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Estudos Disciplinares VII Questionário II Pergunta 1 “A palavra é função do interlocutor e, uma vez que é proferida para comunicar algo a alguém, tem caráter social". Para o autor, a palavra é dispositivo da comunicação verbal, pois é a “realidade fundamental da língua”. Esse conceito é de: a) Roger Chartier. b) Mikhail Bakhtin. c) Paulo Freire. d) Harry Pross. Comentário: Mikhail Bakhtin vê o diálogo como algo que se realiza com palavras, as quais apresentam algumas determinações, como o fato de ter procedência e de ser dirigida a alguém: ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão de um em relação ao outro. Por meio da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, à coletividade. (BAKHTIN, 1999, p. 113). A palavra é função do interlocutor e, uma vez que é proferida para comunicar algo a alguém, tem caráter social. Para o autor, a palavra é dispositivo da comunicação verbal, pois é a “realidade fundamental da língua” (BAKHTIN, op. cit., p. 123). Desse modo, o diálogo é uma categoria ampla que inclui em seu raio de ação, além da comunicação interpessoal, todas as formas de comunicação. Pergunta 2 “O diálogo se impõe como o caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens. Por isso, o diálogo é uma exigência existencial.” Esse pensamento é de: a) Roger Chartier. b) Axel Bruns. c) Paulo Freire. d) Harry Pross. Comentário: Como dispositivo de pronunciação do mundo, Paulo Freire afirma que a palavra é o próprio diálogo que, por sua vez, se caracteriza como modo de refletir e agir na realidade: é dizendo à palavra que, “pronunciando” o mundo, os homens o transformam, o diálogo se impõe como caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens. Por isso, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. [...] É um ato de criação. (FREIRE, 1987, p. 79). (Grifos do autor). Pergunta 3 A Internet possibilitou acesso aos documentos e registros que podem ser vistos e guardados a qualquer momento, em tempo real. Assim: a) O que era variado e para diferentes pessoas, torna-se massificado em alguns cliques, mas sem possibilidade de download. b) O que era amplo e para muitas pessoas, torna-se raro e impossível de ser encontrado em alguns cliques e downloads. c) O que era restrito e para poucas pessoas, torna-se comum e presente em alguns cliques e downloads. d) O que era restrito e para poucas pessoas, torna-se raro e impossível de ser encontrado em alguns cliques e downloads. Comentário: Selfie não é apenas um momento de egocentrismo: é uma exposição imagética, da cultura oralizada. Conhecer o mundo pela Internet, nos dias atuais, é a mesma coisa que saber as coisas pelos livros, rádios, televisão (principalmente no Brasil), registros que podem ser acessados e guardados a qualquer momento, em tempo real. O que era restrito e para poucas pessoas, torna-se comum e presente em alguns cliques e downloads. Pergunta 4 A respeito do meme, Dawkins define-o como: a) Unidade de evolução social, propagando-se de indivíduo para coletividade. b) Unidade de evolução cultural, propagando-se de indivíduo para indivíduo. c) Unidade de evolução biológica, propagando-se de espécie para espécie. d) Unidade de evolução social, propagando-se de espécie para espécie. Comentário: Em 1976, Richard Dawkins (biólogo inglês) usou a expressão no livro “O gene egoísta”. Meme consiste numa unidade de evolução cultural, propagando-se de indivíduo para indivíduo. Assim, a forma de transmissão de dados e conhecimentos pode ser considerada meme: até mesmo uma religião ou piada interna que você compartilhe com seus amigos. A metáfora de Dawkins – e que a molecada usa muito – consiste em produzir conteúdos descontextualizados, mas que ativam a memória prévia: são “carinhas mal desenhadas” (as Rage Faces) que fazem piada ou ironizam um assunto ou tema. O meme, como muitas coisas na Internet, não tem uma fonte definida ou criador que diz: “isso é meu”. Segundo os sites YouPix e BuzzFeed, existem duas vertentes de criação dos memes: a primeira seria o site de Joshua Schachter, chamado Memepool, no final de 1999, mais ou menos. A segunda linha de memes é registrada no site Contagious Media, gerenciado por Jonah Peretti, no início de 2000. Em ambos os casos, tais páginas tinham a intenção de divulgar as obras textuais e visuais que muitos criavam. Pergunta 5 Das afirmações a seguir sobre “sendo preconceituoso (ou realista)”: I) O