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Apol 2 - Antropologia

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Questão 1/10 - Antropologia
Leia o trecho a seguir:
“Os fandangos são normalmente narrados como celebrações relacionadas aos mutirões de trabalho realizados em sítios e vilas que agregam pequenas propriedades familiares, comuns tanto em áreas litorâneas como interioranas (ver foto 3 na p.410). Contudo, há algumas décadas, os mutirões têm se tornado eventuais e, pelo menos desde a década de 1960, a prática do fandango ganhou novos circuitos de organização e produção, que envolvem a formação de grupos e associações culturais, gravação de discos e filmes, realização de oficinas para crianças e jovens, apresentações nos próprios municípios em festas tradicionais, culturais e turísticas, participação em mostras culturais nas capitais dos estados e outras localidades (ver foto 4 na p. 411), elaboração de projetos para editais que premiam grupos e mestres, entre outros. Recentemente, o fandango foi declarado bem de referência do patrimônio cultural brasileiro no âmbito das políticas de patrimônio imaterial empreendidas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).”
Fonte: CORREA, Joana Ramalho Ortigão. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DO FANDANGO COMO EXPRESSÃO CULTURAL POPULAR E TEMA DE ESTUDOS DE FOLCLORE. Sociologia & Antropologia. [online]. 2016, vol.6, n.2, pp.407-445. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-38752016000200407&lng=en&nrm=iso>. ISSN 2238-3875.  https://doi.org/10.1590/2238-38752016v625.
 
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Antropologia, assinale a alternativa que apresente, corretamente, os significados de cultura popular:
Nota: 10.0
	
	A
	Cultura popular é a cultura formalizada.
	
	B
	Cultura popular pode ser compreendida como a cultura erudita.
	
	C
	Cultura popular é entendida como aquela ação dotada de sentido só pelos grupos exteriores a ela.
	
	D
	Cultura popular é aquela construída em oposição à noção de erudito, formada por manifestações e conhecimentos populares.
Você acertou!
Ao diferenciarmos o sentido de cultura para o senso comum do conceito antropológico de cultura, apontamos a existência de uma distinção entre o conhecimento formalizado e o conhecimento popular. A ideia de popular foi historicamente construída em oposição à noção de erudito. Outro ponto importante é compreender quais são os elementos específicos que compõem as manifestações e os conhecimentos populares. Um bom exemplo para pensar a relação entre popular e erudito está nas práticas terapêuticas. Em nosso país, ainda é comum que pessoas à procura de tratamento de saúde acionem, simultaneamente, dois sistemas aparentemente opostos: a medicina formalizada e os saberes populares (uso de plantas, prática de benzedeiras etc.).
Se a cultura dominante era formalizada e registrada em livros, a cultura popular apresentava algumas características peculiares. Inicialmente, o camponês tinha conhecimento a respeito dos ciclos da terra, das estações e dos impactos desses ciclos e estações sobre as colheitas. Tratava-se de um saber transmitido oralmente e voltado à experiência cotidiana. Em contrapartida, o conhecimento erudito, com forte base filosófica greco-romana, era mais abstrato, produzindo conceitos para explicar a realidade.
 
Referência: RIBEIRO, Alessandra Stremel Pesce. Teoria e Prática em Antropologia. Curitiba: Intersaberes, 2016, Capítulo 4.
	
	E
	Cultura popular é aquele conhecimento formalizado, transmitido de forma científica e escrita de gerações em gerações, como, por exemplo, a medicina tradicional.
Questão 2/10 - Antropologia
Leia atentamente o seguinte fragmento de texto:
“Em 18 de setembro de 1979, o economista Hélio Beltrão assumiu, no governo do presidente João Figueiredo, o cargo de ministro extraordinário para a Desburocratização. [...] o governo pretendia, na época, reduzir sua interferência ‘na atividade do cidadão e do empresário, e abreviar a solução dos casos em que essa interferência é necessária, mediante a descentralização das decisões [...]’”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: O GLOBO (acervo). Ministério da desburocratização é criado para reduzir tentáculos do Estado no país. <http://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/ministerio-da-desburocratizacao-criado-para-reduzir-tentaculos-do-estado-no-pais-11336316>. Acesso em: 30 jan. 2017.
Considerando o livro-base Teoria e Prática em Antropologia, sobre a campanha de desburocratização, ocorrida no final do regime militar, assinale a alternativa correta.
Nota: 0.0
	
	A
	Contou com ampla aceitação da população, especialmente da população rural.
	
