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A arte como meio e instrumento de inclusão a crianças com necessidades especiais físicas - paralisia cerebral

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PAGE 
34
ISES - INSTITUTO SUMARE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
A arte como meio e instrumento de inclusão a crianças com necessidades especiais físicas - paralisia cerebral
Rosi Meire Ferreira Taba
Cleane Gomes da Silva
São Paulo - 2011
ISES - INSTITUTO SUMARE DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
A Arte Como Meio e Instrumento de Inclusão a Crianças com Necessidades Especiais Físicas - Paralisia Cerebral
Trabalho de Conclusão de curso apresentado a Faculdade Sumaré, sobre a exigência do curso de Licenciatura Plena de Pedagogia.
São Paulo – 2011
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo pesquisar o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais físicas (paralisia cerebral) e em como as aulas de Arte podem atender satisfatoriamente a aprendizagem desses alunos, colocando-os em condição de igualdade junto aos colegas no processo de aprendizagem. Os procedimentos metodológicos consistiram na realização de pesquisas bibliográficas, coleta de dados através de observação em salas de aula em escola da rede pública municipal de São Paulo e no CEFAI (Centro de Formação e Atendimento a Inclusão). O tratamento dos dados apontou que as escolas municipais começam a se preocupar com a inclusão dos alunos deficientes físicos nas aulas e que o CEFAI realiza uma dinâmica de apoio e orientação para que se melhore e reveja os processos de ensino-aprendizagem junto aos alunos com necessidades educacionais especiais físicas.
Palavras-Chave: 1. Inclusão, 2. Arte e 3. Ensino-aprendizagem.
SUMÁRIO
ARTE E INCLUSÃO DE CRIANÇA COM NECESSIDES EDUCACIONAIS ESPECIAIS FÍSICAS (paralisia cerebral) NO CEFAI
INTRODUÇÃO
09
CAPÍTULO I - CEFAI e plano pedagógico de inclusão
10
1.1 Conhecendo o CEFAI (Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão)
10
1.2 A escola para o atendimento à inclusão
11
1.3 O aluno com necessidades educacionais especiais físicas
13
1.4 O aluno com paralisia cerebral nas aulas 
14
CAPÍTULO II - ARTE COMO PROCESSO FACILITADOR DE INCLUSÃO
16
2.1 A Arte na escola 
16
2.2 Arte e modos de percepção e expressão 
19
 2.2.1 As Artes plásticas 
21
 2.2.2 Arte e expressão corporal 
22
 2.2.3 Arte e expressão musical 
23
CAPÍTULO III - AULAS DE ARTE NA ESCOLA MUNICIPAL
24
3.1 Destaque dos alunos com paralisia cerebral nas aulas de Arte
25
3.2 Aulas de arte com adaptações e material de apoio 
27
CONCLUSÃO 
31
BIBLIOGRAFIA
32
ANEXO 
34
Dedicamos este trabalho a todos os professores e gestores que acreditam na formação de seus alunos e trabalham para uma educação de qualidade, nos inspirando em nossa carreira do magistério, bem como, aos nossos familiares e amigos que sempre nos incentivaram e apoiaram.
AGRADECIMENTOS
A Deus, nosso porto seguro e fiel iluminador de nossa jornada de vida e estudos.
A nossa família, que nos acompanha com incondicional apoio em todos os nossos empreendimentos.
A nossa Profa. Mestra Nancy Aparecida Arakaki, que nos
orientou com total empenho e dedicação.
Às Profas. Coordenadoras: Dona Rosinha e Dona Eliana, que nos abriram as portas da EMEF Dr. Pedro Aleixo, ficando a disposição para responder as nossas dúvidas.
Às Profas. Especialistas em inclusão Daniella e Luciana, que nos ajudaram a entender a inclusão na escola pública.
Às Profas. EMEF Dr. Pedro Aleixo: Solange, Ana Flores e Samira, que se dedicam com afinco para a educação de seus alunos.
Aos amigos que contribuíram de alguma maneira para nossa evolução como futuras professoras.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar,
e, ainda quando for velho, não se desviará dele”.
Pv 22.6
Banca examinadora
INTRODUÇÃO
O objetivo do nosso trabalho A arte como meio e instrumento de inclusão a crianças com necessidades especiais físicas - paralisia cerebral é voltado para a apresentação do CEFAI (Centro de Formação e Acompanhamento a Inclusão), e a importância da Arte no processo de aprendizagem e como apoio na construção social dos alunos com necessidades educacionais especiais físicas – paralisia cerebral. Reconhecendo a arte na educação especial como base para construção do conhecimento e como extensão do exercício da cidadania e apresentando didáticas e materiais pedagógicos.
Como processo cultural, a arte apresenta extensões estéticas e artísticas. A arte educação possibilita ao aluno o fazer, o exprimir e o de refletir sobre produções realizadas, tendo os princípios estéticos e artísticos. Como cultura, a arte e a educação completam-se, oferecendo contribuição no desenvolvimento de ambas, num processo de constantes inter-relações surgindo com uma educação estética.
Pretendemos gerar reflexões sobre a acessibilidade e a arte na educação especial, para que se observe no aluno, a apropriação do conhecimento e o desenvolvimento de habilidades, beneficiando seu processo de integração sociocultural. A criatividade acende a arte. Ela que incrementa e enriquece a realidade histórica deixando-a cada vez mais humana. A arte no processo escolar de pessoas com necessidades educacionais especiais físicas é um tema que nos faz refletir sobre a prática pedagógica, a análise de recursos e empenho que associados á diferentes linguagens artísticas, contribuem para o processo de desenvolvimento global desses alunos. 
No universo da arte, o aluno com necessidades educacionais especiais pode demonstrar seus sentimentos e sentidos em relação à sociedade, essa sociedade que por vezes o segrega ou discrimina. Conhecendo melhor sua sociedade e ela também o conhecendo como indivíduo produtivo e capaz. O estudo e a produção da arte poderá transformá-lo em um ser humano socialmente ativo, com uma autoestima positiva e uma função social determinada.