excesso de imagens e sons faz com que tenhamos pouca memória ou vivência com o espaço ou momento registrado, seja via foto, vídeo, gravação de voz etc. II) Sempre que recebemos um filtro ou conjunto de informações, corremos o risco de sermos “preconceituosos”, deixando de lado a nossa experiência ou percepção (“baruio demais mostra que a carroça traiz nada”). III) Desrespeitamos os valores e ritos locais e presenciais, pois estamos em vários lugares ao mesmo tempo, mas nunca na frente da pessoa (tempo acelerado e editado X tempo real e angustiante). Após a leitura, quais das afirmações estão corretas? a) Afirmações II e III. b) Afirmações I e III. c) Afirmações I e II. d) Todas as afirmações (I, II e III). Comentário: As três afirmações são corretas, pois indicam o cenário cotidiano em que nós estamos inseridos, ou seja, repleto de imagens e sons, distribuídos de forma demasiada e excessiva. A “hiperconectividade” faz com que estejamos presentes em vários lugares ao mesmo tempo, desrespeitando os ritos e as pessoas que fazem parte do mundo “presencial”. Pergunta 6 Das afirmações a seguir sobre o cenário da Internet: I) O que vivemos na Internet, em especial as crianças e adolescentes, perpassa pelo processo da infantilização/ser adulto, que é presente em diferentes gerações, ao longo da civilização humana. II) O processo de escrita e inserção da linguagem é mais demorado e “castrador”, solicitando comedimento, reflexão, respeito aos modelos ou cânones sociais vigentes num determinado cenário. Ao evitar esse processo, acelerado pelo volume de informações, há um confronto entre viver a vida de forma hedonista, rápida ou individualista com um cenário antagônico, ou seja, mais formal, respeitoso e com pitadas de politicamente correto. III) No meio confronto entre cultura oral e escrita, temos presentes práticas que extrapolam o bom senso, em páginas e conteúdos digitais: o deboche, o confronto velado, a ironia e as pulsões amorosas, vingativas (porn revenge). IV) A partir do momento que podemos ser qualquer um (avatarismo), sem qualquer filtro, julgamento social, os extremos aparecem: do choro à idealização amorosa, da raiva futebolística e sexual até o famoso “não li e odeio”. Após a leitura, quais das afirmações estão corretas? a) Afirmações II e III. b) Afirmações I e III. c) Afirmações I, II e III. d) Todas as afirmações (I, II, III e IV). Comentário: Dos itens arrolados, todos são verdadeiros, pois além do conflito de gerações, há ainda o surgimento de ferramentas digitais, as quais possibilitam a queda de ritos e práticas culturais seguidas e praticadas por anos, décadas ou até mesmo séculos. Aqui, é importante destacar que a Internet e seus desdobramentos têm influenciado a forma de organizar o mundo e suas múltiplas formas de registros. Pergunta 7 Das afirmações a seguir, qual é verdadeira? a) O meme consiste em produzir conteúdos contextualizados, que evitam a memória prévia do leitor/visualizador. b) O site de Jonah Peretti, chamado Memepool, foi um dos precursores do meme, na Internet. c) Em suma, memes são “carinhas bem desenhadas” (as smiley faces) que fazem piada e estímulos de autoajudaàs pessoas. d) Para Dawkins, meme consiste em uma unidade de evolução cultural, propagando-se de indivíduo para indivíduo. Comentário: Em 1976, Richard Dawkins (biólogo inglês) usou a expressão no livro “O gene egoísta”. Meme consiste numa unidade de evolução cultural, propagando-se de indivíduo para indivíduo. Assim, a forma de transmissão de dados e conhecimentos pode ser considerada meme: até mesmo uma religião ou piada interna que você compartilhe com seus amigos. A metáfora de Dawkins – e que a molecada usa muito – consiste em produzir conteúdos descontextualizados, mas que ativam a memória prévia: são “carinhas mal desenhadas” (as Rage Faces) que fazem piada ou ironizam um assunto ou tema. O meme, como muitas coisas na Internet, não tem uma fonte definida ou criador que diz: “isso é meu”. Segundo os sites YouPix e BuzzFeed, existem duas vertentes de criação dos memes: a primeira seria o site de Joshua Schachter, chamado Memepool, no final de 1999, mais ou menos. A segunda linha de memes é registrada no site Contagious Media, gerenciado por Jonah Peretti, no início de 2000. Em ambos os casos, tais páginas tinham a intenção de divulgar as obras textuais e visuais que muitos criavam. Pergunta 8 Dos itens a seguir, qual faz parte dos conceitos cunhados por