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TICS 04 / 2020-2 / 5° P / MEDICINA ALUNO: DYEFFERSON HENRIQUE JACOBSON Quais os testes clínicos comumente utilizados para avaliar a integridade ligamentar do joelho? A articulação do joelho é sem dúvida a articulação mais envolvida em traumas diretos e indiretos, sejam em indivíduos atletas ou não atletas. Lesões meniscais, lesões condrais, lesões ligamentares estão entre as principais etiologias dolorosas da articulação do joelho. Deve-se verificar sempre a história da patologia, associar ao exame físico e a exames de imagem, certamente contribuirá para um melhor diagnóstico e melhor prognóstico. Abaixo os principais testes que envolvem a articulação do joelho: Teste de Lachmann ou Richey test Posição do paciente: decúbito dorsal com joelho a ser testado flexionado a 30º. Descrição do teste: o teste de lachmann é um teste específico para verificar a integridade dos ligamentos cruzados anterior (LCA) e ligamento cruzado posterior (LCP). No teste de lachmann para testar o LCA, o terapeuta segura firmemente com uma mão à coxa do paciente e com a outra mão traciona a tíbia superiormente realizando uma força de cisalhamento. Para a realização do teste de lachmann para o LCP apenas deve-se inverter a força de cisalhamento empurrando a tíbia para baixo. Sinais e sintomas: quando ocorre uma ruptura do LCA ou do LCP o paciente manifestará falseios durante a marcha e atrofia muscular. Raramente o paciente manifestará dor durante os testes. OBS: durante o teste de Lachmann e nos testes de gaveta anterior e posterior seria interessante o examinador colocar o polegar na interlinha articular para melhor precisar o deslocamento tibial e comparar com o membro oposto. Lembrar sempre que alguns pacientes poderão apresentar hiperlassidão ligamentar e o teste ser falso-positivo. Verificar sempre a história da lesão e a realização de outros exames para confirmar o diagnóstico. Teste da gaveta anterior e posterior Posição do paciente: decúbito dorsal com os joelhos flexionados a 90º. Descrição do teste: o terapeuta deverá sentar em cima do pé do paciente a fim de estabilizar a tíbia e abraçar com ambas as mãos a tíbia do paciente, colocando seus polegares na interlinha articular. Realizar uma tração anterior para testar o ligamento cruzado anterior e após realizar uma força antagônica para testar o ligamento cruzado posterior. Sinais e sintomas: o paciente no momento do teste não sentirá dor, apenas a sensação de deslocamento ficará nítida nos casos positivos. Teste de Slocum Posição do paciente: paciente em decúbito dorsal, com o joelho do membro a ser testado colocado a 90º de flexão e rodado ora em rotação interna de 15º, ora em rotação externa de 30º. Descrição do teste: o terapeuta estabiliza com suas mãos a tíbia do paciente do mesmo jeito que fez com o teste da gaveta anterior e posterior, ou seja, sentado em cima do pé do paciente ele roda a tíbia internamente a 15º para avaliar a integridade do LCA e lesões periféricas que envolvem principalmente a cápsula ântero-lateral e o ligamento colateral lateral. Em rotação lateral, o terapeuta também traciona anteriormente à tíbia observando se o lado externo do platô tibial torna-se mais anteriorizado, isso significa lesão do LCA e lesão periférica associada envolvendo principalmente a cápsula ântero-medial. Sinais e sintomas: igualmente no teste de gaveta anterior, no teste de slocum o paciente sentirá apenas leve desconforto e sensação de deslocamento. Teste de estresse em varo ou bocejo Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal. Descrição do teste: o terapeuta mantém a mão no lado medial do joelho e com a outra mão localizada na altura do tornozelo exerce uma ação no sentido medial tentando abrir a interlinha articular do joelho. O teste deverá ser efetuado a 0o e a 30º para melhor verificar a frouxidão ou lesão ligamentar. Sinais e sintomas: em caso de lesão do ligamento colateral lateral a interlinha lateral demonstrará uma abertura ou “bocejo” pronunciado. O paciente não sentirá dor ao teste. Teste de estresse em valgo ou bocejo Posição do paciente: idem ao teste anterior Descrição do teste: o terapeuta coloca uma das mãos no lado lateral da articulação do joelho e com a outra mão segurando no nível de tornozelo exerce uma força no sentido lateral. A abertura da interlinha articular demonstra frouxidão ou lesão do ligamento colateral medial. Sinais e sintomas: abertura da interlinha articular a 0o indica lesão tanto das fibras superficiais como as fibras profundas do ligamento colateral medial e a abertura aos 30º indica lesão somente das fibras superficiais. Teste do Pivo-shift ou Mcintosh Posição do teste: paciente em decúbito dorsal com o joelho a ser testado em extensão completa. Descrição do teste: o terapeuta realiza uma rotação interna da perna do paciente e ao mesmo tempo realiza uma flexão e um estresse em valgo do joelho do paciente. Em aproximadamente 25 a 30º de flexão, ocorrerá um ressalto súbito e o terapeuta sentirá que o platô tibial lateral irá descer. Esse achado é sinal positivo para ruptura do LCA. Continuando o teste o terapeuta observará que à medida que aumenta a flexão a tíbia se reduzirá subitamente. Sinais e sintomas: o paciente não sentirá dor apenas a sensação de frouxidão ligamentar e instabilidade. Teste de Jerk-test ou teste do ressalto Posição do paciente: idem ao teste anterior. Descrição do teste: o terapeuta coloca o membro inferior do paciente com 90º de flexão do joelho e rotação interna da tíbia e com uma das mãos impõe um estresse em valgo sobre o joelho. A partir dessa posição realiza uma extensão lenta e progressiva até o momento em que se nota um repentino ressalto articular, ou seja, ocorrerá uma subluxação ântero-lateral do joelho em caso de lesão do LCA e que se manterá subluxado até a extensão completa. Sinais e sintomas: o paciente não sentirá dor apenas a sensação de frouxidão ligamentar e instabilidade. Teste do Pivo-shif reverso ou Teste de Jakob Posição do paciente: decúbito dorsal com o joelho a ser testado flexionado a 80º e o pé apoiado na cintura do terapeuta e com a tíbia em rotação externa. Descrição do teste: o terapeuta flexiona o joelho do paciente passivamente até 80º com a tíbia rodada externamente e a coxa em adução e rotação interna. Em pacientes com instabilidade rotatória póstero-lateral, essa posição provocará a subluxação posterior do platô tibial lateral em relação ao côndilo femoral lateral. Prosseguindo ao teste o terapeuta realiza uma extensão do joelho, repousando o pé contra o seu corpo a fim de proporcionar uma carga axial e um valgo sobre o joelho. Em mais ou menos 20º ocorrerá uma redução do platô tibial lateral a partir de sua posição de subluxação posterior ocorrendo um ressalto. Sinais e sintomas: o paciente não sentirá dor apenas a sensação de frouxidão ligamentar e instabilidade.
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