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Fundamentos do Controle de Poluição das Águas 21/07/2018 Assuntos a Serem Abordados • Caracterização da Qualidade de Água • Caracterização de Fontes Poluidoras • Política de Controle de Poluição • Autodepuração dos Corpos d’água • Tratamento de Efluentes – Preliminar – Separação de Sólidos – Físico-Químico – Biológico Aeróbio – Biológico Anaeróbio – Fase Sólida • Reuso de Água Avaliação • Trabalho em grupo de até 3 pessoas • Distribuição dos temas: 04/08/2018 • Entrega: 01/09/2018 • Estudo de caso de fonte de poluição com lançamento em corpo receptor – Caracterização dos Efluentes – Atendimento a Legislação Ambiental – Estudo de Autodepuração – zona de mistura – Concepção de Sistema de Tratamento Bibliografia Recomendada • CAVALCANTI, José Eduardo W. A. Manual de tratamento de efluentes industriais. 2ª ed. São Paulo: Engenho, 2012. 453p. • JORDÃO, Eduardo Pacheco; PESSÔA, Constantino Arruda. Tratamento de esgotos domésticos . 7. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2014. 1.087p. • PIVELI, R.P.; KATO, M.T. Qualidade das águas e poluição: aspectos físico-químicos. São Paulo: ABES, 2006. 285p. Bibliografia Complementar • ANDREOLI, Cleverson V.; SPERLING, Marcos von; FERNANDES, Fernando. (Ed.). Lodo de esgotos: tratamento e disposição final. 2ª ed. Belo Horizonte: DESA/ UFMG: SANEPAR, 2014. 444 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 6). • BERTOLETTI, Eduardo. Controle ecotoxicológico de efluentes líquidos no Estado de São Paulo. 2ª ed. ampl. São Paulo: CETESB, 2013. 42 p. • CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos. Reatores anaeróbicos . 2ª ed. ampl. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2010. 588 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 5). Bibliografia Complementar • NUNES, J.A. Tratamento Físico-Químico de Águas Residuárias Industriais . 6ª ed. Aracaju: Gráfica Editora J. Andrade Ltda.; 2012. • METCALF & EDDY INCORPORATED; TCHOBANOGLOUS, Georg. Wastewater engineering : treatment and Resource Recevery. 5th ed. New York: McGraw Hill Education, 2013. (McGraw-Hill Series in Water Resources and Environmental Engineering). • SPERLING, Marcos von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos . 4. ed. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2014. 452 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 1). Bibliografia Complementar • ______. Princípios básicos do tratamento de esgotos . Belo Horizonte: DESA/UFMG, 1996. 211 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 2). • ______. Lagoas de estabilização . 2ª ed. ampl. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2013. 196 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 3). • ______. Lodos ativados . 3ª ed. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 2012. 428 p. (Princípios do tratamento biológico de águas residuárias, v. 4). Disponibilidade Hídrica 68,70 % Calotas Polares e Geleiras 31,01 % Águas Subterrâneas 0,29 % Águas Superficiais De toda água no planeta, aproximadamente 2,53% é doce e está distribuída da seguinte forma: Fonte: Mays, 1996 apud Mierzwa, 2005. Água Doce no Brasil • 13% das águas doces do planeta estão no Brasil. Divisão Hidrográfica do Brasil Fonte: Conejo, J.G.L et al, 2007. Disponibilidade Hídrica • Distribuição da água doce no Brasil: – 80% na Região Amazônica ⇔ 5% da população – 20% no restante do Brasil ⇔ 95% da população Região Hidrográfica População (106 hab) Disponibilidade Específica (m3/anoxhab) Amazônia 8,5 484.748 Atlântico Sudeste 28,8 3.481 Paraná 61 5.899 Atlântico Nordeste Oriental 24 1.013 (1) Fonte: Adaptado de ANA, 2007, IBGE 2010 (1) Disponibilidade hídrica recomendada pela ONU: 2.500 m3/anoxhab. Valores abaixo de 1.500 m3/habxano podem ser considerados críticos. Bacias Hidrográficas São Paulo 1 – Mantiqueira 2 – Paraíba do Sul 3 – Litoral Norte 4 – Pardo 5 – Piracicaba, Capivari e Jundiaí 6 – Alto Tietê 7 – Baixada Santista 8 – Sapucaí / Grande 9 – Mogi-Guaçu 10 – Sorocaba / Médio