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Maria Beatriz @biawtiful Cosmetologia RADIAÇÃO SOLAR A radiação emitida pelo sol é de natureza corpuscular (prótons, partículas alfa, elétrons) e eletromagnética. É complexa e pode decompor-se, isolando várias radiações que normalmente estão sobrepostas. O espectro solar é o conjunto de radiações eletromagnéticas emanadas do sol. O comprimento de onda dessas radiações é definido na unidade chamada nan6ometro (nm) que equivale a 1/1.000.000 mm. As radiações do espectro solar que atingem a terra estão compreendidas entre 290 a 2000 nm (teoricamente). Se um raio atravessar um prisma, gerando um espectro eletromagnético, obtemos várias cores (radiações visíveis), além das U.V. e I.V., de acordo com seu comprimento de onda (nm): - radiações I.V. → responsáveis pelo calor; - radiações visíveis → responsáveis pela luz; - radiações U.V. → apresentam ação química e biológica; - Raios cósmicos → retido pela camada de ozônio; - Raios gama → retido pela camada de ozônio; - Raios X → retido pela camada de ozônio; - Microondas; ESPECTRO SOLAR Estas radiações possuem mesma natureza, a diferença está no fato de que o olho receptor seletivo só capta as visíveis, e as outras não. Radiações luminosas U.V. – ação importante sobre a pele, pois fornecem muita energia, e divide-se em 3 faixas: - U.V.C. – de comprimentos de onda entre 100 e 290 nm; - U.V.B. – de 290 a 320 nm; - U.V.A. – de 320 a 400 nm; As radiações da faixa UVA acompanham a luz visível e atravessam as camadas de nuvens enquanto que as radiações da faixa UVB não atravessam as nuvens espessas e estão presentes (em maior concentração) por poucas horas do dia atingindo o máximo às 12 horas quando o sol está a zênite (perpendicular ao solo). A luz visível compreende comprimentos de onda entre 400 e 700 nm, e os infravermelhos atingem comprimentos de onda superiores a 700 nm. Maria Beatriz @biawtiful O princípio que se aplica a todas as ondas eletromagnéticas, no qual a energia é inversamente proporcional ao comprimento de onda, também se aplica à radiação U.V. À medida que diminui o comprimento de onda, aumenta a energia potencial da radiação U.V. e aumentam, também, seus efeitos. FUNÇÃO MELANOGÊNICA A pele pode ser considerada como uma glândula pigmentar por produzir a melanina, pigmento de constituição proteica complexa, componente da coloração cutânea e dos anexos. A melanina é produzida por células específicas chamadas melanócitos, localizados entre os queratinócitos, na camada basal da epiderme. Os melanócitos são células dendríticas e alcançam (com seus dendritos) não somente as células basais como também as células espinhosas da epiderme. O conjunto formado por um melanócito com 12 a 36 células ao seu redor (basais ou espinhosas) é chamado de unidade melanocitária. No interior dos melanócitos, na sua porção mediana encontram-se os orgânulos chamados melanossomas, que produzem a melanina e se encaminham para a extremidade dos dendritos, para serem transferidos às células vizinhas. Podemos diferenciar dois tipos de melanina: 1 – FEOMELANINAS – pigmentos amarelados e marrons avermelhados que contém enxofre; 2 – EUMELANINAS – pigmentos negros ou marrons insolúveis, originados da oxidação da tirosina; As eumelaninas formam uma camada protetora em relação às radiações UVB enquanto que as feomelaninas não possuem esta propriedade. Os melanossomas carregados de eumelaninas, conforme a influência genética, são destruídos ou eliminados de modo diferente. Nas raças brancas e mongolóides eles são quase todos eliminados na camada espinhosa e muito poucos atingem a camada córnea, ao passo que na raça negra eles chegam intactos às camadas superficiais da epiderme, escurecendo deste modo a