Buscar

Resíduos Perigosos e Não Perigosos

Prévia do material em texto

6- O que é resíduo perigoso de acordo com a NBR 10.004 e quais características um resíduo deve ter para ser classificado nesta categoria?
Os resíduos perigosos, são designados de Classe I.
Segundo a Norma Técnica Brasileira NBR 10.004 (ABNT, 2004), são “resíduos que têm características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, ou patogenicidade.”
São aqueles que apresentam periculosidade, que é uma característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. E também os resíduos que constem nos anexos A ou B da Norma Técnica.
A NBR 10.004 dita nos anexos A ou B, os resíduos dessa categoria, que podem ser de fontes específicas ou não. É atribuído um código de identificação para cada tipo de resíduo, junto com seu constituinte perigoso, que são substâncias que conferem periculosidade aos resíduos, e a característica de periculosidade, que o torna um resíduo perigoso.
“NOTA O gerador de resíduos listados nos anexos A e B pode demonstrar por meio de laudo de classificação que seu resíduo em particular não apresenta nenhuma das características de periculosidade especificadas nesta Norma.” (ABNT, 2004, P.3)
Pode-se citar como resíduos perigosos de fontes não específicas, os solventes halogenados, utilizados em desengraxe, além de resíduos originados no processo de recuperação destes solventes ou de misturas que os contenham, estes possuem um ou mais constituintes perigosos e são tóxicos. 
Os solventes não halogenados, e também os resíduos originados no processo de recuperação destes solventes ou misturas, como acetona, xileno, etilbenzeno, entre outros, estes que não tem constituinte perigoso mais são inflamáveis.
Solventes não halogenados como tolueno, metiletilcetona, entre outros que além de conter constituintes perigosos, são tóxicos e também inflamáveis.
Soluções exauridas de cianeto provenientes de operações de galvanoplastia, os lodos provenientes do fundo de tanques de banhos galvanoplásticos, resíduos de banhos de têmpera provenientes dos banhos de óleo, empregados nas operações de tratamento térmico de metais, sendo todas essas operações nas quais são utilizados cianetos que é reativo e tóxico. 
Formulações descartadas contendo tri-, tetra- ou pentaclorofenol ou formulações descartadas sem uso contendo compostos químicos derivados destes clorofenóis, são considerados resíduos altamente tóxicos.
Óleo lubrificante usado ou contaminado, fluido e óleo hidráulico usado, óleo de corte e usinagem usado, óleos usados em isolamento elétrico, térmico ou de refrigeração, estes não enquadram-se como perigoso pela presença de um grande número de constituintes perigosos ou pelo efeito do conjunto destes, mas mesmo assim são considerados tóxicos.
Já os resíduos perigosos de fontes específicas são separados primeiramente pela fonte geradora, que podem ser: preservação de madeira, pigmentos inorgânicos, químicos orgânicos, pesticidas, explosivos, refino de petróleo, ferro e aço, ferroligas, zinco primário, cobre primário, chumbo primário, chumbo secundário, química inorgânica, fabricação de tintas, produtos farmacêuticos e veterinários, coqueificação, alumínio primário, rerrefino de óleo, e indústria coureira calçadista.
Dentre os resíduos gerados por essas fontes, todos são considerados tóxicos. Ainda pode-se destacar nos explosivos, o carvão usado proveniente do tratamento de efluentes líquidos que contenham explosivos, e a água rosa/vermelha proveniente das operações de TNT, que não contém constituintes perigosos, mas são reativos. Catalisadores que contém benzeno e arsênio, usados no refino de petróleo, que além de tóxicos são inflamáveis, e a borra ácida proveniente do processo de rerrefino de óleos lubrificantes usados, que são corrosivas.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2004. NBR 10004. Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro. Disponível em: <https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2014/07/Nbr-10004-2004-Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf> Acesso em: 26 jul. 2020
5-Descreva a diferença entre resíduo inerte e não inerte?
Os resíduos inerte e os não inerte, fazem parte de uma subdivisão dos resíduos não perigosos (resíduo classe II).
Resíduo não inerte, também chamado resíduo classe II A, são aqueles que apresentam propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
