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Apostila de Filosofia para o Ensino Médio

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Curso de Filosofia 
2º ano 
Ensino Médio 
Apostila para o Curso de Filosofia ministrado para o Segundo ano 
regular e EJA do Ensino Médio 
Professor Antonio Marques 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/ 
1 
SUMÁRIO: 
 
UMA CONVERSA INICIAL 
 RESPEITO, SILÊNCIO E 
COOPERAÇÃO 
 Não nos distraiam 
 Pergunte sempre que preciso: 
 
OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA 
 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 
 METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE 
AÇÃO 
 AVALIAÇÃO 
 
POR QUE FILOSOFIA? 
 
UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA 
HISTÓRIA DA FILOSOFIA 
 
PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA 
 
PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA 
 
ATIVIDADE EXTRA 1: Contrato tácito entre 
as pessoas que se conformam 
 
ATIVIDADE EXTRA 2: O Direito de Sonhar - 
Eduardo Galeano 
 
ATIVIDADE EXTRA 3: O Último Discurso - 
Charles Chaplin 
 
ATIVIDADE EXTRA 4: REDAÇÃO: Assista ao 
filme Waking Life (2001), EUA, de Richard 
Linklater. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
SUGESTÕES DE VÍDEOS, FILMES, 
DOCUMENTÁRIOS, MÚSICAS 
 
CALENDÁRIO DE LUTAS 
 
Bibliografia Sugerida 
 
Filmografia Sugerida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/ 
1 
UMA CONVERSA INICIAL: 
Meu trabalho no estado de Minas Gerais é ser 
professor de filosofia. Recebo meu salário, pago 
por todos os contribuintes, com a condição de 
que eu ensine esta disciplina. Uma das 
maneiras de ensiná-la é apresentando algumas 
das dúvidas e reflexões que os filósofos ao 
longo da história da filosofia tiveram. Como são 
2500 anos de história não é possível ver todos. 
Os critérios que utilizo para escolher um filósofo 
em detrimento de outro é a sua relevância e 
influência que pode ser percebida pelos livros 
didáticos, pelos programas de vestibulares e 
Enems e pelos parâmetros curriculares 
nacionais. A escolha de um filósofo não é 
pessoal. Não apresento para vocês apenas as 
ideias que eu concordo. Tento ser o máximo fiel 
às ideias de cada autor e cabe a cada um de 
nós, de modo independente, avaliá-las e aceitá-
las ou não. Seria uma desonestidade da minha 
parte se eu apresentasse apenas os filósofos 
e/ou ideias que eu concordasse ou que os 
agradasse. A filosofia é muito mais um espaço 
para dúvidas do que para as certezas. Estas 
vocês devem procurar em outros espaços. O 
que mais há neste mundo são ―certezas‖. 
 Também gostaria que compreendessem 
que apesar de haver liberdade de pensamento, 
de haver liberdade para cada um crer naquilo 
que quiser, as ideias não são todas iguais, 
muito menos são indiferentes ao nosso destino 
social, político, econômico, histórico, 
biológico,etc. Por exemplo: posso acreditar que 
tenho habilidade para voar, mas talvez ao pular 
do décimo andar de um prédio eu perceba que 
minha ideia não estava tão certa assim; posso 
acreditar que ao construir uma ponte, posso 
substituir o cimento por isopor, mas irei 
perceber que minhas crenças não terão a 
funcionalidade esperada; posso acreditar que 
aqueles que não creem no mesmo deus que eu, 
são infiéis e devem ser eliminados da face da 
terra, mas esta ideia teria uma consequência 
desagradável para muitas pessoas. Então, por 
favor, façam um pouquinho de esforço e tentem 
compreender que as ideias, não são apenas 
ideias e que tudo que há de concreto no mundo 
e que é feito e construído pelos humanos 
possuem relações diretas com as ideias. 
 
 
RESPEITO, SILÊNCIO E COOPERAÇÃO 
 
 
Prezados alunos e alunas, 
 Deixe os únicos 50 minutos por semana 
para a Filosofia para falarmos de 
Filosofia. Tenham calma, dediquem um 
pouco, leiam um pouco mais e 
entenderão que a Filosofia tem algo de 
importante a nos dizer. 
 As minhas aulas são o trabalho que 
presto para a sociedade, para você, sua 
família e toda a sociedade. Preciso e 
quero realizar minhas aulas cada vez 
melhor. Peço que cooperem para 
fazermos um bom trabalho. Isto é o 
melhor para todos nós. 
 Em toda e qualquer relação é preciso 
respeito, na relação professor-alun@s, 
não é diferente. É preciso respeito em 
sala, de todo e qualquer alun@, assim 
como também preciso respeitar. 
 Ao desrespeitar o professor, você está 
desrespeitando a tod@s. Isto entristece, 
superficializa e dificulta o Ensino. 
 
Não nos distraiam: 
• Deixe o celular por um momento. Deixe 
para usar a tecnologia de comunicação a 
distância quando não houver demanda 
por comunicação presencial. É isto que 
ocorre em sala de aula durante uma 
aula, ocorre um processo 
comunicacional. Participe dele. Ouvindo, 
compreendendo, complementando, 
perguntando, opinando. 
• Não fique virando ou virado para trás. 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
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2 
• Não saia da sala sem antes comunicar. 
Estas atitudes impedem que o ambiente 
seja o mais adequado para a realização 
do propósito, que é o processo-de-tentar-
ensinar-filosofar-estudar-aprender... 
• Quem não quer cooperar e ainda assim 
quer ficar em sala de aula: dormindo ou 
estudando, não é adequado, mas desde 
que ―não‖ faça barulho, nem movimento, 
eu compreendo, mas ficar em sala, no 
coletivo e sabotar o coletivo, atrapalhar e 
dificultar a aula...Isto não! Conto com 
todos vocês! 
 
Pergunte sempre que preciso: 
 
 
• Pergunte, mas não fale em particular. A 
conversa em aula é coletiva. Tente isto! 
• Pergunte sempre que estiver com uma 
dúvida verdadeira. 
• Evite perguntas que fuja do assunto em 
pauta no momento. 
• Pergunte em sala, pergunte 
pessoalmente, pelo face (no grupo ou 
inbox), por e-mail e pelo whatsapp. 
 
 
 
 
Sugestão de Música: 
Fala – Secos e Molhados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
OBJETIVOS DA MINHA PRÁTICA 
PEDAGÓGICA: 
 
 Ministrar um curso da história do 
pensamento filosófico; 
 Preparar os estudantes para os exames: 
Enem, Vestibular e avaliações internas; 
 Pautar assuntos relevantes para os 
estudantes; 
 Estimular a reflexão filosófica, o 
questionamento das próprias ideias e 
valores e o contínuo exame e 
consideração dos dados disponíveis; 
 Estimular a reflexão em torno de todas 
as formas de discriminação – sexual, 
étnica, racial, por orientação sexual. 
 Fazer da sala de aula e da sociedade 
como um todo um espaço de troca de 
saberes e fazeres; 
 Ter no diálogo o instrumento de 
humanização ao comprometer-se com a 
libertação dos sujeitos da condição de 
―seres para o outros‖ passando a 
condição de ―seres para si‖; 
 Desenvolvimento da autonomia individual 
como sujeitos de direitos. Os sujeitos de 
direito são indivíduos que se reconhecem 
nos demais seres humanos como iguais 
também como sujeitos que devem ter 
sua autonomia e diversidade 
respeitadas, valorizam a solidariedade e 
são pessoas que estão preparadas para 
estar em permanente vigilância em 
defesa da dignidade humana. 
 Construção de um espaço pedagógico 
democrático capaz de formar cidadãos e 
cidadãs ativas; 
 Preocupação com a consolidação da 
democracia resultante de projetos 
coletivos e lutas por justiça e paz. 
 Recuperar a alegria em ser-humano e a 
―utopia possível‖. 
 Norteiar a reflexão sobre a experiência 
tomando como pressuposto a ideia de 
totalidade e do materialismo histórico 
dialético, articulada a estudos sobre os 
modosde produção, antagonismos 
sociais e relações de poder. 
 
 Analisar as demandas pautadas pela 
ação dos movimentos sociais 
contemporâneos que, pelo processo 
civilizatório que desencadeiam, indagam 
a história em busca das causas 
estruturantes dos problemas hoje 
vivenciados. 
 Dar um sentido ético e político ao 
trabalho, à formação escolar e à atuação 
profissional. 
 Empregar o tempo da vida e o espaço da 
formação para capacitar atores sociais 
que ajudem a construir outra realidade 
possível. 
 