	B
	Possibilitou igualar todas as pessoas perante o Estado, transformando-as em cidadãos.
	
	C
	Ao estabelecer uma comunicação direta com o ministro, foi estabelecido um sistema individualista.
	
	D
	A proposta descentralizava o poder político, ampliando a representatividade das entidades coletivas.
	
	E
	A população já considerava que sua relação com os políticos locais era desburocratizada.
“Naquele momento, o cidadão seria dispensado de possuir documentos, uma vez que sua palavra seria um equivalente a um documento, facilitando ao máximo o acesso aos serviços públicos. Para cumprir essa proposta, foram abertos canais diretos de comunicação com o próprio ministro do recém-criado Ministério da Desburocratização. Em princípio, poder-se-ia pensar que a proposta permitiria igualar todos os indivíduos, já que os mediadores entre estes e o governo seriam eliminados”. Entretanto, em “[...] uma pequena cidade do Rio Parnaíba [...] apenas duas pessoas escreveram ao Ministro da Desburocratização (alternativa a, incorreta), pois as demais já percebiam sua realidade como não burocratizada, uma vez que o sistema de favores implantados permitia aos moradores do lugar acesso direto aos políticos locais (alternativa e, correta), os quais já favoreciam os habitantes facilitando o acesso aos documentos e providenciando outros pequenos favores, em troca de lealdade” (livro-base, p. 172). “Se, por um lado, o acesso direto ao governo fortalecia hipoteticamente o indivíduo, por outro, enfraquecia entidades coletivas que tinham função representativa no sistema democrático. Desse ponto de vista, talvez a medida do governo fosse centralizar ainda mais o poder político, em vez de ampliar a participação popular” (p. 172, 173), o que torna a alternativa d incorreta. “Ainda, o canal direto com o próprio ministro parecia replicar uma lógica baseada nas relações pessoais, em lugar de tornar as relações entre indivíduos e Estado impessoais, como se espera dos regimes democráticos modernos” (p. 173), o que torna a alternativa e incorreta.
Questão 3/10 - Antropologia
Considere o seguinte fragmento de texto.
 “Mas a democracia, como todo regime político, não se reduz a um conjunto de instituições jurídicas. Ela vive também em função de uma ética própria, centrada em torno de valores fundamentais. Ela se alimenta, ademais, de uma prática ou estilo de vida. A prática democrática é formada pelos costumes do povo”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: COMPARATO, Fábio Konder. Sentido e alcance do processo eleitoral no regime democrático. Estudos Avançados.,  São Paulo,  v. 14, n. 38, p. 307-320,  Apr.  2000, 319.
Considerando o livro-base Teoria e Prática em Antropologia sobre a importância do título de eleitor nas áreas rurais do Brasil, em especial entre as décadas de 1970-80, assinale as assertivas, marcando V para Verdadeiro e F para falso.
I.   ( ) Em muitos casos, o acesso ao título de eleitor, favorecido pelo empregador e patrões, tinha por objetivo ampliar os direitos da população local.
II.  (  ) O título de eleitor, fornecido pelo empregador, fortalecia o vínculo de lealdade entre ele e seus empregados.
III. (  )  O valor atribuído ao título de eleitor ressaltava a importância da esfera política no meio rural.
IV. (  ) Ao fornecer o título de eleitor, o empregador ou patrão, exercia um papel de mediador entre seus empregadose o Estado.
Após a leitura das assertivas,  assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Nota: 10.0
	
	A
	F-F-V-F
	
	B
	F-V-V-V
Você acertou!
A sentença I é falsa e a II verdadeira, pois os objetivos do empregador em favorecer a obtenção do título de eleitor era fortalecer a lealdade do empregado para com ele. Deste modo, o meio de aquisição do título de eleitor favorecido pelo empregador reforçava esquemas tradicionais de lealdade política e de fortalecimento de relações pessoais hierarquizadas. A importância dada ao título de eleitor ressalta a importância da política nas áreas rurais do Brasil, como corretamente salienta a sentença III. A presença de um intermediário para aquisição do título de eleitor salienta que o acesso ao Estado não era direto, portanto, não se tratada de um modelo individualista (A sentença IV está correta).  (ver livro-base, p. 171, 172).        
	