A Norma Técnica (ABNT, 2004) descreve que resíduo inerte são, “aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes […]”
São então, resíduos que não se apresentam como tóxicos, patogênicos, corrosivos, nem inflamáveis, e também não possuem tendência de sofrer uma reação química. Contudo, não é por isso que esses resíduos não podem trazem perigos ao meio ambiente.
Garrafa PET é um exemplo de resíduo não inerte. 
Eles não causam contaminação profunda, mas podem ser responsáveis pela obstrução dos boeiros nas cidades, causando enchentes e doenças, e também estão nos rios e mares causando morte da vida natural.
Resíduo inerte, ou resíduo classe II B, são resíduos que quando submetidos a um contato com água não têm nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Ou seja, eles não tiram a potabilidade da água, “excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme anexo G.”(ABNT, 2004) da Norma Técnica Brasileira NBR 10.004, neste anexo consta os padrões para ensaio de solubilização, contendo o parâmetro e o limite máximo no extrato.
Os resíduos inertes têm características de não se decomporem e de não sofrerem alteração da sua composição com o passar o tempo.
As rochas, vidros, borrachas, e tijolos, são alguns exemplos de resíduos inertes. 
Esses resíduos não poluem porque não alteram o solo e nem as águas, isso por não liberarem substâncias que prejudiquem o meio ambiente. Portanto, podem ser depositados em aterros sanitários ou até mesmo reciclados.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 2004. NBR 10004. Resíduos Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro. Disponível em: <https://analiticaqmcresiduos.paginas.ufsc.br/files/2014/07/Nbr-10004-2004-Classificacao-De-Residuos-Solidos.pdf> Acesso em: 26 jul. 2020
9- Qual é objetivo da Lei Federal nº 12.305/2010? Qual é a sua importância para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos?
Art. 7o São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; 
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; 
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007; 
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: 
a) produtos reciclados e recicláveis; 
b) bens,serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis; 
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; 
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; 
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Entre outras coisas, a PNRS prevê a eliminação dos lixões por todo o país e, também, a implantação de sistemas de reciclagem, reuso, compostagem, tratamento de resíduos e coleta seletiva em todos os munícipios brasileiros. 
Às cidades, foi concedido o período de quatro anos, encerrado em 2 de agosto de 2014, para que se adequassem às exigências da legislação. Contudo, quando o prazo se esgotou, somente 40% dos municípios havia implementado ações capazes de atender a lei. A disposição irregular de resíduos é considerada crime ambiental e passível de multa.
A gestão adequada do lixo não promove apenas benefícios ao meio ambiente. O impacto social é grande também, uma vez que as cooperativas de valorização de resíduos abrem centenas de posições de trabalho. Com uma exigência maior sobre sistemas de reciclagem e afins, certamente novos centros serão abertos e mais empregos ofertados.
Cada município deve avaliar suas necessidades e criar uma logística de gestão de resíduos que se adeque a sua realidade específica, englobando todas as zonas de sua área. Não raro, percebemos que habitantes das regiões centrais e mais populosas têm mais acesso à coleta seletiva, por exemplo, do que aqueles que residem em regiões mais afastadas. E o que acontece com o lixo? É depositado em terrenos baldios e aterros irregulares, expondo o meio ambiente à contaminação e colocando, ainda, a saúde humana em risco. 
Às indústrias, cabe assumir toda a responsabilidade sobre o produto que fabrica, inclusive com o fim de sua vida útil, adotando sistemas de logística reversa. Este é, aliás, um dos instrumentos da PNRS. Mas é sabido que grande parte das empresas, talvez a maioria, não coloca o princípio da logística reversa em prática.
À comunidade, como um todo, fica o dever de conhecer melhor a legislação, cobrar sua aplicabilidade e se comprometer em ter uma atitude proativa em relação ao meio ambiente. Todos, sem exceção, só têm a ganhar com o apoio e incentivo às iniciativas sustentáveis.

Continue navegando