Buscar

MateriaisdeConstrucaoCivilI (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 115 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 115 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 115 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Materiais de Construção Civil I 
© 2016 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor 
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Sou o professor Judson Ricardo Ribeiro da Silva, graduado em 
Química Tecnológica pela Universidade Estadual de Londrina 
(UEL), mestre em Engenharia de Materiais pela Universidade Fe-
deral do Paraná (UFPR) e também graduado em Engenharia Civil 
pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar). Ampla experiên-
cia na área industrial no setor da construção civil e docência do 
ensino superior, principalmente para o curso de Engenharia Civil, 
sendo titular das disciplinas de Química Aplicada à Engenharia e 
Materiais de Construção.
Sobre os autores
Sumário
Capítulo 1 Agregados ......................................................................9
1.1 Importância do estudo dos materiais de construção ....................................... 11
1.1.1 Definição ................................................................................................ 11
1.1.2 Classificação .......................................................................................... 12
1.1.3 Produtos industrializados ....................................................................... 14
1.1.4 Matérias-Primas ..................................................................................... 15
1.1.5 Produção das britas ............................................................................... 16
1.1.6 Uso dos agregados ................................................................................ 17
1.1.7 Impurezas ............................................................................................... 20
Capítulo 2 Aglomerantes .................................................................23
2.1 Definição .......................................................................................................... 25
2.1.1 Cal .......................................................................................................... 26
2.1.2 Reações Químicas ................................................................................. 27
2.1.3 Etapas do ciclo da Cal ........................................................................... 27
2.1.4 Gesso ..................................................................................................... 31
Capítulo 3 Cimento ..........................................................................37
3.1 Definição .......................................................................................................... 38
3.1.1 Produção do cimento Portland ............................................................... 40
3.1.2 A QUÍMICA DO CIMENTO ..................................................................... 41
3.1.3 TEMPO DE PEGA DO CIMENTO ......................................................... 42
3.1.4 TIPOS DE CIMENTO PORTLAND ........................................................ 44
3.1.5 Aplicações dos tipos de cimento Portland ............................................. 45
3.1.5.1 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732) ....................... 45
3.1.5.2 Cimento Portland CP II (NBR 11578) ................................................. 45
3.1.5.3 Cimento Portland de Alto Forno CP III – (com escória - NBR 5735) . 46
3.1.5.4 Cimento Portland CP IV – 32 (com pozolana - NBR 5736) ............... 47
3.1.5.5 Cimento Portland CP V ARI - (Alta Resistência Inicial - NBR 5733) .. 47
Capítulo 4 Concreto de Cimento Portland .......................................51
4.1 Definição .......................................................................................................... 52
4.1.1 Propriedades do Concreto ..................................................................... 54
4.1.2 Relembrando! ......................................................................................... 54
4.1.3 Concreto Fresco ..................................................................................... 55
4.1.4 Consistência .......................................................................................... 55
4.1.5 Plasticidade ........................................................................................... 56
4.1.6 Poder de retenção de água .................................................................. 57
4.1.7 Trabalhabilidade .................................................................................... 58
4.1.8 Concreto Endurecido ............................................................................ 58
4.1.9 Resistência mecânica ............................................................................ 59
4.1.10 Durabilidade e impermeabilidade ........................................................ 61
Capítulo 5 Materiais cerâmicos para alvenaria ...............................63
5.1 Definição de material cerâmico ....................................................................... 65
5.1.1 Definição de Alvenaria ........................................................................... 65
5.1.2 Alvenaria para Edificações ..................................................................... 66
5.1.3 Blocos Cerâmicos Maciços .................................................................... 67
Capítulo 6 Materiais cerâmicos de revestimento ............................73
6.1 Definição .......................................................................................................... 75
6.1.1 Classificação .......................................................................................... 76
6.1.2 Matérias-Primas ..................................................................................... 78
6.1.3 Processo de fabricação dos revestimentos cerâmicos ......................... 78
6.1.4 Revestimentos Cerâmicos ..................................................................... 79
6.1.5 Características dos Revestimentos ....................................................... 80
6.1.6 Propriedades dos Revestimentos .......................................................... 80
Capítulo 7 Materiais Metálicos .........................................................87
7.1 Definição .......................................................................................................... 89
7.1.1 Obtenção do Ferro ................................................................................. 89
7.1.2 Metais ..................................................................................................... 90
7.1.3 Classificação dos Produtos Siderúrgicos .............................................. 91
7.1.4 Obtenção do Aço .................................................................................... 92
7.1.5 Aços para concreto armado e protendido .............................................. 93
Capítulo 8 Materiais Poliméricos: Tintas e Vernizes .......................99
8.1 Generalidades .................................................................................................. 101
8.1.2 Formulação Das Tintas .......................................................................... 105
8.1.3 Preparação de superfícies .....................................................................108
Prezado(a) aluno(a), tudo bem?