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: 
 
 Refletir criticamente os problemas do 
mundo contemporâneo; 
 Desenvolver a compreensão de si 
mesmo como um bem social, histórico e 
em processo de autoprodução; 
 Ler de maneira filosófica, textos de 
diferentes estruturas e registros; 
 Elaborar textos reflexivos; 
 Debater, assumindo uma posição, 
defendendo-a através de argumentos 
significativos e mudando de posição 
diante de argumentos mais consistentes; 
 Articular conhecimentos filosóficos e 
diferentes conhecimentos presentes nas 
ciências naturais e humanas, nas artes e 
em outras produções culturais; 
 Contextualizar conhecimentos 
filosóficos, nos planos de sua origem 
específica, sócio-política, histórica, 
cultural e científico tecnológico; 
 Diferenciar a filosofia de outros tipos de 
conhecimento, apontando para sua 
utilidade, compreender que o seu 
surgimento se dá a partir do pensamento 
crítico; 
 Dialogar sobre os filósofos, buscando 
perceber seus questionamentos, bem 
como suas características essenciais; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
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4 
METODOLOGIA / ESTRAGÉGIA DE 
AÇÃO 
 
 Exposição oral e sistemática das ideias 
dos filósofos; 
 Leitura e análise de textos em sala; 
 Elaboração de estudos dirigidos e 
pesquisas extra-sala; 
 Fazer uso de vídeos e músicas, 
 Preocupação com a coerência entre 
discurso e prática; 
 Metodologia de investigação participativa 
em que a pergunta é utilizada como 
meio de descoberta conjunta; 
 O Processo educativo não é para os/as 
estudantes, mas com as/os estudantes; 
 Apresentar o contexto sócio-histórico de 
constituição, formação e 
desenvolvimento das ideias filosóficas; 
 Apresentar visão globalizante dos 
problemas, pela perspectiva 
multidisciplinar; 
 Facilitar a aprendizagem, inter-
relacionando conteúdos; 
 Deixar claro os objetivos da aula; 
 Estruturar o tempo conforme a 
relevância e complexidade do assunto; 
 Abordar os principais elementos da 
temática em questão; 
 Consolidar ideias principais; 
 Utilizar exemplos relevantes; 
 Facilitar a síntese do conteúdo; 
 Reflexão associada à prática. A reflexão 
deve se dar por uma participação 
democrática dos sujeitos refletindo a 
legítima organização social para a 
liberdade; 
 Enfoque pedagógico problematizador e 
crítico; 
 Apresentação de seminários; 
 Participação em projetos e eventos 
extra-classe; 
 
AVALIAÇÃO: 
A avaliação será contínua e permanente e para 
todas as aulas será atribuído nota. O processo 
avaliativo retroalimentará o processo de ensino-
aprendizado, servindo como um diagnóstico, 
que possibilite a correção das falhas e como 
parâmetro para prognósticos que vise prever 
novas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
POR QUE FILOSOFIA? 
 
―Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos 
do senso comum for útil; se não se deixar guiar 
pela submissão às ideias dominantes e aos 
poderes estabelecidos for útil; se buscar 
compreender a significação do mundo, da 
cultura, da história for útil; se conhecer o 
sentido das criações humanas nas artes, nas 
ciências e na política for útil; se dar a cada um 
de nós e à nossa sociedade os meios para 
serem conscientes de si e de suas ações numa 
prática que deseja a liberdade a felicidade para 
todos for útil, então podemos dizer que a 
Filosofia é o mais útil de todos os saberes de 
que os seres humanos são capazes.‖ Marilena 
Chauí 
 
―Do que você precisa, acima de tudo, é de não 
se lembrar do que eu lhe disse; nunca pense 
por mim, pense sempre por você; fique certo de 
que mais valem todos os erros se forem 
cometidos segundo o que pensou e decidiu do 
que todos os acertos, se eles foram meus, não 
seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito 
a mim não teríamos talvez dois corpos distintos 
ou duas cabeças também distintas. Os meus 
conselhos devem servir para que você se lhes 
oponha. É possível que depois da oposição 
venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa 
altura já o pensamento lhe pertence. São meus 
discípulos, se alguns tenho, os que estão contra 
mim; porque esses guardaram no fundo da 
alma a força que verdadeiramente me anima e 
que mais desejaria transmitir-lhes: a de não se 
conformarem‖. Agostinho da Silva, Sete Cartas 
a um Jovem Filósofo, 1945 
 
―O que é um filósofo? É alguém que pratica a 
filosofia, que se serve da razão para tentar 
pensar o mundo e a sua própria vida, a fim de 
se aproximar da sabedoria ou da felicidade. E 
isso se aprende na escola? Tem de ser 
aprendido, já que ninguém nasce filósofo e já 
que a filosofia é, antes de mais nada, um 
trabalho. Tanto melhor, se ele começar na 
escola. O importante é começar, e não parar 
mais. Nunca é cedo demais nem tarde demais 
para filosofar, dizia Epicuro [...]. Digamos que 
só é tarde demais quando já não é possível 
pensar de modo algum.‖ COMTE-SPONVILLE, 
André. Dicionário Filosófico. São Paulo: Martins 
Fontes, 1991. p.79. 
 
"A tarefa da filosofia não é fornecer respostas 
ou soluções, mas sim submeter as próprias 
perguntas ao exame crítico; de nos fazer ver 
como a própria forma pela qual percebemos um 
problema é um o bstáculo para sua solução. 
Assim, pode-se dizer que a principal função do 
intelectual público hoje é fazer com que as 
pessoas façam as perguntas certas."— Slavoj 
Žižek 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
UM MODELO POSSÍVEL: GRÁFICO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
PROGRAMAÇÃO: 
 
Segue abaixo, de modo simplificado os Filósofos que pretendo apresentar-ensinar-aprender 
em 2015. A proposta está aberta para sugestões. Tem algum outro filósofo ou filósofa, deste 
período, que você gostaria que fosse incluído na lista? Com poucas exceções, os Filósofos estão 
organizados em ordem cronológica por ser a mais simples, facilitando as convergências de 
compreensão. A apresentação nesta ordem não impede de estabelecer o máximo de conexões, 
tanto com os pensadores do futuro, quanto do passado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROGRAMAÇÃO SIMPLIFICADA - 2015 
PERÍODO HISTÓRICO TEMA OU 
FILÓSOFO 
DATA 
IDADE MÉDIA 
(Séc. V a XV) 
Santo Agostinho 354 – 430 
Tomás de Aquino 1225 – 1274 
 
 
IDADE MODERNA 
(1453 – 1789) 
Maquiavel 1469 - 1527 
Thomas Hobbes 1588 - 1679 
John Locke 1632 - 1704 
Rousseau 1712 - 1778 
Francis Bacon 1561 - 1626 
Descartes 1596 - 1650 
Hume 1711 - 1776 
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
Facebook: Antonio Marques 
Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/8 
PROGRAMAÇÃO TEMÁTICA 
 
FILOSOFIA MEDIEVAL 
PATRÍSTICA (séculos I ao V d. C.) E SANTO 
AGOSTINHO (354 - 430 d. C.) 
 Hegemonia da Igreja Católica; 
 A Patrística - significado; 
 Influências: neoplatonismo e estoicismo 
 Relação entre Razão Natural e Fé Cristã: 
as verdades da fé que ultrapassam a 
razão; 
 A questão dos universais: realismo, 
conceitualismo, nominalismo; 
 
 Santo Agostinho: Biografia; 
 O problema do mal, o maniqueísmo e o 
livre-arbítrio; 
 Crítica ao Ceticismo; 
 Relação alma e corpo; 
 A vontade; 
 Teoria da Iluminação Divina. 
 
 
ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE AQUINO 
 Artes ensinadas:Trivium (gramática, 
retórica e dialéctica) e Quadrivium 
(aritmética, geometria, astronomia e 
música); 
 Influências: neoplatonismo e Aristóteles; 
 Harmonização da fé e da razão; 
 Principais representantes; 
 Neoescolástica; 
 São Tomás de Aquino: Vida e Obra; 
 Influências, 
 
FILOSOFIA POLÍTICA 
MAQUIAVEL 
 Biografia 
 Contexto Histórico 
 A Natureza Humana 
 Virtú e Fortuna 
 Realismo Político 
 Ética e Política: uma nova ética 
 O Príncipe 
 Maquiavelismo 
 Técnica 
 
 
 
 
IDADE MODERNA (1453 – 1789) 
 Do Renascimento, no século XV e XVI 
ao Iluminismo, no século XVIII. 
 