A dimensão global da arte trabalhada com os alunos possibilita a expressão de diferentes dimensões humanas, que podem ser investigadas. A arte é considerada um caminho para a interdisciplinaridade, pois se ao mesmo tempo existe o histórico e o cultural, as questões psíquicas e filosóficas se inter-relacionam.
As práticas pedagógicas na escola têm de ser estabelecidas de acordo com as necessidades educacionais especiais físicas de seus alunos e levando em conta seu desenvolvimento cognitivo e psicossocial. O desenvolvimento varia de indivíduo para indivíduo. 
Utilizaremos neste estudo de natureza qualitativa, além de fontes impressas, pesquisa com professores e gestores do ensino fundamental da rede pública municipal, verificando a aplicação da arte nas atividades e o que essas atividades podem facilitar e beneficiar o aprendizado dos alunos com paralisia cerebral. 
CAPÍTULO I - CEFAI e plano pedagógico de inclusão
1.1 Conhecendo o CEFAI (Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão)
Considerando as necessidades de organizar o sistema de Educação Especial na rede municipal de ensino foi criado o decreto nº 45.415, de 18 de outubro de 2004 com as principais normas e critérios estabelecidos da seguinte maneira:
1. Centro de formação e acompanhamento à inclusão (CEFAI);
2. A atuação dos Professores de Apoio e Acompanhamento a Inclusão (PAAI);
3. As salas de apoio e acompanhamento a Inclusão (SAAI);
4. Das escolas municipais de Educação especial (EMEE).
O CEFAI tem como princípios a escola para o atendimento da diversidade dos alunos. 
Planejando ações que favoreçam o processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais, sempre pensando em suas mobilizações, e suas necessidades.
A legislação prevê ainda atuação de equipe de apoio especializado pelos profissionais do CEFAI e da SAAI, em acompanhamento aos alunos matriculados na rede municipal de ensino com quadros de deficiência: Físicas, Intelectuais, Visuais, Auditivas, Múltiplas deficiências, Altas habilidades e superlotação, e Transtornos globais de desenvolvimento(TGD).
O CEFAI desenvolve visitas itinerantes no contexto da sala de aula, dentro do turno dos alunos, terá ainda participação nas reuniões pedagógicas e/ou horários coletivos que visam à inclusão dos alunos com necessidadeseducacionais especiais. Esta equipe conta com diversos profissionais como médicos, psicólogos entre outros profissionais.
O CEFAI conta também com uma equipe auxiliar de vida escolar (AVE), que acompanham os alunos com deficiências severas.
O CEFAI tem as seguintes atribuições: 
· Manter estrutura adequada e disponibilizar recursos materiais as unidades educacionais especiais que assegurem o acompanhamento pedagógico inclusivo na rede municipal de ensino;
· Organizar e coordenar as ações formativas nas unidades educacionais;
· Avaliar o trabalho desenvolvido nas instituições de ensino;
· Fazer o mapeamento da região, da região, da população que necessita de apoio especializado, e implementar as diretrizes relativas às políticas de inclusão;
· E desenvolver os projetos educacionais especiais de crianças, de jovens e adultos.
O professor de apoio e acompanhamento à inclusão (PAAI) realizará o serviço itinerante de apoio e acompanhamento pedagógico a comunidade educativa, promovendo continuamente a articulação com o projeto de trabalho co CEFAI. Visando o pleno atendimento individual ou em pequenos grupos conforme a necessidade.
Os sistemas de ensino, nos termos na Lei 10.098/2000 e Lei 10.172/2001, devem assegurar acessibilidade aos alunos com necessidades educacionais especiais, e flexibilizar as ações pedagógicas nas diferentes áreas do conhecimento de modo adequado as necessidades especiais de aprendizagem. 
 O CEFAI deve ser composto por um coordenador, e por, no mínimo, quatro PAAI,com formação em educação especial, preferencialmente um de cada área da deficiência(deficiência física, intelectual, auditiva e visual) e por supervisores escolares.
Desde sua regulamentação, em final de 2004, foram criados 13 CEFAI, um em cada Coordenadoria de Educação, que devem contar com recursos humanos e materiais que viabilizem e dêem sustentação ao desenvolvimento de seu trabalho no âmbito das U.E., na área de educação especial.
1.2. A escola para o atendimento à inclusão 
A legislação brasileira, retirada nas normativas do municio do Estado de São Paulo, define que a matricula na classe comum está assegurada para todo e qualquer aluno, não importando sua diferença, limitação, condição ou disfunção.
É vedada qualquer forma de discriminação e o condicionamento da matricula a entrega de documentos que comprovem quadros de deficiência.
As instituições educacionais devem criar condições para atender todo e qualquer aluno e garantir em seu projeto pedagógico, um plano de atendimento aos alunos com necessidades educacionais prevendo inclusive: currículo, técnicas, métodos, e recursos educativos em todos os espaços escolares possibilitando ao aluno sua integração e autonomia.
Com base nos princípios do Desenho Universal e da Lei nª 10.098/00, toda escola deve promover ambiente acessível, eliminando as barreiras arquitetônicas e adequando os espaços que atendam à diversidade humana. Também foi promulgado o Decreto Lei nª 5.296:2004 que “estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências”. Esse Decreto estipula um prazo de 30 meses, para que os lugares públicos organizem seus espaços de forma a torná-los acessíveis. A ação fiscalizadora dos Ministérios Públicos Estaduais garante o direito de acessibilidade espacial para as pessoas com deficiência.
A escola terá ainda as salas de apoio à inclusão(SAAI), que serão destinadas ao apoio pedagógico especializado de caráter complementar, suplementar e exclusivo aos alunos com necedades educacionais especiais desde que justificada a necessidade deste serviço, por meio da realização de avaliação educacional do processo de ensino aprendizagem. 