	C
	V-F-F-V
	
	D
	F-V-V-F
	
	E
	V-V-F-V
Questão 4/10 - Antropologia
Leia o trecho a seguir: 
"A outra face da moeda de Era Vargas foi a campanha de nacionalização, voltada aos imigrantes europeus e a seus descendentes. O fluxo de imigração intensa, desde o final do século XIX, nas Regiões Sudeste e Sul do país, passou a representar uma ameaça aos projetos de integração da identidade nacional. Eram vários os motivos, como a manutenção da língua materna, ensinada nas escolas, e a existência de clubes específicos para os imigrantes, os quais, vale ainda observar, tinham uma vida social relativamente fechada nas colônias às quais pertenciam".
Referência: RIBEIRO, Alessandra Stremel Pesce. Teoria e Prática em Antropologia. Curitiba: Intersaberes, 2016. p. 149.
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos estudados ao longo da disciplina, análise as afirmações abaixo:
I. A institucionalização do projeto de nacionalização para os imigrantes tinha como objetivos integrá-los à sociedade nacional, transformando-os em "verdadeiros brasileiros". 
II. Um dos principais alvos da campanha de nacionalização era a proibição do uso da língua materna nas esferas pública e privada. 
III. A repressão política da nacionalização era igual para todos os grupos étnicos que imigraram para o Brasil, não havendo nenhum tipo de diferenciação e gradação no tratamento concedido.
Agora marque a alternativa que indique apenas as alternativas corretas: 
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas as afirmações I e II estão corretas
Você acertou!
Apenas as afirmações estão corretas porque, de acordo com o que pode ser observado no livro base da disciplina, a institucionalização do projeto de nacionalização para os imigrantes tinha como objetivos integrá-los à sociedade nacional, transformando-os em "verdadeiros brasileiros" e um dos principais alvos da campanha de nacionalização era a proibição do uso da língua materna nas esferas públicas e privadas. A afirmação III está incorre porque a repressão política da nacionalização não era igual para todos os grupos étnicos que imigraram para o Brasil, havendo diferenciação na gradação do tratamento concedido a esses grupos, sobretudo a partir do critério da língua.
	
	B
	Apenas as afirmações II e III estão corretas
	
	C
	Apenas a afirmação I está correta
	
	D
	Apenas a afirmação III está correta
	
	E
	Apenas as afirmações I e III estão corretas
Questão 5/10 - Antropologia
Leia o texto a seguir:
“A contribuição analítica de Dumont se bifurca, por mais estreitamente associados que os dois rumos se encontrem em sua obra: a análise do fenômeno da distribuição diferencial do “valor”, elaborada sob a forma de uma “teoria da hierarquia” (e das “ideias-valor”), e a análise do fenômeno do individualismo, elaborada sob a forma historicamente mais precisa da “ideologia do individualismo” (em sua intrínseca relação com a cultura ocidental).
A teoria da hierarquia procura dar conta do fenômeno, considerado universal, da distribuição diferencial do valor em todas as dimensões da experiência humana (cognitiva e moralmente). Ela se manifesta sob a forma do “englobamento do contrário”, condição em que, numa determinada dimensão ou nível de alguma totalidade ou conjunto, se manifestam ao mesmo tempo relações de oposição e pertencimento entre dois elementos. A oposição hierárquica difere da “oposição distintiva” pela intrínseca diferença e contiguidade entre os elementos em um determinado nível, correspondendo a um “escândalo lógico”, transgressor da lógica da identidade e da não contradição.”
Fonte: DUARTE, Luiz Fernando Dias. O VALOR DOS VALORES: LOUIS DUMONT NA ANTROPOLOGIA CONTEMPORÂNEA. Sociologia & Antropologia [online]. 2017, vol.7, n.3, pp.735-772. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-38752017000300735&lng=en&nrm=iso>. ISSN 2238-3875.  https://doi.org/10.1590/2238-38752017v734.
Considerando o trecho citado acima e os conteúdos da disciplina de Antropologia, examine as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que contém características corretas sobre o modelo hierárquico de Dumont a respeito da interpretação da ideologia em uma sociedade:
I. A ênfase no modelo hierárquico é dada à totalidade, não às partes.
II. É o modelo predominante em sociedades tradicionais, em especial, a indiana.
III. As pessoas não ocupam um lugar definido na ordem social, tendo elas a liberdade de escolhê-lo.
IV. Cada pessoa ou grupo ocupa um lugar definido na ordem social, as partes não ocupam os mesmos lugares, isto é, são diferentes, e é na relação entre os homens que o todo adquire sentido.
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas a afirmação I está correta.
	