Com grande satisfação que lhes apresento o livro de Materiais de 
Construção Civil I. Como autor desta obra, digo que foi elaborada 
com a proposta de criar um entendimento mais claro no estudo dos 
materiais de construção. O texto tem uma linguagem mais direta, 
com alguns exemplos e ilustrações. Os termos técnicos foram mais 
suavizados para que você, aluno(a), tire suas dúvidas com a leitura.
Este livro trará, no primeiro momento, a importância de se estudar 
os materiais de construção para os futuros engenheiros civis. Esta 
obra seguirá uma abordagem cronológica dos principais grupos 
dos materiais que são incorporados e usados na construção civil. 
Começando com a família dos agregados com suas definições e 
aplicações dentro desta área, bem como sua importância.
Em seguida, estudaremos os aglomerantes inorgânicos, como a 
cal e o gesso, abordando definições, obtenção e suas aplicações. 
Caberá um capítulo à parte para estudar o cimento, que também se 
enquadra na família dos aglomerantes, mas que por sua importan-
tíssima aplicação, merecerá ser tratado separadamente.
O concreto de cimento Portland, neste livro e nesta disciplina, será 
tratado de forma mais superficial, com suas definições e aplica-
ções. Seu estudo mais detalhado será abordado na disciplina de 
Materiais de Construção II.
Apresentação
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
AgregadosCapítulo
1
Neste capítulo, vamos trabalhar para entender por que 
estudar os materiais de construção civil. Muitos alunos de 
engenharia, e é comum isso, se dedicam na maior parte de 
seu tempo ao estudo das disciplinas de cálculo. Porém, é 
fundamental o embasamento teórico dos conceitos para que 
os cálculos tenham um entendimento melhor.
A disciplina de materiais de construção I é a base das 
disciplinas específi cas para os futuros engenheiros civis. É 
nesta disciplina que os alunos aprenderão e começarão a 
falar em engenharia civil. Terão contato com assuntos que 
terão que levar consigo para toda a vivência profi ssional.
O início dos estudos em materiais de construção é com um 
dos grupos de materiais mais utilizados nas construções, 
os agregados. Este grande grupo é a base para e maior 
proporção para a produção de um dos materiais mais 
consumidos no planeta, que é o concreto.
Mas afi nal, o que são os agregados? Qual a sua fi nalidade? 
Estudaremos tudo isso neste capítulo e ainda teremos a 
oportunidade de conhecermos os vários tipos de agregados 
que podem ser usados em determinadas situações específi cas.
10 UNIUBE
• Compreender a importância dos materiais de construção.
• Descrever agregados.
• Compreender classificação dos agregados. 
• Explorar as características de agregados industrializados.
• Conhecer e diferenciar os tipos de rochas.
• Conhecer o processo de trituração dos agregados.
• Entender a aplicabilidade dos agregados.
• Saber o porquê estudar materiais de construção civil.
• O que são os agregados na construção civil. 
• Especificar as categorizações dos agregados.
• Quais são os produtos naturais e industrializados.
• Delinear os produtos industrializados.
• Qual é o fluxograma da produção de britas.
• Apontar quais os agregados mais utilizados na 
construção civil.
• Identificar nos agregados possíveis impurezas.
Objetivos
Esquema
A leitura está bastante simples e de fácil entendimento. 
Você verá que existem muitos termos técnicos ao longo 
deste capítulo, mas como disse anteriormente, são 
assuntos, termos, que conviverão por toda a sua jornada de 
engenheiro(a) civil.
Querido(a) acadêmico(a), torcemos para que você seja capaz 
de usufruir satisfatoriamente dos estudos expostos deste 
exemplar. Convido-o(a) percorrer os próximos capítulos!
 UNIUBE 11
Importância do estudo dos materiais de construção1.1
Interessante notar que a grande maioria dos estudantes de 
Engenharia quando entram na faculdade esperam um curso com 
muitos cálculos, de todos os tipos. Observa-se ainda que quando 
os alunos se deparam com disciplinas teóricas, tendem a demos-
trar desinteresse, e acabam se descuidando nos estudos dessas, 
pois se dedicam aos cálculos.