As avaliações de ensino e aprendizagem serão registradas em relatórios próprios da SAAI, na secretaria da escola.
1.3. O aluno com necessidades educacionais especiais físicas
O Atendimento Educacional Especializado, conforme explicado no livro do MEC: Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Física, utiliza modalidades da Tecnologia Assistiva, visando à realização de tarefas acadêmicas e a adequação do espaço escolar. Essas modalidades podem ter seu uso de acordo com as especificidades dos casos de adaptação e inclusão para cada aluno.
A Tecnologia Assistiva deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada e que se encontra impedida por circunstância de deficiência. (Bersch – 2007)
A Tecnologia Assistiva é composta de recursos e serviços. O recurso é o equipamento utilizado pelo aluno, que lhe permite ou favorece o desempenho de uma tarefa. O serviço de tecnologia assistiva na escola é aquele que buscará resolver os problemas funcionais do aluno, no espaço da escola, encontrando alternativas para que ele participe e atue positivamente nas várias atividades neste contexto:
· Na Comunicação Aumentativa e Alternativa, para atender as necessidades dos educandos com dificuldades de fala e de escrita;
· Na Adequação dos materiais didático-pedagógicos às necessidades dos educandos, tais como engrossadores de lápis, quadro magnético com letras com ímã fixado, tesouras adaptadas, entre outros;
· No desenvolvimento de projetos em parceria com profissionais da arquitetura, engenharia, técnicos em edificações para promover a acessibilidade arquitetônica. Não é uma categoria exclusivamente de responsabilidade dos professores especializados. No entanto, são os professores especializados, apoiados pelos diretores escolares, que levantam as necessidades de acessibilidade arquitetônica do prédio escolar;
· Na adequação de recursos da informática: teclado, mouse, ponteira de cabeça, programas especiais, acionadores, entre outros;
· No uso de mobiliário adequado: os professores devem conversar a coordenadoria pedagógica direção para solicitar à Secretaria de Educação adequações de mobiliário escolar, conforme especificações de especialistas na área: mesas, cadeiras, quadro, entre outros, bem como os recursos de auxílio à mobilidade: cadeiras de rodas, andadores, entre outros.
1.4. O Aluno com Paralisia Cerebral nas aulas 
O ambiente escolar é por natureza um espaço de interação social para os alunos, onde se sentem motivados a desenvolver a comunicação, se locomover, dentre outras ações que os faz perceberem as ações do gênero humano. Nesse ambiente compartilhado o ganho de habilidades faz muito mais sentido, pois permite o convívio participativo. Possibilitando acessos no ambiente escolar, o aluno tem sua incapacidade minimizada, por isso, sua deficiência não significa incapacidade de participação nas aulas, de desenvolver atividades ou de acompanhar os conteúdos apresentados em sala de aula. 
Piaget afirma que a inteligência se constrói mediante a troca entre o organismo e o meio, mecanismo pelo qual se dá à formação das estruturas cognitivas. „O organismo com sua bagagem hereditária, em contato com o meio, perturba-se, desequilibra-se e, para superar esse desequilíbrio e se adaptar, constrói novos esquemas. (Bersch e Machado, 2007 - p. 16).
O aluno com deficiência física, no caso paralisia cerebral, deve ter a oportunidade da inclusão escolar, para que não esteja à parte, realizando atividades meramente condicionadas e sem sentido. A escola quando possui um ambiente social inclusivo, dá ao aluno com atraso no desenvolvimento motor, como no caso da paralisia cerebral, inúmeras razões para se sentir provocado a desenvolver habilidades que não se desenvolveriam em um ambiente segregado. 
Este estudo foi realizado pelo Ministério da Educação e tem a publicação de livros guias para professores e cursos sobre inclusão, como no livro: Curso de Formação a Distancia de Professores para o Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Física, 2007, colocando a importância da escola se tornar um ambiente de inclusão e cidadania, acolhendo e incluindo o aluno com necessidades educacionais especiais, paraque ele possa desenvolver suas capacidades e adquirir habilidades, como todos os outros alunos. 
Em nossa pesquisa ficou evidente que, para que isso aconteça realmente, a escola vem se preparando passo a passo, para se tornar mais justa e inclusiva com seus alunos com necessidades especiais. As primeiras ações inclusivas nas escolas ocorrem da necessidade de adaptação social e pedagógica dos alunos e na acessibilidade física, com rampas de acesso e materiais para adaptação de atividades dadas ao aluno em sala de aula, como: leitura, escrita, pintura, etc.
Sabemos que o professor precisa conhecer seus alunos e sobre seus estágios de conhecimentos prévios, para assim, planejar suas aulas de maneira estimulantes e interessantes. No caso dos alunos com paralisia cerebral, o professor precisa conhecer também o histórico médico da lesão neurológica não evolutiva, a fim de conhecer suas limitações físicas, pois há uma diversidade de tipos de graus dessa deficiência física, que requer um estudo das necessidades de cada um, para tratar das adequações necessárias e possibilitar materiais ou maneiras de acesso inclusivo, para que o aluno possa participar ativamente das aulas. 
Muitos dos casos de paralisia cerebral não vêm isolados, ocorrendo também privações sensoriais (visuais ou auditivas), pois com frequência se faz uma associação entre a deficiência física e os problemas de comunicação. A alteração do tônus muscular, nessas crianças, o que prejudicará também a fala que poderá se apresentar alterada ou ausente. 
O prejuízo na comunicação traz dificuldades na avaliação cognitiva dessa criança, que comumente é percebida como deficiente mental. Nesses casos, o conhecimento e a implementação da Comunicação Aumentativa e Alternativa, no espaço do atendimento educacional, será extremamente importante para a escolarização deste aluno. (Bersch e Machado - P. 24).