 Contexto histórico e características 
gerais 
 
O RENASCIMENTO (séculos XV e XVI) 
 
THOMAS HOBBES (1588 – 1679) 
 Teoria do Direito Divino dos Reis 
 Do Direito Divino ao Contrato Social 
 As teorias contratualistas 
 Estado de Natureza 
 Transição Estado de Natureza – 
Sociedade Civil 
 Soberania 
 
JOHN LOCKE (1632 – 1704) 
 Direito Natural 
 Estado de Natureza 
 Contrato social 
 Liberalismo e Estado 
 
JEAN JACQUES ROUSSEAU (1712 – 1778) 
 Biografia 
 Alguns princípios da filosofia 
rousseauniana 
 Estado de natureza 
 Teoria da Vontade Geral 
 O Contrato Social 
 Liberdade em Rousseau 
 Liberdade natural 
 Transição do estado de natureza para o 
estado civil 
 Liberdade civil 
 Principais obras 
 Bibliografia 
 
FRANCIS BACON (1561 – 1626) 
 Biografia 
 Filosofia 
 Classificação das ciências 
 Ídolos 
 O método 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trivium_(educa%C3%A7%C3%A3o)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9ctica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quadrivium
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aritm%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Astronomia
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
 
 
 
Apostila de Filosofia – 2015 
Prof. Antonio Marques 
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Whatsapp: 9634.0288 
E-mail: planedoenharmonio@gmail.com 
Blog: http://buscadacompreensao.blogspot.com.br/ 
9 
DESCARTES (1596-1650) e RACIONALISMO 
 Aspectos históricos: Idade Moderna e 
Renascimento, 
 Vida e Obra 
 Regras do Método, 
 Verdade Primeira, 
 Dúvida Hiperbólica, 
 Dualismo corpo-alma, 
 Os três tipos de ideias 
 
ILUMINISMO 
 
EMPIRISMO 
 Empirismo: etimologia, definição, 
características 
 A teoria da Tábula Rasa de John Locke 
 A Origem do Conhecimento para o 
Racionalismo e o Empirismo 
 
DAVI HUME (1711 – 1776) 
 Biografia 
 A ―ciência do homem‖: Lado cético-
destrutivo e Lado propositivo 
 
 Percepção: impressões (sentidos) e 
ideias (representações mentais) 
 O problema da causalidade 
 O problema da indução 
 A Teoria do Eu como feixe (The Bundle 
Theory of the Self) 
 A razão prática, Instrumentalismo, 
Niilismo, Anti-realismo moral e motivação 
 O problema do ser - dever ser. 
 Livre-arbítrio vs. Indeterminismo 
 Utilitarismo 
 O problema dos milagres 
 O argumento teleológico 
 Teoria da Oscilação (sociologia da 
religião) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 
PATRÍSTICA E SANTO AGOSTINHO 
 
 
 
 A igreja católica exerce forte influência no plano cultural criando um quadro intelectual em que 
a fé cristã era o pressuposto da vida espiritual; 
 De acordo com a doutrina católica a fé representava a fonte mais elevada das verdades 
reveladas; 
 Assim, toda investigação filosófica ou científica não poderia de modo algum contrariar as 
verdades estabelecidas pela fé católica. Restava-lhes apenas demonstrar racionalmente as 
verdades da fé; 
 Por outro lado surgiram pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia 
grega. O objetivo era convencer os descrentes pela razão para depois fazê-los aceitar a 
imensidão dos mistérios divinos, somente acessíveis à fé. 
 A Patrística (século I a VII) é caracterizada por um saber teológico-filosófico e procurou 
conciliar as verdades da revelação bíblica com as construções do pensamento próprias da 
filosofia grega. A maior parte de suas obras foi escrita em grego e latim, embora haja também 
muitos escritos doutrinários em aramaico e outras línguas orientais. O termo designa, de 
forma genérica, a filosofia cristã nos primeiros séculos logo após o seu surgimento, ou seja, a 
filosofia dos Padres da Igreja, da qual se originará, mais tarde, a escolástica. Ela surge 
quando o Cristianismo se difunde e consolida como religião de importância social e política, e 
a Igreja se firma como instituição, formulando-se então a base filosófica da doutrina cristã, 
especialmente na medida em que esta se opõe ao paganismo e às heresias que ameaçam 
sua própria unidade interna. Predominam assim os textos apologéticos, em defesa do 
Cristianismo. 
 A patrística representa a síntese da filosofia grega clássica com a religião cristã, tendo seu 
início com a escola de Alexandria, que revela um pensamento influenciado pelo 
espiritualismo neoplatônico e pela doutrina ética do estoicismo. 
 Os maiores nomes da patrística latina foram santo Ambrósio, são Jerônimo (tradutor da Bíblia 
para o latim) e santo Agostinho de Hipona. 
 
As principais posições defendidas pelos primeiros padres da Igreja eram: 
 
 Não pode haver contradição entre as verdades reveladas por Deus e as verdades que o 
homem descobre a partir de suas capacidades naturais, portanto a fé e a razão são 
conciliáveis, 
 Algumas verdades da fé ultrapassam os limites de julgamento da razão natural, como por 
exemplo, o fato de Deus ser três pessoas em uma mesma substância. 
 A fé e a razão são suscetíveis de erro, cabe aos homens descobri-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
 A questão dos universais: Um universal é aquilo que se relaciona a todos os indivíduos de 
uma mesma classe. Universal/ universais (lat. universalis). A questão se origina de um 
comentário de Boécio ao Isagone, obra do filósofo neoplatônico Porfírio (232 – 305), que é 
por sua vez um comentário ao tratado aristotélico das Categorias. Encontramos aí a pergunta 
sobre se espécies (p. ex.cão) e gêneros (p.ex. animal) têm existência real ou se são apenas 
conceitos; se existem, são coisas materiais ou não; se são conceitos, existem apenas na 
mente ou independentemente dela? 
 
Desta questão surgem três correntes principais: realismo, conceitualismo, 
nominalismo. 
 
Realismo: O realismo considera que os universais existem na realidade. Embora não 
seja mais discutida nesses termos exatamente, essa questão está longe de estar superada, 
encontramos ainda hoje uma discussão entre filósofos defensores dessas posições. Essa 
discussão se dá entretanto geralmente em relação a domínios específicos. P. ex. um filósofo 
pode ser realista em filosofia da matemática, considerando que objetos abstratos como 
números e formas geométricas existem por si mesmos, e ser conceitualista em ética, 
considerandoque os valores são apenas ideias, não possuindo nenhuma realidade própria, 
extrametal. (Dicionário Básico de Filosofia, p. 238-9) 
Os realistas platônicos vão defender a posição de que os universais são realidades 
abstratas, existentes independentemente da mente humana, em si mesmas. Os realistas 
aristotélicos dizem que os universais são as formas, existindo apenas nas substâncias 
individuais, embora possam ser concebidos pela mente separadamente. 
 
Conceitualismo: Doutrina (atribuída a Aberlardo, no século XII) segundo a qual os conceitos 
ou universais só existem, como ideias, no nosso espírito, não possuindo nada que lhes 
corresponda na realidade. Em outras palavras, doutrina segundo a qual as ideias gerais que 
nos servem para organizar nosso conhecimento são instrumentos intelectuais criados por 
nosso espírito, mas não possuindo nenhuma existência fora dele. (Dicionário, p.53) Para os 
conceitualistas, os universais são conceitos, entidades mentais. 
 
Nominalismo: Os nominalistas consideram os universais como simples “flatus vocis” 
(emissão de voz humana), entidades lingüísticas, simples termos gerais sem nenhuma 
realidade específica correspondente. Roscelino de Compiègne (1050 – 1125) é considerado 
um nominalista na questão dos universais. 
Nominalismo (lat. nominalis, de nomem: nome). 1. Corrente filosófica que se origina na filosofia 
medieval, interpretando as ideias gerais ou universais, como não tendo nenhuma existência real, seja 
na mente humana (enquanto conceitos), seja enquanto formas substanciais (realismo), mas sendo 
apenas signos lingüísticos, palavras, ou seja, nomes. 2. Há várias formas de nominalismo na história 
da filosofia. Roscelino de Compiègne (séxulo XI) é considerado o autor da célebre fórmula segundo a 
qual os universais seriam apenas ―flatus vocis‖, sons vocais, sem nenhuma realidade além desta, e 
tido como o fundador do nominalismo. O empirismo inglês, sobretudo com Hobbes, defende 
igualmente o nominalismo, no sentido de que os termos gerais designam apenas generalizações de 
propriedade comuns aos objetos particulares, não havendo nenhuma realidade específica que 
corresponda a essas generalizações. Condillac também apóia o nominalismo, afirmando que ―um ideia 
geral e abstrata em nosso espírito é apenas um nome‖. Essa posição tem consequências importantes 
para a filosofia da ciência, sendo que o próprio Condillac considera que ―a ciência é apenas uma 
linguagem bem feita‖, antecipando uma tese adotada depois pelo neopositivismo. O convencionalismo 
em teoria da ciência pode ser considerado uma forma de nominalismo. 3. Para o nominalismo 
científico, ponto de vista espistemológico datando da segunda metade do século XIX, a ciência não 
descreve o mundo tal como ele é, pois apenas constrói um discurso coerente e puramente 
convencional sobre o mundo. (Dicionário, p.180-1) 
 
 
 
 
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Referências: 
CABRAL, João Francisco P. Teoria da Iluminação natural em Santo Agostinho. Colaborador 
Brasil Escola. 
Verbete: Universal/universais. Dicionário Básico de Filosofia, p. 238-9. 
 
 
SANTO AGOSTINHO: A certeza da razão por meio da fé 
 
“Compreender para crer, crer para compreender” – Santo Agostinho. 
 