Porém, para que os alunos consigam aprender e fazer os cálculos 
é fundamental que estudem os conceitos. A disciplina de Materiais 
de Construção é a base da Engenharia Civil, pois toda e qualquer 
obra construtiva é resultado de materiais. Não basta saber calcular 
uma viga, é preciso saber dosar o concreto para que atenda as 
especificações e exigências dos cálculos de infraestrutura. O co-
nhecimento dos materiais de construção possibilitará ao projetista 
escolher o material que poderá resistir às tensões.
1.1.1 Definição
Aproximadamente 75% do volume de concreto são ocupados pelos 
agregados. Espera-se assim, que sua qualidade seja de extrema 
importância. Os agregados influenciam diretamente na resistência 
e ainda interferem significativamente a durabilidade e desempenho 
estrutural do concreto.
Bauer (2005, p. 63) define o termo agregados como um “um ma-
terial granular incoesivo de atividade química praticamente nula 
com misturas de partículas com uma grande variação de tama-
nhos”, características e propriedades adequadas muito utilizadas 
na Engenharia. 
12 UNIUBE
BRITAS
Fonte: Bolonha (2013)
1.1.2 Classificação
Os agregados podem ser classificados quanto à sua origem em 
naturais e industrializados. 
Os naturais são aqueles que se encontram de forma particulada 
na natureza como areia e cascalho, ou seja, estão “prontos” para 
serem empregados.
Já os industrializados apresentam sua composição particulada 
obtida por processos industriais. Neste caso, a matéria-prima pode 
ser as rochas, escórias de alto forno ou ainda as argilas.
Você deve estar se perguntando, mas rochas e argilas não são 
encontradas na natureza também? E por que são de origem indus-
trializada? O motivo termo industrializado tem a ver com a trans-
formação ou trituração destes materiais para ficarem em tamanhos 
que sejam possíveis sua aplicação. 
Os agregados, tanto os de origem natural ou industrializada, apre-
sentam propriedades como porosidade, composição granulométri-
ca, absorção de água, forma e textura superficial das partículas, 
resistência à compressão, módulo de elasticidade e solidez.
 UNIUBE 13
Em relação às dimensões das partículas, os agregados podem 
ser classificados em graúdos e miúdos. A separação entre estas 
duas classificações está na dimensão de 4,8 mm, sendo que os 
agregados com o tamanho de partículas inferiores aos 4,8 mm são 
chamados de agregados miúdos e os agregados com tamanho de 
partículas superiores aos 4,8 mm são considerados os agregados 
graúdos (ABNT NBR 7211: 2009).
Por convenção considera-se a areia, em geral, como agregado mi-
údo, mas essa não é a denominação correta (NEVILLE; BROOKS, 
2013).
Pode se classificar os agregados quanto ao seu peso específico 
aparente, em leves, médios e pesados. A tabela, a seguir, mostra 
as densidades aparentes médias dos diversos tipos de agregados.
Densidade Aparente Média
Fonte: Bauer (2011, v. I)
A forma dos grãos dos agregados influi na qualidade do concre-
to, ao lhe alterar a trabalhabilidade, afetando as condicionantes de 
bombeamento, lançamento e adensamento. 
Os formatos mais arredondados, como exemplos os seixos de rios 
e as areias e os formatos mais angulares que possuem arestas 
14 UNIUBE
bem definidas na interseção das faces razoavelmente planas que 
têm como exemplos as pedras britadas de todos os tipos. Estas 
são as formas de melhor qualidade para o uso nos concretos, pois 
podem possibilitar um bom grau de empacotamento das partículas. 
O grau de empacotamento é a facilidade das partículas se encaixa-
rem entre eles, diminuendo os espaços vazios formados entre elas.Isso reduz a absorção de água no concreto e aumenta assim sua 
resistência (NEVILLE; BROOKS, 2013).
1.1.3 Produtos industrializados
Como produtos da trituração das rochas, obtemos os produtos in-
dustrializados citados por Bauer (2011, p.64):
1. Brita: agregado obtido a partir de rochas com-
pactas que ocorrem em depósitos geológicos 
(jazidas), pelo processo industrial de cominui-
ção. Produto final – várias categorias.