Tietê 11 – Ribeira de Iguape / Litoral Sul 12 – Baixo Pardo / Grande 13 – Tietê / Jacaré 14 – Alto Paranapanema 15 – Turvo / Grande 16 – Tietê / Batalha 17 – Médio Paranapanema 18 – São José dos Dourado 19 – Baixo Tietê 20 – Aguapeí 21 – Peixe 22 – Pontal do Paranapanema Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Fonte:.CORHI, 2010 Disponibilidade Hídrica e Demandas – Estado de São Paulo UGRHI População em 2010 (hab) Disponibilidade Específica (m3/anoxhab) Vazão Média (m3/s) Vazão Q95 (m3/s) 03 - Litoral Norte 281.7796 11.975,17 107 39 05 - Piracicaba / Capivari / Jundiaí 5.080.199 1.067,71 (1) 172 65 06 - Alto Tietê 19.521.971 135,69 (1) 84 31 10 - Tietê Sorocaba 1.845.410 1.828,51 107 39 11 – Ribeira do Iguape e Litoral Sul 365.189 45.422,88 526 229 22 - Pontal do Paranapanema 478.682 6.061,04 92 47 Fonte: Adaptado de DAEE, 2005, IBGE 2010 (1) Disponibilidade hídrica recomendada pela ONU: 2.500 m3/anoxhab. Valores abaixo de 1.500 m3/habxano podem ser considerados críticos Consumo de Água Doce Consumo UGRHI 6 - Alto Tietê 79% 17% 4% PARÂMETROS DA QUALIDADE DA ÁGUA Impurezas contidas na Água Fonte: Von Sperling, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Volume 1 – Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 3ªed. 2005. Fonte: Von Sperling, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas Residuárias. Volume 1 – Introdução à Qualidade das Águas e ao Tratamento de Esgotos. 3ªed. 2005. Classificação e Distribuição dos Sólidos Principais microrganismos de interesse na Engenharia Ambiental • Bactérias • Arqueobactérias • Algas • Fungos • Protozoários • Vírus • Helmintos PARÂMETROS FÍSICOS Temperatura • Sofre influência de diversos fatores como altitude, latitude, período do ano e do dia, profundidade. • Geralmente o seu aumento é provocado pelo lançamento de efluentes líquidos industriais (usinas termoelétricas e sucroalcoleiras) e águas de torres de resfriamento. Temperatura • Tem influência em diversos parâmetros físicos, químicos e microbiológicos, pois aumentam taxas de reações, diminuem solubilidade de gases (oxigênio dissolvido), aumentam taxa de transferência de gases podendo acarretar odores desagradáveis. Cor • É associada ao grau de intensidade que a luz sofre ao atravessar a água devido à presença de sólidos dissolvidos, principalmente em estado coloidal orgânicos ou inorgânicos. • Origem: decomposição de matéria orgânica, óxidos de ferro e manganês e efluentes industriais e domésticos. • Maior problema de cor é estético, mas substâncias que causam cor podem apresentar toxicidade e gerar e produtos cancerígenos. Fonte: Jornal Biosfera. Corantes da Indústria Têxtil: Impactos e Soluções. Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/biosferas/Art0020.htm l> Fonte: Uso de ozônio na remoção de cor de efluentes texteis. Disponível em: <http://www.o3r.com.br/blog/uso-de-ozonio-para- remocao-de-cor-em-efluentes-texteis/> Foto: Rio Negro. Disponível em:<portaldoamazonas.com/ Edson Piola>. Odor e Sabor • Normalmente são causados pela decomposição biológica de matéria orgânica, eutrofização e presença de fenóis. • Sabor em água naturais podem ser provocados pela presença de metais, cloretos (sabor salgado), acidez e alcalinidade elevados. • São padrão de potabilidade da água (Portaria nº 2914/11 do Ministério da Saúde). Turbidez • É o grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar a água devido a presença de sólidos em suspensão inorgânicos como areia, argila, silte, e orgânicos como algas, bactérias. • Pode aumentar em períodos chuvosos devido a processos erosivos nas margens dos corpos d’água, resultando em maior consumo de produtos químicos no tratamento da água para consumo. Turbidez • O lançamento de efluentes também pode provocar aumento da turbidez como por exemplo efluentes de mineração. • Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação submersa e algas, influenciando as comunidades aquáticas e também prejudica ouso da água. Fonte: Portal Tratamento de Água. Determinação