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PEÇA DE INTERPOSIÇÃO

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PEÇA DE INTERPOSIÇÃO
EXMO SR DR JUIZ DE DIREITO DA 4° VARA CÍVEL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS/SC
Nº..........
EMPRESA SC FOMENTO MERCANTIL LTDA, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador infra-assinado, vem mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, em face da sentença de fls......
RECURSO DE APELAÇÃO 
Com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes do CPC/2015, conforme razões em anexo.
Requer que o presente recurso seja RECEBIDO em todos os seus efeitos (devolutivo e suspensivo), intimando-se a parte contrária para, querentendo, apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias, e ao final PROVIDO, bem como seja encaminhado à Instância Superior, conforme razões em anexo.
Requer ainda, a juntada de comprovante de preparo recursal, conforme comprovante em anexo. 
	
Requer ainda a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fundamento no artigo 98, §1°, §5° do CPC/2015. 
Nestes termos, pede deferimento.
Lages, 04 de Setembro de 2020. 
Assinatura. 
RAZÕES RECURSAIS
Nº processo: ..... 
Apelante: EMPRESA SC FOMENTO MERCANTIL LTDA 
Apelado: SDW LTDA
Vara origem: 4° Vara Cível de Florianópolis/SC
EGRÉGIO TRIBUNAL COLENDA CÂMARA
EMÉRITOS JULGADORES
1. TEMPESTIVIDADE:
 		Nos termos dos artigos 219 e 1.003, §5° do CPC/2015, o prazo para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluindo o dia do começo e inclundo o dia do vencimento nos termos do artigo 224 do CPC/2015.
		Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada no Diário Oficial na data 14.08.2020, tem-se por tempestivo o presente recurso, devendo ser acolhido. 
2. FATOS: 
 		Trata-se de ação monitária em face da empresa SDW LTDA, para condenação ao pagamento de R$ 30.000,00 (trita mil) reais, representados por 02 (dois) cheques, um de R$ 20.000,00 (vinte mil) reais, datado de 15.03.2016, e o outro no valor de R$ 10.000,00 (dez mil) reais, datado em 28.04.2017. 
 		Uma vez citada, a empresa apelada apresentou embargos monitórios, alegando não ser possível a propositura de ação monitória com base em cheques prescritos, bem como que não havia dado os cheques em pagamento para a apelante, não tendo relação comercial com a mesma, e pelo fato da apelante não ter demonstrado a origem do negócio jurídico, a cobranca dos títulos era indevida.
 		Sobreio sentença, a qual acolheu todos os fundamentos dos embargos monitórios, e por consequencia, julgou improcedente a ação monitória, condenando a apelante ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios em face do procurador do apelado no percentual de 25% sobre o valor atualizado da causa, sendo publicado no dia 14.08.2020.
INCONFORMADO COM A R. SENTENÇA PROFERIDA PELO JUÍZO A QUO, REQUER A REFORMA DA MESMA NOS TERMOS E FUNDAMENTOS A SEGUIR:
3. FUNDAMENTOS JURÍDICOS:
 		A legislação brasileira, em especial o Código Civil, prêve a possibilidade de o credor buscar a satisfação do seu crédito mediante a oposição da ação pertinente. 
		A ação de cobrança de cheque é uma opção quando houver divergência sobre a sua liquidez, ou seja, discute-se a inexecução do negócio jurídico que originou o título. 
 		Pelo princípio da cartularidade e abstração, o mais rápido é a Ação Monitória, quando prescrito o título, após 06 meses de sua exigibilidade – artigo 700 do CPC/2015 e artigo 59 da Lei do Cheque. 
		O direito à cobrança do cheque vem prescrito no artigo 61 da Lei 7.357/85 nos seguintes termos:
“Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, prescreve em 2 (dois) anos, contados do dia em que se consumar a prescrição prevista no artigo 59 e seu parágrafo desta lei.”
 		No presente caso, tem-se em tela um ato ilícito pelo descumprimento de obrigação pactuada por parte do apelado, o que se enquandra no Código Civil nos seguintes termos: 
“Art. 389. Não cumprida à obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
		No presente caso, tem-se a demonstração inequívoca da ilicitude do ato do apelado ao deixar de pagar R$ 30.000,00 (trinta mil), nos termos do artigo 186 do Código Civil, sendo inexigível qualquer outra prova, conforme precendentes sobre o tema:
APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATOS AGRÁRIOS. AÇÃO DE COBRANÇA. ARRENDAMENTO AGRÍCOLA. AUSÊNCIA DE PROVA DE FATO IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO DO DIREITO DO AUTOR. APLICAÇÃO DA REGRA DO ARTIGO 373 DO CPC/15. NÃO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA.	 Cobrança referente aos contratos de arrendamento inadimplido parcialmente pelo arrendatário. O ônus de comprovar o pagamento de uma obrigação é o devedor, cabendo ao credor apenas a prova da existência da dívida, instrumentalizada por documento particular, consoante estabelece o artigo 320 do Código Civil. Isto porque, nas ações de cobrança a prova do adimplemento da obrigação constitui fato impeditivo, modificativo e extintivo do direito do autor, que, por sua vez, deverá amparar a lide com prova escorreita da contratação, ex vi legis, do artigo 373, incisos I e II, do CPC/15. Precentes do colendo Superior Tribunal de Justiça e desta egrégia Corte. NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME. (Apelação Cível n° 70080145311, Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em 21.02.2019). 
		Trata-se da necessária aplicação da lei, uma vez que demonstrado o compromisso firmado e a ocorrência do descumprimento, outra solução não resta se não o imediato pagamento do débito, conforme amplamente protegido pelo direito.
4. DOS PEDIDOS: 
Por estas razões REQUER:
a) O recebimento do presente recurso nos seus efeitos ativo e suspensivo, nos termos do artigo 1.002 do CPC/2015, com o deferimento da antecipação da tutela recursal para fins de TUTELA PROVISÓRIA, nos termos do artigo 1.012, V do CPC/2015.
b) Seja deferido pedido de gratuidade de justiça, nos termos do artigo 98 do CPC/2015.
c) A intimação do apelado para se manifestar querendo, nos termos do §1°, artigo 1.010 do CPC/2015. 
d) A total procedência do recurso para reformar a decisão recorrida e determinar o pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil) reais. 
e) A condenação do recorrido ao pagamento das despesas processuais e sucumbência. 
Nestes termos, pede deferimento.
Lages, 04 de Setembro de 2020. 
Assinatura.

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