 
 
 
 Santo Agostinho é considerado o mais importante filósofo em toda a patrística. Além de 
sistematizar as doutrinas fundamentais do cristianismo, desenvolveu as teses que 
constituíram a base da filosofia cristã durante muitos séculos. Os principais temas que 
abordou foram as relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito de 
Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da história. O tratado ―Sobre a 
doutrina cristã‖ é um dos mais representativos dessa tradição. A principal fonte para o 
conhecimento de textos de patrística é a Patrologia grega e latina, editada por J.P. Migne no 
século XIX, publicada em Viena. (Dicionário Básico de Filosofia. p.190)Desenvolvendo sua 
filosofia a partir do platonismo, Santo Agostinho forneceu as bases para o pensamento cristão 
medieval, transformando o Bem platônico no Deus cristão, fonte de todo amor e de todo bem. 
 Aureliano Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste, província romana situada na África, e 
faleceu em Hipona, hoje localizada na Argélia. Nesta cidade ocupou o cargo de bispo da 
Igreja católica. 
 Até completar 32 anos, Agostinho não era cristão. Teve uma vida voltada para os prazeres do 
mundo. De uma ligação amorosa ilícita para a época, nasceu-lhe o filho Adeodato. Foi 
professor de retórica em escolas romanas. 
 Em sua formação intelectual, Agostinho sentiu-se despertado para a filosofia de Cícero. 
Posteriormente, deixou-se influenciar pelo maniqueísmo, doutrina persa que afirmava ser o 
universo dominado por dois grandes princípios opostos, o bem e o mal, mantendo uma 
incessante luta entre si. 
 Mais tarde, já insatisfeito com o maniqueísmo, viajou para Roma e Milão, entrando em 
contato com o ceticismo e, depois, com o neoplatonismo, movimento filosófico do período 
greco-romano, desenvolvido por pensadores inspirados em Platão, que se espalhou por 
 
 
 
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diversas cidades do Império Romano, sendo marcado por sentimentos religiosos e crenças 
místicas. 
 Cresceu e se aprofundou em Agostinho uma grande crise existencial, uma inquietação quase 
desesperada em busca de sentido para a vida. Foi nesse período crítico que ele se encontrou 
com Santo Ambrósio, bispo de Milão, sentindo-se extremamente atraído por suas pregações. 
Pouco tempo depois, converteu-se ao cristianismo, tornando o seu grande defensor pelo resto 
da vida. 
 Agostinho defendeu a superioridade da alma humana, isto é, a supremacia do espírito sobre o 
corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus, para reinar sobre o corpo, para dirigi-lo à 
prática do bem. O homem pecador, entretanto, utilizando-se do livre-arbítrio, costuma inverter 
essa relação, fazendo o corpo assumir o governo da alma. Provoca, com isso, a submissão 
do espírito à matéria, equivalente à subordinação do eterno ao transitório, da essência à 
aparência. Mas a verdadeira liberdade estaria na harmonia das relações ações humanas com 
a vontade de Deus. Ser livre é servir a Deus, pois o prazer de pecar é a escravidão. 
 Para Agostinho a vontade é uma força que determina a vida e não uma função específica 
ligada ao intelecto, tal como diziam os gregos. A liberdade humana é a própria da vontade e 
não da razão. É nisso que reside a fonte do pecado, o homem peca porque usa de seu livre-
arbítrio para satisfazer sua vontade, mesmo sabendo que tal atitude é pecaminosa. Por esta 
razão, os homens necessitam da graça divina para salvar-se, pois a razão não o salvará. 
 Somente o íntimo de nossa alma, iluminada por Deus, poderia atingir a verdade das coisas. 
Da mesma forma que os olhos do corpo necessitam da luz do sol para enxergar os objetos do 
mundo sensível, os ―olhos da alma‖ necessitam da luz divina para visualizar as verdades 
eternas da sabedoria. 
 O erro ocorre apenas por um mau uso das capacidades humanas. Para Platão, o Mal não 
existe enquanto entidade, só o Bem como ideia ontológica por excelência. O Mal não é uma 
realidade, é um juízo e uma ação errôneos por ignorância. A partir daí, Agostinho verificou 
que todas as coisas são boas, porque são obras de Deus e que o Mal é culpa da forma como 
utilizamos o livre arbítrio. 
 
 Ceticismo: O ceticismo se errado ao dizer que o conhecimento não é possível. Se me 
engano, existo. Mesmo que me engane às vezes, ainda assim posso ter certeza de que 
existo, pois se não existisse, não poderia me enganar. 
 
 Iluminação Divina: Para Agostinho,o conhecimento humano é possível graças à Iluminação 
Divina. Todos buscam a felicidade e o Bem. E o Bem e a felicidade somente se encontra em 
Deus, o Bem Supremo, e nós temos esse conhecimento em nosso íntimo, de forma confusa. 
Desse modo, Agostinho estabelece uma ordem de perfeição, uma graduação ou distinção dos 
seres para alcançar esse conhecimento que nos levaria a uma vida beata. O corpo é mortal e 
a alma é seu princípio de vida. Esta distinção vai dos seres inanimados e passa pelos 
vegetais, animais até o homem. Mas não termina aqui. Acima da razão (do homem) ainda há 
verdades que não dependem da subjetividade, pois suas leis são universais e necessárias: as 
matemáticas, a estética e a moral. Só acima destas está Deus, que as cria, ordena e 
possibilita o seu conhecimento, que deve, agora, ser buscado na interioridade do homem. 
Nessa ordem e por um processo de interiorização e busca, pode-se encontrar essas 
verdades porque Agostinho admite que Deus as ilumina, estando elas já anteriormente em 
nosso espírito. A doutrina da Iluminação divina caracteriza-se por uma luz que não é 
material e que se atinge quando do encontro com o conhecimento da verdade para que o 
homem possa ter uma vida feliz e beata. O lembrar-se disto, isto é, o recordar-se de um 
conhecimento prévio é o que o filósofo/teólogo denomina de rememoração de Deus (herança 
da teoria da reminiscência platônica). 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Quando o Império Romano iniciou sua derrocada, havia uma instituição religiosa pronta para 
assumir a direção do mundo. O Cristianismo se expande através da filosofia dos Padres da Igreja. 
No esforço de converter pagãos, combater heresias e justificar a fé, os Padres da Igreja daquele 
século desenvolveram a apologética, discurso racional religioso em defesa do Cristianismo. Essa 
realidade caracteriza a Primeira Fase da Filosofia (séculos IV aVIII) no período medieval, também 
conhecida como: 
 
A) Reforma 
B) Patrística 
C) Contra-Reforma 
D) Escolástica 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
Agostinho de Hipona (354 - 430) foi um bispo, escritor, teólogo, filósofo e é um Padre latino e Doutor 
da Igreja Católica. Agostinho cria e tenta resolver problemas filosóficos pensando em si e nos seus 
dilemas e inquietudes morais e intelectuais. O que ele expôs como filosofia e teologia foram 
geralmente respostas para questionamentos seus. As suas investigações têm como centro as 
próprias características morais e intelectuais. Sobre a filosofia de Agostinho marque (V) para as 
alternativas verdadeiras e (F) para as falsas: 
 
 
 
 
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( .) Agostinho defendeu a superioridade do corpo, a matéria, sobre a alma humana; 
( ) Para o filósofo o corpo teria sido criado por Deus para reinar sobre a alma para dirigí-lo à prática 
do bem; 
( ) Agostinho afirma que a razão revela verdades que nem sempre a fé pode conhecer; 
( .) A verdadeira liberdade para Agostinho está na harmonia das ações humanas com a vontade de 
Deus. Ser livre é servir a Deus, pois o prazer de pecar é a escravidão. 
 
A sequência CORRETA das afirmativas é: 
 
A) V – V – V – F 
B) V – V – F – V 
C) F – F – F – V 
D) F – F – V – V 
 
QUESTÃO 03 
 
Que relação Agostinho estabelece entre corpo e espírito? 
 
 
 
A) A tese da supremacia do espírito sobre o corpo. 
B) A tese da supremacia do corpo sobre o espírito. 
C) A tese da supremacia humana. 
D) A tese da supremacia de Deus 
 
QUESTÃO 04 
Para Agostinho, o conhecimento humano é: 
 
 
A) Impossível, a razão pode demonstrar qualquer coisa, sendo que afirmações opostas podem ser 
igualmente provadas. 
B) Fruto de uma recordação de experiência vividas pela alma antes da encarnação. 
C) Possível graças à Iluminação Divina. 
 
 
 
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16 
D) Possível apenas às pessoas mais inteligentes, escolhidas por Deus para serem salvas no Juízo 
Final. 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
Assinale abaixo a alternativa INCORRETA com relação ao pensamento de Santo Agostinho de 
Hipona. 
A) Fé e a razão são conciliáveis e o erro ocorre apenas por um mal uso das capacidades humanas. 
B) A razão natural serve para refutar algumas verdades da fé, o que provoca um enfraquecimento do 
cristianismo. 
C) Algumas verdades da fé ultrapassam os limites de julgamento da razão natural, como por 
exemplo, o fato de Deus ser três pessoas em uma mesma substância. 
D) Não pode haver contradição entre as verdades reveladas por Deus e as verdades que o homem 
descobre a partir de suas capacidades naturais. 
 