da turbidez. Disponível em: <https://www.tratamentodeagua.com.br/artigo/determinacao- da-turbidez/> Fonte: Encontro das Águas Rio Solimões x Rio Negro. Disponível em: <https://guide.alibaba.com/shop/encontro-das- aguas_33623337.html/> Série de Sólidos • Correspondem a toda matéria que permanece na água. • São separados pelas operações de secagem, evaporação e filtração e determinados por métodos gravimétricos. • Classificação quanto ao tamanho e natureza (fixos ou minerais ou inorgânicos e voláteis ou orgânicos). Série de Sólidos • Em sistemas de tratamento de efluentes os sólidos em suspensão voláteis são utilizados para estimar a concentração de microrganismos decompositores ou fração ativa da biomassa. • Relação SSV/SST representa o grau de mineralização do lodo. • Os sólidos podem sedimentar nos corpos d’água destruindo organismos que fornecem alimentos e prejudicar locais de desova de peixes e ainda provocar decomposição anaeróbia. PARÂMETROS QUÍMICOS Potencial Hidrogeniônico - pH • Representa a concentração de íons de hidrogênio H+, indicando condição de acidez (pH<7,00) , neutralidade (pH=7,00) e alcalinidade (pH>7,00). • Interfere na fisiologia de diversas espécies aquáticas e reações químicas, podendo contribuir para precipitação de elementos tóxicos. Potencial Hidrogeniônico - pH • Em estações de tratamento de efluentes interferem no crescimento de microrganismos provocando desequilíbrio no sistema e em tratamento físico-químico interferem na precipitação e oxidação de contaminantes. • Em estações de tratamento de água estão associados ao melhor rendimento de coagulantes e floculantes assim como são controlados na água a ser distribuída, pois águas ácidas são corrosivas e alcalinas são incrustantes. Acidez • Capacidade de resistir às mudanças de pH provocadas por bases. • Ocorre principalmente devido a presença de gás carbônico livre (pH entre 4,5 e 8,2) ou lançamento de efluentes industriais. • Provoca corrosão em tubulações. • Na água provoca sabor azedo, no entanto não é padrão de potabilidade, sendo controlado pelo pH. Alcalinidade • Capacidade de resistir as mudanças de pH provocadas por um ácido. • Principais constituintes são bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO32-) e hidróxidos (OH-). • Ocorre devido a passagem da água em solos ricos em calcáreo e devido a floração de algas e efluentes industriais. Alcalinidade • Utilizada no controle de operação de estações de tratamento de água e de efluentes. • Provoca incrustação em tubulações. • Na água provoca sabor amargo, no entanto não é padrão de potabilidade, sendo controlado pelo pH. Dureza • Capacidade de precipitar sabão. • Principal fonte é a passagem da água pelo solo contendo cálcio e magnésio (rocha calcárea), sendo os principais compostos bicarbonato de cálcio, bicarbonato de magnésio, sulfato de cálcio e sulfato de magnésio. • Em determinadas concentrações causam sabor desagradável na água e podem ter efeito laxativo. Oxigênio Dissolvido - OD • O O2 presente na atmosfera dissolve-se na água devido a diferença de pressão. • Lei de Henry: CSAT= α . ρgás CSAT = concentração de saturação de um gás na água α = constante inversamente proporcional a temperatura ρgás = pressão exercida pelo gás sobre a superfície Oxigênio Dissolvido - OD •A solubilidade do OD no corpo d’água varia com a altitude e temperatura, ao nível do mar a temperatura de 20ºC tem-se: CSAT= 43,90 . 0,21 = 9,20 mg/L α = 43,90 ρgás = 0,21 atm (oxigênio é 21% da atmosfera) •Caracteriza o impacto da contaminação por matéria orgânica, indicador da capacidade do corpo d’água em manter a vida aquática. Oxigênio Dissolvido - OD • Outra fonte de OD em corpos d’água é fotossíntese das algas. Fonte: CETESB. Relatório de Qualidade das Águas Superficiais do Estado de São Paulo 2015. São Paulo. 2016. • Em sistemas de tratamento de esgotos é necessário para a oxidação da matéria orgânica. Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO • É a quantidade de O2 necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana para uma forma inorgânica estável. • Retratam de forma indireta o teor de matéria orgânica biodegradável. • DBO5,20: utilizada como referência corresponde a quantidade de O2 consumida em um tempo de 5 dias em temperatura de incubação de 20ºC. Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO • Teores elevados induzem consumo excessivo de OD, podem indicar incremento da microflora e produzir sabor e odor desagradáveis. • É parâmetro fundamental para o dimensionamento de sistemas de tratamento de efluentes e monitoramento de sua eficiência e atendimento a legislação ambiental. Demanda Química de Oxigênio - DQO • É a quantidade de O2 necessária para oxidar a matéria orgânica por meio de um agente químico como o dicromato de potássio. • Seus valores normalmente são superiores a DBO, tendo em vista que o poder de oxidação do dicromato de potássio é maior que o dos microrganismos. • Quanto mais o valor de DBO se aproximar da DQO, mais biodegradável será o efluente. Demanda Química de Oxigênio - DQO • Normalmente se considera a relação DQO/DBO para aplicação de tratamento biológicos (2/1, 3/1). • A DQO é utilizada como parâmetro de controle em sistemas de tratamento biológico anaeróbio. • Também é utilizada para previsão das diluições de amostras na determinação da DBO em laboratórios. Carbono Orgânico Total - COT • O carbono orgânico consiste de uma variedade de compostos orgânicos que podem ser oxidados por processos biológicos ou químicos, fornecendo a DBO e DQO. • Tem origem da matéria viva e de efluentes e serve como fonte de energia para bactérias e algas, podendo se tornar tóxica e causar problemas estéticos. Série de Nitrogênio • Pode ser encontrado nas formas orgânico (Norg), amoniacal (livre NH3 ou ionizada NH4+), nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). • Tem origem em esgotos sanitários, efluentes industriais (petroquímica, siderúrgicas, farmacêuticas, conservas, matadouros, curtumes, etc.), fertilizantes carreados com a chuva além da atmosfera (fixação do nitrogênio) e composição celular de microrganismos. • São nutrientes para processos biológicos e juntamente com Fósforo podem provocar eutrofização dos corpos d’água. Série de Nitrogênio • Em sistemas de tratamento de efluentes é necessário manter proporção entre matéria orgânica e nutrientes, sendo normalmente mantidas relações de DBO5,20:N:P de 100:5:1 para processos aeróbios e DQO:N:P de 350:7:1 para processos anaeróbios. • O nitrato está associado a doença metahemoglobinemia infantil. • Nitrogênio amoniacal provoca consumo de OD e é tóxico a vida aquática. Fósforo • Pode ser encontrado na forma de Fosfato Orgânicos (detergente), Ortofosfato (formação de sais inorgânicos) e Polifosfato (sofre hidrólise e se converte em ortofosfato). • Principal fonte de fósforo são os esgotos sanitários e alguns efluentes industriais (fertilizantes, pesticidas, abatedouros, laticínios). • São nutrientes para processos biológicos e juntamente com Nitrogênio podem provocar eutrofização dos corpos d’água. Óleos e Graxas • Substâncias orgânicas de origem animal, vegetal ou mineral, solúveis em n-hexano (ácidos graxos, gorduras animais, óleos vegetais e minerais, graxas). • Normalmente tem origem em esgotos sanitários, efluentes industriais, de postos de gasolina, vias públicas. • Substâncias pouco solúveis, causam problemas estéticos, impedem a transferência de O2 da atmosfera para a água e em sua decomposição reduzem OD. Fonte: Jornal O Globo. Mancha de óleo no Rio Iguaçu – RJ. Disponível em:<http://oglobo.globo.com/economia/pf-ampliara- investigacao-sobre-poluicao-do-rio-iguacu-pela-reduc- 3435521> Fonte: Último segundo. Derramamento óleo litoral de SP. Disponível em:<http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014- 12-02/petrobras-pode-ter-de-pagar-r-10-milhoes-por- derramamento-de-oleo-em-sp.html> Surfactantes • Detergentes ou surfactantes são substânciasque reagem com o azul de metileno. • Esgotos sanitários possuem de 3 a 6 mg/L de