Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Iluminismo Introdução Ilustração ou Iluminismo trata-se de um amplo movimento artístico, filosófico, literário e científico que, historicamente, sintetiza a expressão teórica de um momento no qual a burguesia já não aceita mais as características que marcam a vida europeia. As críticas ao antigo regime eram em vários aspectos como por exemplo: mercantilismo, absolutismo monárquico, o iluminismo defendia a liberdade econômica, o avanço da ciência e da razão Alguns pensadores ficaram famosos e tiveram destaque por suas obras e ideias neste período como por exemplo John Locke que é considerado o “pai do Iluminismo”, François Marie Arouet Voltaire, Charles de Secondat Montesquieu, Jean-Jacques Rousseau, François Quesnay e Adam Smith. A educação também passou por transformações, os iluministas lutavam por uma escola leiga e não religiosa e livre para que todas as classes tivessem acesso. Iluminismo O Iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu durante o século XVIII na Europa, esse movimento era contra o antigo regime do absolutismo que ocorreu na Idade Média também conhecida como idade das trevas. Os iluministas estimularam várias mudanças, entre elas: políticas econômicas e sociais, baseadas nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. O Iluminismo tinha ajuda da burguesia, pois os pensadores e os burgueses tinham interesses comuns. A burguesia queria retirar o poder do rei o qual ele dizia ser Poder Divino, por este motivo começaram a explicar as coisas através da ciência, e diziam que estavam vivendo na idade das trevas, idade sem conhecimento. As ideias liberais do Iluminismo se disseminaram rapidamente pela população. Alguns reis absolutistas, com medo de perder o governo ou mesmo a cabeça passaram a aceitar algumas ideias iluministas. Estes reis eram chamados de Déspotas Esclarecidos, pois tentavam conciliar o jeito de governar absolutista com as ideias de progresso iluministas. Alguns representantes do despotismo esclarecido foram: Frederico II, da Prússia; Catarina II, da Rússia; e Marquês de Pombal, de Portugal. O iluminismo repercutiu em todo o Mundo Ocidental, inclusive nas Américas. Seu centro irradiador foi à França, onde os elementos que fundamentavam o antigo regime passaram a sofrer maior contestação. As principais características desse movimento Iluminista foram: · Valorização da razão, considerada o mais importante instrumento para se alcançar qualquer tipo de conhecimento; · Valorização do questionamento, da investigação e da experiência como forma de conhecimento tanto da natureza quanto da sociedade, política ou economia; · Crença nas leis naturais, normas da natureza que regem todas as transformações que ocorrem no comportamento humano, nas sociedades e na natureza; · Crença nos direitos naturais, que todos os indivíduos possuem em relação à vida, à liberdade, à posse de bens materiais; · Crítica ao absolutismo, ao mercantilismo e aos privilégios da nobreza e do clero; · Defesa da liberdade política e econômica e da igualdade de todos perante a lei; · Crítica à Igreja Católica, embora não se excluísse a crença em Deus. Paradigmas do Iluminismo O Iluminismo, conhecido como "Século das Luzes", foi um movimento intelectual europeu que teve seu auge na França no século XVIII. O processo de iluminação se dava pelo desenvolvimento da capacidade intelectual, adquirindo a liberdade das irracionalidades, superstições e crendices, instigando o povo a questionar as tradições vulgares e a construir uma nova ordem racional para a sociedade. Os iluministas exaltavam o poder da razão em detrimento ao da fé e da religião. Com isso, acreditavam que poderiam reestruturar a sociedade, ainda presa ao conhecimento herdado da tradição medieval. Assim, enfatizavam a defesa do conhecimento racional para desconstruir preconceitos e ideologias religiosas. Uso da razão sobre o da fé para entender e solucionar os problemas da sociedade. Em suas críticas, os pensadores iluministas argumentavam contra as determinações mercantilistas e religiosas, Também foram avessos ao absolutismo e aos privilégios dados à nobreza e ao clero. Isso abalava os alicerces da estrutura política e social absolutista. Desta maneira, filósofos como Diderot e D’Alembert buscaram reunir todo o conhecimento produzido à luz da razão num compêndio dividido em 35 volumes: a Enciclopédia (1751-1780). Educação na visão iluminista Uma tendência liberal e laica, pois a escola deveria ser leiga (não religiosa) e