 
QUESTÕES ABERTAS 
 
1) Por que surgiram conflitos entre a fé e a razão? Explique. 
2) O que foi a Patrística? 
3) Quais foram os principais filósofos representantes da Patrística? 
4) Quem foi Agostinho? 
5) Agostinho baseou sua filosofia em qual filósofo antigo? Explique. 
6) Defina: 
a) Maniqueísmo: 
b) Neoplatonismo: 
7) Explique a ―supremacia da alma humana‖ elaborada por Agostinho. 
8) O que é a vontade humana para Agostinho? 
9) Explique a doutrina da iluminação divina de Santo Agostinho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLÁSTICA E SÃO TOMÁS DE AQUINO 
 
 
 
 Escolástica ou Escolasticismo (do latim scholasticus, e este por sua vez do 
grego σχολαστικός [que pertence à escola, instruído]). 
 Foi o método de pensamento crítico dominante no ensino nas universidades 
medievais europeias de cerca de 1100 a 1500. A escolástica surgiu da necessidade de 
responder às exigências da fé, ensinada pela Igreja, considerada então como a guardiã dos 
valores espirituais e morais de toda a Cristandade. Por assim dizer, responsável pela unidade 
de toda a Europa, que comungava da mesma fé. 
 Intensificou-se a tradução do grego e do árabe das obras de autores da Antiguidade, 
sobretudo, aquelas de Aristóteles, permitindo o surgimento de um corpo vivo de novas ideias 
e significações. 
 Não tanto uma filosofia ou uma teologia, como um método de aprendizagem, a escolástica 
nasceu nas escolas monásticas cristãs, de modo a conciliar a fé cristã com um sistema de 
pensamento racional, especialmente o da filosofia grega. 
 Colocava uma forte ênfase na dialética para ampliar o conhecimento por inferência e resolver 
contradições. 
 A obra-prima de Tomás de Aquino, Summa Theologica, é frequentemente vista como 
exemplo maior da escolástica. 
 Esse pensamento cristão deve o seu nome às artes ensinadas na altura pelos académicos 
(escolásticos) nas escolas medievais. 
 Essas artes podiam ser divididas em: 
Trivium (gramática, retórica e dialéctica); 
Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e música). 
 A filosofia, que até então possuía traços arcadamente clássicos e helenísticos, sofreu 
influências da cultura judaica e da cristã. 
 Alguns temas que antes não faziam parte do universo do pensamento grego, tais como 
Providência e Revelação Divina e Criação a partir do nada, passaram a fazer parte de 
temáticas filosóficas. 
 A escolástica é influenciada pelo neoplatonismo e pela filosofia de Aristóteles. 
 A questão-chave do pensamento escolástico é a harmonização da fé e da razão. O 
pensamento de Agostinho, mais conservador, defende uma subordinação maior da razão em 
relação à fé, por crer que esta venha restaurar a condição decaída da razão humana. 
Enquanto que a linha de Tomás de Aquino defende uma certaautonomia da razão na 
obtenção de respostas, por força da inovação do aristotelismo, apesar de em nenhum 
momento negar tal subordinação da razão à fé. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pensamento_cr%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidades_medievais
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidades_medievais
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristandade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Europa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9
http://pt.wikipedia.org/wiki/Racional
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Summa_Theologica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trivium_(educa%C3%A7%C3%A3o)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gram%C3%A1tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ret%C3%B3rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dial%C3%A9ctica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quadrivium
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aritm%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Geometria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Astronomia
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia_greco-romana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_judaica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arist%C3%B3teles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aristotelismo
 
 
 
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18 
Principais representantes do pensamento escolástico 
 Os maiores representantes do pensamento escolástico, que estão separados pelo tempo e 
pelo espaço são: Agostinho de Hipona, nascido no norte da África no fim do século IV, e 
Tomás de Aquino, nascido na Itália do século XIII. 
 Outros nomes da escolástica são: Anselmo de Cantuária, Alberto Magno,Robert Grosseteste, 
Roger Bacon, Boaventura de Bagnoreggio,Pedro Abelardo, Bernardo de Claraval,João Escoto 
Erígena, John Duns Scot, Jean Buridan, Nicole Oresme. 
 
Neoescolástica 
 O Papa Leão XIII, em sua encíclica Aeterni Patris (1879), afirmou que a doutrina tomista, 
desenvolvida por Tomás de Aquino, deve ser a base de toda a filosofia que é considerada 
cristã. 
 A neoescolástica tentou resgatar o valor da objetividade contra o relativismo, destacando o 
valor do realismo contra o idealismo e promover o valor do personalismo. 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
Surgiram os pensadores cristãos que defenderam o conhecimento da filosofia grega, percebendo a 
possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo. A filosofia medieval pode ser 
dividida em quatro momentos. Qual opção abaixo é representada por São Tomás de Aquino? 
 
A) Padres Apostólicos. (séculos I e II) 
B) Padres Apologistas (séculos III e IV). 
C) Patrística (século IV – VIII). 
D) Escolástica (século IX – XVI). 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_IV
http://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anselmo_de_Cantu%C3%A1ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_Magno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Grosseteste
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roger_Bacon
http://pt.wikipedia.org/wiki/Boaventura_de_Bagnoreggio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Abelardo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_de_Claraval
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Escoto_Er%C3%ADgena
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Escoto_Er%C3%ADgena
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Duns_Scot
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Buridan
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicole_Oresme
http://pt.wikipedia.org/wiki/Le%C3%A3o_XIII
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Aeterni_Patris&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Realismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Idealismo
 
 
 
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19 
(adaptada – UEM/2008) A Filosofia Medieval a partir do século IX é chamada Escolástica. Ensinada 
nas escolas ou nas universidades próximas das catedrais, a filosofia escolástica tinha por problema 
fundamental levar o homem a compreender a verdade revelada pelo exercício da razão, todavia 
apoiado na autoridade (Auctoritas), seja da Bíblia, seja de um padre da Igreja, seja de um sistema 
de filosofia pagã. Sobre a Escolástica podemos afirmar, EXCETO: 
 
A) O pensamento platônico, ou mais exatamente o neoplatonismo de Plotino, porque mais 
facilmente conciliável com as doutrinas cristãs, foi à única filosofia pagã aceita durante toda a 
escolástica. 
B) A fermentação intelectual e o interesse pelo racional na escolástica evidenciam-se pela criação 
de universidades por toda a Europa; o método de exposição das ideias filosóficas nessas escolas 
era a disputa: uma tese era colocada e passava-se a refutá-la ou a defendê-la com argumentos 
retirados de alguma autoridade. 
C) Um tema recorrente na filosofia escolástica foi à demonstração racional da existência de Deus. 
Santo Anselmo (1034-1109) formula a prova tradicionalmente chamada argumento ontológico, no 
qual deduz a existência de Deus da própria ideia de perfeição de Deus. 
D) O apogeu da escolástica acontece no século XIII com Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que, 
retomando o pensamento de Aristóteles, fez a síntese mais fecunda da filosofia com o cristianismo 
na Filosofia Medieval. 
 
QUESTÃO 03 
 
 
 
Após uma longa preparação e um desenvolvimento promissor, a escolástica chega ao seu ápice 
com Tomás de Aquino. Adquire plena consciência dos poderes da razão, e proporciona finalmente 
ao pensamento cristão uma filosofia. Assim, converge para Tomás de Aquino não apenas o 
pensamento escolástico, mas também o pensamento patrístico, que culminou com Agostinho, além 
do patrimônio de revelação judaico-cristã, bem mais importante. Tomás de Aquino (1225 - 1274) foi 
um padre dominicano, filósofo, teólogo, proclamado santo e cognominado Doctor Communis ou 
Doctor Angelicus pela Igreja Católica. Sobre a filosofia de Tomás de Aquino marque a alternativa 
CORRETA: 
 
A) A filosofia de Tomás de Aquino – o Tomismo – nasceu com objetivos claros: não contrariar a fé. A 
finalidade de sua filosofia era organizar um conjunto de argumentos para demonstrar e defender 
somente os argumentos da razão. 
B) Tomás de Aquino propõe quatro provas da existência de Deus: (1) o primeiro motor imóvel, (2) a 
causa eficiente, (3) ser necessário e ser contingente, (4) os graus de perfeição. 
C) Além de elementos do aristotelismo a filosofia de Tomás de Aquino tem novos elementos como o 
conceito de criação do mundo, a noção de um Deus único, a idéia de que o vir-a-ser (a passagem da 
potência ao ato) não é autodeterminado, mas procede de Deus. 
D) Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento platônico com finalidade de nele buscar 
os elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. 
 
 
 
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20 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
Sobre o período medieval, no contexto da Escolástica, considere as afirmativas a seguir. 
I – Intensificou-se a tradução do grego e do árabe das obras de autores da Antiguidade, sobretudo, 
aquelas de Aristóteles, permitindo o surgimento de um corpo vivo de novas ideias e significações. 
II – Foi palco de intensos debates epistemológicos no seio das Universidades, nas quais surgiu a 
corrente de pensamento positiva, que concedeu demasiada fé no poder da ciência, substituindo a fédelegada a Deus. 
III – Foram fundadas as Universidades, que constituíram uma forma institucionalizada de produção e 
transmissão de saber, permanecendo até os dias atuais um dos grandes sustentáculos da cultura 
ocidental. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
A) I e II. 
B) I e III. 
C) II e III. 
D) I, II e III. 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
Tomás de Aquino tenta provar a existência de Deus, entre outras formas, através da reflexão sobre 
o movimento. De acordo com ele: 
A) Todo ser pode mover-se a si mesmo. 
B) Somente Deus pode mover-se a si mesmo. 
C) Algumas criaturas podem mover-se a si mesmo e outros não. 
D) Todos os seres que se movem são movidos por outros seres distintos deles. 
 