detergentes. • Provocam problemas estéticos com a formação de espumas. • Causam efeito tóxico aos ecossistemas aquáticos e também aceleram a eutrofização. Fonte: O Tempo. Espuma em Pirapora do Bom Jesus. Disponível em: <http://www.otempo.com.br/interessa/polui%C3%A7%C3%A3o- agravada-pela-seca-faz-espuma-do-tiet%C3%AA-invadir-casas- 1.1058994> Fonte: Último Segundo. Espuma Pirapora do Bom Jesus. Disposnível em:<http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/sp/2015-06-23/espuma-de- poluicao-do-rio-tiete-invade-cidade-na-grande-sao-paulo-veja-fotos.html> Sulfatos • Tem origem na passagem da água pelo solo e rochas, pela oxidação do sulfeto, esgotos sanitários, efluentes industriais e também na água tratada devido ao uso de coagulantes. • Possui efeito laxativo na água de abastecimento e em efluentes provoca incrustações nas tubulações. • Na rede coletora de esgotos se transforma em sulfeto liberando gás sulfídrico que é tóxico e provoca corrosão e odor, por isso é padrão de emissão para lançamento em rede. Cloretos • Nas águas subterrâneas tem origem na percolação da água através de solos e rochas e nas águas superficiais nos esgotos sanitários (concentrações > 15 mg/L). • Presente em efluentes de indústrias petróleo, curtumes, farmacêuticas, etc.). • Concentrações acima de 250 mg/L podem provocar sabor salgado, por isso é padrão de potabilidade. • Interfere nos sistemas de tratamento e provoca corrosão em tubulações e estruturas. Ferro • Em águas subterrâneas ocorre devido a dissolução do ferro pelo gás carbônico da água, formando carbonato ferroso. • Em águas superficiais sua concentração pode aumentar devido ao carreamento de solos em eventos de chuva e processos erosivos das margens, além de lançamento de efluentes industriais. • Nas águas tratadas a concentração de ferro se deve ao uso de coagulantes no tratamento. Ferro • Presente nos efluentes industriais, especialmente metalúrgicas). • Confere cor e sabor a água, incrustações em tubulações e contaminação biológica da água devido desenvolvimento de ferro-bactérias. • No tratamento de água a presença de ferro resulta em menores velocidade de sedimentação, uma vez que a água apresenta cor elevada e baixa turbidez. Manganês • Ocorre naturalmente em águas superficiais e subterrâneas, mas concentrações elevadas resultam de efluentes industriais (de aço, vidros, fertilizantes, baterias, ligas metálicas, etc.). • Provoca coloração negra na água. • Concentrações < 0,05 mg/L geralmente não provocam manchas negras ou depósitos de seu óxido em sistemas de abastecimento. Fenóis • Origem em efluentes industriais (processamento de borrachas, adesivos, resinas, componentes elétricos, siderúrgicas). • São tóxicos ao ser humano, organismos aquáticos. • Em sistemas de tratamento de esgotos concentrações entre 50 e 200 mg/L inibem a atividade microbiana. • Na água tratada reagem com cloro livre formando clorofenóis que produzem sabor e odor. Metais • São micropoluentes inorgânicos, dependendo das concentrações são tóxicos ao ser humano e ao meio ambiente. • De maior relevância: Arsênio, Cádmio, Cromo, Chumbo, Mercúrio, Níquel, Zinco, Alumínio, Bário, Prata e Selênio. • Zinco, Magnésio, Cobalto e Ferro em baixas concentrações são essenciais para o crescimento de organismos vivos. Metais • Chumbo, Mercúrio e Cádmio que não tem função nutricional ou bioquímica em microrganismos, plantas e animais são tóxicos em qualquer concentração. • As principais fontes de metais nas águas são efluentes industriais (extração de metais, tintas, galvanoplastia, química, farmacêutica, couro, petróleo, etc.). Metais • Podem se apresentar na forma de íons hidratados de complexos estáveis ou de partículas inorgânicas formando precipitados que serão absorvidos em partículas em suspensão ou misturados com o sedimento de fundo. PARÂMETROS MICROBIOLÓGICOS Coliformes Termotolerantes • Microrganismos do grupo coliforme capazes de fermentar a lactose a temperaturas de 44 a 45ºC, entre eles Escherichia coli e bactérias