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Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Capítulo 7 Materiais para Ferramentas de Corte A seleção do material de ferramenta a ser empregado é feita com base em uma série de fatores. Abaixo são apresentados os critérios que Shaw (1984), Trent e Wright (1999), Diniz et al. (1999), Marcondes (1999) e Machado e Da Silva (1999) consideram mais relevantes: Dureza do material a ser usinado; Tipo de cavaco gerado pelo material a ser usinado; Processo de usinagem, ou seja, corte interrompido (fresamento), corte contínuo (torneamento), lubrificação do corte, tempo de ciclo, acabamento ou desbaste; Condições da máquina em termos de rigidez (sem folgas/vibrações) , potência, controles durante o processo (in process), sistema de refrigeração das ferramentas; Forma e dimensão da ferramenta; O custo do material da ferramenta é fundamental para a escolha do mesmo, ou seja, sempre se buscará um material alternativo de menor custo; Parâmetros de usinagens como velocidade e profundidade de corte e avanço; Características finais do produto, tais como: qualidade superficial e dimensional requerida. Abaixo, são listadas as principais propriedades que o material da ferramenta deve possuir, porém em função da aplicação uma ou mais propriedades devem se destacar em relação às outras. • Alta dureza (principalmente à quente); • Tenacidade (suficiente para evitar falhas por rupturas); • Alta resistência ao desgaste; • Alta resistência a compressão e ao cisalhamento; • Boas propriedades mecânicas e térmicas, isto é muito importante principalmente para a dureza a quente do material; • Boa condutividade térmica; • Baixo índice de expansão volumétrica; Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 87 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte • Alta resistência ao choque térmico; • Alta resistência ao impacto; • Ser inerte quimicamente. Machado e Da Silva (1999), apresentam os materiais para ferramentas de corte existentes hoje no mercado mundial em ordem cronológica, conforme esquematizado na Figura 7.1. À medida que se desce na lista, ganha-se em dureza (ou resistência ao desgaste) e perde-se em tenacidade, e vice-versa. Aço CarbonoComum Com elementos de ligas (V,Cr) Aço Rápido Aço Semi-Rápido (Baixo W) Aço Rápido (com e sem revestimento) Aço Super -Rápido (elevado teor de V) Ligas Fundidas Metal Duro (com e sem revestimentos) Classes : P, M ,K, N, H, S Cermets (com ou sem revestimento) Cerâmicas (com ou sem revestimento) Ultraduros: CBN-PCBN Diamante Sintético (PCD) Diamante Natural A um en to d a te na ci da de A um en to d e du re za e re si st ên ci a ao d es ga st e Figura 7.1 – Quadro demonstrativo dos materiais para ferramentas. O grande número de ferramentas existentes no mercado torna difícil a escolha e aumenta a complexidade do processo de seleção. O projetista de ferramentas deve considerar todas as propriedades já listadas, mas ele próprio deve destacar as propriedades mais importantes de acordo com o tipo de aplicação. O material Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 88 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte perfeito seria aquele que tivesse a dureza do diamante natural, a tenacidade do aço- rápido e a inércia química da alumina (Al2O3). 7.1 - Aços Carbono e Aços Liga (Ferraresi, 1977 e Machado e Da Silva, 1999) Na primeira parte do século passado os aços comuns ao carbono e, mais tarde os aços de baixa e média liga (que foram introduzidas por Müshet em 1868), eram os únicos materiais de ferramentas disponíveis. Com o aparecimento de materiais mais resistentes, logo foram substituídos, embora ainda hoje sejam utilizados em aplicações de baixíssimas velocidade de corte, no ajuste de peças. O maior problema é que eles perdem a dureza quanto aquecidos a temperaturas superiores à de revestimento (de 300o a 600o C). 7.2 - Aços-Rápidos (Ferraresi, 1977 e Machado e Da Silva, 1999) O primeiro grande impulso causado nos materiais de ferramentas aconteceu na virada do último século, quando Taylor e White desenvolveram o primeiro aço- rápido, contendo 0,67% C, 18,91% W, 5,47% Cr, 0,11% Mn, 0,29% V e apropriado tratamento térmico. Seu surgimento revolucionou a prática de usinagem naquela época, dando um grande aumento na produtividade. Exatamente por isso, estes aços levaram este nome. Hoje, comparando com os materiais das ferramentas da chamada terceira geração, eles poderiam ser chamados de “aços-devagar” ou “aços- molengões”. Na época, os aços carbono eram aplicados na usinagem de aços mais “moles” e de outros não ferrosos, como o cobre e suas ligas, à velocidades de corte não superiores a 5 m/min, enquanto os novos materiais aumentaram essas velocidades para valores até 25 m/min. Os HSS são aços de teores de carbono entre ~0,7 a 1,2 %C e altamente ligados. Os principais elementos químicos, formadores de carbonetos são: W, Mo, V e Cr. Além destes, o Co também é adicionado frequentemente. Os carbonetos formados são extremamente duros o que confere ao aço elevadas resistências ao escoamento e à tração e além disso, a desejada dureza a quente. Comercialmente encontra-se aços classificados segundo a sua formulação básica: ao W, ao W-Co, ao Mo, ao Mo-Co e ao W-Mo-Co. Os aços comercialmente disponíveis com teores de Co entre 8 e 12% Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 89 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte são, para efeito de marketing denominados como aços de elevada dureza a quente, mas efeito similar pode ser obtido com a adição de W e/ou V. Com o passar dos anos, as propriedades destes materiais foram melhoradas, chegando-se à perfeita combinação dos elementos de liga ao domínio do processo de tratamento térmico. Normalmente esses materiais são especificados, pelas iniciais da literatura inglesa por HSS (High Speed Steel). A prática vem contrariando aqueles que acham que os aços-rápidos estão ultrapassados. As qualidades deste grupo de materiais são tão grandes que mesmo hoje, já há quase um século depois de descobertos, eles ainda sobrevivem no meio de vários outros grupos com fantásticas propriedades. As aplicações dos aço-rápidos são principalmente em brocas, fresas, cossinetes, brochas, matrizes e até ferramentas de barras para aplicações em torneamentos de peças de diâmetros reduzidos, cuja velocidade de corte conseguida é inferior à velocidade econômica de corte dos materiais de ferramentas mais resistentes. Encontra-se no mercado um variado grupo de aço-rápidos, com cada um tendo sua aplicação ótima. Dois grandes avanços foram conseguidos nos anos 70 e merecem destaque: a. Ferramentas de Aço-Rápido Revestidas São camadas de TiN, TiC, HfN ou Al2O3 aplicadas nas ferramentas pelos processos CVD - Chemical Vapour Deposition e PVD - Physical Vapour Deposition. O processo CVD exige que as ferramentas sejam aquecidas a