O Plano Pedagógico da Escola Municipal de Educação Fundamental Dr. Pedro Aleixo, utilizado para os alunos do Ciclo I do Ensino Fundamental é o mesmo para o aluno com Necessidades Educacionais Especiais Físicas (paralisia cerebral), que deve participar do ensino em sala de aula nas escolas. Esse aluno especial, com paralisia cerebral, necessita de um apoio pedagógico para se desenvolver de acordo com o fluxo escolar, um desses apoios é realizado nas entidades que atendem as crianças com Necessidades Especiais, já nas escolas públicas municipais de São Paulo existe a SAP (Sala de Apoio Pedagógico) que atende todos os alunos que possuem dificuldade de aprendizado, inclusive os que possuem Necessidades Educacionais Especiais. Algumas poucas escolas municipais contam com a SAAI (Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão), que possui especialistas em Educação Inclusiva, sempre focada a uma determinada deficiência, que pode ser: física, auditiva, visual ou intelectual essas salas atendem crianças da região independente da escola onde estudem e esses atendimentos de Apoio Pedagógico são sempre realizados em horários diferentes do período de aula dos alunos atendidos.
O Atendimento Educacional Especializado, ministrado preferencialmente nas escolas do ensino regular e no caso da cidade de São Paulo, o CEFAI (Centro de Formação e Acompanhamento à Inclusão), é quem deve realizar uma seleção de recursos e técnicas adequados a cada tipo de comprometimento para o desempenho das atividades escolares. O objetivo é que o aluno tenha um atendimento especializado capaz de melhorar a sua comunicação e a sua mobilidade. Por esse motivo, o Atendimento Educacional Especializado faz uso da Tecnologia Assistiva direcionada à vida escolar do educando com deficiência física, visando à inclusão escolar.
A Tecnologia Assistiva no âmbito escolar busca com criatividade, uma alternativa para que o aluno realize o que deseja ou precisa, encontrando estratégias de como realizar de outras formas. Valoriza o aluno com necessidades especiais, em seu modo de realizar e consequentemente aumenta suas ações com o aprimoramento de suas habilidades. Faz com que o aluno conheça e crie novas alternativas para a comunicação, escrita, mobilidade, leitura, brincadeiras, artes, utilização de materiais escolares e pedagógicos, a exploração e produção de temas através do computador, etc. Isto é, envolve o aluno ativamente a desafiar-se na experimentação e no conhecimento, permitindo que construa individual e coletivamente novos conhecimentos. O aluno sai do papel de espectador e passa a ser o ator de sua história escolar.
Podemos dizer então que, o educando que possui necessidades especiais físicas como paralisia cerebral, tem a escola como o local mais ativo de sua vida social e por isso, a acessibilidade e interação com os colegas de classe e os professores são fundamentais para o seu desenvolvimento epistemológico. 
CAPÍTULO II - ARTE COMO PROCESSO FACILITADOR DE INCLUSÃO
2.1 A Arte na escola 
Para compreender e assumir melhor a responsabilidade como professor de arte é importante saber como a arte vem sendo ensinada, as suas relações com a educação escolar e com o processo histórico-social. A partir dessas noções podemos reconhecer na construção histórica, esclarecer como estamos atuando e como queremos construir essa história.
As práticas educacionais aplicadas em aula vinculam-se a uma pedagogia, uma teoria de educação escolar. Ao mesmo, as nossas práticas e teorias educativas estão impregnadas de concepções ideológicas, filosóficas que influenciam tal pedagogia. É claro que isto ocorre igualmente com ensino escolar de arte: a concepção de mundo deve embasar as correspondências que se estabelece entre as aulas de arte e as mudanças e melhorias que acreditamos ser publicitárias na sociedade. (FUSARI & FERRAZ, 1993, p. 21)
A educação escolar e o meio social exercem ação recíproca e permanente um sobre o outro. Para os educadores mais otimistas a educação escolar é pensada de forma idealística, considerando-a muito influente e capaz de mudar por si só, as práticas sociais. Em oposições a estes, existe outro grupo de professores que acredita que é a sociedade, com suas práticas, que determina totalmente a educação escolar, a qual por sua vez é considerada reprodutora dessa sociedade, sendo incapaz de mudá-la.
Ao analisar essas proposições percebe-se que ambas precisam ser consideradas. No entanto, é importante definir quais particularidades desses posicionamentos ao destacar nas aulas de arte, o que se quer conservar e o que é preciso para que se assuma uma posição mais realista e progressista, na qual a educação escolar em arte possa contribuir nas transformações sociais e culturais.
Para compreender e assumir melhor as responsabilidades como professores de Arte é importante saber como a arte vem sendo ensinada, suas relações com a educação escolar e com o processo histórico social.
A educação escolar e o meio social exercem ação recíproca e permanente um sobre o outro. Para os educadores mais otimistas a educação escolar é pensada de forma idealística, considerando-a muito influente e capaz de mudar, por si só, as praticas sociais. Percebe-se que ambas as proposições precisam ser consideradas.
No entanto, é importante definir quais particularidades desses posicionamentos destacam-se em aulas de arte, quais conservar e quais assumir para atingir uma nova posição mais realista e progressista, na qual a educação escolar em arte possa contribuir nas transformações sócio culturais.
A arte se movimenta entre tipos diferentes, com expressões próprias: Artes Plásticas, Expressão Corporal e Expressão Musical. Para mostrar mais claramente a Arte na sala de aula, dedicamos os próximos tópicos de nosso trabalho.
2.2. Arte com seus modos de percepção e expressão
A arte é uma expressão do sentir humano transformando em símbolos, não convencionais, que não necessariamente precisarão levar o observador a significados conceituais, pois antes de qualquer coisa, a arte deve ser sentida e não pensada.
Atualmente, quando a imitação e a cópia já atingiram as raias do absurdo, num tempo em que, na escola,a arte é apenas encarada como lazer é comum se perguntar quais seriam os tipos de arte que existiram, existem ou ainda, caso não sobrevenha à morte da arte, existirão.
