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PROF. MAURA FELICIANO DE ARAÚJO Advogada. Especialista em Direito Previdenciário pela Escola Paulista de Direito. MBA em Direito do Trabalho e Direito Previdenciário. Professora de diversos cursos de pós-graduação e extensão. Presidente da Comissão Previdenciária da 1-4ª Subseção OAB Itaquera. Coordenadora Estadual do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP. Membro da Comissão de Direito Previdenciário da OAB/SP. Coautora de obras doutrinárias e autor de artigos jurídicos para revistas especializadas em Direito Previdenciário. Seja bem vindo! m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m HABILITAÇÃO, READAPTAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL NO RGPS Prof. Maura Feliciano de Araújo m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m HABILITAR, REABILITAR, READAPTAR? m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL Referências legislativas Art. 203, inc. IV da Constituição Federal; Art. 89 e ss. da Lei de Benefícios da Previdência Social; Art. 136 e ss. do Decreto nº 3.048/99; Art. 398 e ss. da Instrução Normativa nº 77/2015; Convenção n. º 159 da OIT, de 01.06.1983, que foi ratificada pelo Brasil, tendo sido promulgada através do Decreto n. 129 de 22.05.1991; Manual Técnico de Procedimentos da área de Reabilitação Profissional – volume I – fevereiro/2018 m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PREVISÃO CONSTITUCIONAL Artigo 203 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PREVISÃO INFRACONSTITUCIONAL Art. 89 da LB - A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PREVISÃO INFRACONSTITUCIONAL Art. 136 do Decreto nº 3.048/99- A assistência (re)educativa e de (re)adaptação profissional, instituída sob a denominação genérica de habilitação e reabilitação profissional, visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PREVISÃO NORMATIVA Art. 398 da IN 77/2015 - A Habilitação e Reabilitação Profissional visa proporcionar aos beneficiários, incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho, em caráter obrigatório, independentemente de carência, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios indicados para proporcionar o reingresso no mercado de trabalho e no contexto em que vivem. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PRESSUPOSTOS Artigo 26 da LB: Independe de carência a concessão das seguintes prestações: (...) V – REABILITAÇÃO PROFISSIONAL (RPS, artigo 30, inc. V e IN 77, artigo 152, inc. IV); Não exige carência previdenciária m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PRESSUPOSTOS – AUXÍLIO DOENÇA Artigo 62 da LB: o segurado em gozo de auxílio doença, insusceptível de recuperação para sua atividade habitual, DEVERÁ SUBMETER-SE A PROCESSO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL para o exercício de outra atividade. insusceptível de recuperação para sua atividade habitual; exercício de outra atividade; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PRESSUPOSTOS – AUXÍLIO DOENÇA Artigo 62 da LB - parágrafo 2º em conformidade com a Lei 13.846/2019: “a alteração das atribuições e responsabilidades do segurado compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental não configura desvio de cargo ou função do segurado reabilitado ou que estiver em processo de reabilitação profissional a cargo do INSS.” m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL MANUTENÇÃO DO PAGAMENTO Artigo 62 da LB, parágrafo 1º: O benefício a que se refere o caput deste artigo será mantido até que o segurado seja considerado reabilitado para o desempenho de outra atividade que lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não recuperável, seja aposentado por invalidez (redação dada pela Lei 13.846/2019). m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL PRESSUPOSTOS – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ Artigo 42 da LB: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser- lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. insusceptível de recuperação para sua atividade que lhe garanta a subsistência; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REABILITAÇÃO PROFISSIONAL BENEFICIÁRIOS Art. 399 da IN 77/2015 - Poderão ser encaminhados para o Programa de Reabilitação Profissional: I - o segurado em gozo de auxílio-doença, acidentário ou previdenciário; II - o segurado sem carência para a concessão de auxílio-doença previdenciário, incapaz para o trabalho; III - o segurado em gozo de aposentadoria por invalidez; IV - o segurado em gozo de aposentadoria especial, por tempo de contribuição ou idade que, em atividade laborativa, tenha reduzida sua capacidade funcional em decorrência de doença ou acidente de qualquer natureza ou causa; V - o dependente do segurado; e VI - as Pessoas com Deficiência - PcD. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m A QUEM COMPETE O PROCESSO DE REABILITAÇÃO No site do INSS: “A Reabilitação Profissional é um serviço do INSS que tem o objetivo de oferecer aos segurados incapacitados para o trabalho, por motivo de doença ou acidente, os meios de reeducação ou readaptação profissional para o seu retorno ao mercado de trabalho.” m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m Artigo 136 do Decreto 3.048/99: § 1º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social promover a prestação de que trata este artigo aos segurados, inclusive aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de serviços especializados. (grifado). Art. 139. A programação profissional será desenvolvida mediante cursos e/ou treinamentos, na comunidade, por meio de contratos, acordos e convênios com instituições e empresas públicas ou privadas, na forma do art. 317. § 1º O treinamento do reabilitando, quando realizado em empresa, não estabelece qualquer vínculo empregatício ou funcional entre o reabilitando e a empresa, bem como entre estes e o Instituto Nacional do Seguro Social. (grifado). m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR Artigo 93, da Lei de Benefícios: A empresa com 100 ou mais empregados está obrigada a preencher 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: Até 200 empregados: 2% De 201 a 500: 3% De 501 a 1000: 4% De 1001 em diante:5% m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR A lei 8.213/91 em seu artigo 93: não há disposição legal de que esteja obrigada a reabilitar o segurado/trabalhador. A função social da empresa é dar EMPREGO! m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.co m PROCESSAMENTO DA REABILITAÇÃO Art. 137 do Decreto Regulamentador: O processo de habilitação e de reabilitação profissional do beneficiário será desenvolvido por meio das funções básicas de: I - avaliação do potencial laborativo; II - orientação e acompanhamento da programação profissional; III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m PROCESSAMENTO DA REABILITAÇÃO I - escolaridade; II - formação e experiência profissional; III - idade; IV - dificuldade no mercado de trabalho. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m A QUEM COMPETE O PRP Quem avalia o potencial e encaminhamento do PRP? Segundo parte final do Artigo 401: “equipes multiprofissionais” Com atribuições de funções básicas: I - avaliação do potencial laborativo; II - orientação e acompanhamento da programação profissional; III - articulação com a comunidade, inclusive mediante a celebração de convênio para reabilitação física restrita a segurados que cumpriram os pressupostos de elegibilidade ao programa de reabilitação profissional, com vistas ao reingresso no mercado de trabalho; IV - acompanhamento e pesquisa da fixação no mercado de trabalho e, V – certificar ou homologar o processo de habilitação e reabilitação profissional m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m O QUE É FORNECIDO NO PRP Art. 89 da Lei de Benefícios, par. único: A reabilitação profissional compreende: a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional; b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário; c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário. (a mesma previsão no RPS, art. 137 e IN 77, art. 402) m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m E SE NÃO É FORNECIDO? Obrigação de fazer: fornecer órtese/prótese; Negativa: ofensa aos princípios constitucionais: - dignidade da pessoa humana; - do livre exercício de qualquer trabalho; - da igualdade (porque somente os segurados que terão acesso usufruirão desse fornecimento). Cabimento de ação por dano material e moral, com direito a pleitear lucros cessantes pela demora em se fornecer tais órteses/próteses e por consequência deixar de evoluir profissionalmente. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m OUTROS MEIOS DE SE REABILITAR UM PROFISSIONAL? Dentro do objetivo do PRP é possível: Cursos profissionalizantes? Conclusão de ciclos educacionais? Faculdade? m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m CONCLUSÃO DO PRP Art. 140 do Regulamento: Concluído o processo de reabilitação profissional, o Instituto Nacional do Seguro Social emitirá certificado individual indicando a função para a qual o reabilitando foi capacitado profissionalmente, sem prejuízo do exercício de outra para a qual se julgue capacitado. §1º: não constitui obrigação da previdência social a manutenção do segurado no mesmo emprego ou a sua colocação em outro para o qual foi reabilitado, cessando o processo de reabilitação profissional com a emissão do certificado a que se refere o caput. §2º: Cabe à previdência social a articulação com a comunidade, com vistas ao levantamento da oferta do mercado de trabalho, ao direcionamento da programação profissional e à possibilidade de reingresso do reabilitando no mercado formal. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m DECRETO 3.298/99 - PCD Decreto que trata da política nacional para a integração da pessoa com deficiência e no que diz respeito à Habilitação e da Reabilitação Profissional Art. 31. Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado a possibilitar que a pessoa portadora de deficiência, a partir da identificação de suas potencialidades laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participar da vida comunitária. Art. 33. A orientação profissional será prestada pelos correspondentes serviços de habilitação e reabilitação profissional, tendo em conta as potencialidades da pessoa portadora de deficiência, identificadas com base em relatório de equipe multiprofissional, que deverá considerar: I - educação escolar efetivamente recebida e por receber; II - expectativas de promoção social; III - possibilidades de emprego existentes em cada caso; IV - motivações, atitudes e preferências profissionais; e V - necessidades do mercado de trabalho. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Publicado em fevereiro de 2018 o volume I; Manual que contém cinco capítulos, uma lista de tabelas e fluxogramas e ainda uma lista de anexos; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Habilitação: ação de capacitação do indivíduo para o desenvolvimento de atividades laborativas, observando as aptidões, interesses e experiências; Reabilitação: tornar o indivíduo capaz a retornar às atividades profissionais, proporcionando meios de adaptação à função compatível com suas limitações. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Capítulo I - Item 4 - Critérios de Elegibilidade: I - Incapacidade permanente, total ou parcial, para a atividade laboral habitual; II - Escolaridade a partir do nível fundamental II (5º ano); segurados com maior grau de escolaridade, mais probabilidade de reinserção no mercado de trabalho; III – Segurados cujo prognóstico de retorno ao mercado de trabalho não será alterado pelo tratamento proposto pelo médico assistente (ex. segurado aguarda cirurgia, que mesmo bem sucedida não permite retorno à mesma função; IV – Tempo de afastamento e afastamentos prévios. Quanto maior o tempo de afastamento, menor a perspectiva de retorno ao mercado de trabalho; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Item 4 - Critérios de Elegibilidade: V – experiências ou atividades profissionais já desenvolvidas. Quanto mais experiência, melhor a adaptação a novas atividades e funções; VI – Característica do mercado de trabalho da região, vinculo empregatício atual e perspectiva de retorno na empresa de vínculo; VII – motivação, habilidades, aptidões, expectativas do indivíduo para retorno ao trabalho e potencialidades. (Tudo isso são elementos de apoio à decisão médico pericial.) m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Capítulo II - Item 4 – Atribuições das Equipes: Equipe constituída pelo Perito Médico e Profissional Referência (servidor de cargo de nível superior e/ou analista do seguro social de áreas afins – serviço social, psicologia, sociologia, fisioterapia, terapia ocupacional, pedagogia entre outras); Item 4.1.2 – realizar vistoria técnica a fim de analisar o posto de trabalho de origem e o proposto e a compatibilidade com as limitações funcionais do trabalhador, bem