eneline A. H.; SILVA, Rodrigo de Oliveira, 
PESSOA, Bruno Henrique Soares. Competência 
Cultural: uma Resposta Necessária para Superar as 
Barreiras de Acesso à Saúde para Populações 
Minorizadas. Revista Brasileira de Educação 
Médica. V. 43, p. 82 – 90, 2019. 
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA 
A Meningite é uma doença que resulta de um 
processo inflamatório das meninges, que são as 
membranas que recobrem o encéfalo e a medula 
espinhal. 
Este processo pode ser secundário a agentes 
infecciosos (etiologia bacteriana, viral, 
micobacteriana, fúngica etc.), a alguns processos 
auto-imunes, além de secundário ao uso crônico 
de alguns medicamentos. 
AS meningites virais são mais frequentes que as 
meningites bacterianas e geralmente elas são 
benignas e autolimitadas. 
As meningites bacterianas são de alta morbidade 
e letalidade, em especial a meningite 
meningocócica, responsável por 10 a 40% dos 
casos de meningite purulenta. 
Todos os casos suspeitos de meningite devem ser 
notificados! 
Segundo dados da Organização Mundial da 
Saúde (OMS), estima-se que ocorram, 
aproximadamente, 1,2 milhões de casos e 135 mil 
mortes por meningite a cada ano no mundo. 
A doença está relacionada à existência de 
aglomerados, aspectos climáticos, circulação do 
agente no ambiente e características 
socioeconômicas. 
A grande maioria dos casos e mortes resultantes 
da meningite ocorre na África. Durante a estação 
das secas (de dezembro a junho), epidemias 
atingem regularmente os países localizados no 
chamado “cinturão africano de meningite”, 
região que se estende por todo o continente, do 
Senegal à Etiópia. 
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de 
incidência é 1,4 caso/100 mil habitante/ano, e 
letalidade de 22,2%. 
ETIOLOGIA 
AGENTES BACTERIANOS 
Neisseria meningitidis (meningococo): é a 
principal causa de meningite bacteriana no Brasil. 
Streptococcus pneumoniae (pneumococo): 
Bactéria Gram-positiva com característica 
morfológica esférica (cocos), disposta aos pares. É 
alfa--hemolítico e não agrupável. Tem mais de 90 
sorotipos capsulares, imunologicamente distintos, 
que causam doença pneumocócica invasiva 
(meningite, pneumonia bacterêmica, sepse e 
Meningite 
 
Problema 09 
 
2 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
artrite) e não invasiva (sinusite, otite média aguda, 
conjuntivite, bronquite e pneumonia). 
Haemophilus influenzae: Bactéria Gram-negativa 
que pode ser classificada em 6 sorotipos (A, B, C, 
D, E, F), a partir da diferença antigênica da 
cápsula polissacarídica. 
Outras bactérias: Mycobacterium tuberculosis; 
Streptococcus sp. – especialmente os do grupo B; 
Streptococcus agalactie; Listeria monocytogenes; 
Staphylococcus aureus; Pseudomonas 
aeruginosa; Klebsiella pneumoniae; Enterobacter 
sp.; Salmonella sp.; Proteus sp. 
AGENTES VIRAIS 
Os principais são os vírus do gênero Enterovirus, 
responsáveis por aproximadamente 85% dos 
casos. 
Nesse grupo, estão incluídos os 3 tipos de 
poliovírus, 28 tipos antigênicos do vírus echo, 23 
tipos do vírus Coxsackie A, 6 do vírus Coxsackie B, 
e 5 outros enterovírus. 
Os enterovírus têm comportamento sazonal, 
sendo mais frequentes na primavera e no verão; 
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS DA MENINGITE VIRAL 
RNA DNA 
• Enterovírus 
• Arbovírus 
• Vírus da caxumba 
•Arenavírus (coriomeningite linfocitária) 
• HIV 1 
• Vírus do sarampo 
• Adenovírus 
• Vírus do grupo herpes 
• Varicela-Zóster 
• Epstein-Barr 
• Citomegalovírus 
 