temperaturas elevadas (próximas a 1000o C), o que provoca alterações metalúrgicas nos aços rápidos, apesar de que se tem obtido algum sucesso com TiN a temperaturas mais baixas. Por outro lado o processo PVD faz a deposição da camada a temperaturas mais baixas (500o a 600o C e recentemente até inferiores a 2000C), o que facilita a sua aplicação. Recentemente, surgiram os recobrimentos de TiNAl, que vem apresentando bons resultados em brocas e fresas caracóis. A grande vedete dos revestimentos surgiu comercialmente no início desta década, que é a aplicação de multicamadas, micro ou nanométricas, principalmente de TiC e TiN, intercaladas e sobrepostas. Esse novo conceito, em muitos casos mostrou se eficaz e noutros inúmeros, o Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 90 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais paraFerramentas de Corte desempenho da ferramenta deixou a desejar, ou seja, esse é um conceito que promete, mas acredita-se que a tecnologia de aplicação ainda carece de melhor desenvolvimento. b. Ferramentas de Aço-Rápido Fabricadas pela Metalurgia do Pó (“Sinterizadas”) São fabricadas pela metalurgia do pó, que tem a vantagem de possibilitar partículas de carbonetos menores e mais dispersas na matriz, além de facultar a incorporação de um número maior de elementos de liga (carbonetos) que o processo de fabricação convencional. Hoje são encontradas no mercado fresas, brocas e outras ferramentas fabricadas por este processo e são normalmente denominadas por HSS-PM (High Speed Steel – Powder Metallurgy). Os aços denominados como Semi-rápidos são os HSS com menores teores de tungstênio. Isto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial em que temeu-se a escassez desse elemento químico e o aço resultante apresentava propriedades mecânicas inferiores. Já os aços Super Rápidos são os HSS com elevados teores de vanádio. Com isto, obteve-se produtos com propriedades superiores o que o habilitou a usinar em condições de corte maiores. 7.3 - Ligas Fundidas (Machado e Da Silva, 1999) Elas formam um outro grupo de materiais de ferramentas de corte e surgiram mais ou menos na mesma época dos aços-rápidos, mas tiveram grandes aplicações somente mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial. São ferramentas a base de Co, contendo W e Cr em solução sólida, e às vezes alguns carbonetos. Estas ligas são mais duras do que os aços-rápidos e mantém esta dureza a temperaturas mais elevadas, e em decorrência disso as velocidades de corte são maiores (em torno de 25%). Na realidade, a não ser em aplicações muito especiais, as ligas fundidas estão caindo em desuso, tanto pela escassez de matéria-prima (e aumento do preço) como também por haver no mercado materiais que se comparam a elas e até as superam a custos menores. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 91 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte 7.4. Ferramentas de Metal Duro O Metal Duro apareceu na década de 20, na Alemanha, quando Schroter conseguiu produzir em laboratório o WC em pó pela primeira vez. A mistura deste pó principalmente com o cobalto, também em pó, trouxe ao mercado um dos mais fantásticos grupos de materiais de ferramentas de corte “os Metais Duros”. Quando os alemães perceberam as excelentes propriedades de dureza e resistência ao desgaste desse material, eles logo o batizaram como “Widia” de (Wie diamond do alemão = como o diamante) e esse foi o segundo marco na evolução dos materiais para ferramentas de corte, após o surgimento do aço rápido. O grande sucesso do metal duro é o fato deles possuírem a combinação de resistência ao desgaste, resistência mecânica e tenacidade em altos níveis. Os metais duros são fabricados pela metalurgia do pó e utiliza partículas duras de carbonetos de metais refratários finamente divididas, então são sinterizado com um ou mais metais do grupo do ferro (ferro, níquel ou cobalto) formando assim, um corpo de alta dureza e resistência a compressão. O metal aglomerante é na maioria das vezes o Cobalto. Uma característica muito importante no metal duro é o tamanho de grão das partículas duras. Partículas grandes produzem maior tenacidade, enquanto partículas pequenas auxiliam na obtenção de um metal duro mais duro e resistente. A primeira ferramenta de metal duro, desenvolvida na Alemanha, continha apenas WC+Co e mostrou-se prodigioso na usinagem de Ferros Fundidos Cinzentos, mas demonstrou baixa resistência a craterização quando usinando aços (Machado e Da Silva, 1999). Para superar este problema adicionou-se Tic, TaC e/ou NbC aos WC + Co reduzindo conseqüentemente os problemas de craterização na usinagem de aços. As razões para isso foram: • O carboneto adicionado (titânio, tântalo e/ou nióbio) tem maiores durezas que o WC e portanto, apresentam maiores resistências ao desgaste • A solubilidade dos carbonetos adicionados no ferro é muito menor que o WC, isto inibe a difusão, que é um mecanismo de desgaste comum a altas temperaturas. • A estabilidade dos carbonetos adicionados é maior que os WC. Isto implica em maiores dificuldades de dissolução e difusão desses elementos. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 92 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte A fabricação do metal duro ocorre por meio da metalurgia do pó e pode ser resumida da seguinte forma: O tungstênio na sua forma original encontrada na natureza é transformado após uma série de reações químicas em tungstênio puro, este é então misturado em carbono puro e levado a um forno a altas temperaturas (1375 º C a 1650 ºC) para formar o WC (Marcondes, 1990). O tamanho de grão de carboneto de tungstênio obtido é da ordem de 0,4 a 7 µm (Jack, 1987). Os carbonetos são então moídos e secados com spray, esta moagem pode ocorrer depois da mistura com o cobalto, na proporção ideal de cada classe, ou opcionalmente pode-se misturar o cobalto (na forma de pó finos) após a moagem. A mistura é comprimida a frio em matrizes, geralmente usando uma adição de cera lubrificante para facilitar esta etapa. Esta cera será extraída do produto durante o tratamento de sinterização. Após a prensagem, o produto já ganha formato final desejado, apresentando uma porosidade da ordem de 50 % em volume, e pode ser manipulado. A sinterização segue imediatamente esta etapa. É realizada a vácuo, em temperaturas da ordem de 1500 º C, com a porosidade sendo reduzida para menos de 0,01 % (Jack, 1987). Esta baixa porosidade é possível de ser obtida devido a fase líquida do metal ligante presente. Após a sinterização o produto sofre uma redução de tamanho, que pode chegar da ordem de 18 %. Antes de ser comercializado, normalmente, o produto é retificado, para formatar as arestas. Observa-se que quando se trata de produtos da classe P ou M , há também a adição de TiC TaC e/ou NbC. A fabricação do metal duro está evoluindo e no início desta década