totalidade da sua espessura. Maria Beatriz @biawtiful No fototipo de pele clara e cabelos ruivos, as faeomelaninas sofrem desagregação quase que imediata e não chegam a modificar a cor da pele e não desempenham função de proteção contra radiações UVB. A diferença de cor entre a pele do branco, por mais bronzeada que esteja e a pele do negro, é devida em parte ao volume dos melanossomas, mas principalmente ao fato de que na pele branca, mesmo com uma forte melanogênese não se obtém nada além de uma certa quantidade de pigmento limitada e geneticamente pré-determinada, que não atinge todas as camadas da epiderme, enquanto que a pele negra conserva uma concentração densa de melanina em todos os níveis da epiderme, desde a camada basal até a camada córnea. Os distintos componentes dos melanossomas não elaborados sob controle genético, suas características estão codificadas por genes da pigmentação e especificadas na seqüência nucleotídica do melanócito. No ser humano é desconhecido ainda o controle genético da pigmentação cutânea, e é possível que as variações de cor se devam à ação de 3 ou 4 genes, provavelmente alélicos. A radiação ultravioleta induz a uma reação rápida que começa aos 5 ou 10 minutos após a exposição e dura aproximadamente 36 horas. Este bronzeado deve-se à foto-oxidação da melanina preexistente, reordenação dos melanossomas nos queratinócitos, estímulo à migração dos melanossomas até as extremidades dos dendritos e à sua transferência aos queratinócitos vizinhos. Os hormônios influenciam a pigmentação cutânea no homem e nos mamíferos. O NSH (hormônio melano- estimulante) induz a uma melanização cutânea devido ao aumento do número de melanossomas nos queratinócitos. Parece que este hormônio provoca o alargamento dos dendritos dos melanócitos, estimulam a produção de melanossomas, sua migração e sua transferência aos queratinócitos. COR DA PELE Existem 3 fatores principais: 1 – As células da derme e epiderme tem um fundo natural de cor amarelada; predomínio = espessura; 2 – Vasos sanguíneos superficiais – tom vermelho a azulado; a intensidade depende do número e estado de dilatação dos vasos e sua proximidade com a superfície; 3 – Pigmentos carotenos e as melaninas marrons e pretas são responsáveis pela cor das diferentes raças. DIFERENÇA NA COR DA PELE Pele negra e pele branca – número de melanócitos é similar Pele negra – se produz por incremento da atividade dos melanócitos associado com a produção de melanossomas que são em maior quantidade que na pele branca; Melanossomas – dispostos individualmente nos melanócitos; Melanina – está no estrato córneo; Pele branca – melanossomas estão complexados nos melanócitos; Melanina está por cima da capa basal epidérmica. AÇÃO DO SOL SOBRE A PELE O efeito da radiação solar sobre a pele pode variar desde o simples eritema seguido de pigmentação, até a produção de lesões bolhosas, degenerativas ou neoplásicas, dependendo da intensidade e frequência da radiação do tempo de exposição e também do tipo de pele. As radiações eritematosas (causa vermelhidão devido a vasodilatação) são as chamadas UVB. Já as radiações responsáveis pela pigmentação (ativação da melanogênese) pertencem em parte ao UVB, mas, sobretudo ao UVA e nela, a faixa mais ativa está entre 350 e 365 nm, sendo classificada como “raios do bronzeamento”. As radiações da faixa UVA são as mais penetrantes, são pouco absorvidas pelas melaninas, por isto 50% podem atingir as células germinativas da Maria Beatriz @biawtiful camada basal e 35% a derme, exercendo ação perniciosa sobre as fibras de colágeno, elastina e reticulina. As radiações da faixa UVB são menos penetrantes e são absorvidas em grande parte pelas melaninas, sendo que somente uma pequena parte delas atinge