OUTROS AGENTES ETIOLÓGICOS 
Destacam-se os fungos do gênero Cryptococcus, 
sendo as espécies mais importantes a C. 
neoformans e a C. gattii. 
Outros agentes, como protozoários e helmintos, 
também podem ocasionar meningite 
 
TRANSMISSÃO 
De modo geral, a transmissão ocorre de pessoa a 
pessoa, por meio das vias respiratórias, por 
gotículas e secreções da nasofaringe. 
Nas infecções por enterovírus, predomina a via 
fecal-oral, podendo ocorrer também por via 
respiratória. 
Período de transmissibilidade do enterovírus: 
podem ser eliminados nas fezes por diversas 
semanas e pelas vias aéreas superiores por 
períodos que variam de 10 a 15 dias. 
SUSCETIBILIDADE 
A suscetibilidade é geral. Crianças menores de 5 
anos, principalmente as menores de 1 ano, e 
pessoas maiores de 60 anos são mais suscetíveis à 
doença. 
Em relação à meningite pneumocócica, idosos e 
indivíduos portadores de quadros crônicos ou de 
doenças imunossupressoras apresentam maior 
risco de adoecimento. 
FISIOPATOLOGIA 
BACTERIANA 
No caso das meningites bacterianas, o agente 
etiológico pode atravessar a barreira 
hematoencefálica por: 
Acesso direto: fraturas de crânio, defeito 
congênito de fechamento do tubo neural 
(espinha bífida, meningocele, meningomielocele, 
meningoencefalocele) e iatrogênica (punção 
liquórica inadequada). 
Contiguidade: otites médias, mastoidites ou 
sinusites. 
 
3 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
Via hematogênica: ultrapassa a barreira 
hematoencefálica por ligação com receptores 
endoteliais, lesão endotelial ou em áreas mais 
susceptíveis, como o plexo coroide. 
Derivações liquórica 
A lise bacteriana e liberação das suas endotoxinas 
(Gram-negativas), ácido teicoico e 
peptidioglicano (Gram-positivas) da parede 
celular, induzem a produção de citocinas 
inflamatórias que aumentam a permeabilidade da 
barreira hematoencefálica, causando edema 
vasogênico e hidrocefalia através deste 
mecanismo. 
Por este mesmo mecanismo, há formação de 
edema intersticial junto com a hidrocefalia. Além 
disso, a migração de leucócitos resulta em 
degranulação e liberação de metabólitos tóxicos 
que geram edema citotóxico, crises epilépticas e 
até mesmo acidente vascular. A consequência 
desses eventos é o aumento da pressão 
intracraniana e até mesmo coma. 
VIRAL 
No caso das meningites virais, os vírus atingem o 
SNC por via hematogênica (enterovírus) ou 
neuronal (HSV). 
No caso do Enterovírus, ao passarem pelo 
estômago, são capazes de resistir ao pH ácido e 
prosseguem para o trato gastrointestinal inferior. 
Outros vírus se replicam na nasofaringe e se 
disseminam em linfonodos locais. 
Após os enterovírus se ligarem a receptores dos 
enterócitos, eles se replicam em uma célula 
suscetível, progridem para a placa de Payer 
(onde ocorre replicação mais intensa) e então 
uma viremia atinge coração, SNC, fígado, sistema 
reticuloendotelial. 
Acredita-se que o enterovírus atinja o SNC através 
de junções íntimas endoteliais e posteriormente 
alcance o plexo coroide e o líquor. 
A infecção causada pelo HSV (vírus herpes 
simples) atinge o SNC pela via neuronal, através 
do nervo trigêmeo e olfatório; ou ainda nos casos 
de meningite asséptica, o vírus se dissemina após 
uma lesão genital primária, ascendendo pelas 
raízes sacrais até a meninge. O vírus pode ainda 
ficar latente nas raízes nervosas do trigêmeo e 
olfatório,reativando anos depois, causando 
encefalite ou quadros de meningite asséptica. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O quadro clínico, em geral, é grave e caracteriza-
se por febre, cefaleia, náusea, vômito, rigidez de 
nuca, prostração e confusão mental, sinais de 
irritação meníngea, acompanhadas de 
alteraçõesdo líquido cefalorraquidiano (LCR). 
No curso da doença, podem surgir delírio e coma. 
Dependendo do grau de comprometimento 
encefálico (meningoencefalite), o paciente 
poderá apresentar também convulsões, 
paralisias, tremores, transtornos pupilares, 
hipoacusia, ptose palpebral e nistagmo. 
Casos fulminantes com sinais de choque também 
podem ocorrer. 
Crianças de até 9 meses poderão não apresentar 
os sinais clássicos de irritação meníngea. Nesse 
grupo, outros sinais e sintomas permitem a suspeita 
diagnóstica, tais como: febre, irritabilidade ou 
agitação, choro persistente, grito meníngeo 
(criança grita ao ser manipulada, principalmente 
quando se fletem as pernas para trocar a fralda) 
e recusa alimentar, acompanhada ou não de 
vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela. 
SINAIS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA 
Sinal de Kernig – resposta em flexão da 
articulação do joelho, quando a coxa é colocada 
em certo grau de flexão, relativamente ao tronco. 
Há duas formas de se pesquisar esse sinal: 
Paciente em decúbito dorsal – eleva-se o tronco, 
fletindo-o sobre a bacia; há flexão da perna sobre 
a coxa e desta sobre a bacia. 
 