Consumir esteticamente o resultado de um trabalho faz parte de uma necessidade básica do ser humano e, conforme alguns pesquisadores, até mesmo de certos animais. Enquanto esta necessidade é universal e, as formas pelas quais ela se manifesta, ou seja, os tipos de arte, tanto quanto ao tema, à técnica ou ao estilo estão constantemente mudando, renovando-se o processo de recuperar a cada nova obra uma expressão pessoal. Naturalmente fatores históricos e sociais modelam os tipos de arte, porém, desde a arte pura do homem paleolítico, passando pelos gregos arcaicos, pelas leis romanas na arte, pelo poder mágico da arte e todos os "ismos" que se seguiram. Passando pela fotografia, pelo cinema, ingressando na virtual idade da época atual, debatendo-se com a globalização, a verdadeira arte jamais se escravizará a códigos e será sempre inovadora e capaz de falar do seu tempo.
A arte, nos seus mais diversos tipos de expressão, transgredirá o estilo preponderante de cada época e falará ao sentimento humano ainda que este se encontre vazio e sem forma.
A presença das artes em todas as culturas tenta concretizar, em formas e cores, os sentimentos, emoções, experiências e conquistas do ser humano. Ao pensar nas artes plásticas, convém refletir sobre valores, sentimentos, emoções e significações passadas através dessa forma de comunicação e expressão.
Considera-se que as artes plásticas convergem a sua atuação, mobilizando a pessoa de dentro para fora, a motivação e a criatividade merecem um destaque especial.
A educação artística propõe-se a criar nos indivíduos não tanto um amor problemático e isola pelas belas obras, mas, sobretudo uma consciência exigente e ativa em relação ao meio ambiente, quer dizer, em relação ao panorama e à qualidade da vida cotidiana desses indivíduos, a educação artística propõe-se a criar nos indivíduos não tanto aptidões artísticas especificas, mas sobre tudo um desenvolvimento global da personalidade, através de formas as mais diversificadas e complementares possíveis de atividades expressivas, criativas e sensibilizadoras, a educação artística, porém, não se contenta apenas com as virtudes instauradoras do caso, do laissez-faire e da não intervenção, mas pressupõe, pelo contrario, a utilização de métodos pedagógicos específicos progressivos e controlados, os únicos capazes de produzir a alfabetização estética sem a qual toda expressão permanece impotente e toda criação e ilusória.
Importa sobremaneira à educação artística os valores do meio ambiente, a qualidade de vida. Nessa concepção estão incluídos os objetos naturais e artificiais, os estímulos sensoriais, formas, cores, cheiros, sabores, movimentos, ruídos, justaposição e superposição das qualidades percebidas, através das quais o espaço se acha ocupado, ritmado, modulado, diferenciado, determinado, como espaço familiar para quem o habita.
No trabalho com alunos da educação infantil e do ensino fundamental, retrata-se as buscas e tentativas de encontrar melhores caminhos, que estimulem a criança a se encontrar consigo mesma e a se relacionar mais profunda e criativamente com as pessoas e os desafios do ambiente que a cercam. O melhor ponto de partida será considerar a própria criança, naquilo que ela traz à escola e que reflete as suas vivências. Partir da cultura popular que caracteriza o grupo de crianças com o qual se trabalha, parece ser um caminho respeitoso, frutífero aos alunos e seus educadores. 
 2.2.1 As Artes plásticas 
As atividades nas artes plásticas propiciam às crianças condições de descobrir formas alternativas de comunicação e expressão, através da utilização de diferentes materiais.
"O desenho é um momento de evolução mental da criança, uma forma de transição do pensamento que completa e confirma a linguagem". (Read, 1992, p.15).
As artes plásticas em todas suas modalidades são instrumentos de extrema importância na educação qualquer aluno. Para os alunos com necessidades educacionais especiais, podem ser a oportunidade não só de expandir a sua criatividade, como também explorar diversos materiais sensíveis de modo altamente relevante.
Dentre as atividades de expressão plástica destaca o desenho entendo-se como tal não só traço no papel ou em qualquer superfície, com a maneira da criança compreender seu espaço. 
2.2.2 Arte e expressão corporal 
As atividades de expressão corporal consistem em propiciar as crianças com necessidades educacionais especiais à oportunidade para que possam, lúdica e livremente, movimentar o corpo, usando-o como forma de comunicação. Essas atividades podem ser inseridas no contexto da psicomotricidade na medida em que desenvolvem os aspectos relevantes ao conhecimento e controle do corpo.
As atividades corporais desenvolvidas para crianças com necessidades educacionais especiais têm como objetivos proporcionar prazer, estimular a experimentação de movimentos livres e naturais para que possam expressar a alegria dos movimentos livres e a capacidade de concentração.
Há padrões previsíveis no desenvolvimento da criança, o estabelecimento destes padrões forma desenvolvidos em função de princípios básicos de desenvolvimentos. Assim comentado por Ernest Fischer:
"Torna-se familiarizado com os princípios a compreensão de como padrões de vida da criança se desenvolve. Saber o que esperar da criança nos vários estágios de desenvolvimento pode auxiliar pais e professores a planejarem e promoverem experiências que serão usualmente apropriados. Toda pessoa dispõe de um repertorio de impressões sensitivas diversificas no âmbito das sensações acústicas, virtuais, do sentido do paladar, do olfato e do equilíbrio. A menos parte dessas impressões é adquirida por meio de um aprendizado institucionalizado". (Fischer, 1981, p. 78).
O desenvolvimento de uma pessoa depende de sua capacidade de movimentar-se e experimentar sensações. As experiências favorecem a assimilação de novas estruturas, ou seja, o ato motor promove aprendizagens que facilitarão futuras aquisições básicas do indivíduo.
Por intermédio do movimento, as pessoas com necessidades educacionais especiais, descobrem seu próprio corpo desenvolve sua consciência corporal, adquire noções especiais, estabelece relações com o mundo a sua volta criando relacionamentos mutáveis com algo seja um objeto, uma pessoa ou mesmo partes de seu próprio corpo.