 
 
 
 
 
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NICOLAU MAQUIAVEL (1469 – 1527) 
 
 
 
 Maquiavel morava na República de Florença e era um intelectual e político. Foi segundo 
chanceler do governo e participou de missões diplomáticas na França, na Alemanha e na 
Itália nas quais conheceu reis, papas e nobres. 
 O governo do republicano Soderini (que durou 10 anos), para quem Maquiavel trabalhava, foi 
deposto e os Médicis voltaram à cena política. 
 
Contexto histórico: 
Monarquias Nacionais 
 Centralização do poder 
 Fortalecimento do Rei 
 Estado Moderno 
Monopólio de fazer e aplicar leis, 
Recolher impostos, 
Cunhar moeda, 
Ter um exército, 
Monopólio legítimo da força, 
Aparato administrativo para prestar serviços públicos. 
XIV - Portugal 
XV - França, Espanha e Inglaterra 
Alemanha e Itália continuam fragmentada. A Itália era dividida em principados e repúblicas 
(cada uma com sua própria milícia mercenária). 
 
 O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural. Uma delas foi 
desenvolvida por um autor italiano, Maquiavel, que procurava fundamentar uma filosofia 
política tendo em vista a dominação dos homens. Essa pretensão tinha como modelo as 
ciências naturais que estavam em plena descoberta (física, medicina, etc.), estabelecidas por 
Galileu e com o próprio ideal renascentista de domínio da natureza. 
 Natureza Humana: Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse aplicada 
também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha como pressuposto 
uma natureza humana imutável. Para ele, se há uniformidade nas leis gerais das ciências 
naturais, também deveria haver para as ciências humanas. Isso foi necessário para manter a 
ordem dentro do Estado burguês então nascente, que precisava desenvolver suas atividades 
e prosperar. Maquiavel é um realismo político e um pessimista antropológico pois visa falar d‘ 
―o que se faz e não se costuma dizer‖, de ―como o homem de fato age‖ (violência e 
corrupção) e para ele a natureza humana é capaz do mal e do erro. 
 
 
 
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22 
Maquiavel define o homem como um ser guiado por interesses, de modo que suas ações são 
imprevisíveis e inconstantes: ―Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido 
ou temido que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é 
difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das 
duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, 
simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, 
oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está 
longe; mas quando ele chega, revoltam-se.‖ (MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: 
Bertrand, 1991.) 
 Virtú e Fortuna: Maquiavel lança mão de dois conceitos chaves: virtú e fortuna (em italiano) 
Virtú: Virtude (grego): Força, valor, qualidade de lutador, guerreiro viril, age com energia 
Virtude (cristã): bom e justo, virtuoso. 
Fortuna: Sentido comum: acúmulo de bens e riqueza. Deusa Romana – Fortuna 
(abundância) move a roda da sorte. Agir bem, na ocasião oportuna/ propícia, precavido, 
ousado. Acaso, sorte e de circunstâncias. 
O Príncipe com Virtú é diferente Tirano: O Príncipe é forçado pela necessidade a usar da 
violência visando ao bem coletivo. O Tirano age por capricho ou interesse próprio. 
 Maquiavel é responsável por inaugurar o pensamento político moderno. 
 Realismo Político: Maquiavel procurou desenvolver uma política realista e pauta-se por 
aquilo que na opnião dele deve se fazer para manter-se no poder. Maquiavel propõem ter 
uma visão do homem e da política como elas eram e não como deveriam ser. A política deve 
ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não teorizar, como fazia Platão, 
sobre a forma ideal de governo. A política normativa (gregos e medievais) são normas que 
definem o ―bom regime‖ e as virtudes do ―bom governo‖. Desta forma Platão construiu uma 
utopia. 
 Ética e Política: uma nova ética: Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não 
julga mais as ações políticas em função de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas 
em função da necessidade dos resultados que as ações políticas devem alcançar. A ética 
deve ser entendida a partir da política. Para ele, as exigências da ação política implicam uma 
ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada. Maquiavel 
propõem uma nova ética, consequencialista e não principialista, como a cristã. O governante 
deve agir de acordo com critérios que independam da moral, da religião, da ética privada. O 
governante deve estar disposto a ser uma pessoa boa ou má conforme a necessidade. O 
príncipe virtuoso é aquele que governa com virtú, virilidade, firmeza. A manutenção da ordem 
social baseava-se na conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe. ―O príncipe, 
portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo 
unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que 
outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo 
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009).‖ A moral política é diferente da 
moral privada. A moral política busca o bem comum. Nova ética/moral (não um amoralismo): 
analisa as ações não mais em função de uma hierarquia de valores dada ―a priori‖, mas sim 
em vista das consequências dos resultados da ação política. O que é útil à comunidade, qual 
o bem da comunidade? É dever do príncipe: manter-se no poder a qualquer custo. Às vezes é 
legítimo o recurso ao mal: 
 Emprego da força coercitiva do estado 
 A guerra 
 A prática da espionagem 
 Método da violência. 
 
 
 
 
 
 
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23 
 O Príncipe: Em 1513 Maquiavel escreveu ―O Príncipe‖, reflexão sobre a monarquia e a 
função do governante. Foi dedicado a Lourenço de Médici e foi influenciado pelo Condottiere 
César Bórgia. Gerou interpretações e controvérsias. À primeira vista parece defender o 
absolutismo e o mais completo imoralismo, por conta disto surgiu o mito do maquiavelismo, o 
termo maquiavélico assume a conotação de sem escrúpulos, traiçoeiro, astucioso, usa de 
mentira e má-fé, para quem ―os fins justifica os meios.‖ Para Maquiavel o poder deve ser 
conquistado e mantido de modo absoluto mas alcançada a estabilidade é possível e desejável 
a instalação de um governo republicano. 
 Maquiavelismo: ―O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em 
particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a 
conquista e conservação do Estado, é uma ação que não possui um fim próprio de utilidadee 
não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência e oportunidade.‖. 
(BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 
3.ed. Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.) 
 Certamente, a brusca mudança de direção que encontramos nas reflexões de Maquiavel, em 
comparação com os humanistas anteriores, explica-se em larga medida pela nova realidade 
política que se criara em Florença e na Itália, mas também pressupõe uma grande crise de 
valores morais que começava a grassar. Ela não apenas constatava a divisão entre ―ser‖ e 
―dever ser‖, mas também elevava essa divisão a princípio e a colocava como base da nova 
visão dos fatos políticos. (REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: 
Paulinas, 1990. V. II, p. 127.) 
 Técnica: O problema para Maquiavel, entretanto, é saber a quem serve a ciência política e o 
que fazer para se manter no poder. Sua teoria é voltada para a ação eficaz e imediata, 
portanto uma técnica. Qual é o melhor exercício da arte política. ―Maquiavel não é um mero 
cientista; ele é um homem de participação, de paixões poderosas, um político prático, que 
pretende criar novas relações de força e que por isso mesmo não pode deixar de se ocupar 
com o ‗deve ser‘, que não deve ser entendido em sentido moralista. Assim, a questão não 
deve ser colocada nestes termos, é mais complexa: trata-se de considerar se o ‗dever ser‘ é 
um ato arbitrário necessário, é vontade concreta, ou veleidade, desejo, sonho. O político em 
ação é um criador, um suscitador; mas não cria do nada, nem se move no vazio túrbido dos 
seus desejos e sonhos. Baseia-se na realidade factual.‖ (GRAMSCI, A. Maquiavel. A política 
e o Estado Moderno. 5. ed. Trad. de Luiz Mário Gazzaneo. Rio de janeiro: Civilização 
Brasileira, 1984. p. 42-43.) Maquiavel não trata o ―deve ser‖ na perspectiva ontológica da 
filosofia clássica. O juízo moral se submete às condições concretas que se apresentam para a 
conquista e a conservação do poder do Estado pelo príncipe moderno. 
 
Obras: 
Teatro – comédia ―A Mandrágora‖ 
Poesia, 
Ensaios diversos, 
O Príncipe (1513) 
Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
Leia com atenção o texto de Maquiavel e escolha a alternativa CORRETA: 
 
 
 
 
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Como é meu intento escrever coisa útil para os que se interessarem, pareceu-me mais conveniente 
procurar a verdade pelo efeito das coisas, do que pelo que dela se possa imaginar e muita gente 
imaginou repúblicas e principados que nunca se viram nem jamais foram reconhecidos como 
verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o modo que se deveria viver, que quem se 
preocupar com o que se deveria fazer em vez do que se faz aprende antes a ruína própria, do que o 
modo de se preservar; em um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se 
arruíne entre tantos que são maus. Assim é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda 
a poder ser mau e que se valha ou deixe de valer-se disso conforme a necessidade. (MAQUIAVEL, 
O Príncipe) 
A) Maquiavel tenta preservar a ética cristã. 
B) Maquiavel é um pensador socialista, pois vemos traços de não aceitação da desigualdade social 
em suas palavras. 
C) O governante deve estar disposto ser uma pessoa boa ou má conforme a necessidade. 
D) A política de Maquiavel é utópica e pauta-se por aquilo que é eticamente correto para o exercício 
do poder. 
 