 
4 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
Manobra de Laségue: Paciente em decúbito 
dorsal – eleva-se o membro inferior em extensão, 
fletindo-o sobre a bacia; após pequena 
angulação, há flexão da perna sobre a coxa. 
 
Sinal de Brudzinski – flexão involuntária da perna 
sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao se tentar 
fletir a cabeça do paciente. 
 
MENINGITE VIRAL 
Tendo seu principal representante o enterovírus, 
associadas ao quadro de meningite, são comuns 
manifestações gastrointestinais (vômitos, 
hiporexia, diarreia e dor abdominal), respiratórias 
(tosse, faringite) e ainda erupção cutânea. No 
exame físico observa-se um bom estado geral 
associado aos sinais de irritação meníngea. Em 
geral, cursa com bom prognóstico e a 
recuperação do paciente é completa. Tende a 
ser autolimitada, a duração do quadro é 
geralmente inferior a uma semana. 
MENINGITE BACTERIANA 
O período de encubação é de 2-10 dias e a 
apresentação clínica pode apresentar-se na 
forma de 3 síndromes, que não necessariamente 
estão todas presentes. 
• Síndrome toxêmica: Queda importante do 
estado geral, febre alta, delirium, e quadro 
confusional. Sinal de Faget (dissociação pulso-
temperatura) pode estar presente. 
• Síndrome da Hipertensão Intracraniana (HIC): 
Cefaleia, náuseas e vômitos. 
• Síndrome da irritação meníngea: Rigidez nucal, 
sinal de Kernig, sinal de Brudzinsk e desconforto 
lombar. 
Somente 50% dos pacientes apresentam essa 
tríade. 
Outros achados são convulsões e sinais 
neurológicos focais. 
síndrome de Waterhouse-Friderichsen: síndrome 
comum na meningite meningocócica 
caracterizada por instalação repentina, que se 
inicia com febre, cefaleia, mialgia e vômitos, 
seguidos de palidez, sudorese, hipotonia 
muscular, taquicardia, pulso fino e rápido, queda 
de pressão arterial, oligúria e má perfusão 
periférica. 
DIAGNÓSTICO 
MENINGITE BACTERIANA 
• Cultura (padrão-ouro): LCR, sangue e raspado 
de lesões petequiais. 
• Reação em cadeia da polimerase (PCR) – LCR, 
soro e outros materiais biológicos. 
• Aglutinação pelo látex: LCR. 
• Bacterioscopia direta: LCR e outros fluidos 
estéreis. 
• Exame quimiocitológico do líquor 
MENINGITE VIRAL 
• Isolamento viral em cultura celular: líquor e fezes. 
• Reação em cadeia da polimerase (PCR): LCR, 
soro e outras amostras. 
• Exame quimiocitológico do líquor. 
ALTERAÇÕES DO LÍQUOR 
 
