Buscar

Resíduos sólidos de serviço de construção e demolição

Prévia do material em texto

5
VANDERSON FERREIRA PACHECO
Climatologia e MeteorologiaClimatologia e MeteorologiaResíduos sólidos de serviço de construção e demolição
São Luís
2024
Introdução
Segundo o Panorama Nacional de Resíduos Sólidos (ABRELPE, 2016), em 2016, foram coletados cerca de 45,1 milhões de toneladas de RCD, cerca de 0,08% menor do que em 2015. O mesmo levantamento da ABRELPE (2016) mostra um índice per capita de geração de RCC de 0,600 kg/hab/dia para o país. Porém, há disparidade de geração ao considerarmos as regiões do Brasil, por exemplo, o índice per capita para região Norte, em 2016, foi de 0,266 kg/hab/dia, ao passo que na região Sudeste o índice foi de 0,741, maior que a média brasileira. Assimile A diferença de geração de RCD por região está relacionada à maior concentração de pessoas, de renda e de investimentos, principalmente na região Sudeste, o que impulsiona o setor da construção civil e, consequentemente, uma maior geração de resíduos. Contudo, vale ressaltar que a quantidade de RCD pode ser ainda maior, visto que os municípios coletam apenas os resíduos lançados ou abandonados em logradouros públicos, ou seja, em locais inadequados. Além disso, uma parte destes resíduos sequer é conhecida, devido às más práticas da população, que os descarta sem qualquer controle, e à falta de registros, mesmo imprecisos e com baixa confiabilidade. De maneira geral, os municípios brasileiros enfrentam dificuldades relacionadas à grande quantidade de RCD produzidos associados à escassez de terrenos adequados, favorecendo assim, o aparecimento de depósitos clandestinos. Além disso, cabe ressaltar que há a necessidade de áreas menores para pontos de entrega voluntária (PEV’s), a fim de receber pequenos volumes, armazená-los temporariamente, para encaminhá-los para reciclagem ou para disposição final adequada. Dentro deste contexto, o Estatuto das Cidades (Lei nº 10.257/2001), exige que os municípios adotem políticas setoriais articuladas com os seus Planos Diretores, acerca da gestão dos resíduos, dentre eles os RCD (BRASIL, 2001). Nesta mesma linha, a Resolução CONAMA nº 307/2002 estabeleceu diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil (BRASIL, 2002). Segundo a Resolução CONAMA nº 307/2002, alterada pelas Resoluções CONAMA nº 348/2004, nº 431/2011 e nº 469/2015, todos os municípios e Distrito Federal são obrigados a implantar o Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PIGRCC) e, os grandes geradores (pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos na Resolução CONAMA nº 307/2002) devem elaborar e implementar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC). Além disso, determinou que os geradores devem adotar medidas que minimizem a produção destes resíduos, promovam a sua reciclagem ou reutilização e, quando estas forem inviáveis, que eles sejam reservados de forma segregada para posterior utilização ou disposição final ambientalmente adequada (aterro sanitário licenciado, exceto o aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos) (BRASIL, 2005)
Reciclagem de resíduos de construção e demolição 
Descrição da situação-problema 
É notório que o setor da construção civil acompanha o crescimento econômico de um país, sendo, inclusive, responsável por uma parte do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, o setor também é responsável pela geração de uma grande quantidade de resíduos. Neste contexto, imagine a seguinte situação: você acaba de ser contratado, como profissional da área ambiental de uma grande construtora, responsável pela construção de 500 casas populares na sua cidade. A construtora solicita que você apresente soluções para os resíduos de construção gerados no empreendimento, desde a fase de terraplanagem até a fase de entrega das casas. 
Quais os resíduos de construção, e sua classificação, são gerados neste empreendimento? Quais as alternativas e/ou soluções para diminuir a geração de RCD na obra? Quais resíduos podem ser utilizados como agregados? 132 U3 - Resíduos de serviço de saúde, de construção e demolição, resíduos radioativos e industriais Resolução da situação-problema Os RCD gerados na construção de 500 casas envolvem basicamente todos os resíduos classificados no Art. 3º da Resolução CONAMA nº 307/2002 e suas alterações, dadas pelas Resoluções CONAMA nº 469/2015, n° 431/2011 e n° 348/2002, que são: Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados (reparos, terraplanagem); Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso; Classe C – resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação; e Classe D - resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
Porém, é importante frisar que, no mês de novembro de 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu, em todo o país, o uso do amianto crisotila. Enquanto profissional da área ambiental, você pode sugerir a utilização de agregados reciclados, a partir dos resíduos de Classe A gerados na própria obra, para aplicação em compostos cimentícios e pavimentação. É importante sugerir que o tempo de estocagem dos materiais seja reduzido, evitando perdas e desperdícios. Além disso, é importante sugerir que seja realizado um bom layout do canteiro de obras, buscando diminuir a distância percorrida pelos colaboradores, diminuindo perdas acidentais, entre outras alternativas
REFERÊNCIAS
FIORENTIN, O. Uma proposta de consórcio para gerenciamento de resíduos sólidos urbanos na unidade de receita da Costa Oeste pela Companhia de Saneamento do Paraná. 2002. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Engenharia de Produção. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. 16 
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
GUIMARÃES, R.; FONTOURA, Y. Desenvolvimento Sustentável. Scielo Brasil. 2012.
image1.png

Continue navegando