QUESTÃO 02 
 
 
 
(ENEM 2013 - adaptada) Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido 
que amado. Responde-se que ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é 
muito mais seguro ser temido que amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens 
se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de 
lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os 
filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas quando ele chega, revoltam-se. 
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991. 
 
 
 
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25 
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, 
Maquiavel define o homem como um ser. 
 
A) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros. 
B) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política. 
C) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes. 
D) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais. 
 
QUESTÃO 03 
 
 
 
Para Maquiavel a ação política não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de 
conveniência e oportunidade. De acordo com esta afirmação pode-se concluir que o governante 
deve agir de acordo com critérios: 
A) que dependem da ética, devendo ser orientado por princípios morais válidos universalmente. 
B) que dependem da religião, conduzidos por parâmetros ditados pela Igreja. 
C) que independem da moral e da religião, conduzidos por ações restritas ao meio político. 
D) que independem das pretensões dos governantes de realizar os interesses do Estado. 
 
QUESTÃO 04 
 
 
 
―O maquiavelismo é uma interpretação de O Príncipe de Maquiavel, em particular a interpretação 
segundo a qual a ação política, ou seja, a ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é 
uma ação que não possui um fim próprio de utilidade e não deve ser julgada por meio de critérios 
diferentes dos de conveniência e oportunidade.‖. 
(BOBBIO, Norberto. Direito e Estado no pensamento de Emanuel Kant. Trad. de Alfredo Fait. 3.ed. 
Brasília: Editora da UNB, 1984. p. 14.) 
 
 
 
 
 
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26 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, para Maquiavel o poder político é: 
A) Dependente da moral e da religião, devendo ser conduzido por critérios restritos a este âmbito. 
B) Independente da conveniência e oportunidade, pois estas dizem respeito à esfera privada da vida 
em sociedade. 
C) Independente da religião, devendo ser conduzido por parâmetros ditados pelos reformistas. 
D) Dependente da oportunidade, devendo ser orientado por princípios utilitários. 
 
QUESTÃO 05 
 
 
 
Maquiavel inaugura o pensamento político moderno. Maquiavel tem uma visão do homem e da 
política como ele acredita que foram e estavam sendo até o momento e não como deveriam ser. 
Segundo ele, a política deve ater-se ao real, deve preocupar-se com a eficiência da ação e não 
teorizar, como fazia Platão, sobre a forma ideal de governo. Assim, podemos afirmar que, EXCETO: 
A) Para Maquiavel, o príncipe virtuoso é aquele que governa com justiça, estabelecendo, entre seus 
súditos, a igualdade social e uma participação político-democrática. 
B) Maquiavel redefine as relações entre ética e política, não julga mais as ações políticas em função 
de uma hierarquia de valores dada de antemão, mas em função da necessidade dos resultados que 
as ações políticas devem alcançar. 
C) Na concepção política de Maquiavel, não há uma exclusão entre ética e política, todavia a 
primeira deve ser entendida a partir da segunda. Para ele, as exigências da ação política implicam 
uma ética cujo caráter é diferente da ética praticada pelos indivíduos na vida privada. 
D) Para Maquiavel, a sociedade é dividida entre os grandes, isto é, os que possuem o poder político 
e econômico, e o povo oprimido. A sociedade é cindida por lutas sociais,não pode, portanto, ser 
vista como uma comunidade homogênea voltada para o bem comum. 
 
QUESTÕES ABERTAS 
 
QUESTÃO 01 e 02: 
Leia o trecho abaixo e responda as questões que se seguem: 
―Era necessário que Ciro encontrasse os persas descontentes do império dos medas e os medas 
muito efeminados e amolecidos por uma longa paz. Teseu não teria podido revelar suas virtudes se 
não tivesse encontrado os atenienses dispersos. Tais oportunidades, portanto, tornaram felizes a 
esses homens; e forma as suas virtudes que lhes deram o conhecimento daquelas oportunidades. 
Graças a isso, a sua pátria se honrou e se tornou feliz.‖ (Nicolau Maquiavel. O príncipe. São Paulo: 
Abril Cultural, 1973. p. 30. Coleção Os Pensadores.) 
01) Explique os fatos descritos usando os conceitos de virtù e fortuna. 
02) Em que sentido de virtude para Maquiavel não se confunde com o conceito de moral? 
 
 
 
 
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27 
IDADE MODERNA (1453 – 1789) 
 
 
 
 
Do Renascimento, no século XV e XVI ao Iluminismo, no século XVIII. A Idade Moderna é um 
período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de 
transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores 
franceses, em 29 de maio de 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos 
otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789. As transformações 
ocorridas a partir do Renascimento e o início da ciência moderna levaram a um grande 
questionamento sobre os critérios e métodos para aquisição do "conhecimento verdadeiro". Uma 
das funções da filosofia moderna passou a ser a de investigar em que medida o saber científico 
atinge o seu objetivo de gerar esse conhecimento. Ocorreu uma mudança de pergunta: De ―As 
coisas são?‖ Para ―Podemos eventualmente conhecer as coisas? O que é possível conhecer? Qual 
é o critério de certeza para saber se há adequação entre o pensamento e o objeto? O que é possível 
a nossa inteligência conhecer? Qual é o limite da nossa razão.‖ 
 
Contexto histórico e características gerais 
A partir do século XV, ocorreu uma série de transformações histórico-sociais na Europa que se 
refletiam na construção de uma nova mentalidade moderna. São eles: 
 a passagem do feudalismo para o capitalismo e a ascenção da burguesia; 
 A formação dos Estados nacionais; 
 A reforma protestante e a quebra da unidade religiosa européia; 
 o desenvolvimento da ciência natural, o interesse e a criação de novos métodos científicos; 
 invenção da prensa de tipos móveis pelo alemão Johannes Gutenberg, por volta de 1450, 
com base nas prensas de vinhos. 
 o posterior desenvolvimento industrial; 
 Modificou o modo de ser e viver das pessoas. As artes, as ciências e a filosofia mudaram 
ideias, concepções e valores. 
 O pensador moderno buscava conhecer a realidade e exercer controle sobre ela, ele queria 
descobrir as leis que regem os fenômenos naturais. 
 Houve, inicialmente na filosofia, duas vertentes sobre a questão do conhecimento: o 
racionalismo e o empirismo. No século XVIII surge na filosofia a corrente chamada de 
idealismo, que considera o conhecimento fundado em ambas: razão e experiência. Um dos 
grandes filósofos idealistas foi Immanuel Kant (1724 - 1804). 
 
QUESTÃO 01 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mundo_ocidental
http://pt.wikipedia.org/wiki/29_de_maio
http://pt.wikipedia.org/wiki/1453
http://pt.wikipedia.org/wiki/Queda_de_Constantinopla
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turcos_otomanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turcos_otomanos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/14_de_julho
http://pt.wikipedia.org/wiki/1789
 
 
 
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28 
 
Sobre a diferença da idade média para a idade moderna, podemos afirmar, EXCETO: 
A) O Estado Moderno tem a posse do território, faz e aplica as leis, recolhe impostos e tem um 
exército, na idade média este papel era exercido pelo senhor feudal 
B) Na Idade Média os governados eram súditos e na Idade Moderna eles são cidadãos. 
C) Na Idade. Média o poder emana de Deus e na Idade Moderna o poder tem origem social, num 
pacto entre os indivíduos. 
D) Todas as características da idade média inexistem hoje na idade moderna. 
 
QUESTÃO 02 
 
Sobre a Idade Moderna é correto afirmar, EXCETO: 
 
 
 
A) Entre os séculos XV e XVIII, um volume extraordinário de transformações estabeleceu uma nova 
percepção do espaço e do tempo, portanto do mundo, que ainda pulsa em nossos tempos. Encurtar 
distâncias, desvendar a natureza, lançar em mares nunca antes navegados foram apenas uma das 
poucas realizações que definem esse período histórico. 
B) Esta série de transformações nas sociedades européias modificaram o modo de ser e viver das 
pessoas. As artes, as ciências e a filosofia mudaram as ideias, as concepções e os valores também. 
C) Dentre as transformações ocorridas temos a passagem do capitalismo para o feudalismo, a 
formação dos Estados Nacionais e o movimento da Reforma. 
D) Com essas mudanças em vez de uma supervalorização da fé, do teocentrismo (Deus no centro 
do universo) houve uma tendência antropocêntrica (homem como centro do universo, ou seja, 
valorização da capacidade humana e seus atributos: a razão e a liberdade). 
 