	B
	Apenas a afirmação II está correta.
	
	C
	Apenas a afirmação IV está correta.
	
	D
	As afirmações I, II e IV estão corretas.
Você acertou!
Dumont foi um antropólogo francês que propôs uma interpretação da ideologia moderna de modo comparativo, partindo do seu oposto, a hierarquia. Em sua obra, o estudo da sociedade indiana mostrou ser uma importante ferramenta, pois permitiu um distanciamento do Ocidente, para olhar de modo analítico aquilo que antes era natural. Dumont (2008) estabeleceu dois modelos sociais e ideológicos distintos, sendo um deles o Hierárquico. Este é o modelo predominante em sociedades tradicionais, em especial, na sociedade indiana. De modo geral, podemos afirmar que a hierarquia pressupõe que a ênfase é dada à totalidade, não às partes. Cada pessoa ou grupo ocupa um lugar definido na ordem social. As partes não ocupam os mesmos lugares, isto é, estes são diferentes, e é na relação entre os homens que a sociedade (o todo) adquire sentido.
 
Referência: RIBEIRO, Alessandra Stremel Pesce. Teoria e Prática em Antropologia. Curitiba: Intersaberes, 2016, Capítulo 5.
	
	E
	Apenas as afirmações II e III estão corretas.
 
Questão 6/10 - Antropologia
Considere o trecho a seguir:  
“A construção da nação brasileira está estruturada, entre outras coisas, a partir do mito da democracia racial. Uma parcela expressiva da sociedade brasileira compartilha a crença de ter construído uma nação, diferentemente dos Estados Unidos e da África do Sul, por exemplo, não caracterizada por conflitos raciais abertos. Além disso, imagina-se que em nosso país as ascensões sociais do negro nunca estiveram bloqueadas por princípios legais tais como os conhecidos Jim Crow e o Apartheid dos referidos países. Para os que imaginam e advogam a singularidade paradisíaca brasileira, isto significa dizer que o critério racial jamais foi relevante para definir as chances de qualquer pessoa no Brasil. Em outras palavras, ainda é fortemente difundida no Brasil a crença de que a cultura brasileira antecipa a possibilidade de um mundo sem raças.” 
Fonte: BERNARDINO, Joaze. Ação afirmativa e a rediscussão do mito da democracia racial no Brasil. Estudos Afro-Asiáticos, 2002, vol.24, n.2, pp.247-273. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-546X2002000200002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1678-4650.  https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000200002.
Levando em conta os conteúdos discutidos na disciplina de Antropologia e a contextualizaçãoacima, analise as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta sobre o significado do mito das três raças.
I. A ideia de que o povo brasileiro seria visto como acolhedor.
II. A noção de que as três raças (brancos, negros e indígenas) viveram de forma pacífica em toda a história.
III. A ideia de que o povo brasileiro é, de fato, um povo acolhedor, e que nunca houve, segundo Roberto DaMatta, processos desiguais na sociedade.
IV. A ideia de integração e miscigenação que passa a impressão de que esses povos se encontraram de forma natural e o resultado dessa conjunção foi benéfica a todos, o que seria um mito.
Nota: 10.0
	
	A
	Apenas a afirmação I está correta.
	