a derme papilar. Estação do ano, latitude, altitude e inclinação do sol (hora do dia) são fatores que modificam a espessura da camada atmosférica que é atravessada pelos raios U.V., alternando, portanto, a quantidade de radiação U.V. transmitida. A reflexão da radiação sobre o solo e ambiente modificam as quantidades de radiaçãosobre a superfície terrestre. Mesmo nos dias sombrios e quantidade de radiação U.V. refletida pelo meio pode assumir valores significativos. Poluentes da atmosfera, bem como a água em suspensão, podem absorver determinados comprimentos de onda. Sabe-se que a intensidade máxima das radiações solares sobre a superfície terrestre ocorre entre às 11 e 13 horas. A radiação U.V.B. é menos intensa antes das 10 horas e depois das 15 horas, porém isto não ocorre com a radiação U.V.A., já que a sua intensidade não sofre alteração significativa. O ângulo de incidência das radiações diminui com o aumento da latitude. A maior intensidade ocorre no Equador. A cada aumento de 300 m na altitude, ocorre um aumento de 4% na intensidade da radiação. A reflexão da luz no terreno também pode provocar variações apreciáveis. Ex.: reflexão na areia – aumento de 25% na intensidade de reflexão; reflexão na neve – aumento de 80%. O bronzeamento (mecanismo de proteção desenvolvido pela pele) se dá através da ativação da produção de melaninas pelos melanócitos e ao espessamento da camada córnea da epiderme, pois sob a incidência das radiações ultravioletas, o ritmo de mitoses na camada basal é acelerado. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA RADIAÇÃO U.V - U.V.C. (100-290 nm) A radiação U.V.C. não atinge a superfície terrestre, pois comprimentos de onda inferiores a 290 nm ficam retidos na camada de ozônio. Por serem muito energéticos, são altamente lesivos aos seres vivos. - U.V.B. (290-320 nm) A radiação U.V.B. atinge totalmente a epiderme e parcialmente a derme. Os raios U.V.B. são responsáveis pela formação de eritema e pelo bronzeamento indireto da pele (o comprimento de onda de 297 nm mostra um pico na formação de eritema). Também são responsabilizados pelo espessamento da camada córnea. Longas e repetidas exposições da pele à radiação U.V.B. agravam os efeitos adversos dos raios U.V.A., provocando, nas células da derme, profundas modificações que podem levar a carcinomas cutâneos. - U.V.A. (320-400 nm) U.V.A.1 (curtos) – 320-340 nm U.V.A.2 (longos) – 340-400 nm Os raios U.V.A. causam o bronzeamento direto da pele, com eritema fraco. A reação máxima de eritema é atingida em 72 horas. Podem atingir a derme e provocar a degradação das fibras elásticas, dando origem à elastose. Também se relaciona a esta radiação o espessamento da camada córnea. Assim, como ocorre com a luz visível, podem causar fenômenos de fotossensibilização. Seus efeitos cumulativos induzem ao fotoenvelhecimento, podendo haver implicação carcinogênica. BRONZEAMENTO (PIGMENTAÇÃO CUTÂNEA) Reação de defesa do organismo; Os raios solares penetram até a camada germinativa da epiderme e transformam os pigmentos melânicos claros em melanina corada. Capacidade individual pré-determinada (geneticamente). Atuação: - por pigmentação direta ou bronzeamento direto, obtido por radiações U.V.A. (a pele escurece progressivamente a melanina, por foto-oxidação da leucomelanina localizada Maria Beatriz @biawtiful nas células das camadas externas da epiderme – bronzeamento duradouro); - por pigmentação indireta ou bronzeamento indireto, obtido pelas radiações U.V.B., provocado pelo aumento na produção de melanina, através da melanogênese, com o aparecimento de eritema após exposição solar – é tanto mais intensa e permanente quanto maior for a exposição aos raios U.V.B., mas paralelamente o eritema cresce na mesma