5 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
 
TRATAMENTO 
BACTERIANA 
De maneira geral, o tratamento antibacteriano é 
feito de maneira empírica, pois o agente 
etiológico é desconhecido; 
 
ESQUEMA ANTIMICROBIANOS EMPÍRICOS CONFORME 
FAIXA ETÁRIA 
Neonatos Ampicilina + cefotaxima. 
1 a 23 meses Ceftriaxona ou cefotaxima. 
2 – 50 anos Ampicilina + Ceftriaxone 
Vancomicina + Cefepime, 
Vancomicina + Ceftazidima ou 
Vancomicina + Meropenem 
 
TERAPIA ANTIBIÓTICA PARA ADULTOS COM MENINGITE 
BACTERIANA 
ETIOLOGIA ANTIBIÓTICO DOSE 
DIÁRIA 
INTERVALO 
(HORAS) 
DURAÇÃO 
(DIAS) 
Haemophilus 
influenzae 
 
 
Ceftriaxona 
 
 
4 g 
 
 
12 em 12 
 
 
7 Streptococcus 
pneumoniae 
Enterobactérias 
Pseudomonas Meropenem 6 g 8 em 8 10 a 14 
VIRAL 
O tratamento antiviral específico não tem sido 
amplamente utilizado. 
Em geral, utiliza-se o tratamento de suporte, com 
avaliação criteriosa e acompanhamento clínico. 
Tratamentos específicos somente estão 
preconizados para a meningite herpética (HSV 1 e 
2 e VZV) com aciclovir endovenoso. 
FÚNGICA 
O tratamento da meningite criptocócica deve 
considerar a presença ou não de 
imunossupressão e as drogas disponíveis. 
O tratamento é dividido em três fases: indução, 
consolidação e manutenção. 
IMUNOCOMPETENTE Indução: Anfotericina B: + 5-Flucitosina 
Consolidação: Fluconazol 
MUNODEPRIMIDO Indução: Anfotericina B: + 5-Flucitosina 
Consolidação: Fluconazol. 
Manutenção: Fluconazol ou 
ouItraconazol 
PREVENÇÃO E CONTROLE 
QUIMIOPROFILAXIA 
A quimioprofilaxia, embora não assegure efeito 
protetor absoluto e prolongado, tem sido adotada 
como medida eficaz na prevenção de casos 
secundários (geralmente, ocorrem nas primeiras 
48 horas a partir do primeiro caso) 
A quimioprofilaxia está indicada somente para os 
contatos próximos de casos suspeitos de 
meningite por H. influenzae tipo b e doença 
meningocócica 
Contatos próximos são os moradores do mesmo 
domicílio, indivíduos que compartilham o mesmo 
dormitório, comunicantes de creches e escolas, e 
pessoas diretamente expostas às secreções do 
paciente. 
A quimioprofilaxia também está indicada para o 
paciente no momento da alta ou na internação no 
mesmo esquema preconizado para os contatos 
 
6 
MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
próximos, exceto se o tratamento da doença foi 
realizado com ceftriaxona. 
A droga de escolha é a Rifampicina. Deve ser 
iniciada, idealmente, até 48 horas da exposição. 
ESQUEMA QUIMIOPROFILÁTICO INDICADO PARA DOENÇA 
MENINGOCÓCICA 
DROGA IDADE DOSE INTERVALO DURAÇÃO 
Rifampicina <1 mês 5 mg/kg/dose 
12 em 12 
horas 
 
2 dias 
Crianças 
≥1 mês 
e 
adultos 
10 
mg/kg/dose 
(máximo de 
600 mg) 
Ceftriaxona <12 
anos 
125 mg; 
intramuscular 
 
 
Dose única 
 
≥12 
anos 
250 mg; 
intramuscular 
Ciprofloxacino >18 
anos 
500 mg; uso 
oral 
 
ESQUEMA DE QUIMIOPROFILAXIA INDICADO PARA 
HAEMOPHILUS INFLUENZAE 
DROGA IDADE DOSE INTERVALO DURAÇÃO 
Rifampicina Adultos 600 
mg/dose 
 
 
 
24 em 24 
horas 
 
 
 