	B
	Apenas a afirmação II está correta.
	
	C
	Apenas a afirmação IV está correta.
	
	D
	As afirmações I, II e IV estão corretas.
Você acertou!
Em um passado não tão distante, imperava a ideia de que o racismo não era uma marca brasileira e que o convívio das três raças formadoras do Brasil era harmonioso. Havia a ideia de que o povo brasileiro seria visto como acolhedor, capaz de receber todos os grupos e etnias que aqui convivem em plena integração.  Já vimos, neste capítulo, que a noção de povo brasileiro foi pautada na ideia de três raças fundadoras do Brasil (brancos, negros e indígenas), considerando-se elementos de ordem biológica e, posteriormente, cultural. Da maneira como é tratada, essa ideia transmite a impressão de que esses povos se encontraram de forma “natural” e que o resultado dessa conjunção foi benéfica a todos. Como apontou DaMatta (1984), o mito esconde os processos desiguais que resultaram na subordinação de outros povos em uma estrutura colonial hierarquizada e desigual.  O sistema colonial era constituído por uma hierarquia, na qual brancos, negros e índios tinham seu lugar na ordem social. No entanto, toda hierarquia, como bem observou DaMatta (1984), é sustentada por polos opostos, embora entre eles haja uma infinidade de gradações intermediárias que podem ocupar posições diferentes de acordo com a situação. Por exemplo, no caso do regime de apartheid15, brancos e negros tinham posições bem definidas, sendo impossível transitar entre elas: havia lugares/espaços específicos para ambos. Já em um sistema hierárquico, existem outras interpretações para definir se um sujeito é negro ou branco, o que depende de alguns atributos, que podem ser físicos (como a cor da pele ou as características do cabelo), sociais (grau de instrução, parentesco ou compadrio) ou, ainda, econômicos (situação financeira). É o que chamamos de posição relacional, não fixa em uma ordem rígida.
 
Referência: RIBEIRO, Alessandra Stremel Pesce. Teoria e Prática em Antropologia. Curitiba: Intersaberes, 2016, Capítulo 4.
	
	E
	Apenas as afirmações II e III estão corretas.
Questão 7/10 - Antropologia
Atente para o fragmento de texto a seguir
“Porque a sociedade brasileira é mestre em transições equilibradas e em conciliações, estabeleceu-se no Brasil a lógica relacional, cuja principal característica é a capacidade de inventar pontes [...]. Como esses espaços são segregados e afastados uns dos outros, as festas são momentos importantes para a sociedade brasileira, pois por meio delas se pode relacionar os espaços reunindo-os [...]”
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: POKULAT, L. Um olhar sobre o romance malandro. <http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Web/978-85-397-0198-8/Trabalhos/61.pdf>. Acesso em: 23 jan. 2017.
Considerando o livro-base Teoria e Prática em Antropologia, sobre as interpretações de Roberto DaMatta sobre o carnaval e o desfile de 7 de setembro, marque as assertivas com V para verdadeiro e F para falso:
I.   (  ) O carnaval, sendo um rito de inversão, possui a capacidade de dissolver temporariamente a ordem estabelecida na sociedade.
II.  (  ) O carnaval é um rito de coesão social, reforçando a ordem social preestabelecida já que é considerado uma festa popular.
III. (  )  O desfile de 7 de setembro é considerado uma festa da ordem, já que enfatiza o poder do Estado Nacional.
IV.  (  ) O desfile militar no Brasil encarna um princípio igualitário, pois aproxima Estado e população.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
Nota: 10.0
	
	A
	V – F – F – V
	
	B
	V – F – V – F
Você acertou!
O Carnaval consiste em dissolver temporariamente a ordem social vigente e estabelecer uma outra ordem, na qual as diferenças são diluídas e cada pessoa pode ser o que desejar. Por isso, trata-se de uma das “festas da desordem” (p. 176). Ao dissolver a ordem social vigente, o carnaval pode ser classificado como um rito de inversão, portanto a sentença I é correta e a sentença II é falsa. Ao contrário do carnaval, o desfile de 7 de setembro reforça posições estabelecidas, consolidando não apenas a ordem social, mas exaltando o poder do Estado, portanto, a sentença III está correta. Ao contrário do que ocorre nos EUA, onde as pessoas participam do desfile, constituindo-se enquanto elemento integrante da festividade, no Brasil, a separação entre Estado e população é reforçada – assim, a sentença IV é incorreta (livro-base, p. 176, 177).
	
