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Principais causas para evasão na EJA

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Principais causas para evasão na EJA
 Ao abordamos o referido tema, daremos inicio conceituando o tema “evasão”, que traz o significado, ato ou processo de evadir, fuga, escapada. Nos dias atuais verificam-se inúmeros motivos pelos quais os alunos da EJA, deixam de frequentar as aulas, marcas de uma sociedade capitalista.
 Entre os principais motivos podemos citar: Gravidez inesperada obrigando a jovem a se afastar, pois não possui amparo da família para continuar, a extensa jornada de trabalho para homens, mulheres e jovens que chegam à sala de aula cansada não tendo oportunidade nem mesmo de fazer um lanche antes de começarem as aulas, sem deixar de mencionar os afazeres domésticos para mulheres que resulta em uma segunda jornada de trabalho já que muitos companheiros não ajudam nos afazeres sobrecarregando ainda mais a mulher estudante, dificuldades de aprenderem o que está sendo proposto pelo professor já que muitos possuem defasagem na alfabetização, professores despreparados e desmotivados para demanda educacional da atualidade falta, de interesse dos alunos que muitas vezes buscam apenas a certificação e não podemos deixar de citar problemas de saúde que impede de muitos continuarem seus estudos. Fonseca (2005, p.5) nos afirma que:
Os motivos para o abandono escolar podem ser ilustrados quando o jovem e adulto deixam a escola para trabalhar; quando as condições de acesso e segurança são precárias; os horários são incompatíveis com as responsabilidades que se viram obrigados a assumir; evadem por motivo de vaga, de falta de professor, da falta de material didático; e também abandonam a escola por considerarem que a formação que recebem não se  dá de forma significativa para eles.
 Diante de tantos motivos elencados os alunos da EJA se sentem cada vez mais desmotivados a continuar, muitos dão preferencia ao trabalho e desistem. Outro fator que não podemos deixar de mencionar é a baixa autoestima desses alunos que se sentem excluídos pela sociedade.
 A Escola que é uma instituição social que visa o desenvolvimento integral dos alunos deve oferecer a todos uma educação de qualidade, respeitando as especificidades de cada aluno, como também aproximar os conteúdos que serão trabalhados na educação de jovens e adultos o mais próximo à realidade, pois se tem trabalhado de maneira descontextualizada.
 Outro fator importante que não podemos deixar de mencionar é o professor em sala, quando ele planeja envolvendo os alunos desperta interesse na aprendizagem principalmente quando os alunos percebem que estão aprendendo, se sentem motivados a continuar, mas quando o ensino se torna metódico e sistematizado, logo percebem sua importância somente para ser lembrado nas provas o ensino se torna desestimulante e cansativo, não compreendendo assim para que estudar se não usarão o conteúdo no dia a dia. Segundo Freire (2001, p. 57):
[...] pela transformação do pensamento, da formação de conceitos e de outras. 
Formas de comportamento, resultados das relações culturais propiciadas pela escola, como a principal instituição dentre outras instituições culturais, seriam possíveis formas de intervenções na sociedade, através de ações planejadas e deliberadas que possibilitassem mudanças neles mesmas e nas condições históricos culturais.
 A clientela que forma os alunos do ensino EJA, se resume em jovens que não conseguem acompanhar o ensino na escola regular, pelas repetências migram para o EJA, os adultos que buscam por melhores salários e melhores condições de vida e aqueles que anseiam aprender a ler e escrever.
 Diante dessa diversidade é preciso de um olhar sensível daqueles que acreditam que a educação pode mudar pessoas, a formação continuada de professores que escolheram essa área de atuação é muito importante, pois trabalhar com alunos de diferente faixa etária é complexo e requer desses profissionais variedades em relação a práticas pedagógicas, um planejamento capaz de suprir as necessidades educacionais de todos.
 Pois os professores conhecem de perto a diversidade cultual dentro de sala, consegue ver aqueles que querem aprender, daqueles que apenas marcam presença para satisfazer a vontade dos pais em ver seus filhos na escola, aqueles desmotivados em acharem difícil o conteúdo desistindo antes mesmo de tentar, e aqueles que enfrentam dificuldades, mas, entendem que precisam melhorar. “[...] cabe ao professor reconhecer as diferenças na capacidade de aprender dos alunos, para poder ajudá-los a superar suas dificuldades e avançar na aprendizagem” (FREIRE, 1981, p.52).