proporção. EFEITOS CAUSADOS PELA EXPOSIÇÃO SOLAR EFEITOS BENÉFICOS - estímulo da circulação sanguínea periférica (ação vaso dilatadora); - incremento na produção de vitamina D3 (por irradiação do 7-dehidrocolesterol) → aumento da absorção de cálcio pelo intestino; - atuam na prevenção de certas infecções cutâneas; - colaboram no tratamento de algumas dermatoses (ex.: psoríase); - intensificam a síntese de melanina gerando um mecanismo de defesa à radiação; - proteção natural contra queimaduras; - levam a sensação geral de bem estar, sossego e saúde, diminuindo índices de depressão; DANOS CAUSADOS À PELE - Em curto prazo: - queimadura solar (dose excessiva de U.V.B); - desprendimento da pele lesada (descamação); - Exposição crônica: - espessamento da pele; - perda da elasticidade natural; - aumento na formação de manchas escuras; - dermatites transitórias; - reações de fotossensibilização; - fotoenvelhecimento; - lesão celular e câncer de pele; DANOS CAUSADOS AOS CABELOS Difícil dimensionar os danos causados pelas irradiações U.V. nos cabelos através de MED (dose eritematógena mínima), mas são perceptíveis através dos seguintes fatores: - perda de resistência; - toque áspero; - aspecto ressecado; - coloração mais clara; - dificuldade ao pentear; - pontas difurcadas; Quimicamente: - cisão homolítica das pontes de dissulfeto da cutícula; - degradação do aminoácido triptofânico pela radiação U.V.B. DEFESAS DO ORGANISMO A RADIAÇÃO SOLAR BRONZEAMENTO Resultante da foto-oxidação da leuco-melanina (pela radiação U.V.A.) e pelo aumento da síntese de melanina (melanogênese). AUMENTO DA QUERATINIZAÇÃO DA CAMADA CÓRNEA “A radiação solar aumenta a velocidade mitótica das células epidérmicas, originando o engrossamento do extrato córneo no transcurso de 4 a 7 dias, dificultando a penetração das radiações eritematogênicas na epiderme.” (Harry) Maria Beatriz @biawtiful O PAPEL DO ÁCIDO UROCÂNICO Presente no suor, o ácido urocânico absorve no U.V. (entre 300 e 325 nm). PROTEÇÃO ADICIONAL - bloqueio dos raios U.V.B. e liberação da passagem dos raios U.V.A., essenciais para um bronzeamento duradouro; - é necessário preparar convenientemente a pele algumas semanas antes da exposição solar (pele seca, por exemplo); Critérios que condicionam a eficácia de um protetor solar: - Natureza do filtro e sua concentração → 1 a 4% da formulação; derivados cinâmicos, benzofenonas, benzalazinas, além dos bloqueadores físicos (óxido de zinco, dióxido de titânio); - Natureza do excipiente →hidrocarbonetos (vaselina, parafina, óleos minerais)– sem poder protetor; óleos vegetais (oliva, coco, gergelim) – poder protetor de cerca de 23%; Emulsões A/O são mais utilizados, pois permanecem mais tempo no corpo, prolongando o tempo de proteção; - Eficácia → Como avaliar o grau de proteção de um agente filtrante, ou o grau de proteção oferecido por um produto? - mediante processo físico (espectrofotometria) - fisiológicos (método de Schulze e termométrico) ÍNDICE DE PROTEÇÃO DOSE ERITEMATÓGENA MÍNIMA (MED ou DEM) Pode ser definida como a quantidade mínima de radiação emitida por uma fonte de energia (sol ou lâmpada) que, em determinado período de tempo (segundos), é capaz de provocar eritema cutâneo perceptível. FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR “A relação entre o tempo necessário para se obter o eritema, numa pele protegida e o tempo necessário para se obter um eritema idêntico, na referida pele sem proteção (ou dose eritematógena mínima), representa o valor de F.P.S.” F.P.S. = D.E.M.da pele protegida D.E.M da pele desprotegida DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO F.P.S. (U.V.B.) SEGUNDO SHULZE Consiste em determinar dois valores de tempo: T1 – tempo de exposição até aparecimento