2.2.3 Arte e expressão musical
As atividades de expressão musical também contribuem para a formação, o desenvolvimento e o equilíbrio da personalidade. Essas atividades estimulam integralmente as crianças com necessidades educacionais especiais, pois envolvem a discriminação auditiva de sons o desenvolvimento rítmico, a liberação da imaginação, a exploração das possibilidades de movimentação do corpo, e a sensibilização musical.
"A impressão da musica me obriga a esquecer de mim mesmo, em uma verdadeira situação, estranha a mim: sob o influxo da musica, tenho que sentir o que propriamente não sinto, de entender o que propriamente não sinto, de entender o que não entendo, de poder o que não posso". (Vygotsky, 1999, p.137)
Nesse sentido, ressalta-se o papel do ensino de arte no contexto da educação formal, assegurando a todas as crianças, jovens e adultos em formação, o acesso ao conhecimento artístico, enquanto meio de construção de formas de expressão e comunicação, enquanto a possibilidade de apreciação das manifestações estéticas e artísticas ao seu alcance, e enquanto modo de situar-se nas dimensões cultural e histórica, por meio da produção artística.
A educação por meio da arte colabora para a promoção do desenvolvimento de habilidades e capacidades, ajudando os alunos com necessidades educacionais especiais a se interagirem socialmente, através de atividades prazerosas, motivadoras apresentadas de maneira lúdica.
CAPÍTULO III - AULAS DE ARTE NA ESCOLA MUNICIPAL
3.1. Destaque dos alunos com paralisiacerebral nas aulas de Arte
O aluno com paralisia cerebral tem muita dificuldade na escrita, pois possui pouca habilidade motora fina, o que ocasiona na maioria das vezes o não acompanhamento das aulas junto com os colegas, sua participação fica limitada. Isso ocorre por não haver uma Tecnologia Assistiva ao aluno com Necessidades Educacionais Especiais nestas condições, e sem haver esses recursos de apoio ele fica como espectador da escola, aceitando passivamente os conteúdos passados em sala de aula, sem participação ativa. Apesar de a escola ter um bom ambiente social para inclusão dos alunos. Isso foi observado, em nossa pesquisa realizada em salas de aula do ensino fundamental ciclo I, na Escola Municipal de Educação Fundamental Dr. Pedro Aleixo.
Nas aulas da SAP (Sala de Apoio Pedagógico), que atende os alunos ainda não alfabetizados ou com grandes dificuldades de aprendizado, a professora tem atenção especial aos conteúdos e na forma de realizar as aulas, para atenção e interesse dos alunos possibilitando maior assimilação das aulas, são utilizadas muitas aulas lúdicas, com jogos teatrais, desenho, pintura, música e outras atividades ligadas à arte, com integração dos alunos, que realizam as atividades em dupla, grupo ou coletivamente e sempre com a orientação da professora. As sondagens são uma constante rotina. Esse Apoio Pedagógico traz para a escola um grande ganho, pois a atenção dispensada ao aluno e maneira focada nos seus saberes e desempenho, o coloca na sala de aula de maneira mais igualitária com os colegas, dando melhor possibilidade de acompanhar os saberes ensinados pela professora. Esse trabalho é um processo minucioso e também de desenvolvimento gradativo que tem um tempo diferente para cada aluno, conforme acontece com qualquer outra criança, conforme sabemos sobre a teoria de desenvolvimento de Vygotsky.
Através de nossa atuação pelo CEFAI nos anos de 2008 a 2010 e pesquisa de campo realizada para o TCC em 2011, podemos citar como exemplo os alunos com necessidades especiais educacionais - Paralisia Cerebral, que frequentam a mesa escola desde a 1ª série: Renan* (11 anos) e Cássia* (10 anos), que cursaram a 5º e 4ª séries respectivamente em 2009.
A alfabetização dos educandos foi muito lenta, a maior dificuldade segundo os professores era da escrita, pois não possuíam habilidade suficiente de escrita fina desenvolvida e as professoras utilizavam a mesma forma de ensino para toda a classe, sem utilizar outros recursos avaliativos, como a oralidade dos alunos. A oralidade era algumas vezes empregada pelas professoras nas aulas, mas acreditavam que se não registravam com a escrita, não podiam aprender como os outros educandos, os conteúdos aplicados em sala de aula. 
A aluna Cássia conseguiu se alfabetizar no final do ano de 2009, o que chamou a atenção da coordenação pedagógica da escola, e começaram a prestar mais atenção a como a aluna aprendia. Nesse ano, a professora da sala de aula dedicava tempo para uma explicação mais atenta a aluna e todos os dias realizava e trazia atividades adaptadas para sua alfabetização, como: oralidade e escriba, cruzadinha, lista de nomes prontos e recortados para leitura e identificação, leitura do alfabeto diária, letras móveis, aula de artes com atividades como: rasgar jornais e revistas, colagem, recortes e outros para desenvolver a escrita fina, etc. Na SAP (Sala de Apoio Pedagógico) a professora que a acompanhava desde a 2ª série relatava que a aluna Cássia não conseguia aprender, pois seu laudo médico acusava uma “pequena dislexia” e tinha dificuldade de conhecer e ler as letras. No final do ano de 2009 quando ela se alfabetizou, essa professora da SAP fez vários testes para comprovar, inclusive na sala de aula com a professora da 4ª série, pois ela dizia anteriormente que era “impossível” a aluna se tornar alfabética. 