	C
	F – V – V – F
	
	D
	F – V – F – V 
	
	E
	F – V – V -  V
Questão 8/10 - Antropologia
Leia com atenção o fragmento de texto a seguir
“Artigo 231 – ‘São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens’".
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: LIMA, S. F. Os índios em face à Constituição Federal. <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/1602/Os-indios-em-face-a-Constituicao-Federal-88>. Acesso 25 jan. 2017.
Considerando o livro-base Teoria e Prática em Antropologia, assinale a alternativa que completa o raciocínio – quanto às conquistas dos direitos indígenas, a Constituição de 1988:
Nota: 0.0
	
	A
	Limitou a diversidade cultural apenas aos grupos indígenas que ainda falavam a língua materna.
	
	B
	Passou a reconhecer a diversidade cultural no interior do Estado Nacional.
“Pela primeira vez, o Estado reconhecia a diversidade cultural no interior do território brasileiro. Essa diversidade não se limitou à questão indígena, mas abriu espaço para o reconhecimento posterior também de quilombolas e de outros povos tradicionais. A Constituição reconheceu o direito de posse dos povos originários aos territórios tradicionalmente ocupados, criando instrumentos legais para a política de demarcação de terras. Vale destacar que, apesar de caber ao antropólogo o laudo final, reconhecendo a etnicidade indígena, o critério principal para tanto é o de autodeterminação, o qual consiste na construção de uma identidade coletiva que apresenta elementos de diferenciação em relação à sociedade nacional” (livro-base, p. 204).  O reconhecimento étnico não esteve, portanto, restrito aos grupos indígenas, assim como também não era exclusivo aos grupos que falavam o idioma materno, como consta na alternativa (a), Ao contrário, os processos de colonização passaram a ser considerados para o reconhecimento da identidade étnica. A alternativa (c) também está errada, pois a construção da identidade passou a se pautar em “aspectos que permitam estabelecer uma ligação sócio-histórica com o território pleiteado, o qual não precisa ser necessariamente aquele ocupado desde o período pré-colombiano, pois são considerados as migrações e os aldeamentos consequentes da colonização” (livro-base, p. 204). Muito embora o antropólogo fosse responsável para atribuir o laudo, o pedido de reconhecimento partia do grupo, pois a autodeterminação passou a ser critério indispensável. A alternativa (e) também é falsa, pois o sentido coletivo de pertencimento é prerrogativa para o reconhecimento étnico. (livro-base, p. 204).
Referência: RIBEIRO, Alessandra Stremel Pesce. Teoria e Prática em Antropologia. Curitiba: Intersaberes, 2016.
	
	C
	Favoreceu ademarcação de terras de modo definitivo, desde que os grupos estivessem no local desde a era pré-colombiana.
	
	D
	Cabia ao antropólogo estabelecer e tutelar a identidade, pois a autoderminação do grupo não era legalmente válida.
	
	E
	Reconhecia direitos individuais, mesmo que não houvesse um sentido de pertencimento ao grupo.
Questão 9/10 - Antropologia
Observe atentamente a imagem a seguir
Após a avaliação, caso queira acessar o conteúdo completo relativo à figura, ele está disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/indios-ocupam-brasilia-para-serem-enxergados-pelo-governo-7001.html. Acesso em 30 de janeiro de 2017.
Considerando o livro-base Teoria e Prática em Antropologia sobre os significados de uma performance cultural nos casos em que a cultura é utilizada como instrumento político, analise as sentenças a seguir que contemplem tal questão.
I. Trata-se de um processo coletivo para reivindicação de identidades diferenciadas.
II. Trata-se de uma encenação, muito semelhante ao teatro, criando uma ficção étnica surreal.
III. Ocorre quando determinados grupos étnicos são absorvidos pela cultura de massa.
IV. Trata-se de selecionar elementos facilmente compreendidos por outros grupos para reivindicar uma identidade.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
Nota: 10.0
	
