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FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO APLICADO A PACIENTES CARDIOPATAS Cintia Teixeira Rossato Mora Fisioterapia Cardiológica FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO � É o conjunto de transformações que tem início na conversão e na liberação de energia, para a realização das atividades musculares, que resultam na contração muscular e nas mudanças nos mecanismos reguladores dos órgãos e tecidos visando a garantir a manutenção da capacidade vital do organismo humano. FONTES DE ENERGIA � Os carboidratos são a principal fonte de energia extraída dos alimentos, mas parte da ingestão dos carboidratos, quando o corpo encontra-se em repouso, é convertida diretamente em moléculas de glicogênio, que são armazenadas no fígado e nos músculos para sua conversão em moléculas de energia utilizável. FONTES DE ENERGIA � As gorduras são responsáveis pelo fornecimento de energia em exercícios de longa duração e baixa intensidade, como, por exemplo, a maratona ou provas de 800 ou 1.500 metros na natação. No entanto, esses estoques de triglicerídeos (forma de armazenamento da gordura no organismo) são transformados em sua composição básica, constituída de glicerol e ácidos graxos, por meio do processo denominado lipólise. FONTES DE ENERGIA � As proteínas são os nutrientes que fornecem menos substrato para se converter em energia utilizável: são responsáveis por apenas de 5% a 10% da energia utilizável para manter os exercícios por um tempo prolongado, sendo utilizada apenas sua unidade mais básica, os aminoácidos. SISTEMAS METABÓLICOS � Sistema do fosfageno (anaeróbico alático) � Sistema glicogênio – ácido lático (anaeróbico – lático) � Sistema aeróbico SISTEMA DO FOSFAGENO 1 - Trifosfato de adenosina (ATP) – fonte básica para a contração muscular � Cada ligação – 8.000 calorias/mol ATP Adenosina – PO4~ PO3~ PO3 ATP ADP AMP SISTEMA DO FOSFAGENO 2 - Fosfocreatina – produção do ATP em segundos, prove energia suficiente para a reconstituição das ligações de energias do ATP. Creatina ~ PO3 ATP SISTEMA GLICOGÊNIO – ÁCIDO LÁTICO - ANAERÓBICO � Glicogênio armazenado no músculo se degrada até glicose (glicólise) – metabolismo anaeróbico Glicose Ácido pirúvico Ácido pirúvico GLICÓLISE ATP ATP ATPATP ATP SISTEMA GLICOGÊNIO – ÁCIDO LÁTICO Ácido pirúvico Oxigênio ATP ATP ATP+ Ácido láticoÁcido lático Ácido lático Líquido intersticial e sangue ATP Mitocôndria ATP SISTEMA AERÓBICO Ácidos graxos Aminoácidos Glicose Oxigênio+ ATP ATP ATP ATP ATP = Oxidação nas mitocôndrias COMPARAÇÃO Sistemas Resistência Sistema fosfageno 10-15” Sistema glicogênio – ácido láctico 30-40” Sistema aeróbico Ilimitado (nutrientes) SISTEMAS METABÓLICOS VO2 � Constitui o volume de O2 extraído do ar inspirado, pela ventilação pulmonar, num dado período de tempo � mL.min-1 ou L/min-1 � Consumo de oxigênio 0 50 100 150 200 250 300 350 VO2máx 0 1 2 3 4 Taxa de trabalho (watts) V O 2 (l it ro s/ m in ) Situação onde a captação de O2 alcança um platô (steady-state) e não mostra aumento adicional com uma carga de trabalho adicional; Parâmetro de avaliação do metabolismo aeróbio, expres- sando a potência máxima de ressíntese de ATP Medida objetiva da capacidade funcional Maior taxa possível de utilização corporal de O2 com exposição corporal a cargas crescentes VO2 CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO VO2 máx VO2 pico . . 27,5 37,5 48,6 46,432,2 VO2 máx � Fatores que interferem na manutenção do steady- state: � perda de líquidos; � depleção eletrolítica; � temperatura, umidade; � combustível energético (glicose�cérebro e glicogênio�músculos); VCO2 = produção de dióxido de carbono (l/min) . CO2 metabólico CO2 não metabólico Metabolismo oxidativo Tamponamento do lactato PRODUÇÃO DE COPRODUÇÃO DE COPRODUÇÃO DE COPRODUÇÃO DE CO2222 (VCO(VCO(VCO(VCO2222)))) . VCO2 relaciona-se com a VE durante o exercício repouso exercício FR = 12 a 18 rpm 50 rpm VC = 300 a 600 ml/FR 70% da CV VE = FR x VC . VENTILAÇÃO PULMONAR (VE) EXERCÍCIO -200L/MINREPOUSO- 7 A 9 L/MIN COMPLACÊNCIA PULMONARCOMPLACÊNCIA PULMONARCOMPLACÊNCIA PULMONARCOMPLACÊNCIA PULMONAR PRESENÇA OU