 Mesmo diante de um cenário frustrante ainda há educadores que são bons profissionais e têm amor pela profissão que busca em meio à diversidade forças pra continuar, não esperando de nossos governantes que se mudem as condições, mas arregaçam as mangas e trabalham com sua criatividade mesmo quando lhe falta materiais, mostrando aos seus alunos que devemos lutar para mudar as condições que muitas vezes nos são impostas e que com dedicação se pode ensinar e envolver a todos.
 Deve-se manter uma linha de diálogo aberta para que professores e alunos venham aprender juntos e que o conhecimento venha ser o diferencial para ajustar a engrenagem da educação que abrange hoje jovens e adultos, que venhamos a olhar esses alunos não com preconceito, mas com a oportunidade de mediarmos o conhecimento, para que se possa mudar a realidade que encontramos na escola pública, que venhamos ter alunos motivados e esperançosos em mudar sua trajetória de vida e que a taxa de analfabetismo seja controlada e que a evasão escolar venha ser reduzida por uma educação inclusiva que possa abranger a todos, e que parta de nós que estamos em formação à vontade de ver em nosso país uma educação diferente da que conhecemos hoje.
Conclusão
 O presente trabalho nos trouxe de forma clara o aprendizado referente à Educação de Jovens e Adultos, nos mostrou o caminho que percorreu até ser reconhecida como modalidade de ensino e nos ensinou quanto a sua fundamentação através da LDB e assim entendemos a finalidade e a abrangência que a EJA proporciona a seus alunos. 
 À medida que adentramos no assunto compreendemos a importância da Educação de Jovens e Adultos e aquilo que ela os proporciona, a EJA dá a todos os alunos que se matriculam a oportunidade de prosseguirem seus estudos, preparando o aluno para o trabalho e cidadania, aproximando a teoria da pratica, ajudando a todos que se achegam sem discriminação, dando a todos uma formação ética, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento do pensamento crítico.
 Aprendemos muito com as ideias de Paulo Freire em relação à EJA, nos ensinou que o ensino seja qual for à modalidade deve ser contextualizado próximo à realidade de seus alunos, é muito importante para aqueles que retomam seus estudos a oportunidade de aprenderem levando em consideração seus conhecimentos e suas experiências de vida.
 Compreendemos que a tecnologia pode e deve ser usada para atrair os Jovens que chegam à EJA desanimados e incluir também os adultos nesse mundo digital oportunizando a todos diferentes formas de aprendizado, essa oportunidade o professor não pode perder, precisa utilizar essa ferramenta a seu favor já que dentro do contexto social temos uma sociedade cada vez mais atraída pela tecnologia.
 Entendemos que trabalhamos com uma diversidade cultual grande nessa modalidade e esses alunos vivem em contextos sociais diferentes e precisamos se reinventar dentro da educação com práticas pedagógicas que os motivem a aprender para mudar a realidade da evasão escolar nas escolas publicas principalmente na EJA, onde muitos desistem, pois não tem incentivo e nem quem os ajude para continuar seus estudos.
 Para muitos voltar a estudar é um sonho difícil de realizar pelas circunstâncias que a vida hoje oferece, e cabe a nos professores ajudar aqueles que se achegam vencendo todas as barreiras da dificuldade, pois muitos precisam apenas de alguém que os conduzaao conhecimento para mudarem sua história de vida.
Referências:
FONSECA, M. C. F. R. Educação de jovens e adultos, especificidades, desafios, contribuições. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
FREIRE, P. A educação e mudança. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1981.
 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
MORAIS, Elizabeth de. A problemática da evasão escolar na educação de jovens e adultos no ensino fundamental II. Disponível em:<https://www.semana7.com.br/noticia/4935/a-problematica-da-evasao-escolar-na-educacao-de-jovens-e-adultos-no-ensino-fundamental-ii.html> Acesso em 05 de out. 2018

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