dos gêneros Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter. • Apenas a E.coli é de origem fecal, os demais são indicadores de altos teores de matéria orgânica. Coliformes Termotolerantes • Em regiões de clima quente podem indicar presença de microrganismos patogênicos. • Embora não sejam bons indicadores para contaminação de origem fecal são utilizados para avaliação da qualidade microbiológica da água. • Determinação simples, rápida e padronizada e se necessário é possível diferenciar E.coli. Escherichia coli – E.coli • Principal bactéria do grupo dos coliformes termotolerantes, fermenta a lactose e manitol a 44,5 ±0,20 ºC em 24 horas. • De origem exclusivamente fecal, presente em número elevado nas fezes humanas e de animais de sangue quente. • Raramente é detectada sem que haja poluição fecal, assim, considerado melhor indicador para contaminação fecal. Giardia spp. e Cryptosporidium spp. • São protozoários parasitas e se destacam dentre os contaminantes de veiculação hídrica, podendo persistir por longos tempos no ambiente. • São resistentes aos processos de tratamento convencionais. • Giardia é responsável pela maior parte dos casos de diarréia não bacteriana Giardia spp. e Cryptosporidium spp. • Cryptosporidium causa gastroenterite de remissão espontânea em adultos saudáveis, mas extremamente grave crianças, idosos e imunodeprimidos. • De acordo com a Portaria nº 2914/11, para mananciais onde a média geométrica anual de E.coli ≥ 1.000 NMP ou 10.000 UFC/100 mL, devem ser avaliadas as concentrações de Giardia spp. e Cryptosporidium spp. Giardia spp. e Cryptosporidium spp. • A Portaria nº 2914/11 recomenda ainda para concentração de Cryptosporidium spp. ≥ 3.0 oocistos/L, a obtenção de efluente em filtração rápida com turbidez ≤ 0,3 uT em 95% das amostras mensais ou uso de processo de desinfecção que comprovadamente alcance a mesma eficiência de remoção de oocistos de Cryptosporidium spp. Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais - CETESB • Rede de Monitoramento de Águas Superficiais da CETESB: ▪ 461 estações de monitoramento manuais (Rede Básica); ▪ 12 estações de monitoramento automáticas; ▪ 26 pontos de análise de sedimentos; ▪ 35 pontos de avaliação de balneabilidade de águas doces; ▪ Total de 534 pontos de monitoramento. • IQA – Índice de Qualidade das Águas. • Temperatura, pH, OD, DBO, E. coli / Coliformes Termotolerantes, Nitrogênio Total, Fósforo Total, Sólidos Totais e Turbidez. • IAP – Índice de Qualidade das Águas para fins de Abastecimento Público . • Temperatura, pH, OD, DBO, E. coli, Nitrogênio Total, Fósforo Total, Sólidos Totais, Turbidez, Ferro, Manganês, Alumínio, Cobre, Zinco, Potencial de Formação de Trihalometanos, Número de Células de Cianobactérias (Ambiente Lêntico), Cádmio, Chumbo, Cromo Total, Mercúrio e Níquel. Índices de Qualidade das Águas • IET – Índice do Estado Trófico . • Clorofila a e Fósforo Total. • IVA – Índice de Qualidade das Águas para Proteção da Vida Aquática. • OD, pH, Ensaio Ecotoxicológico com Ceriodaphnia dubia, Cobre, Zinco, Chumbo, Cromo, Mercúrio, Níquel, Cádmio, Surfactantes, Clorofila a e Fósforo Total. Índices de Qualidade das Águas • ICF - Índice da Comunidade Fitoplanctônica • Comunidade Fitoplânctônica, Fósforo e Clorofila a • ICZ - Índice da Comunidade Zooplanctônica • Comunidade Zooplânctônica e Clorofila a • IB – Índice de Balneabilidade. • Coliformes Termotolerantes ou E. coli ou Enterococos Índices de Qualidade das Águas • ICB – Índice da Comunidade Bentônica • Comunidade Bentônica • CQS – Critério de Avaliação da Qualidade dos Sedimentos • Contaminantes químicos que possuem valores estabelecidos pelo CCME¹; Ensaio Ecotoxicológico com Hyalella azteca, Comunidade Bentônica (1) Canadian Council of Ministers of the Environment Índices de Qualidade das Águas Obrigada! Sandra Ruri Fugita Setor de Avaliação Ambientalde Sistemas de Tratamento de Efluentes – IPSE Email: sfugita@sp.gov.br Tel.: 11-3133-3128
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