NÃO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA,PRESENÇA OU NÃO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA,PRESENÇA OU NÃO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA,PRESENÇA OU NÃO DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA, DA IDADE E DO BIOTIPODA IDADE E DO BIOTIPODA IDADE E DO BIOTIPODA IDADE E DO BIOTIPO . Pulso de oxigênio: (VO2/FC) Medida indireta do transporte de oxigênio cardiopulmonar; Função ventricular. Repouso Exercício Normal entre 4 e 6 ml/batimento 10 a 20 em exercício máximo valores em condicionados e saudáveis em qualquer condição que reduza o volume sistólico ou o conteúdo arterial de O2 PRESSÃO ARTERIAL Reflete os efeitos combinados do fluxo sanguíneo arterial por minuto (débito cardíaco) e da resistência a esse fluxo oferecido pela arvore vascular periférica PA= Débito cardíaco X resistência periférica total PRESSÃO ARTERIAL PAS= sístole contração ventricular esquerda- 120mmHg PAD= diástole relaxamento do ciclo cardíaco – 70-80mmHg Trabalho do ♥♥♥♥ e da força que o sg exerce contra as paredes arteriais na sístole ventricular Resistência periférica facilidade com que o sg flui das arteríolas para dentro dos capilares PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA • Relativamente mais baixa que a média aritmética da PAS e da PAD pois o ♥♥♥♥ permanece mais tempo em diástole • Força média exercida pelo sangue contra as paredes arteriais durante todo o ciclo cardíaco PAM= PAD+ [0,333(PAS-PAD)] PRESSÃO ARTERIAL - REGULAÇÃO � Local – autorregulação miogênica � Quando as fibras musculares das arteríolas distendem-se pelo aumento da PA, a arteríola se contrai. � Neural – ativação dos receptores periféricos - instantâneos � Ajuste das variáveis cardiovasculares PRESSÃO ARTERIAL - REGULAÇÃO � Reflexo dos barorreceptores – seio carotídeo e aórtico � Aumenta a atividade vagal, diminui a FC, vasodilatação, diminuição do retorno venoso e volume sistólico, diminuem o DC e PA � Quimiorreceptores – seio carotídeo e aórtico � Vasoconstrição para aumentar a PA PRESSÃO ARTERIAL - REGULAÇÃO � Receptores cardiopulmonares – átrios, ventrículos e vasos pulmonares � Podem alterar a resistência periférica em resposta à alteração na pressão intracardíaca, venosa ou vascular pulmonar. � Regulação hormonal - duradouros � Sistema renina-angiotensina (retenção de sal + vasoconstrição) � Vasopressina/hormônio antidiurético (volemia + resistência periférica total) � Peptídeo natriurético atrial (volemia + retorno venoso) PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO Varia com o tipo de exercício � Normais: PAS � até 220mmHg PAD mantem constante ou �10mmHg � PAS > 220mmHg ou � 15mmHg PAD com valores de repouso nornais 4 a 5X > change de futuros hipertensos HIPERTENSÃO REATIVA AO ESFORÇO PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO – Exercícios de resistência Gera tensão principalmente na fase concêntrica Compressão dos vasos arteriais Que irrigam os músculos ativos − RPT ↓↓↓↓ Perfusão total ↓ Fluxo sg muscular proporcional A % da capacidade de força Máxima exercida Tentativa de restaurar o fluxo − Da atividade do SN Simpático, − DC e PAM PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO – Exercícios de resistência � Exercício intenso de resistência � Sobrecarga cardiovascular aguda � Prejudicial a indivíduos com doenças cardíacas e vasculares RESPOSTAS CLÍNICAS FRENTE AOS ESFORÇOS Pressão Arterial: PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO – Exercícios em ritmo estável � PAD mantém-se quase inalterada Atividade muscular rítmica Vasodilatação nos músculo ativos ↓↓↓↓ RPT −Fluxo sg nos gdes segmentos da arvore vascular periférica − rápido da PAS Estabiliza em 140 a 160 mmHg Continuidade do exercício Vasodilatação das arteríolas dos músculos ativos ↓↓↓↓ PAS ↓↓↓↓RP ao fluxo sg PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO – Exercícios em ritmo estável 200 180 160 140 120 100 80 Rep 24 6 8 10 12 14 Inclinação na esteira PAD PAS � PAS e PAD + altas que nos MMII para um dado VO2 � MMSS massa muscular e árvore vascular de menor porte oferece maior resistência ao fluxo > sobrecarga ♥vascular ↑ na demanda do trabalho do