como verificar as condições do ambiente de trabalho, podendo ou não estabelecer nexo ocupacional; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Item 4 – TABELAS “EXEMPLIFICATIVAS” A AUXILIAR NO PROGNÓSTICO PARA ENCAMINHAMENTO: Tabela 1: CID x idade do segurado; Tabela 2: nível de escolaridade e faixa etária; Tabela 3: experiência profissional e faixaetária; Tabela 4: tempo de benefício e faixa etária. Faixas etárias: 18 a 30 anos; 31 a 50 anos e acima dos 50 anos m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Item 4 – CRITÉRIOS PARA ENCAMINHAMENTO AO PRP: Tabela 5: CID x idade do segurado Faixas etárias: 18 a 30 anos; 31 a 50 anos e acima dos 50 anos Escolaridade, Independência, Limitações, quadro clínico, perfil da cidade, atividade habitual/esforço físico, atividade habitual/complexidade – exigência intelectual, situação empregatícia, experiências profissionais, tempo de afastamento laboral. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Capítulo III - Subitem 1.1.1 – Avaliação do Potencial Laboral: Perícia Médica de Elegibilidade: perito identifica que o segurado é insusceptível de recuperação para sua atividade habitual e reúne condições ao PRP; Avaliação Socioprofissional: levantar dados quanto à ocupação do segurado, histórico de afastamentos do trabalho, experiências profissionais; Perícia Médica de Reabilitação Profissional: concluir sobre a continuação pelo PRP. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP Segurado sem vínculo empregatício: O Perito Médico e o PR definirão, em conjunto, os seguintes encaminhamentos: I - treinamento em empresas parceiras e/ou conveniadas; II - cursos de capacitação profissional presencial e/ou a distância; e III - elevação de escolaridade até nível fundamental I/II ou médio, para fins de cumprimento de curso de capacitação profissional. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m MANUAL TÉCNICO DE PROCEDIMENTOS DA ÁREA DE RP ROTINAS DO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO Perícia médica de elegibilidade: prazo de 45 dias para passar pela avaliação socioprofissional e perícia médica de reabilitação profissional; Após a perícia de reabilitação: - Segurado elegível para o PRP; - Ou segurado sem necessidade de cumprir com o PRP com retorno imediato ao trabalho, intercorrência médica ou aposentadoria por invalidez. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m QUESTÕES PROCESSUAIS RELEVANTES m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m QUESTÕES PROCESSUAIS Diante de um benefício por incapacidade temporária cessado e a ausência do serviço de reabilitação Toda ação judicial deve conter: Documentação médica probatória quanto à redução da capacidade laborativa do segurado; Documentação profissional demonstrando atividade habitual do segurado; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m QUESTÕES PROCESSUAIS Toda ação judicial deve conter: Atestados médicos e carta de concessão do benefício por incapacidade; PPP, apto a demonstrar o setor, a função/cargo e a profissiografia do segurado; m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m QUESTÕES PROCESSUAIS Toda ação judicial deve conter: Demonstrar que a obrigação do serviço de reabilitação não foi oferecido e/ou não foi concluído; Ineficácia da reabilitação no cotidiano laboral do segurado. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR: CARLOS JOSÉ ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL Resumo do caso: Ingresso de ação judicial pleiteando auxílio doença e subsidiariamente, aposentadoria por invalidez; Laudo pericial concluiu: “O periciando encontra-se no status pós-operatório de artrodese da coluna cervical e lombar, evoluindo com lombalgia mecânica, portanto temos elementos técnicos objetivos para caracterização de incapacidade total e permanente para sua função habitual. Há possibilidade de ser readaptado para funções que não exijam grandes esforços, deambulação prolongada, longa permanência em pé e sobrecarga da coluna lombar, preferencialmente em funções administrativas. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR: CARLOS JOSÉ ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL Resumo do caso: Proposta de acordo judicial: reconhecimento do direito ao benefício de auxílio doença requerido e submissão de processo de reabilitação profissional ao Autor: REABILITAÇÃO PROFISSIONAL: Tanto que convocada, a Parte Autora se submeterá a avaliação para reabilitação profissional e, sendo elegível por análise e aferição do INSS, submeter-se-á com lealdade plena até que esta seja concluída, sendo a adesão do autor de forma séria ao processo de reabilitação “conditio sine qua non” para a manutenção do benefício. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS AUTOS DO PROCESSO: 0017401-09.2017.4.03.6301 – AUTOR: CARLOS JOSÉ ELIAS – ADVOGADA: LUCIENE DO AMARAL Resumo do caso: Sentença judicial: “No mais, trata -se de pessoa relativamente jovem (48 anos), com alto grau de escolaridade (superior completo), razão pela qual entendo que não seja o caso de aposentadoria por invalidez, mas de restabelecimento do benefício de auxílio doença anteriormente concedido e pagamento até a implementação de programa de reabilitação profissional, a ser efetuado pelo INSS.” (trânsito em julgado em agosto/2018; aguardando até meados de julho/2019, já conversou com assistente social e o programa até o momento não foi concluído). m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 997.160 - SP (2016/0266462-1) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : EDILSON RODRIGUES DOS SANTOS ADVOGADO : SERGIO GEROMES - SP283238 AGRAVADO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 2/STJ. ACIDENTE DO TRABALHO. BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC/1973. NÃO CARACTERIZAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 62 DA LEI 8.213/1991. PERÍCIA MÉDICA QUE INDICA NECESSIDADE DO PROCEDIMENTO DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. DIREITO DO SEGURADO TRABALHADOR. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. “VOTO / AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARCIAL PARA O TRABALHO. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES PESSOAIS PARA DESCARTAR POSSIBILIDADEDE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m 1. A sentença julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a conceder auxílio-doença, negando direito à conversão do benefício em aposentadoria por invalidez. O acórdão recorrido manteve a sentença por considerar que a incapacidade para a atividade habitual era temporária e que o laudo pericial atestou a possibilidade de reabilitação profissional. Todavia, o julgado ignorou a apreciação das condições pessoais para efeito de descartar a possibilidade de reabilitação profissional. A questão havia sido suscitada no recurso inominado. 2. O Presidente da TNU não conheceu do incidente de uniformização por pressupor que havia indevida pretensão a reexame de prova. A requerente interpôs agravo regimental contra a decisão monocrática de inadmissibilidade. 3. O incidente de uniformização não embute pretensão direta a reexame de prova, mas apenas arguição de divergência jurisprudencial em torno de critério jurídico para valoração da prova. Não cabe à TNU decidir se, no caso concreto, as condições pessoais da requerente são suficientes para caracterizar a impossibilidade de reingresso no mercado de trabalho, mas apenas definir, em tese, se tais condições precisam ser levadas em conta na aferição da possibilidade de reabilitação profissional. Incidente conhecido. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m 4. A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. Em tese, havendo incapacidade parcial para o trabalho, circunstâncias de natureza socioeconômica, profissional e cultural especificamente suscitadas pelo requerente devem ser levadas em conta paraaferir se existe, na prática, real possibilidade de reingresso no mercado de trabalho. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS Processo 0009015-83.2014.4.02.9999 (TRF2) Ementa: DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO- DOENÇA.REQUISITOS PREENCHIDOS. LAUDO PERICIAL CONSTATANDO A INCAPACIDADE LABORAL. CONCESSÃO. APELAÇÃO DESPROVIDA. I - Nos termos do art. 62 da Lei n.º 8213-91, a cessação do auxílio-doença dar-se-á em duas hipóteses: (i)na constatação da incapacidade definitiva para qualquer atividade, o que resultará na sua conversão em aposentadoria por invalidez; ou (ii) no momento em que o segurado estiver capacitado profissionalmente para o exercício de outro trabalho que lhe garanta o sustento. II - Os exames médico-periciais realizados pelo experto do juízo confirmam o estado de incapacidade da parte autora para sua ocupação habitual. III - Se a parte autora ainda se encontra incapacitada para o exercício de sua atividade habitual, e a autarquia previdenciária não promoveu sua reabilitação profissional, está caracterizada a ilegalidade do cancelamento do auxílio-doença. IV- Apelação desprovida. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS ACORDAM os Juízes da 1ª Turma Recursal de Santa Catarina, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso, nos termos do voto do (a) Relator (a). (TRF-4 - RECURSO CÍVEL: 50021570520124047205 SC 5002157- 05.2012.404.7205, Relator: JOÃO BATISTA LAZZARI, Data de Julgamento: 13/11/2012, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DE SC) O recurso da autora, por sua vez, enfatiza a discriminação sofrida por ser portadora de deformidades (incapacidade laboral), resultando em dificuldade para conseguir vínculo laboral a ensejar a carência necessária para concessão do benefício previdenciário. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m ... Dessa forma, considerando-se o nível de incapacidade apresentado pela parte autora (deformidades congênitas nos membros superiores da região do cotovelo até as mãos e nos inferiores dos joelhos até os pés) e da discriminação que sofre por ser portadora de deformidades, conforme consta do recurso, é de ser dado parcial provimento para garantir, como forma de habilitação profissional, o pagamento do curso universitário, como requer a parte autora. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS Caso de segurado que não conseguiu concluir o processo de reabilitação, porque não se adaptou à função indicada pela autarquia TRF-2 - APELAÇÃO CIVEL AC 320003 2000.50.01.000411-3 (TRF-2) Data de publicação: 05/03/2004 Ementa: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. ABANDONO DO PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. SUSPENSÃO. - Não deve ser suspenso o auxílio-doença de segurado por motivo de abandono do Curso de Reabilitação Profissional(CRP), promovido pelo Instituto Nacional do Seguro Social, quando ficar evidenciada a ausência de má-fé no ato. - Na espécie, o segurado deixou o programa de reabilitação porque não conseguiu se readaptar na outra função indicada pela autarquia, além de dificultar-lhe sobremaneira o reingresso no mercado de trabalho a opção por outro emprego. Mesmo assim, este optou por retornar ao curso, ocasião em que foi recusado. Recurso provido a fim de restabelecer o benefício. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m https://trf-2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/863997/apelacao-civel-ac-320003-20005001000411-3 COMENTANDO CASOS PRÁTICOS TRF-5 - APELREEX Apelação / Reexame Necessário REEX 121386620114058300 (TRF-5) Data de publicação: 27/02/2014 Ementa: Processual Civil. Previdenciário. Apelação do INSS contra sentença, submetida ao reexame necessário, que julgou procedente pedido de aposentadoria por invalidez, em favor de trabalhador urbano (comerciário), com base na perícia judicial, e com efeitos retroativos à data do cancelamento do auxílio doença (20 de setembro de 2009). 1. A condição de segurado obrigatório e o cumprimento da carência legal são fatos incontroversos, visto que o demandante vem recebendo vários auxílios doença, desde o ano de 2007, sucessivamente renovados (f. 34, 49,52, 54 e 60), até novembro de 2011, f. 62. 2. Juntada de vários atestados médicos, referentes a todo o período em que esteve em gozo de auxílio doença, f. 32-33, 35-36, 45-46, 55-58 e 61. 3. A perícia judicial confirmou ser o promovente portador de diabete mellitus, apresentando complicações decorrentes desta patologia, asseverando: o periciando é portador de sequelas de Diabetes mellitus - amputação de dois pododáctilos esquerdos, em setembro de 2010, retinopatia diabética e hipertensão arterial. Foi encaminhado para o curso de reabilitação profissional, mas não teve condições de terminar ou se adaptar, pois tem dificuldade de permanecer na posição de pé ou sentado por tempo prolongado devido às complicações cardiovasculares da diabetes. Não observamos sinais ou sintomas de nefropatia diabética ou insuficiência renal, f. 200. 4. Em resposta aos quesitos apresentados, o expert concluiu tratar-se de doenças crônicas e irreversíveis, levando-o à incapacitação parcial e permanente, f. 201-202. 