No ano de 2010 houve uma mudança de professoras na Sala de Apoio Pedagógico que a aluna frequentava, a nova professora além de pedagoga é psicóloga e emprega muitas atividades de lúdicas para a alfabetização o que fez desenvolver a escrita da aluna, que começou a cursar a 5ª série e precisava acompanhar as aulas de vários professores. Os professores realizavam com a aluna, avalições das atividades com oralidade e como escriba, pois ela ainda escrevia devagar e com dificuldade média na escrita fina, os colegas também ajudavam nas cópias da lousa. Nas aulas de Artes a aluna consegue produzir os trabalhos e realizá-los com muita criatividade. Observamos que todas essas ações conjuntas aconteceram porque os educadores acreditaram no aprendizado da aluna, trazendo resultado positivo e superando muitos desafios da formação escolar, o principal foi da alfabetização, que deu a aluna Cássia a condição de poder se desenvolver “em seu tempo” de aprendizado e acompanhar seus colegas, tendo maior igualdade em sua formação como cidadã. 
O aluno Renan ainda não é alfabetizado, cursa atualmente a 6ª série, e os professores do ciclo II realizam avalições das atividades com a oralidade e como escriba, o aluno tem pouca habilidade e muita com dificuldade na escrita fina, os colegas ajudam às vezes nas cópias da lousa. 
As aulas de Artes são bem aproveitadas pelo aluno Renan, a professora especialista traz sempre atividades para serem realizadas com todos os alunos, principalmente pensada em adaptá-la a necessidade do Renan que consegue produzir os trabalhos e realizá-los com muita criatividade. “- Ele é muito falante e gosta de participar de todas as aulas”, nos conta a professora de Arte Solange. Novamente observamos que as ações pedagógicas positivas aconteceram quando os educadores acreditaram no aprendizado do aluno e o conhecem em suas necessidades educacionais especiais.
Podemos concluir através desses estudos que nas aulas de Arte, os alunos tiveram interesse e puderam desenvolver as atividades, com seu desempenho, essa atividades exigiam muitas vezes habilidades dentro das suas possibilidades físicas, criatividade e espontaneidade, por isso essas aulas foram muito importantes para melhorar a participação dos alunos com paralisia cerebral, não só a sala da SAP como também nas aulas de suas séries. Verificou-se que eles participaram de todas as aulas ativamente e desenvolveram as etapas dos projetos propostos superando algumas dificuldades, o que surpreendeu os colegas e os professores. 
Vimos que a disciplina de Artes pode trazer a interdisciplinaridade com suas nuances lúdicas e expressivas, instigando o interesse do aluno, por isso focamos essa disciplina em nosso Trabalho de Conclusão de Curso.
3.2. Aulas de arte com adaptações e material de apoio
Para rompermos a barreira do aprendizado, os professores podem utilizar muitas ações na rotina escolar sempre atentos e avaliando o nível de participação do aluno. Conhecendo seu aluno, o professor poderá solicitar verificação de Professor especializado para desenvolverem recursos e estratégias favoráveis, qualificando a interação do aluno com o grupo e promovendo acesso ao conhecimento escolar. A equipe de profissionais da reabilitação, que atendem o educando, também poderá colaborar buscando encontrar o recurso de TA (Tecnologia Assistiva).
Vamos agora descrever algumas situações reais que fizeram parte da rotina escolar e apresentaram alternativas e recursos para desenvolvimento das aulas em salas com alunos com Paralisia Cerebral:
Aula 1:
A professora de Artes pensou em uma aula que atendesse também a participação da aula com paralisia cerebral da 4ª série, seus objetivos eram de desenvolver o gosto pela leitura e escrita, a socialização, os conhecimentos sobre arte teatral, a criatividade e a organização, para todos os alunos. 
Ela iniciou sua aula mostrando textos de peças teatrais interessantes, eram peças que os alunos já haviam visto e gostado, pediu então a eles que formassem grupos de seis alunos para a criação de um texto de peça teatral, podendo ser releitura de peças já existentes, também deveriam organizar os personagens e ensaiarem para apresentação no pátioda escola. O trabalho deveria ser realizado em 3 etapas (aulas): criação do texto de teatro, ensaio da peça para ajustes dos personagens e texto e a apresentação no pátio, para os colegas das 4ªs séries. 
A aluna com Paralisia Cerebral pode participar ativa e criativamente da formação da peça teatral, mesmo com dificuldade motora na escrita fina, outro colega relatou o que todos queriam criar na peça, após uma discussão sobre a escolha do tema, da história e dos personagens. A peça foi chamada de “A Boneca Encantada”, uma releitura sobre a boneca Emília de Monteiro Lobato. A aluna com Paralisia Cerebral atuou como a personagem: amiga da Boneca Encantada, ela criou falas importantes no texto e mesmo sendo cadeirante, desenvolveu muito bem seu papel, pois os colegas criaram situações no palco para a mobilidade da colega. 
No processo de criação da peça, oram produzidos materiais e a aluna pode fazer recortes utilizando tesoura com mola (figura no anexo), colagem, rasgar papéis e pintar com lápis coloridos e pincéis engrossados (figura no anexo). Essas atividades além de colocar a aluna com necessidades educacionais especiais no mesmo nível de produção dos colegas de sala de alua pode treinar seus movimentos motores de escrita fina, desempenhando importante papel em seu desenvolvimento da escrita.
Aula 2:
Nessa aula de Artes a professora pensou em uma aula para atender todos os alunos com qualidade, principalmente a aluna com Paralisia Cerebral em uma 5ª série e que possuía quase nenhum movimento dos membros superiores e inferiores, sua fala também não podia ser entendida com facilidade. Objetivo da aula era que os alunos conhecessem vários instrumentos musicais e seus sons.
A professora formou grupos de quatro alunos e distribuiu para cada grupo cartas com desenhos de vários instrumentos musicais, pediu que eles ouvissem as músicas tocadas em CD e associassem os sons aos instrumentos das cartas. A aluna participou da aula com seu grupo apontando a carta que achava que era o som do instrumento tocado no CD. Ela certou todos os sons dos cinco instrumentos que escolheu, foi muito produtivo para a aluna. Todos ficaram surpresos com o resultado positivo, porque ela quase não consegue se comunicar com os colegas e pensavam que ela não poderia desenvolver tarefas na sala de aula.