miocárdio � pacientes - + apropriado exercícios com grandes grupos musculares (caminhada e corrida) PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO – Exercícios em MMSS RESPOSTA CLÍNICA DA PRESSÃO ARTERIAL FRENTE AO ESFORÇO � � inadequado da PAS com ∆ PAS < 35mmHg na ausência de queda na PAD → DISFUNÇAO CONTRATIL DO MIOCARDIO � � componente sistólico da PA no esforço → maior preditivo de DOENÇA ISQUEMICA GRAVE � � PAS 3 primeiros min pós testes acima da PAS no pico do exercício DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA � Menor variação da PA nas mulheres DUPLO PRODUTO � Interação de fatores mecânicos: � Desenvolvimento de tensão no miocárdio e sua contratibilidade � FC Determinam o consumo de O2 do miocárdio DP= PAS X FC Exibe uma relação com o VO2 Miocárdico e o fluxo sg coronariano Medidos em indivíduos saudáveis DP= 6000 repouso 40000 exercício FREQUÊNCIA CARDÍACA Prev Intensidade do exercício bpm destreinados treinado Fatores que interferem: -Idade (modulador) -Atividade física - peso (fator -) -sexo FREQUÊNCIA CARDÍACA � Aumenta de acordo com o aumento do trabalho físico e acompanha de perto o VO2max � ↑ FC > chance de IAM ou taquiarritmias graves FREQUÊNCIA CARDÍACA MÁXIMA � É aquela que atingiu um valor que mesmo se elevando ainda mais o esforço ela não se eleva � FCmáx estimanda= 220 – idade ( +/- 10) � Capacidade de reserva cronotrópica: � CRC= FCmax- FCrep Quanto maior a CRC melhor a condição do indivíduo FC pico: Trata-se do valor de FC obtido no seu momento de maior elevação durante uma atividade física realizada FC pico FC SUBMÁXIMA (FCsubmax) � São valores de FC abaixo do valor máximo, porém convencionou-se tratar a FCsubmax como o valor de FC que reflita uma zona de exercício considerada moderada a intensa � FCsubmax estimada= 195 – idade (+/- 10) FC limite � Trata-se do valor de FC que uma vez ultrapassado causa sinais e sintomas ao paciente FC ideal � Trata-se do valor da FC adequado ao paciente, permitindo obter o efeito de treinamento sem causar quaisquer complicações aos pacientes DÉBITO CARDÍACO (Q) � Quantidade de sg bombeada no ♥ por minuto; � Qmáx capacidade funcional do sistema cardiovascular de atender as demandas da atividade física DC= FC X VSE DC= PAM/ RPT DÉBITO CARDIACO � Repouso: � �51 para um FC média de 70bpm � �25% menor que nos � � Exercício: � Aumento do fluxo sg sistêmico DC Distribuição do DC Estresse ambiental Fadiga Modalidade do exercício Intensidade do exercício Fluxo sanguíneo regional −Qmáx= ↑proporcional na capacidade de circular O2 Afetando o VO2 EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO EM PACIENTES CARDIOPATAS AUMENTO DA CAPACIDADE FÍSICA DE RESISTÊNCIA � Exercícios com intensidade física de 70 a 85% da FCmax, 3x semana com 20 a 40 min de duração 3 a 6 meses −VO2max −METs � Adaptação do sistema de transporte de O2 � Equação de Fick � VO2=Q X dif.a-v AUMENTO DA CAPACIDADE FÍSICA DE RESISTÊNCIA Adaptação da circulação periférica que resulta de um aumento da volemia, densidade capilar e extração de oxigênio do sg capilar no exercício Resposta primário ao treinamento de pacientes cardiopatas � Melhora da perfusão � Melhora da função ventricular esquerda AUMENTO DA CAPACIDADE FÍSICA DE RESISTÊNCIA BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO DE FORÇA � Utilização de um percentual menor de força máxima durante as tarefas rotineiras � Realização das tarefas com menor PAS e FC � Resultando em menor demanda miocárdica de O2 � Melhora a percepção em relação a habilidade para realizar tarefas que exigem força MELHORA DOS SINTOMAS DE INTOLERÂNCIA AO ESFORÇO � Melhora dos sintomas: dispneia, fadiga e claudicação � ↑ do VO2máx pós-treino menor exigência da capacidade física � Melhora na produtividade e qualidade de vida � Demanda miocárdica de O2 ↓ ↓ PA e FC OUTRAS CONSIDERAÇÕES � Melhora da morbidade e mortalidade � Redução dos fatores de risco clássicos (hipertensão) � Redução da resposta do sistema nervoso simpático ao estresse mental e físico � Redução da ansiedade e depressão e uma resolução mais rápida após o evento cardíaco BOA NOITE!! ATÉ AMANHÃ!!!
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