Jenkins? a) Subjetividade. b) Objetividade. c) Construção de planetas. d) Descontinuidade X individualidade. Comentário: Dos itens arrolados, apenas a subjetividade faz parte do rol de conteúdos que se alinham aos conceitos de Jenkins. O autor define subjetividade como os aspectos que dão coerência à estória e à multiplicidade que pode ser construída em uma trama. Pergunta 9 Se nos anos 1970/1980, a moda era ter QI (Quociente de Inteligência); na década de 1990, era importante desenvolver o QE (Quociente Emocional). Tempos depois, vivemos em Rizomas e Redes/SQ (Spiritual Quocient, início dos anos 2000), é possível notar o surgimento de um discurso que valoriza a postura de pessoas mais colaborativas e participativas (sem o famoso “mimimi” e “fofoca pro vizinho do lado”), empáticas e, principalmente, sociais. Estamos falando da: a) Inteligência atitudinal. b) Inteligência artificial. c) Inteligência social. d) Inteligência algébrica. Comentário: Conforme registrado textualmente no TAB/UOL (http://tab.uol.com.br/inteligencia-social/), o século XXI, em meio à explosão das mídias digitais e dos aparelhos móveis, valoriza e pede socorro à inteligência social, que nos permite entender o outro, reconhecer expressões e interagir (melhor) em sociedade - coisas que aprendíamos naturalmente, mas, sob o efeito colateral da revolução das novas tecnologias, precisamos agora de uma forcinha para assimilar. Pergunta 10 Sobre as quatro fases da Internet: I) A Internet 1.0 busca oferecer possibilidades de inserir dados, permitindo ao usuário a interação – direta ou indireta – com o conteúdo e possíveis proprietários da página. Além disso, é possível configurar o recebimento de determinados conteúdos, como RSS. II) A Internet 2.0, além de ser uma “web inteligente”, antecipará decisões, por meio do banco de números e dados previamente estabelecidos em seus big data. Serão máquinas que estarão um passo à frente do nosso cotidiano, lidando com “inteligência artificial” (não confundir com o filme). Um exemplo seria um avião que, por meio de suas ferramentas e sensores, oferece ao piloto opções de voo sem a necessidade de decisões a serem tomadas rapidamente. III) A Internet 3.0 consiste no envio e troca de informações, cuja estrutura é estática, repleta de textos e imagens de baixa resolução. Além disso, não há sequer a possibilidade de interação/alteração com os elementos inseridos. Nesse momento, é possível apenas ler os conteúdos nela presentes. IV) A Internet 4.0 é uma “web inteligente”, embora não permita a apropriação de conteúdos, reestilizando-os do seu jeito (vídeos, memes, troll faces etc.), ela também não possibilita acesso aos dados e cliques do usuário. Contudo, permite uma interação entre as suas escolhas e possíveis produtos ou serviços a serem ofertados ou vendidos. Após a leitura, quais afirmações estão incorretas? a) Afirmações I, II e III. b) Afirmações II, III e IV. c) Afirmações I, II e IV. d) Todas as afirmações. Comentário: • A Internet 1.0 consiste no envio e troca de informações, cuja estrutura é estática, repleta de textos e imagens de baixa resolução. Além disso, não há sequer a possibilidade de interação/alteração com os elementos inseridos. Nesse momento, é possível apenas ler os conteúdos nela presentes. • A Internet 2.0 busca oferecer possibilidades de inserir dados, permitindo ao usuário a interação – direta ou indireta – com o conteúdo e possíveis proprietários da página. Além disso, é possível configurar o recebimento de determinados conteúdos, como RSS. • A Internet 3.0 é uma “web inteligente”, pois além de permitir a apropriação de conteúdos, reestilizando-os do seu jeito (vídeos, memes, troll faces etc.), possibilita acesso aos dados e cliques do usuário, permitindo uma interação entre as suas escolhas e possíveis produtos ou serviços a serem ofertados ou vendidos. Um exemplo seria o Gmail, que insere textos publicitários de acordo com o conteúdo das mensagens recebidas. • A Internet 4.0, além de ser uma “web inteligente”, antecipará decisões, por meio do banco de números e dados previamente estabelecidos em seus big data. Serão máquinas que estarão um passo à frente do nosso cotidiano, lidando com “inteligência artificial” (não confundir com o filme). Um exemplo seria um avião que, por meio de suas ferramentas e sensores, oferece ao piloto opções de voo sem a necessidade de decisões a serem tomadas rapidamente. 6
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