Aula 3:
A aula de Artes era sobre Artes Visuais, com objetivo dos alunos conhecerem sobre o tema e serem capazes de criar trabalhos de Artes Visuais. A professora preparou a aula pensando em atender também com qualidade para o aluno com Paralisia Cerebral, com grande dificuldade motora em escrita fina.
Iniciou a aula apresentando trabalhos de Artes Visuais de artistas brasileiros e estrangeiros consagrados, explicou um texto sobre o tipo de arte e propôs uma criação de Arte Visual para os alunos, individualmente. Os materiais utilizados para o trabalho foram: papéis coloridos, revistas, catálogos, canetas coloridas, cola e papel de desenho tamanho A3. Os alunos rasgaram os papéis coloridos pensando no que queriam criar e fizeram colagem no papel de desenho A3. 
O aluno com Paralisia Cerebral fez seu trabalho rasgando os papéis coloridos e colando-os, a cola foi colocada em uma tampa de plástico para que o aluno pudesse passar os papéis coloridos nela e colar no papel A3, algumas vezes os colegas ajudavam a passar a cola. Depois da colagem ele contornou, de seu jeito, com canetas coloridas, que foram colocadas em engrossadores feitos com EVA. Os trabalhos ficaram muito bonitos e foram expostos em painel no pátio da escola. 
As professoras realizaram as avaliações pela observação do desempenho e qualidade de participação dos alunos nos conteúdos apresentados. 
Materiais diversos:
Podemos citas outros tipos de materiais para apoio ao aluno com Paralisia Cerebral, como: 
· A tesoura mola exige somente o movimento de fechar a mão;
· A tesoura mola sobre suporte fixo exige somente o movimento de bater a mão;
· A tesoura elétrica que é controlada por acionadores;
· A “aranha-mola” é um arame revestido, onde os dedos e a caneta são encaixados;
· Engrossador de espuma;
· Apontador adaptado;
· Plano inclinado, para fixar o livro sobre a mesa, pode ser colocado velcro na contra capa do livro e na mesa;
· Separadores de páginas, colando feltro adesivo (normalmente colado sob os pés de cadeiras) entre uma página e outra;
· Separador de páginas de feltro ou espuma; 
· Jogo de “quebra-cabeça”: confeccionado com papelão, rótulos ou figuras, papel contact e velcro fixado na base e no verso das peças;
· Jogo das cores: jogos confeccionados com tampinhas coloridas, caixa de papelão, papel contact, velcro, folhas coloridas e latas revestidas de cores; 
· Jogos de matemática: tampinhas, cartões plastificados, velcro e desafios matemáticos; 
· Jogo de cartas: foi construída uma base para fixar as cartas, possibilitando jogar com apenas uma mão; 
· Jogos que estimulam a leitura e escrita: confeccionados com cubos de madeira, letras em EVA (lâmina emborrachada), tampinha de leite, figuras impressas, papelão, contact e velcro. 
· Ponteira de cabeça. 
Na ponteira de boca a ponta intraoral deve ter o formato em “U”. Dessa forma, garantirá maior fixação pela ação de toda a arcada dentária. Poderemos também experimentar recursos que sejam utilizados com os pés, com ou sem acessórios de ajuda para fixar o lápis, pincel ou outro acessório.
CONCLUSÃO
Tendo em vista os argumentos apresentados, logo a legislação prevê atuação de profissionais especializados para o acompanhamento aos alunos matriculados com quadros de necessidades educacionais especiais, devendo as instituições criar condições para atender todo e qualquer aluno e garantir seu projeto pedagógico (ensino – aprendizagem), o ambiente escolar é por natureza um espaço de interação possibilitando assim que os alunos tenham suas necessidades educacionais minimizadas, e é neste ambiente inclusivo que o aluno passa a ter inúmeras razões de se sentir provocado a desenvolver habilidades nas quais em um ambiente segregado seriam impossíveis. Somos ainda levados a acreditar que é nas aulas de “arte” que os alunos com deficiências físicas: Paralisia cerebral consegue produzir os trabalhos e realizá-los com muita criatividade, porque a professora de “Arte” especialista sempre traz atividades para serem realizadas por todos os alunos sem exclusão.
As ações pedagógicas positivas aconteceram porque os educadores acreditaram no aprendizado dos alunos e o conhecem em suas necessidades educacionais buscando saná-las ou minimizá-las para que estas crianças com necessidades educacionais se sintam mais incluídos.
BIBLIOGRAFIA
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BERSCH, Rita. BROWINING, Nádia. MACHADO, Rosângela. SCHIRMER, Carolina. Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Física. SEESP / SEED / MEC. Brasília: 2007.
Coordenação geral SEESP / MEC. Saberes e práticas da inclusão: recomendações para a construção de escolas inclusivas. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. SEESP / SEED / MEC. Brasília: 2005. 
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FISCHER, Ernest. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Ed. Zhar, 1981.
FLORES, Ana Gertrudes. Plano de trabalho docente para Sala de Apoio Pedagógico (SAP). SME / SP: 2010.
FREIRE, Paulo. Educação: O Sonho Possível. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1982.
LIBANIO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos. São Paulo: Ed. Loyola, 1985.
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VYGOTSKY, L.S. Linguagem, desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ed. Ícone, 1988.
Sites consultados:
www.ablenetinc.com. Materiais de apoio para deficiência física. Acessado em 15/10/2010.
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www.expansao.com. Materiais de apoio para deficiência física. Acessado em 15/10/2010.
www.portalsme.sp.gov.br. Leis de Inclusão na educação. Acessado em 15/10/2010.
www.portalsme.sp.gov.br. Histórico CEFAI. Acessado em 15/10/2010.
ANEXO
Materiais de adaptação para utilizar em sala de aula:
Cortando com a tesoura em suporte fixo: Cortando com a tesoura adaptada:
 
Adaptadores de plástico e borracha para escrever e pintar:
Apontador adaptado:

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