 
 
 
 
 
 
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29 
O RENASCIMENTO (séculos XV e XVI) 
 
 
 
 É o movimento cultural que marcou as transformações sócio-culturais européias, esse 
movimento criaria a base e os valores da ciência do século XVII. As transformações 
estabeleceram uma nova percepção de mundo, que ainda pulsa em nossos tempos. Encurtar 
distâncias, desvendar a natureza, lançar em mares nunca antes navegados foram apenas 
uma das poucas realizações que definem esse período histórico. As percepções do tempo e 
do espaço, antes tão extensas e progressivas, ganharam uma sensação mais intensa e 
volátil. 
 Os valores do renascimento contrapunham à mentalidade medieval. Contudo não houve o 
abandono das questões medievais. O fundo religioso ainda persiste em muitas obras 
intelectuais e artísticas desse período. 
 O Renascimento inspirou-se no humanismo, movimento de estudiosos que defendiam o 
estudo da cultura greco-romana e o retorno de seus dois principais atributos: a razão e a 
liberdade. Em vez de uma supervalorização da fé, do teocentrismo (o homem como centro do 
universo), ou seja, uma revalorização da capacidade humana e seus atributos: a razão e a 
liberdade, o homem é capaz de conhecer, de refletir sobre o homem e sobre o mundo e 
também é capaz de colocar a fé em segundo plano). 
 O paradigma de racionalidade que então se delineia é o de uma razão que, liberta de crenças 
e superstições, funda-se na própria subjetividade e não mais na autoridade, seja do poder 
político absoluto, seja da religião. 
 Na modernidade se afirma uma característica importante do pensamento: o racionalismo, a 
confiança no poder da razão. E uma das expressão mais claras desse racionalismo é o 
interesse pelo método. 
 
QUESTÃO 01 
 
Sobre o Renascimento (séculos XV e XVI). Assinale a alternativa Falsa. 
 
 
 
A) O Renascimento é o movimento cultural que marcou as transformações sócio-culturais européias, 
esse movimento criaria a base e os valores da ciência do século XVII. 
 
 
 
 
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B) Esse movimento exaltava o homem e seus atributos: como a razão e a liberdade, assim como se 
contrapunha à mentalidade medieval. 
C) O pensador moderno buscava conhecer a realidade e exercer controle sobre ela, ele queria 
descobrir as leis que regem os fenômenos naturais. 
D) Tudo isso significou não apenas uma ênfase menor, mas o total abandono das questões 
religiosas. 
 
QUESTÃO 02 
 
Sobre a idade e a ciência moderna e sobre o renascimento, marque a alternativa INCORRETA: 
 
 
 
A) O movimento renascentista está estreitamente ligado a uma série de transformações 
socioeconômicas iniciadas na Baixa Idade Média. 
B) Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais 
da antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal 
humanista e naturalista. 
C) A modernidade revaloriza o Homem que é capaz de conhecer e colocar a fé em segundo plano. 
D) A Ciência Moderna é harmonizada à Filosofia Antiga e a Fé. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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31 
THOMAS HOBBES (1588 – 1679) 
 
 
 
 
O Estado como direito e força para domar o lobo do homem 
 
Teoria do Direito Divino dos Reis: O fortalecimento do Estado Moderno levou ao absolutismo real. 
O poder absoluto é sustentando teoricamente pela ―Teoria do Direito Divino dos Reis‖. Defendida por 
Jacques-Bénigne Boussuet, bispo e teólogo francês, e por Robert Filmer, da Inglaterra. 
 
Do Direito Divino ao Contrato Social: Com a secularização do pensamento político, os filósofos 
procuram um fundamento racional do poder soberano, para legitimá-lo sem recorrer à intervenção 
divina ou qualquer fundamentação religiosa. 
 
As teorias contratualistas:São teóricos do contrato social: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-
Jacqes Rousseau. 
 
Estado de Natureza: Esta hipótese é o ponto de partida do Contrato Social: No Estado de Natureza 
o homem é dono exclusivo de si e dos seus poderes. No estado de natureza os homens estão 
entregues a si próprios. É inseguro, instável, infeliz. Os interesses egoístas predominam entre os 
homens, a ponto de cada indivíduo representar um perigo eminente aos outros indivíduos, de modo 
que o homem se torna o lobo do próprio homem. Hobbes quer dizer falando de ―guerra de todos 
contra todos‖, é que, sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza, 
este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram. (BOBBIO, Norberto. Thomas 
Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 36.) 
 
―(...) condição dos homens fora da sociedade civil (condição esta que podemos adequadamente 
chamar de estado de natureza) nada mais é do que uma simples guerra de todos contra todos na 
qual todos os homens têm igual direito a todas as coisas; e a seguir, que todos os homens, tão cedo 
chegam a compreender essa odiosa condição, desejam (...) libertar-se de tal miséria. Mas isso não 
se pode conseguir e não se que, mediante um pacto, eles abdiquem daquele direito que têm a todas 
as coisas‖. HOBBES, Thomas. Do cidadão. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 18. 
 
Transição Estado de Natureza – Sociedade Civil: Passamos de um Estado de Natureza para um 
Estado Político mediante um Contrato Social. O ponto crucial é a legitimidade da ordem social e 
política, a base legal do Estado. O homem reconhece a necessidade de renunciar ao seu direito 
sobre todas as coisas em favor de um "contrato", (um pacto), pelo desejo de autopreservação, a 
Sociedade Civil. 
 
Soberania: Soberania é um conceito criado por Jean Bodin (1530-1596) e fundamental para 
justificar o poder centralizado das monarquias nacionais, apenas um poder central forte é capaz de 
manter a unidade do corpo da república. Para Hobbes a soberania é perpétua (por toda a vida) e 
absoluta, o detentor da soberania estará ―absolvido do poder das leis‖, cabe a ele o poder de ―dar e 
 
 
 
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anular a lei.‖ Um estado soberano é o que tem a posse de um território no qual o comando sobre 
seus habitantes se faz pela centralização do poder e o uso da força é legítimo e de direito. 
O poder resultante do pacto político é ilimitado e absoluto e portanto, não pode ser destituído, 
podendo utilizar a força das armas para manter a soberania e o silêncio dos súditos. O Contrato 
social é um contrato de submissão (subectionis), tácito e perpétuo. O Estado político/civil é soberano 
– tem poderes absolutos, portanto concentrados. Os poderes concentrados são ilimitados e 
indivisíveis e garantem a soberania do governante. Não há tirania para Hobbes: Hobbes tenta 
convencer que Estado era sinônimo de governo. Para ele, o Estado perderia a soberania se o seu 
conceito for desagregado do de governante. Nesse contexto, cabe lembrar a frase do rei Luis XIV, 
contemporâneo de Hobbes, e um dos mais bem-sucedidos reis de toda a história: "L'État c'est moi" 
(O Estado sou eu). Não existe tirania para Hobbes, pois não há excesso de poder na visão dele. O 
título de "tirano" era um mero juízo de valor feito a respeito do governante, uma pura e simples 
questão de ódio ou amor. 
 
EXERCÍCIOS 
 
QUESTÃO 01 
 
 
 
"Como não há poder político sem a vontade de Deus, todo governo, seja qual for sua origem, justo, 
injusto, pacífico ou violento, é legítimo; todo depositário da autoridade, seja qual for, é sagrado; 
revoltar-se contra ele é cometer sacrilégio." (Jacques Bossuet). A citação acima demonstra que: 
 
A) o governo, através de seu representante, deve atender aos anseios da comunidade. 
B) a escolha do governante deve obedecer à vontade de Deus. 
C) o povo é livre para escolher o chefe da nação. 
D) o poder do governante está baseado na Teoria do Direito Divino. 
 
 
QUESTÃO 02 
 
(UFU 09/2002) Segundo Hobbes (1588-1679), podemos definir estado de natureza como sendo o 
lugar onde: 
 
 
 
 
 
 
 
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A) todos são bons por natureza, mas a vida em sociedade os corrompe. 
B) os homens são bons, ―bons selvagens inocentes‖, vivendo em estado de felicidade original. 
C) todos são proprietários de suas vidas, de seus corpos, de seus trabalhos, portanto, todos são 
proprietários. 
D) reina o medo entre os indivíduos, que temem a morte violenta, que vivem isolados e em luta 
permanente, guerra de todos contra todos. 
 
 
QUESTÃO 03 
A justificação de Hobbes para o poder absoluto é estritamente racional e friamente utilitária 
completamente livre de qualquer tipo de religiosidade e sentimentalismo, negando implicitamente a 
origem divina do poder. O que Hobbes admite é a existência do pacto social. Esta é a sua 
originalidade e novidade. Marque (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas 
falsas: 
 
 
 
 
( ) Para Hobbes embora o homem viva em sociedade o mesmo possui o instinto natural de 
sociabilidade; 
( ) Onde não houver o domínio de um homem sobre outro, dirá Hobbes, existirá sempre uma 
competição intensa até que esse domínio seja alcançado; 
( ) A conseqüência da disputa entre os homem em seu estado de natureza gera um estado de 
guerra e de matança permanente nas comunidades primitivas (guerra de todos contra todos); 
( ) A única solução para dar fim à brutalidade social primitiva é a criação da sociedade política, 
através do contrato social administrado pela Igreja. 
 
A seqüência correta das alternativas é: 
 
A) F, V, V, F 
B) F, F, V, F 
C) F, F, F, F 
D) V, V, V, V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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