surgiram comercialmente os pós micrométricos, que proporcionaram a fabricação do metal duro com microgrãos. Essa ferramenta ganhou em dureza, mas sem o comprometimento da tenacidade, com ligeira queda na condutividade térmica e com isso, a resistência da ferramenta foi melhorada e sem dúvida, os parâmetros de corte utilizados no processo puderam ser aumentados. A norma ISO classificou os Metais Duros em classe P, M, K, N, H e S, de acordo com o material da peça a ser usinado: • Classe P: usinagem de aços; • Classe M: usinagem de aços inoxidáveis • Classe K: usinagem de ferro fundido; Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 93 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte • Classe N: usinagem de alumínio; • Classe H: usinagem de aços endurecidos; • Classe S: usinagem de superligas; Dentro destas classes temos outra divisão por números (ver Tabela 7.1). Classe P Essa classe é mais conhecida como classe dos aços ou cavaco longos as ferramentas de Metal Duro desta classe possuem em sua matriz elevado teores de Carboneto de Titânio (TiC), Carboneto de Tântalo (TaC) e/ou Carboneto de Nióbio (NbC). Estes carbonetos conferem ao Metal Duro elevada resistência ao desgaste e elevada dureza, isto permite a usinagem de materiais que produzem cavacos mais longos os quais formam uma área de contato (maior atrito)bem maior com a superfície de saída da ferramenta. Classe M É a classe intermediaria na matriz do metal duro existe o Carboneto de Titânio (TiC), Carboneto de Tântalo (TaC) e/ou Carboneto de Nióbio (NbC) porem em teores menores do que aqueles utilizados na classe P. normalmente é utilizada na usinagem de aços inoxidáveis. Classe K É também conhecida por classe dos ferros fundidos mastambém é utilizada na usinagem dos aços temperados ,não ferrosos,plásticos e madeiras. Nesta classe o Metal Duro é composto por WC+Co ,ou seja, carbonetos de tungstênio aglomerado pelo cobalto, esta classe não é muito resistente ao desgaste de cratera, portanto são usadas na usinagem de materiais frágeis que geram cavacos curtos os quais provocam menor atrito entre o cavaco e a região de saída da ferramenta. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 94 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte As classes com maior teor de Cobalto como é a classe K, são mais empregadas nas condições de usinagem de acabamento ou cortes interrompidos, pois estas criam tensões mais elevadas na ferramenta exigindo assim maior tenacidade. Tabela 7.1 - Classificação dos metais duros. Designação ISSO Dureza e Resistência ao Desgaste Tenacidade P 01 P 10 P 20 P 30 P 40 P 50 M 10 M 20 M 30 M 40 K 01 K 05 K 10 K 20 K 30 K 40 7.4.1. Ferramenta de Metal Duro com Revestimento O revestimento de ferramentas de metal duro pode garantir uma performance bem superior à ferramenta sem revestimento na usinagem de materiais ferrosos. Atualmente 80% das ferramentas de metal duro (Figura 7.2) utilizadas na industria possuem revestimento. Normalmente o revestimento provoca uma coloração dourada na ferramenta (se o revestimento for à base de TiN) enquanto as ferramentas sem recobrimento normalmente se apresentam na cor cinza escuro. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 95 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte O revestimento pode ser uma única camada de TiC, ou, mais comum, ser de triplo revestimento de TiC, TiCN e TiN e TiC, AL2O3 e TiN, mas existe registro (Lindstron e Johannesson, 1976 e Reiter e Kolaska, 1986, citado por Quinto et alli, 1988) de ferramentas com até 12 camadas de diferentes revestimentos. Os fabricantes explicam que cada camada tem a sua função específica e a associação de camadas permite oferecer um produto com todas as vantagens possíveis de se obter com a técnica. Figura 7.2 - Ferramentas de Metal Duro Revestidas. O TiC é um revestimento que é muito utilizado como a primeira camada, pois este garante uma coesão muito boa com o substrato. Além disso, o TiC é um dos revestimentos mais duros atualmente utilizados, sua dureza é de HV3000, o que garante alta resistência ao desgaste. Já a alumina (Al2O3) tem várias vantagens, as principais são a inércia química, a dureza e portanto, resistência ao desgaste, e um fato ocorrente é a redução de sua condutividade térmica com o aumento da temperatura. Isto garante uma barreira térmica interessante para a superfície da ferramenta. O TiN se apresenta, normalmente como a camada externa, por proporcionar baixos coeficientes de atrito entre a ferramenta e o cavaco, isto na usinagem dos metais ferrosos. Este material garante menores comprimentos de contato cavaco-ferramenta devido a menor tendência de adesão dos ferrosos neste material. No caso da usinagem dos não ferrosos, como o Al e Cu e suas ligas, fenômeno inverso ocorre, devido à elevada afinidade química do Ti com esses metais e neste caso, predomina-se a adesão e a difusão, o que reduz a vida das ferramentas. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 96 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Um outro revestimento que vem sendo usado ultimamente é o TiNAl ou (TiAl)N que é um nitreto à base de Ti e Al. Este revestimento tem se mostrado excelente para a usinagem de ferros fundidos. A espessura total das camadas revestidas podem variar de 4 a 12 µm e camadas muito espessas podem fragilizar a aresta. Existem hoje no mercado ferramentas de metal duro revestidas com diamante policristalino (PCD) obtidas pelo processo CVD - Deposição Química de Vapor (Clark e Sem, 1998). Neste caso, com camada única, com espessuras maiores que as normais, mas inferiores a 30 µm, elas são aplicadas em ferramentas positivas para desbaste de materiais não ferrosos, como o alumínio, polímeros e compósitos. 7.4 – Ferramentas de Cermets O Cermet é um produto com duas fases: metálica e cerâmica e por esta razão ele situa-se, na classificação entre o Metal Duro e as Cerâmicas. A sua formulação básica é constituída por TiC, TiN e Ni como aglomerante. Devido a elevada quantidade de Ti na sua formulação, que apresenta grande afinidade química com a maioria dos metais não ferrosos, este material tem o seu campo de aplicação limitado à usinagem dos ferrosos. Outros fatores importantes são as suas propriedades térmicas, indesejadas na usinagem: baixa condutividade térmica e grande coeficiente de expansão volumétrica. Com isto, as elevadas temperaturas geradas na interface cavaco-ferramenta promovem grande expansão do material na região termicamente afetada. Os ciclos inerentes ao processo, mesmo no corte contínuo, em que a ferramenta inicia o corte e depois de determinado período ela sai, ocorre o fenômeno de “aquece-esfria” e conseqüentemente “expande-retrai”, promovendo a falha da ferramenta, normalmente por trincas originadas por fadiga de origem térmica. Isto faz com que ele seja utilizado em operações de acabamento e superacabamento de ferrosos, principalmente dos ferros fundidos. Ou seja, nas condições em que a região aquecida da ferramenta é pequena, devido à pequena área de contato cavaco ferramenta (baixos “f” e “ap”). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 97 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Recentemente estas ferramentas estão sendo recobertas com finas camadas de TiN e em testes preliminares tem apresentado bons desempenhos em relação às sem revestimentos. 7.5 - Ferramentas de Cerâmica Os materiais de ferramentas de cerâmicas convencionais podem ser divididos entre óxidos e nonóxidos. O primeiro grupo compreende a alumina (inclusive alumina reforçada com zircônio), alumina mista e alumina reforçada com SiC (Whisker). A principal cerâmica monóxida para ferramenta de corte é baseada em nitreto de silício, e suas propriedades variam de acordo com o processo de manufatura do mercado. 7.5.1 - Composição, Propriedades e Fabricação A comparação entre metal duro e alguns materiais cerâmicos em relação ao resistência mecânica tenacidade (ao corte interrompido), choque térmico (comportamento no corte com refrigerante), afinidade química e dureza a quente (indicada por resistência ao desgaste), pode-se dizer que enquanto os metais duros se mostram superior em relação aos choques térmicos e mecânicos, as cerâmicas se mostram superiores quanto a afinidade química e resistência ao desgaste (Abrão, 1995). As cerâmicas de um modo geral, possuem algumas propriedades melhores e outras piores que os cermets e os metais duros. Na Figura 7.3 mostra-se esquematicamente a comparação das principais propriedades destas ferramentas de corte. O cermet sempre ocupa uma posição intermediária entre o metal duro e a cerâmica, considerando qualquer uma destas propriedades (Machado e Da Silva, 1999). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 98 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Figura 7.3 – Algumas Propriedades do Metal Duro, Cermet e Cerâmica (Smith,1989). a. Cerâmica à Base de Al2O3 Podem ser puras ou com adições. As cerâmicas puras são ferramentas constituídas basicamente de finos grãos de Al2O3 sinterizados. É comum adicionar MgO para inibir o crescimento do grão. Outros constituintes, tais como oxido de cromo, titânio e níquel são as vezes adicionados para aumentar a resistência mecânica. Estas ferramentas possuem um alto grau de dureza, resistência ao desgaste e excelente estabilidade química, mas deixam a desejar na tenacidade.As primeiras ferramentas com adições apareceram nos anos 70, com altos percentuais (podendo chegar a 30%) de ZrO2 e ou TiC principalmente, podendo ainda conter TiN, TiO2 e WC. Estas adições conferem a matriz de Al2O3 um maior grau de tenacidade para suportar maiores impacto e choques térmicos, inerente a certos processos de corte. A adição de TiC (cerâmica mista ou preta), além de melhorar ligeiramente a tenacidade e a condutividade térmica, aumenta consideravelmente a dureza e a resistência da ferramenta (Machado e Da Silva, 1999) Outra introdução no mercado nos anos 80, que teve grande receptividade, é a ferramenta de cerâmica, também a base de Al2O3, reforçada com SiC (Whiskers). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 99 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Estes carbonetos são adicionados em até 20% na alumina, na forma de longos cilindros, de 0,5 a 6 µm de diâmetro e 10 a 80 µm de comprimento. A ferramenta resultante apresenta exelente tenacidade, inclusive superior às demais cerâmicos (Smith, 1986). b. Cerâmicas a Base de Si3N4 Hepworth (1991), relatou que existem duas características principais para distinguir nitretos (e carbonetos) dos óxidos cerâmicos : primeiro os materiais crus requerem extensos processos termoquímicos, assim, são mais caros : segundo eles são materiais covalentes (não são como óxidos, ao qual são iônicos), seus comportamentos se caracterizam pela orientação, ao qual confere alta dureza, resistência e tenacidade a temperaturas elevadas. Cerâmicas a base de nitretos de silício, são usadas como ferramentas de corte devido ao baixo coeficiente de expansão térmica, elas tem excelentes resistência ao choque térmico, no entanto não e tão fácil sinterizar devido sua alta densidade. Este grupo apareceu no mercado nos anos 80. Tratam-se de cristais de Si3N4 com uma fase intergranular de SiO2 (cristais de vidro) que são sinterizados na presença de Al2O3, Y2O3, MgO e outros. Com esses materiais tem-se conseguido excelentes resultados nas usinagens das ligas de alumínio e ferro fundidos, entretanto devida a grande interações químicas com o ferro e elevadas temperaturas, este grupo de material não tem tido sucesso na usinagem de aços (Buljan e Sarin,1985). A condição de Al e O a aresta da ferramenta reduziu as interações quimicas com o Fe, o que possibilitou as suas aplicações aos ferrosos. A nova ferramenta gerada é comercializada com o nome de SIALON, originada das letras originais dos principais elementos químicos presentes na liga (Si, Al, O e N). As cerâmicas à base de nitreto de silício, possuem boa resistência ao desgaste, com tenacidade superior as cerâmicas de base de Al2O3. Isto faz com que a aplicação destes materiais chegue ao fresamento, o que há pouco tempo atrás (10 anos) era inadmissível para as cerâmicas. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 100 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte 7.5.2 - Aplicações e Dados Técnicos Uma boa faixa de materiais e componentes podem ser usinados com ferramentas de cerâmica. A Tabela 7.2 sintetiza as aplicações típicas seguindo da descrição das aplicações para cada tipo particular de cerâmica. As aplicações típicas de ferramentas de alumina/zircônio, inclui o torneamento de ferros fundidos cinzento, nodulares e maleáveis (discos e tambores de freios, e cilindros) com velocidades de corte acima de 900 m/min, onde a grande solução e a resistência ao desgaste da dupla Al2O3 e ZrO2. Ligas de carbono e aços ferramentas com dureza acima de 300HB (eixos e mandris para aplicação automotivas), podem também ser usinadas com velocidades acima de 1080 m/min e faixa de avanços em torno de 0.25mm/rev. Desgastes das ferramentas com base de alumina foi estudado por Tönshoff e Bartsch, (1987), quando usinando aço Ck45N (equivalente AISI 1040), e por Kim e Durham (1991) quando usinado aço AISI 1045 e AISI 4340. Os resultados indicaram que a natureza do desgaste de flanco mudava consideravelmente com a composição química do aço, ao qual em muitos casos apresentaram a formação de uma camada de óxido na ferramenta. Estudos indicam que a cerâmica mista, com adição de TiN e TiC, são empregadas para melhorar a resistência ao choque térmico com o aumento da condutibilidade térmica, que dissipa melhor o calor gerado na interface, reduzindo os gradientes térmicos e consequentemente a tensão termicamente induzida. Isto a habilita para o uso em altas velocidades de corte, comparados com as ferramentas de cerâmica branca, com menor risco de fraturas. A dureza a quente (em 100° C) é superior a da cerâmica pura, 800 contra 650 HV, conforme Grearson e Jack (1984). Aplicações típicas, incluem torneamento de ferro fundido abaixo de 35 HRC e acabamento de aços endurecidos de 35 a 65 HRC, e o fresamento de ferro fundido cinzento em componentes de máquinas e pequenas peças automotivas. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 101 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Tabela 7.2 – Aplicações típicas de ferramentas de cerâmica convencional (Kennametal, 1985) Material da Peça Dureza (HBN) Operação Material da ferramenta Velocidade de Corte (m/min) Avanço (mm/rev) Profundi- dade de Corte (mm) Aço Carbono (0.2- 0.5%C) 125-225 Acabamento Torneamento CC620 CC650 550 750 0.4 0.1 0.1-1.0 Aço Ferramenta 560-740 Desbaste Torneamento K090 65-145 0.08-0.35 0.08-1.5 Ferro Fundido Maleável 110-145 Acabamento Torneamento CC620 CC650 800 460 0.1 0.4 0.1-1.0 Ferro Fundido Cinzento 250-280 Fresamento Faceamento SH1 200-700 0.008-0.15 mm/z 0.1-0.5 Ligas a Base de Níquel 200-450 Desbaste Torneamento Kyon 2000 90-215 0.1-0.24 1.5-6.3 A aplicação de ferramentas de nitreto de silício, foi demostrada por Tonshoff e Bartsch (1987) e Buljan e Wayne (1985). Eles mostraram que as ferramentas de nitreto de silício podem ser empregadas com sucesso para usinagem com corte interrompido de aços AISI 1045 (167HB). Isto porque estas ferramentas não obtém a mesma faixa de temperatura do que no corte continuo, minimizando no entanto o comportamento do desgaste, principalmente provocado por difusão. Assim como no caso do metal duro, as cerâmicas estão passando por uma grande evolução tecnológica na sua fabricação. Desde 2002, estão em testes ferramentas fabricadas a partir de grãos da ordem de nanômetros, e essas ferramentas foram então denominadas por “cerâmicas com nanogrãos”. Acredita-se que em pouco tempo esses materiais já estarão totalmente difundidos em utilização pelo mundo afora. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 102 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte 7.6 - Materiais de Ferramentas Ultra-Duros São denominados materiais ultra-duros ou super duros os materiais com dureza superior a 3000 HV. Nesta categoria estão enquadrados o PCBN (Nitreto Cúbico de Boro Policristalino) e o PCD (Diamante Sintético Policristalino). O surgimento destes materiais para aplicações na usinagem é considerado o terceiro marco evolutivo no desenvolvimento das ferramentas de corte. a. O Nitreto Cúbico de Boro Policristalino – PCBN O Nitreto Cubico de Boro é o próximo material mais duro depois do diamante. Ele foi sintetizado pela primeira fez com sucesso em 1957 pela General Eletric Co. USA, seguindo o desenvolvimento do diamante sintetizado. A fabricação do PCBN na combinação do boro e nitrogênio formando a seguinte reação. BCl3 + NH3 BN + 3HCl Como o carbono, o nitreto de boro existe em três formas: hexagonal na forma de grafite e na forma cúbica (CBN) também chamada hexagonal duro (wurtzite). Na Figura 7.4, mostra-se as três possibilidades de arranjo dos átomos do nitreto de boro.Boro Nitrogênio Figura 7.4 – Arranjo dos átomos do nitreto de boro (Heath,1986). O pó de CBN é fabricado submetendo o Nitreto de Boro Hexagonal (HBN) à extremas pressões e temperaturas. O pó obtido neste método e geralmente muito Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 103 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte fino. A estrutura hexagonal pode ser transformada em Wurtzite (WBN). Portanto, como no diamante sinterizado, a adição de solventes catalisadores reduz a faixa de temperatura e pressões necessárias para a transformação de HBN para PCBN Valores típicos estão em torno de 6000 MPa e 1500 °C. Tabuchi (1983), descreveu a tecnologia usada para obtenção de altas pressões e temperaturas para a fabricação do CBN mostrado na Figura 7.5. Figura 7.5 – Dispositivo para obtenção de altas pressões e temperatura para transformação de HBN para CBN (De Vries, 1972) Um segundo dispositivo que também é usado, chamado de presurizador cúbico é mostrado na Figura 7.6. O pressurizador cúbico emprega seis punções para aplicar a pressão simultaneamente, em todas as seis faces no cubo, do qual tem um tubo aquecido e encapsula o HBN para a sinterização. O PCBN que é comercializado no mercado pela GE, leva a marca registrada de Borazon e é principalmente usado para produzir rebolos de Borazon. O PCBN produzido pela De Beers, é chamado de Amber Boron Nitride (Amborite). Pontas únicas de Policristalinos de Nitreto de Boro Cúbico (PCBN), são produzidos em blanks da mesma forma dos PCBN, de modo a formar uma massa densa de policristalino Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 104 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Figura 7.6 – Presurizador cúbico (Abrão,1995). O Amborite é formado por uma única camada solida de nitreto de boro cubico policristalino. É um inserto intercambiável, pronto para utilização, ao contrário do PCD que requer processos de brasagem e lapidação. O Amborite possui uma alta condutibilidade térmica, transferindo rápida e intensamente, o calor gerado na usinagem para o porta-ferramenta. O Amborite é capaz de usinar materiais de alta dureza, a altas velocidades de corte e com grande economia. Constituição A constituição clássica da ferramenta de CBN ou PCBN é: 1) Partículas de CBN; 2) Partículas de material de segunda fase ou aglomerante; 3) Substrato. Podem ser utilizadas partículas de CBN de diversos tamanhos variando para cada fornecedor, combinado, através da sinterização, a uma segunda gama de materiais denominados aglomerantes ou materiais de segunda fase que também podem ser encontrados em diversos tamanhos de grãos. Estas ferramentas podem ser encontradas apenas com uma camada de 0,5 a 1,0 mm, que são brasadas geralmente num substrato de Metal Duro (WC + Co), ou então, muito raramente como ferramentas totalmente sólidas. Os materiais da segunda fase ou aglomerantes podem ser: Metal ou Cerâmico Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 105 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte A percentagem de CBN e o tamanho do grão é que irão caracterizar os tipos de ferramentas de CBN, conforme apresentados nas Figuras 7.7 a 7.9. Figura 7.7 – Ferramenta de PCBN integral (De Beers, 1999). Figura 7.8 – Plaqueta de PCBN brasada sobre substrado de Metal Duro (De Beers, 1999). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 106 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Figura 7.9 – Plaqueta de PCBN brasada sobre substrado de Metal Duro (De Beers, 1999). Propriedades Dentre as propriedades do CBN, algumas são muito vantajosas no que diz respeito à sua utilização em ferramentas de usinagem, são elas: Dureza: Possui altíssima dureza, somente superada pelo diamante, sendo quase duas vezes a dureza da alumina. Tenacidade: Sua tenacidade é similar ao material cerâmico baseado em nitretos e cerca de duas vezes a da alumina. Estabilidade Termoquímica: O CBN é quimicamente mais estável que o diamante, podendo, portanto, usinar ligas ferrosas sem o problema de grande desgaste por difusão. O CBN é estável até temperaturas da ordem de 1200°C. TIPOS Quanto à Fixação e às Formas Nas Figuras 7.10 e 7.11 mostram-se, respectivamente, os principais tipos de fixação disponíveis e formas comercialmente disponíveis. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 107 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Figura 7.10 – Tipos de fixação. Figura 7.11 – Formas de ferramentas disponíveis (De Beers, 1999). Quanto à Aplicação Existem diversos tipos de PCBN no mercado, cada fabricante usa diferentes materiais e quantidades de aglomerantes e diferentes tamanhos e distribuição de partículas. Mas, de uma maneira geral, pode-se dividir os PCBN’s em duas categorias, segundo suas aplicações: 1) PCBN para usinagem em desbaste (ap entre 0,5 e 8,0mm) 2) PCBN para usinagem em acabamento (ap menor que 0,5mm) Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 108 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte PCBN para Usinagem em Desbaste Os PCBN’s para desbaste possuem maior concentração de Nitreto Cúbico de Boro (90% em volume) o que aumenta a ligação cristal com cristal e faz sua tenacidade aumentar. Além disto, devido ao alto teor de CBN, estes materiais são os que apresentam maior dureza dentre os PCBN. Dada estas propriedades, estes PCBNs são muito eficientes quando o mecanismo predominante de desgaste é a abrasão e/ou onde estão presentes forças de corte muito altas ou corte interrompido. PCBN para Usinagem em Acabamento Os tipos de PCBN’s anteriores não se comportam tão bem quando se necessita de algumas características químicas e térmicas. Por outro lado, ferramentas cerâmicas não possuem tamanha tenacidade e dureza, mas tem resistências química e térmica excelentes. Os PCBN’s próprios para acabamento são aqueles onde uma fase cerâmica é adicionada, de tal maneira que as ferramentas resultantes possuem menor tenacidade e dureza, mas melhor estabilidade química e térmica que os PCBN’s para desbaste, combinando as propriedades das duas fases presentes (CBN e cerâmica). Em operações de acabamento os cavacos produzidos são pequenos, devido aos pequenos avanços e profundidades de usinagem. A pequena massa de cavaco gerada não é suficiente para levar embora todo o calor gerado pelo corte e, por isso, a ferramenta atinge altas temperaturas, o que faz com que propriedades como estabilidade térmica e química (para impedir a difusão que é incentivada pela alta temperatura) sejam imprescindíveis. Embora menores, a tenacidade e dureza ainda são suficientes para manter a integridade da aresta de corte, tornando possível a obtenção de tolerâncias apertadas e bom acabamento superficial ao longo da vida da ferramenta. Aplicações Aços Temperados; Ferro fundido cinzento; Ferro fundido branco; Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 109 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Sinterizados; Ligas para recobrimento de alta resistência; Superligas. Advertência Em aços moles, que formam cavacos longos, o PCBN não se comporta bem devido à excessiva craterização, mesmo em condições difíceis (corte interrompido, por exemplo). Em geral, as aplicações onde o PCBN é utilizado são aquelas onde o diamante Policristalino não pode ser usado e o metal duro não possui dureza suficiente para poder realizar a tarefa, ou quando possui, a velocidade de corte que deve ser usada é muito menor que a que pode ser usada com PCBN. O PCBN compete então com o processo de retificação (substituição da retificação por torneamento, por exemplo) e, nos processos de fresamento, torneamento e mandrilamento,com as ferramentas de material cerâmico. A totalidade do mercado mundial para operações de acabamento com ferramentas de PCBN, foi estimado em £60 milhões Esterlinas em 1994, ao qual 50% envolve a usinagem de aços duros, (Kohno, 1994). O primeiro blanck de ferramenta de PCBN foi produzido pela GE, nos meados de 1970, com a marca de BZN Compact™ e este produto é ainda disponível no mercado com o nome de BZN-6000 ™, produzida sobre uma placa de metal duro para dar maior tenacidade, com uma camada de 0,6 mm. Em 1977 a Sumitomo Eletric desenvolveu o Sumiboron BN200™, sendo a primeira ferramenta de PCBN produzida no Japão e em 1980 a De Beers lançou o Amborite™. Portanto, a faixas de PCBN, produzidas e fabricadas, são limitadas a um pequeno número de companhias no mundo e existe um grupo restrito de empresas que formam a rede mundial de fornecedores de PCBN. O PCBN é fornecido principalmente pela De Beers Industrial Diamond Division, General Electric Superabrasive e Sumitomo Electric Industries. Na Tabela 2.5 pode-se verificar as principais classes de PCBN comercializadas no mundo (Abrão, 1995). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 110 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Quadro Comparativo entre os Fabricantes de PCBN Os principais fabricantes de PCBN no mundo são: 1) General Eletric Co.; 2) De Beers Industrial Diamond Division; Na Tabela 7.3 mostra-se a comparação entre esses fabricantes e as respectivas composições químicas dos seus produtos. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 111 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Tabela 7.3 – Tabela de comparação dos fabricantes de PCBN. QUADRO COMPARATIVO: CARACTERÍSTICAS DE CADA CBN DE ACORDO COM SEU FABRICANTE CBN FABRICANTE CLASSE QUANT. (%) TAM. GRÃO (µm) AGLOMERANTE DUREZA KNOOP (kg/mm2) BZN-6000 93 2,0 METAL 2800 BZN-8100 65 2,0 TiN 2500 BZN-8200 65 2,0 TiN 2600 GE BZN-7000S 82 15,0 Cerâmica 3200 AMBORITE 90 9,0 Cerâmica Al - DBC80 80 6,0 Cerâmica Ti/Al -DE BEERS DBC50 50 2,0 Cerâmica Ti/Al 2750 • As Informações sobre o fabricante SUMITOMO não estão disponíveis. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 112 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Cuidados a Serem Tomados Quando se Utiliza Ferramentas de PCBN 1) Materiais fáceis de serem cortados por outros materiais de ferramenta como aços não endurecidos, não devem ser usinados com CBN; 2) O sistema máquina-ferramenta-dispositivo de fixação-peça deve ser o mais rígido possível; 3) A geometria da ferramenta deve ser negativa (normalmente γ = -5°) para garantir a resistência aos choques, com ângulo de folga α = 5 - 9° e o maior possível ângulo lateral de posição (no mínimo 15°) para minimizar trincas na aresta; 4) A aresta de corte deve ser chanfrada (chanfro de 0,1a 0,3mm x 15 a 25°) o que direciona os esforços de corte para o centro da ferramenta e, assim, diminui a possibilidade de quebra da aresta, conforme esquematizado na Figura 7.12. Figura 7.12 – Detalhe do chanfro da aresta da ferramenta. 