do eritema, sem protetor; T2 – tempo de exposição que a mesma pessoa suporta, até aparecimento dos mesmos sintomas (eritema), mas desta vez com protetor; Dividindo T2 por T1, teremos um valor, denominado F.P.S. Exemplo: pessoa protegida com um produto F.P.S. 25, esta pessoa poderá permanecer exposta ao sol 25 vezes mais tempo do que se não tivesse utilizado protetor. F.P.S. → noção teórica – outros fatores podem influenciar este grau de proteção: banhos de mar, transpiração excessiva, contato com a toalha, etc. MÉTODO TERMOMÉTRICO Fornece valor que vai até 10, e que está em relação direta com o valor eritematogênicointerpretado, sendo o valor máximo equivalente à proteção total. Consiste na aplicação do produto sobre as pele (costas), em seguida são colocadas faixas oclusivas, de maneira a permitir a incidência da radiação UV num conjunto de aberturas, que são fechadas a intervalos regulares. Após este procedimento é feita a leitura da reação eritematogênica. Maria Beatriz @biawtiful Para produtos diferentes, os valores podem não ser equivalentes. MEDIDAS OBTIDAS POR ESPECTROFOTOMETRIA - FPS estimado; - avalia o filtro de acordo com a altura, largura e localização de sua curva dentro do espectro de U.V.; - não funciona nas formulações que contém aditivos refletores (TiO2, ZnO); - pode ser utilizado como teste preliminar para seleção de produtos para posterior teste “in vivo”. MÉTODO DE TESTE U.V.A. - Medição de eritema induzido por U.V.A em pele sensibilizada (por 8-metoxi-psoraleno, antraceno, ou similar)de voluntários (método PUVA); - Medição de reação de eritema recente em pele de pessoas não sensibilizada, após dose muito alta de irradiação U.V.A; - Medição colorimétrica do escurecimento direto do pigmento, induzido pela U.V.A, em voluntários (Método IPD de escurecimento imediato de pigmento); - Medição colorimétrica de reação de bronzeamento recente em peles humanas não-sensitivas, após alta dose de irradiação U.V.A (Método PPD – escurecimento prolongado de pigmento). IMPERMEABILIDADE ÀS RADIAÇÕES U.V FPS 15 = 93,6% FPS 30 = 96,4% Tipo Característica I Queima e não bronzeia II Queima sempre e bronzeia ligeiramente (FPS 6-7) III Queima ocasionalmente e bronzeia sempre (FPS 4- 5) IV Queima minimamente e bronzeia fácil (FPS 2-3) V Peles escuras, bronzeia-se facilmente (FPS 2) VI Peles fortemente pigmentadas, nunca se queimam PROTETORES SOLARES Tem como função principal manter os raios UVB e deixar passar os raios UVA, essenciais ao bronzeamento. - anti-solares; protetores solares e bronzeadores → FF de óleos, cremes, loções, aerossóis e espuma; - primeiras formulações contendo filtros solares (chamados “bronzeadores”) continham apenas filtros UVB; - hoje contém também filtros UVA, radiação infravermelha e até filtros para luz visível; - existem também diferenças entre legislações gerando dificuldades entre formuladores e confusão para os formuladores. As principais diferenças são: método de determinação do FPS (FDA dos EUA; NOVA DIN da Europa; SAA da Austrália e COLIPA); metodologia para resistência de água; filtros permitidos e suas concentrações. Sua faixa de proteção deve ser duradoura, deve ter boa espalhabilidade e manter-se o maior tempo possível quando em contato com a água (mar, piscina, etc.) A função protetora está ligada ao teor de filtro incluído no excipiente e não propriamente a este, exceto quando são acrescentados produtos minerais (ZnO, Dióxido de titânio) que fornecem uma proteção física, passando a ser um bloqueador solar. É importante que mesmo protegida a pele tenha tratamento com produtos pós-sol, que são preparações Maria Beatriz @biawtiful com muita água (cremes e loções O/A), que contenham azuleno, alantoína, Vitamina A, associados a extratos