5. Direito do autor, aqui recorrido, à aposentadoria por invalidez, com base na perícia judicial, mormente por se tratar de pessoa de parca instrução (até o 6º ano do ensino fundamental, f. 199), com mais de cinquenta anos de idade (nascido em 1959, f. 12), tolhido de sua força laboral e de reais chances de reinserção no mercado de trabalho m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m https://trf-5.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24982568/apelreex-apelacao-reexame-necessario-reex-121386620114058300-trf5 COMENTANDO CASOS PRÁTICOS TEMA 177 TNU – Turma Nacional de Uniformização PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI (TURMA) Nº 0506698-72.2015.4.05.8500/SE RELATOR: JUIZ FEDERAL RONALDO JOSE DA SILVA REQUERENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS REQUERIDO: ANDRE RICARDO DOS SANTOS. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS TEMA 177 TNU – Turma Nacional de Uniformização Saber se a decisão judicial de concessão/restabelecimento do benefício de auxílio-doença também pode determinar a submissão do segurado a processo de reabilitação profissional ou se tal ato se insere no âmbito da discricionariedade do INSS (arts. 62 e 89, ambos da Lei n. 8.213/1991). 1. Constatada a existência de incapacidade parcial e permanente, não sendo o caso de aplicação da Súmula 47 da TNU, a decisão judicial poderá determinar o encaminhamento do segurado para análise administrativa de elegibilidade à reabilitação profissional, sendo inviável a condenação prévia à concessão de aposentadoria por invalidez condicionada ao insucesso da reabilitação; 2. A análise administrativa da elegibilidade à reabilitação profissional deverá adotar como premissa a conclusão da decisão judicial sobre a existência de incapacidade parcial e permanente, ressalvada a possibilidade de constatação de modificação das circunstâncias fáticas após a sentença. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m COMENTANDO CASOS PRÁTICOS TEMA 177 TNU – Turma Nacional de Uniformização Por outro lado, não se pode ouvidar de que a prestação em questão possui uma natureza bastante peculiar, sendo que o sucesso de seu resultado é multifatorial; depende da possibilidade concreta de reabilitação do segurado, que passa não só pela análise médica das moléstias que lhe acometem, mas também do meio em que está inserido, de sua prévia capacitação educacional e profissional, das possibilidades de emprego e reinserção em mercado de trabalho em sua região etc. A análise, enfim, é multidisciplinar para a eleição dos casos que possuem condições para reabilitação; e, mesmo entre estes, no curso do processo podem ocorrer diversos eventos que alteram o resultado, impossibilitando a reabilitação proposta, como a reinserção voluntária do autor em exercício de função diversa, a piora de suas condiçõesde saúde ou mesmo a ausência de adesão do segurado ao processo, impossibilitando sua conclusão. Desta forma, é temerário e prematuro que se ordene a reabilitação propriamente dita; deve haver somente a determinação de deflagração do processo, como bem exposto pelo voto do relator, através da dita perícia de elegibilidade, sendo que o resultado do processo dependerá do desenrolar dos fatos, no âmbito administrativo. m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. ALVES, Helio Gustavo. Habilitação e reabilitação profissional: obrigação do empregador ou da previdência social? / 2. ed. Atualizado com a IN 77/2015 – São Paulo: LTr 2016; DE CASTRO, Carlos Alberto Pereira. LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 23. ed. Santa Catarina: Conceito Editorial, 2020. GEROMES, Sergio. Cálculo do benefício previdenciário na prática/ – 2.ed. – São Paulo: LTr, 2018; GEROMES, Sergio. Passo a Passo do cálculo do benefício previdenciário: antes e depois da reforma da previdência/ – 1.ed. – São Paulo: LUJUR Editora, 2020; SERAU JUNIOR, Marco Aurélio. Seguridade social como direito fundamental material. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2011. Processo Administrativo Previdenciário Eficiente / Adriano Mauss, Alexandre Schumacher Triches. – São Paulo : LTr, 2017; Readaptação Profissional: da teoria à prática / Maria Luiza Gava Schmidt, Maria Candida Soares Del-Masso (organizadoras) São Paulo: Cultura Acadêmica, 2017 m a u ra fe lic ia n o @ g m a il.c o m