5) Sempre que possível fluido de corte deve ser utilizado. Na usinagem do ferro fundido cinzento, onde a utilização de óleo de corte não é recomendada, pode-se tentar a utilização de ar comprimido. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 113 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte 6) Ao especificar a compra de uma determinada classe de ferramenta, observar que, não existe uma equivalência perfeita entre as classes dos diversos fabricantes, portanto os parâmetros de corte e a expectativa de vida da ferramenta devem ser reavaliados. 7) O custo do inserto de PCBN é mais alto que o de material cerâmico, mas devido à maior vida da ferramenta de PCBN, o custo do ferramental muitas vezes é compensado não somente pelo maior número de peças usinadas por aresta de corte, como também pela consequente diminuição do tempo em que a máquina permanece parada para retirada da ferramenta gasta e a ajustam da nova. b. Diamante Sintético Policristalino (Polycrystaline Compact Diamond - PCD). O diamante é conhecido como o material mais duro que existe na natureza (Abrão, 1995 e Machado e Da Silva, 1999). Os diamantes são uma forma cristalina de Carbono. Por muitos séculos e até hoje é apreciado como a mais perfeita das pedras preciosas. Os diamantes são encontrados em quase todos os grandes continentes. É um mineral relativamente pesado, com uma densidade de 3.52 g/cm3 e portanto, tende a se acumular em cacimbas, em leitos e margens de rios, principalmente em suas curvas. Os depósitos desta natureza são chamados depósitos de aluvião e na realidade, foram os primeiros a ser minerados e explorados. Como ferramentas de corte temos: • Diamantes naturais (dureza acima de 8000 HV); • Diamantes sintéticos monocristalinos (dureza acima de 6000 HV); • Diamantes sintéticos policristalinos (Polycrystaline Compact Diamond - PCD); Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 114 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Obtenção O diamante sintético é obtido sujeitando o carbono, na forma de grafite a temperaturas e pressões extremamente altas. Como o grafite, os átomos de carbono estão arranjados na forma hexagonal. Após o tratamento térmico ele se transforma em diamante, possuindo uma estrutura cristalina cúbica de face centrada (CFC). A transformação é muito difícil, envolvendo temperaturas da ordem de 2000°C a pressões de 7GPa. Para tornar o processo mais econômico, o processo é realizado na presença de um metal solvente (normalmente o Cobalto). Síntese do Policristalino Quando uma massa de partículas metálicas é aquecida ocorre a sinterização nas pontas de contato entre partículas e superfícies adjacentes. O processo consiste em obter uma uniforme distribuição dos constituintes em toda a massa. Numa prática similar, é possível fazer cristais de Diamante sinterizem juntos de tal modo a gerar uma massa policristalina. Obtenção da Pastilha de PCD As pastilhas e insertos de PCD são fabricados por processo de alta pressão e alta temperatura e consiste em uma capa de PCD ligado integralmente a um substrato de carbeto de tungstênio por meio de brasagem, conforme esquematizado na Figura 7.13. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 115 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Partículas de Diamante Carbeto de Tungstênio Alta Pressão Alta Temperatura Figura 7.13 – Esquema do processo físico de obtenção do diamante sintético. Constituição A composição química dos diversos PCD’s encontrados no mercado pra- ticamente não varia, mas suas propriedades variam com o tamanho das partículas de diamante do material, que variam de 2 a 25 µm de diâmetro. Na Figura 7.14 mostra-se algumas granulometrias comercialmente disponíveis. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 116 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte a) Grão Grosso (25 µm de diâmetro), b) Grão Médio (10 µm de diâmetro) e, c) Grão Fino (2 µm de diâmetro). Figura 7.14 - Tamanhos de grãos do diamante encontrados comercialmente. Uma camada de PCD de aproximadamente 0,5 mm de espessura ou é aplicada diretamente sobre uma pastilha de metal duro ou então é ligada ao metal duro por meio de brasagem. A este conjunto de PCD e metal duro dá-se o nome de plaqueta. Normalmente o comprimento da camada de diamante é de alguns milímetros, pouco maior que a profundidade de usinagem que será utilizada, a fim de se economizar material. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 117 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Tipos - Quantoàs Formas Nas Figuras 7.15 a 7.17 mostram-se diversas formas comercialmente disponíveis do PCD. Figura 7.15 – Esquema de modos de utilização do PCD. Figura 7.16 – Formas comercialmente disponíveis (De Beers, 1999). Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 118 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Figura 7.17 – Produtos comercialmente disponíveis. Propriedades Dentre as propriedades do PCD, algumas são muito vantajosas na que diz respeito à sua utilização em ferramentas de usinagem e outras limitam esta utilização. Dentre as propriedades positivas, tem-se: Condutividade: Alto valor de condutividade térmica (de 1 a 5 vezes o valor do metal duro classe K) o que dificulta a formação de pontos quentes na ferramenta. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 119 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Dureza: Altíssima dureza (cerca de 4 vezes a do metal duro classe K e 3 vezes a da alumina). Resistência ao Desgaste por Abrasão: Altíssima resistência ao desgaste por abrasão. Tenacidade: Sua tenacidade pode ser considerada alta se considerar-se sua alta dureza (maior que a dos cerâmicos baseados em nitretos e menor que a do metal duro). Seleção do Grão de Diamante Em geral, quanto maior for o tamanho do grão de diamante sinterizado maior será a resistência ao desgaste. Por outro lado, quanto menor for o tamanho do grão, melhor será qualidade da aresta de corte, conforme mostrado na Figura 7.18. a) Grão Grosso (25 µm de diâmetro), b) Grão Médio (10 µm de diâmetro) e, c) Grão Fino (2 µm de diâmetro). Figura 7.18 - Aspectos da superfície de saída para diversas granulometrias. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 120 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Outro ponto a ser observado é que não só o tamanho do grão influenciará no comportamento de desgaste da ferramenta, mas também a configuração da união desses grãos, conforme esquematizado na Figura 7.19. Figura 7.19 – Possíveis tipos de ligações granulares. Aplicações Metais não Ferrosos Alumínio e ligas de Al/Si; Cobre e suas ligas; Carbeto de Tungstênio; Sinterizados não ferrosos. Não Metálicos Madeira natural e compostos de madeira; Plásticos reforçados com fibras; Cerâmicos; Compostos de Grafite-epoxy; Pedras Naturais; Concreto. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 121 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de corte Fabricantes Na Tabela 7.4 são mostrados os principais fabricantes mundiais de PCD, as suas classes e respectivos tamanhos de grãos. Tabela 7.4 – Principais fabricantes, respectivas classes e tamanho de grão. FABRICANTES CLASSES TAMANHO DO GRÃO (µm) Série 1500 25 Série 1300 5 General Eletric Co. Série 1600 4 Syndite 002 2 Syndite 010 10 De Beers Industrial Diamond Division Syndite 025 25 DA150 5 Sumitomo Electric Carbide, Inc DA200 0,5 Cuidados a Serem Tomados Quando se Utiliza Ferramentas de PCD • sistema máquina-ferramenta-dispositivo de fixação da peça deve ser o mais rígido possível; • A máquina deve ter potência e velocidades compatíveis às exigências impostas; • Pode ser usada com ou sem refrigerante; • Usar pequeno ângulo da ponta sempre que possível e o ângulo de saída deve ser positivo; Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 122 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de corte • Nas aplicações de desbastes interrompidos afiar a ferramenta com um “honeamento” suave (0,03mm); • Ao especificar a compra de uma determinada classe de ferramenta, observar se existe uma equivalência perfeita entre as classes dos diversos fabricantes, caso contrário, os parâmetros de corte e a expectativa de vida da ferramenta devem ser reavaliados. • Um grande problema para uma mais larga utilização do PCD na indústria é o seu custo. Uma ferramenta de PCD simples custa cerca de 20 a 30 vezes mais que o metal duro, enquanto que uma ferramenta de forma mais complexa custa de 50 a 150 vezes mais que uma ferramenta equivalente de metal duro. Porém, deve-se levar em conta outros fatores quando se pensa em custos, principalmente se tem-se uma produção com lotes grandes. O primeiro fator é a qualidade da peça usinada que é muito boa, devido ao fato do pequeno desgaste da ferramenta, o que gera boas tolerâncias e baixa rugosidade superficial. Além disto, porque a vida da ferramenta é muito maior, economiza- se o tempo de parada da máquina para retirada da ferramenta gasta e ajustagem da nova, fazendo com que, muitas vezes, o custo por peça usinada seja menor quando e utiliza o PCD como ferramenta. Considerações sobre a Usinagem da Liga de Alumínio-Silício A mais larga utilização do PCD na indústria manufatureira é na usinagem de ligas de alumínio-silício, quando se deseja tolerâncias apertadas e ótimo acabamento superficial da peça. Este tipo de liga tem substituído outros materiais (em especial o ferro fundido) em muitas aplicações da indústria automobilística, com o fim de redução de peso do veículo. O alumínio puro é um material de fácil usinagem, quando se pensa em termos de desgaste da ferramenta e esforços de corte e seu corte tem sido realizado de maneira satisfatória pelo aço rápido e pelo metal duro. Quando se pensa em termos de ligas alumínio silício, deve-se notar que o silício, que se encontra dissolvido na matriz de alumínio da liga e também disperso no material formando pontos de silício puro, é cerca de 6 a 7 vezes mais duro que o Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 123 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de corte alumínio. Assim, devido a estes pontos duros do material, sua usinagem se torna difícil com as ferramentas tradicionais, fazendo com que a velocidade de corte tenha que cair bastante. Pontos duros na peça não são problemas para o diamante dada a sua alta dureza. Outro fator que dificulta a usinagem de qualquer liga de alumínio é sua tendência à geração da aresta postiça de corte. Isto não acontece com o diamante, dado ao fato de que o alumínio não se solda facilmente no PCD. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 124 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de corte Tabela 7.5 - Comparativo dos materiais como características mecânicas, propriedades físicas e custos (Abrão,1995). Propriedades Aço Rápido M2 Metal Duro M20 Cerâmica Branca Cerâmica Mista Whisker Reforçada Nitreto de Silício PCBN Diamante Natural PCD Composição 0,85wt%C 4wt%Cr 5wt%Mo 6,5wt%W 2wt%V 89,5wt%WC 10wt%Co 0,5wt% 90-95% Al2O3 5-10% ZrO2 Al2O3 30%Tic 5-10% ZrO2 75% Al2O3 25% SiC 77% Si3N4 13% Al2O3 10% Y2O3 98% PCBN 2% AlB2/ AlN PCD 2-8% Co Densidade - (g/cm3) 7,85 14,5 3,8 - 4,0 4,3 3,7 3,2 3,1 3,5 3,4 Dureza a RT - (HV) 850 1600 1700 1900 200 1600 4000 10000 9000 Dureza a - 1.000°C(HV) n.a 400 650 800 900 900 1800 Na Na Tenacidade - (Mpa m1/2) 17 13 1.9 2 8 6 10 3.4 7.9 Cond. Térmica - (W/m °C) 37 85 8 – 10 12 – 18 32 23 100 900 560 Mod. Young’s - (kN/mm2) 250 580 380 420 390 300 680 964 841 Coef. Expansão Térmica (x 10-6 / K) 12 5,5 8,5 8 6,4 3,2 4,9 1,5 - 4,8 3,8 Custo Aprox. por Aresta (£) 40,3 0,34 0,46 0,6 2,5 1,25 40 – 60 125 – 140 30 - 50 Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 125 Fundamentos da Usinagem dos Materiais – Materiais para Ferramentas de Corte Após a leitura deste capítulo observa-se a grande variedade de materiais para ferramentas disponíveis no mercado. À primeira vista pode-se imaginar que à medida que se desce na lista de materiais isto se torna vantajoso.Mas deve-se lembrar que cada material tem o seu nicho de mercado e a seleção do material “ideal” para a situação específica depende de inúmeros fatores, como: material da peça, condições de corte, tamanho do lote, processo de usinagem, rigidez da máquina-ferramenta, entre outros. De nada vai adiantar se o PCBN ou o PCD for selecionado para operar numa máquina cheia de folgas e consequentemente grandes vibrações. Concluindo, o caso específico da operação deve ser incessantemente ponderado e a discutida relação custo/benefício jamais poderá ser esquecida. Sandro Cardoso Santos e Wisley Falco Sales 126 Capítulo 7 7.1 - Aços Carbono e Aços Liga \(Ferraresi, 19� 7.2 - Aços-Rápidos \(Ferraresi, 1977 e Machado� Ferramentas de Aço-Rápido Revestidas b. Ferramentas de Aço-Rápido Fabricadas pela Met 7.3 - Ligas Fundidas (Machado e Da Silva, 1999) Classe P Classe K Constituição Propriedades TIPOS Quanto à Fixação e às Formas Quanto à Aplicação PCBN para Usinagem em Desbaste PCBN para Usinagem em Acabamento Aplicações Advertência Quadro Comparativo entre os Fabricantes de PCBN Cuidados a Serem Tomados Quando se Utiliza Ferramentas de PCBN Obtenção Síntese do Policristalino Obtenção da Pastilha de PCD Constituição Tipos - Quanto às Formas Nas Figuras 7.15 a 7.17 mostram-se diversas forma Propriedades Seleção do Grão de Diamante Figura 7.19 – Possíveis tipos de ligações granu� Metais não Ferrosos Não Metálicos Fabricantes De Beers Industrial Diamond Division Sumitomo Electric Carbide, Inc Cuidados a Serem Tomados Quando se Utiliza Ferramentas de PCD Considerações sobre a Usinagem da Liga de Alumí�
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