vegetais que tenham propriedades descongestivas, cicatrizantes e emolientes, amenizando a irritação provocada pelo sol e outros agentes (vento, umidade, etc.). ÓLEOS PROTETORES SOLARES (ANTI-SOLARES) E BRONZEADORES - protetores ou anti-solares sem água → permanecer mais tempo na pele, mesmo com muito suor ou após o banho; - óleos vegetais – melhores solventes para substâncias filtrantes do que os minerais; mas tem o inconveniente de serem mais viscosos, por isto adicionam-se outros solventes como oleato de decila, óleo de silicone, miristrato ou palmitato de isopropila, esqualeno, álcool oléico; LEITES E CREMES PROTETORES SOLARES E BRONZEADORES Emulsões O/A e A/O cujo conteúdo é idêntico ao dos cremes de dia e de noite, acrescentando componentes anti-solares específicos para cada tipo de emulsão. Vantagem sobre os óleos – aspecto mais agradável, melhor consistência, maior facilidade de aplicação, sensação de frescor. Emulsões aniônicas são instáveis em pH menor que 7, possuem alta concentração de água livre (evapora quando aplicado sobre a pele), podem produzir monômeros livres (que produzem reações alérgicas). Benzofenona é incompatível com creme lanette. Emulsões não iônicas – menor quantidade de água livre (hidrata mais e mantém o produto mais estável). Produto cosmético solar uniforme, fino, não transparente, mínimo de interação com os filtros (mais usados). Emulsões poliméricas – polímeros emulsionantes, resistentes à água, menor potencial irritante, não forma água livre, é muito estável otimizando o FPS. LOÇÕES E GÉIS Preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas contendo bases filtrantes e substâncias oleosas (miristrato de isopropila, Cetiol HE). Permitem espalhamento mais fácil e constituem bom protetor para peles já sensibilizadas por exposição anterior ao sol, ou pelas condições agressivas do vento, umidade e água do mar. Géis – carbopol ou derivados de celulose, também são add. Substâncias viscosas como mucilagens, glicerol, sorbitol, propilenoglicol, etc. AEROSSÓIS E FORMADORES DE ESPUMA FF moderna, mas que não traz vantagens às demais. Cuidado em não pulverizar o produto na região dos olhos. Espuma – marketing AGENTES SENSIBILIZANTES Acetazolamina, digitoxina, eritromicina, cromoglicato dissódico, fluoracil, glissofulvina, piroxican, ibuprofeno, tetraciclina, captopril. O FPS químico pode potencializar a ação destes agentes sensibilizantes. Deve-se recomendar um filtro solar físico (dióxido de titânio e óxido de zinco). FILTROS SOLARES QUÍMICOS São moléculas, na maioria dos casos, sintéticas, que garantem proteção por absorção seletiva da radiação. Sua proteção se situa em uma faixa bem definida do espectro (U.V.A curtos, longos ou U.V.B.). A maioria dos filtros químicos é lipossolúvel e são, geralmente, pouco coloridos. Alguns deles, apesar de Maria Beatriz @biawtiful constarem nas listas positivas, podem apresentar inconvenientes que limita o seu emprego, principalmente quanto à tolerância cutânea e estabilidade fotoquímica. PRINCIPAIS CLASSES DE FILTROS QUÍMICOS (U.V.B.) PABA E DERIVADOS O PABA (ácido para-aminobenzóico) é uma das moléculas mais antigas utilizadas como filtro solar UVB. Apesar da sua excelente substantividade, seu emprego foi progressivamente abandonado por diversos inconvenientes: - facilmente oxidável e mancha os tecidos; - pode recristalizar no produto acabado; - tendência em formar ligações de hidrogênio com certos solventes pode acarretar diminuição da atividade; capaz de induzir a eczema de contato e sensibilização cruzada com outros derivados para- aminados, como anestésicos locais (benzocaína, procaína), sulfamidas, anti-histamínicos, tinturas capilares. CINAMATOS A presença de ligações duplas conjugadas nesta série permite