livre (sem privilégios de classe), ou seja, a educação passa a ser responsabilidade do Estado, onde a mesma é universal, gratuita e obrigatória para a educação básica, essa organização da intrusão pública e da escola primária até a universidade; valoriza o nacionalismo, que é – ênfase na língua materna e orientação prática, voltada para as ciências técnicas. Para Rousseau a educação é ativa, por isso quer retornar o contato com a natureza, e assim, valorizava a experiência, onde o ensino é voltado para a vida, para a ação, onde o principal motor é a curiosidade. Ele desconfiava da sociedade e com isso do conhecimento transmitido, então queria ensinar as crianças a pensar como um desenvolvimento interno e natural, e esse ensino passam a ser formal e livresco. Portanto, a educação devia ser individualista e de cunho racionalista, onde forma-se “cidadãos” para o trabalho, e, contudo muito parecida com a educação atual. Biografia de Jean-Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo social, teórico político e escritor suíço. Considerado um dos principais filósofos do Iluminismo e um precursor do Romantismo. Suas ideias influenciaram a Revolução Francesa. Jean-Jacques Rousseau nasceu em 28/07/1712, em Genebra, Suíça, numa família de origem francesa e protestante. A morte da mãe e o desleixo do pai deixaram-no, bem cedo, entregue a si mesmo. Não tinha ainda dezesseis anos, quando decide abandonar Genebra e procurar asilo junto a um sacerdote católico, que o encaminhou à Madame de Warens, que residia na Sabóia (França). Rousseau foi enviado a Turim para receber a preparação religiosa e o batismo. Aceita ir a pé para Turim para consumar sua conversão, apenas pela sua cega admiração que tem pela bela católica, a qual nutre um amor filial. Por influencia dela, Rousseau acaba por dedicar-se ao ensino da música à filhas de família de Chambéry (antiga capital de Sabóia). Na casa de campo de Madame Warens pôde instruir-se, lendo com avidez, recorrendo à literatura e estudando latim, história, matemática, física e música. E tendo contatos com pessoas cultas que se reuniam em torno dela. Época em que conquistou, como autodidata, grande parte de sua instrução. Em 1743 ocupou o cargo de secretário de embaixador francês em Veneza. Torna-se amigo de Diderot e Condillac. Em 1745, Jean-Jacques Rousseau estava de volta a Paris, onde descobre o “Iluminismo” e passa a colaborar com o movimento. Rousseau encontra uma criada iletrada com cerca de vinte e cinco anos: Thérèse le Vasseur, que passará a ser sua companheira. Têm cinco filhos, todos confiados ao asilo dos Enfants Trouvés. Em 1750, participa do concurso da Academia de Dijon: “As artes e as ciências proporcionam benefícios à humanidade?”, que oferece um prêmio ao melhor ensaio sobre o assunto. Rousseau, incentivado por seu amigo Diderot, participa com o “Discurso Sobre as Ciências e as Artes”, recebendo o primeiro prêmio, além de uma fama polêmica por afirmar em seu ensaio que as ciências, as letras e as artes são os piores inimigos da moral. Como criadoras de novas necessidades, tornam-se fonte de escravidão. Principais obras: · Discurso Sobre a Desigualdade (1755) A contestação da sociedade tal como estava organizada foi também o tema de seu novo trabalho, onde Rousseau reforça a teoria já levantada, reafirmando: O homem é naturalmente bom. É só devido às instituições que se torna mau. Não faz objeção à desigualdade natural, originada da idade, saúde e inteligência, Mas ataca a desigualdade resultante de privilégios. Para desfazer o mal, basta abandonara civilização. Quando alimentado, em paz com a natureza e amigo dos semelhantes, o homem é naturalmente bom. · Julie ou A Nova Heloísa (1761) Em Julie ou a Nova Heloísa, Rousseau exalta o direito da paixão, mesmo ilegítima, contra a hipocrisia da sociedade. Exalta as delícias da virtude, o prazer da renúncia, a poesia das montanhas, florestas e lagos, Só o ambiente campestre pode purificar o amor e libertá-lo da corrupção social. O livro é recebido com arrebatamento. A natureza entra na moda desencadeando uma paixão por toda a Europa. É a primeira manifestação do Romantismo. · Contrato Social (1762) O Contrato Social é uma utopia política, que propõe um estado ideal, resultante de consenso e que garanta os direitos de todos os cidadãos. Um plano para a reconstrução das relações sociais da humanidade. Seu princípio básico se mantém. Em estado natural, os homens são iguais: os males só surgem depois que certos homens resolvem demarcar pedaços de