	A
	I apenas
	
	B
	I, II e III apenas
	
	C
	II e IV apenas
	
	D
	I e IV apenas
Você acertou!
A ideia de performance cultural é essencialmente comunicação em um contexto em que duas sociedades ou culturas diferentes são colocadas lado a lado. A performance é colocada em prática quando o grupo (ou indivíduo) sente a necessidade de reforçar sua identidade. Neste momento certos traços da cultura, aqueles mais facilmente reconhecidos pelo outro grupo, são reforçados. Um bom exemplo é quando etnias indígenas vão até Brasília, pintadas e munidas de arco e flechas, ressaltando assim sua identidade diferenciada. As sentenças I e IV, portanto, são verdadeiras. Não se trata, como colocado na sentença II de uma encenação, é mais uma manipulação de determinados traços diacríticos. Não a relação como consta na sentença III, entre performance cultural e cultura de massa. A performance é acionada para reivindicação de direitos deste ou daquele povo, face a sociedade nacional.  
Para melhor compreensão ver livro-base, p. 209, 210.
	
	E
	II e III apenas
Questão 10/10 - Antropologia
Considere o fragmento de texto a seguir
“A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), nomenclatura utilizada atualmente, foi criada pelo decreto-lei n.º 926, de 10 de outubro de 1969. Reconhecida por suas anotações, a CTPS é hoje um dos únicos documentos a reproduzir com tempestividade a vida funcional do trabalhador. Assim, garante o acesso a alguns dos principais direitos trabalhistas, como seguro-desemprego, benefícios previdenciários e FGTS”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está acessível em: MINISTÉRIO DO TRABALHO. Carteira de Trabalho e previdência social (CTPS). <http://trabalho.gov.br/carteira-de-trabalho-e-previdencia-social-ctps>. Acesso em: 30 jan. 2017.
Tendo como referência o livro-base Teoria e Prática em Antropologia, sobre a associação entre carteira de trabalho e cidadania no Brasil durante a década de 1930, assinale a alternativa correta:
Nota: 0.0
	
	A
	Relacionava diretamente a cidadania e a conquistas de direitos civis, políticos e econômicos.
	
	B
	Ampliou a participação do trabalhador na vida pública e política.
	
	C
	Reforçava a lógica hierárquica, já que poucas pessoas possuíam carteira de trabalho assinada.
“[...] na década de 1930, a carteira de trabalho se tornou um documento que atribuía ao indivíduo o status de cidadão. Para isso, era necessário que a profissão exercida estivesse na lista das atividades regulamentadas pelo Estado. Já os trabalhadores urbanos e rurais desprovidos do registro em carteira não eram percebidos como cidadãos plenos. A correlação entre profissão e cidadania foi tão saliente que, por algum tempo, as associações profissionais podiam fazer a expedição do documento de identidade” (livro-base, p. 169). “’A carteira profissional, privilégio de uma parcela específica da população, traz em si uma concepção de cidadania que mostra a face da distinção e a marca de status. Os cidadãos da nação, assim definidos, constituem uma minoria privilegiada’” (livro-base, 165). Deste modo, a alternativa (a) está errada, pois a associação entre carteira de trabalho e cidadania consistia mais em realçar desigualdades do que marcar conquistas sociais.  Uma vez que poucas pessoas tinham acesso à carteira de trabalho, não se pode dizer que o fato ampliou a participação das pessoas na vida pública, portanto a alternativa (b) é incorreta. Na época, o sistema público de saúde era restrito e excludente, portanto a alternativa (d) é incorreta. Sobre o sistema público de saúde, consultar o Livro-base, p. 169, 150. A alternativa (e) também é falsa, pois, se o acesso à carteira de trabalho promove uma distinção de status, não pode ser pautado na lógica individualista, que pressupõe igualdade.
	
	D
	Permitiu a ampliação do sistema público de saúde a um número maior de pessoas.
	
	E
	Consistia em uma lógica individualista, pois o trabalhador era reconhecido pela sua profissão, carreira e renda.

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