4 dias 
≥1 mês 
até 10 
anos 
20 
mg/kg/dose 
(dose 
máxima de 
600 mg) 
<1 mês 10 
mg/kg/dose 
(dose 
máxima de 
600 mg) 
 
IMUNIZAÇÃO 
Vacina conjugada Pentavalente: protege contra 
meningite e outras infecções causadas pelo H. 
influenzae tipo b, além de difteria, tétano, 
coqueluche e hepatite B. 
Administrar 3 doses (aos 2, 4 e 6 meses de idade) 
com intervalo de 60 dias entre as doses + reforço 
aos 15 meses, e 4 anos de idade. 
Vacina BCG: protege contra as formas graves de 
tuberculose (miliar e meníngea). 
Administrar o mais precocemente possível (após o 
nascimento) 
Vacina pneumocócica conjugada 10-valente: 
protege contra doenças invasivas e outras 
infecções causadas pelo pneumococo (proteção 
contra dez sorogrupos). 
Administrar 2 doses (aos 2 e 4 meses de idade), 
com intervalo de 60 dias entre as doses + reforço 
entre 12 mesese 4 anos de idade, 
preferencialmente aos 12 meses. 
Vacina meningocócica conjugada C: protege 
contra doença invasiva causada por 
meningococo do sorogrupo C. 
Administrar em duas doses, aos 3 e 5 meses de 
idade, com intervalo de 60 dias entre as doses + 
reforço aos 12 meses de idade, podendo ser 
administrada até os 4 anos de idade. 
Em 2017, foi incorporada a vacina meningocócica 
C (Conjugada) para adolescentes de 11 a 14 
anos, como dose única ou reforço. 
Vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente 
(VPP23): indicada para imunodeprimidos, 
portadores de doenças crônicas e população 
indígena acima de 5 anos de idade. 
SURTO E VACINAÇÃO DE BLOQUEIO 
• Surto: ocorrência de três ou mais casos pelo 
mesmo sorogrupo confirmados laboratorial- 
mente (cultura ou PCR) em até 3 meses, na mesma 
área geográfica, que não sejam comunicantes 
entre si. 
• Vacinação de bloqueio: indicada para 
população exposta, quando há a confirmação de 
um surto de doença meningocócica causada 
pelo sorogrupo C. 
• Vacina meningocócica conjugada C: 
interrompe a cadeia de transmissão do 
meningococo na comunidade. 
 
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MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1 
 
INFLUÊNCIA DOS FATORES ÉTNICOS E CULTURAIS 
COMO BARREIRA NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS 
Mesmo num país como o Brasil, que ainda oferece 
um sistema de saúde universal e gratuito, 
populações minoritárias – seja por etnia, 
identidade de gênero, orientação sexual ou 
condição socioeconômica – ainda enfrentam 
barreiras de acesso a esses serviços e apresentam 
piores indicadores de saúde. 
As pessoas negras, por exemplo, têm pior 
autoavaliação de saúde e estão mais expostas a 
viver em domicílios com condições precárias 
quando comparadas à população hegemônica 
branca. 
A população LGBT também enfrenta obstáculos, 
como atendimento discriminatório dos 
profissionais de saúde, condutas inadequadas, 
constrangimentos, conotações preconceituosas 
ou mesmo ofensas verbais proferidas pelos 
profissionais. 
As pessoas em situação de rua por vezes se 
recusam a procurar os serviços de saúde devido 
ao frequente mau atendimento e por terem, 
inúmeras vezes, acesso negado a 
estabelecimentos de saúde. 
Entre os indígenas, a mortalidade infantil ainda é 
quase 3X maior do que a média nacional, e mais 
da metade dos óbitos de bebês indígenas são 
provocados por doenças respiratórias, parasitárias 
e nutricionais. 
Uma prática de saúde culturalmente segura é 
caracterizada por ações que reconhecem, 
respeitam e alimentam a identidade cultural única 
de um povo e atendem às suas necessidades, 
expectativas e direitos.
 
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MÓDULO I: DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS 
ANA LUÍZA A. PAIVA – 5° PERÍODO 2022/1

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