terra dizendo: “Essa terra é minha”. A única esperança de garantir os direitos de cada um está na organização de uma sociedade civil, na qual esses direitos sejam cedidos a toda a comunidade, igualmente. Isso poderia ser feito por meio de um contrato estabelecido entre os vários membros do grupo. Tudo isso, não significa que a liberdade do indivíduo seja aniquilada, ao contrário, a sujeição ao Estado tem o efeito de fortalecer a liberdade autêntica. Ao falar em Estado, Rousseau não se refere ao governo, mas a uma organização política que exprima a vontade geral. O governo é simplesmente o agente executivo do Estado. Além disso, a comunidade pode estabelecer ou destituir um governo, sempre que o desejar. · Émile ou da Educação (1762) A obra Émile é uma utopia pedagógica, na qual, em forma de romance, Rousseau imagina o herói como uma criança completamente isolada do meio social, que não recebe nenhuma influência da civilização. Seu professor não tenta ensinar-lhe virtude alguma, mas trata de preservar-lhe a pureza do instinto contra as possíveis insinuações do vício. Guiado apenas por sua necessidade interior, Émile vai fazendo suas opções e escolhe tudo que realmente precisa. Não descobrirá outra ciência senão aquela que ele próprio quiser, por curiosidade e espírito de iniciativa. Perseguição e Morte O Parlamento de Paris condenou tanto o Contrato Social quanto Émile, que considerou repleto de heresias religiosas. Para o tempo em que a Europa vivia, as ideias democráticas de Rousseau eram audaciosas. As edições de Émile são queimadas em Paris. Já afastado de Diderot e dos demais filósofos, por não compartilhar de seu raciocínio, Rousseau foi forçado a se exilar na Suíça, pois havia uma ordem de prisão contra ele. Constantemente perseguido, encontra asilo na Inglaterra, onde o filósofo David Hume o acolheu. Para justificar-se ante os ataques a que esteve exposto, Rousseau iniciou suas “Confissões”, publicadas postumamente em 1782. Em 1778, aceita a acolhida do Marquês de Girardin, em seu domínio em Ermenonville, onde vive suas últimas semanas, já debilitado mentalmente. Jean-Jacques Rousseau faleceu em Ermenonville, França, no dia 2 de julho de 1778. Quinze anos mais tarde, seu valor é reconsiderado. Defensor ardoroso dos princípios de “liberdade, igualdade e fraternidade”, lema da Revolução Francesa, é visto como “profeta” do movimento. Seus restos mortais foram transportados para o Panteão de Paris. Conclusão O movimento Iluminista buscava definir a razão como o principal meio de entendimento do homem sobre o mundo ao seu redor e questões básicas, como a sociedade, a cultura e a religião. Contudo, observamos que durante seu período de atividade, provocaram uma verdadeira revolução intelectual na história do pensamento moderno, servindo de base até hoje, contra a intolerância e ignorância no que refere-se ao conhecimento. Referências: ARRAIS, Edilian. A educação no Iluminismo: o ideal liberal da educação. Webnode. Disponível em: <http://files.conteme.webnode.com/200000026-b2976b4892/A%20educa%C3%A7%C3%A3o%20nas%20sociedades8.pdf>. Acesso em: 29 de setembro de 2019. BINETTI, Saffo Testoni. “Iluminismo”. In: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfrancesco (orgs.) Dicionário de Política, Volume 1. Brasília: Editora UnB, 1998. pp. 605-609. Enciclopédia Britânica do Brasil: Rousseau - Jean-Jacques. Vol. 14. pág. 12 e 13. 1990. Enciclopédia Trópico: Jean Jacques Rousseau. Vol. 6 - Documentário nº 302. pág. 1037/1040. FELIPE, Professor. O Iluminismo. 2010. Disponível em: <https://blogdoenem.com.br/filosofia-iluminista-filosofia-enem/>. Acesso em: 01 out. 2019. GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e o Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2008 HANDER, Anderson. Escola, educação e conhecimento: o iluminismo do século XVIII. WordPress. Disponível em: <https://andersonhander.wordpress.com/2014/04/21/escola-educacao-e-conhecimento-o-iluminismo-do-seculo-xviii/>. Acesso em: 29 de setembro de 2019. https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/iluminismo-1-ascensao-da-burguesia-e-crise-do-antigo-regime. MORETTO, Fulvia M. L. Prefácio. In ROUSSEAU, Jean-Jacques. Julia ou Nova Heloísa. São Paulo UNICAMP (trad FMLM). 1994. PISSURNO, Fernanda Paixão. Iluminismo. 2010. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/iluminismo/>. Acesso em: 01 out. 2019. TEIXEIRA, Carla. Iluminismo. 2010. Disponível em: <https://pt.slideshare.net/carla77/iluminismo-6032014>. Acesso em: 01 out. 2019.
Compartilhar