maior deslocamento eletrônico. O máximo de absorção se situa próximo a 308 nm. Quando utilizados sozinhos não permitem que seja atingido um coeficiente de proteção elevado porque são pouco estáveis fotoquimicamente. O octil metoxicinamato (Parsol MCX), sob efeito da radiação ultravioleta, transforma-se no isômero CIS, cujo pico de absorção é mais baixo (265 nm), diminuído sua eficácia. Por isto, geralmente são associados a filtros com espectro mais amplo ou aos filtros físicos, quando se deseja maior proteção. SALICILATOS São compostos ortodisubstituídos lipossolúveis. São considerados “medíocres” por alguns autores, pois possuem coeficiente de extinção baixo. Devem ser utilizados em quantidades elevadas para atingir um certa eficácia. Absorvem na zona de 300 nm. São muito estáveis não interagem com os solventes e são bem tolerados. São bons em associação com outros filtros. DERIVADOSDO BENZILIDENO CÂNFORA Compostos de estrutura bicíclica. São excelentes filtros U.V.B. cujo máximo de absorção situa-se perto de 300 nm. Permitem a obtenção de F.P.S. elevado com baixas concentrações. Reações negativas são raras. BENZIMIDAZÓIS O representante mais importante deste grupo, por sua grande utilização e hidrossolubilidade é o ácido-2- fenil-benzimidazol 5-sulfônico (Eusolex 232). É um dos poucos hidrossolúveis eficazes para U.V.B.. Adicionado à fase aquosa das formulações, pode completar a atividade dos filtros lipossolúveis. Seu uso necessita neutralização a pH 7,0. Esta Roma salina pode interferir na viscosidade da formulação. OCTIL TRIAZONE É um filtro novo, lipossolúvel, de inocuidade, com alto coeficiente de extinção molecular, que permite seu emprego em baixas concentrações. Apresenta boa afinidade com a queratina, permitindo maior resistência à água. FILTROS DE AMPLO ESPECTRO (UVA e UVB) Os mais eficazes e mais utilizados pertencem ao grupo das benzofenonas, que são cetonas aromáticas e absorvem os U.V.B. longos e U.V.A. curtos. Geralmente são associadas aos filtros U.V.B. por serem pouco eficientes nesta faixa. A oxibenzona (benzofenona-3) apresenta excelente estabilidade fotoquímica. São mal toleradas e responsáveis por inúmeras reações alérgicas ou dermatite de contato. Maria Beatriz @biawtiful A tendência é deixar de usar as benzofenonas, podendo-se utilizar a avobenzona, que tem amplo espectro no U.V.A. FILTROS SOLARES FÍSICOS São protetores U.V.A. e U.V.B. e atuam refletindo os raios. A capacidade que uma substância apresenta de dispersar ondas de luz de comprimento de onda definido, depende do seu índice de refração e do tamanho da partícula. A tenuidade do pó é fundamental para a eficiência do produto final e, também para a sua estabilidade. Se as partículas estiverem na ordem de 200nm, originam produtos opacos, que, embora possam atenuar a radiação U.V, conferem opacidade à pele. A redução do tamanho das partículas (< 60nm no TiO2 e 60-80nm no ZnO) impede a reflexão na região do visível e pode-se obter excelente transparência em fórmulas de fotoproteção. Além de apresentarem dimensões reduzidas, as partículas devem ser homogêneas para haver a eficiência do produto. A redução do tamanho das partículas aumenta os problemas com sua dispersão, facilitando a formação de aglomerados que alteram a estabilidade das emulsões e a eficiência da reflexão. Casos onde só utiliza-se o filtro físico: área dos olhos, produtos infantis e pele sensível. DIÓXIDO DE TITÂNIO MICRONIZADO Pode ser utilizado sozinho, porém é mais utilizado em associação com filtros químicos, podendo-se obter F.P.S. elevado. ÓXIDO DE ZINCO ULTRAFINO É mais eficiente para U.V.A. e maior eficiência pode ser obtida pela associação com TiO2 Maria Beatriz @biawtiful
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