2. Pedra britada: brita produzida em cinco gra-
duações, denominadas, em ordem crescente 
de diâmetros médios: pedrisco, pedra 1, pe-
dra 2, pedra 3 e pedra 4. 
3. Pó de pedra: material mais fino que o pedris-
co. Sua graduação genérica, mas não rigoro-
sa, é de 0/4,8 mm.
4. Areia de brita: obtido dos finos resultantes da 
produção da produção de brita, onde se retira 
a fração inferior a 0,15 mm (0,15/4,8 mm).
5. Fíler: graduação varia entre 0,005 a 0,075 
mm. 
6. Bica corrida: mesma granulometria com o 
material sai do britador primário. (0/300 mm).
 UNIUBE 15
7. Rachão: passa pelo britador primário e é reti-
do na peneira de abertura 76 mm.
8. Restolho: material granular, de grãos em ge-
ral friáveis. 
9. Blocos: fragmentos de rocha acima do metro. 
Abastecem o britador primário.
1.1.4 Matérias-Primas
Muitas rochas são aptas a serem exploradas para a produção de 
agregado fabril. Em cada localização geográfica haverá uma rocha 
de tal natureza que seja mais vantajosa para o tipo de agregado 
que se queira produzir. Podemos citar como alguns exemplos as 
mais comumente exploradas que são: granito, basalto, gnaisse, 
calcário, arenito, hematita, barita, entre outras.
A escória de alto-forno que não é uma rocha mineral, mas que 
também pode ser industrializada e utilizada como agregado, é o 
resíduo da produção de ferro gusa em alto-fornos das siderurgias.
SAIBA MAIS!
Segue um link, para maior entendimento das escórias de alto-for-
no, que mostra a importância deste agregado e que ainda tem sua 
medida sustentável.
<http://www.solocap.com.br/trabalhotecnico002.pdf>. 
16 UNIUBE
1.1.5 Produção das Britas
As britas são produzidas em indústrias de trituração dos materiais 
que chamamos de pedreiras. As rochas são extraídas das jazidas 
e levadas a sucessivos processos de trituração, sendo reduzidas a 
tamanhos adequados ao uso na engenharia.
Fluxograma de produção das britas
Fonte: Figura adaptada de Bauer (2011, p.73)
Note no fluxograma, que depois que o material passa pelos bri-
tadores, é submetido ao processo de peneiramento. Tal processo 
consiste em separar os diversos tamanhos obtidos durante a tri-
turação. Assim, são formados os diversos produtos britados que 
serão usados na construção civil.
 UNIUBE 17
1.1.6 Uso dos agregados
1.1.6.1 Areia
A areia pode ser usada em concreto, argamassa de assentamento 
e revestimento, pavimentação asfáltica, em filtros, lastro e imper-
meabilização de vias e pátios.
Os filtros frequentemente são edificados com areia limpa. Sua fun-
ção é de liberar a passagem da água e dificultar o caminho de 
partículas finas do solo. Poucos possuem brita, areia e pedrisco. 
É também utilizada nos chamados filtros “sandwich”, ou seja, uma 
continuidade de brita, pedrisco, areia, brita e pedrisco. Por suas 
funções, o filtro habitualmente encontra-se na parte interna de uma 
obra e, por conseguinte está mais protegido da meteorização. O 
material do filtro é estimulado por: 1) Impacto, abrasão e atrito, na 
fase de realização, e à compressão, de acordo com a sua posição 
em um enrocamento ou aterro maior; 2) Executáveis reações quí-
micas. Com água potável, consegue ocorrer dissolução se a rocha 
utilizada for gipsita, calcário, mármore e/ou, sedimentar com gipsita 
ou cimento de carbonato. Será possível acontecer intemperização 
se este filtro permanecer desabrigado ao tempo e não saturado. 
Fixação do filtro de barragem por óxidos de ferro será estudada no 
capítulo sobre barragens.
RELEMBRANDO!
Não esqueça as definições já vistas anteriormente sobre areia, pe-
drisco, brita e também dos tamanhos das suas partículas. Será fun-
damental esse entendimento quando se falam de filtros que usam 
agregados.
18 UNIUBE
As características da rocha são: resistência à compressão (obe-
decendo a posição do filtro), resistência à abrasão (de pouca re-
levância), insolubilidade. Os ensaios aconselhados são: análise 
petrográfica; resistência à compressão e à abrasão, dependendo 
da posição. Existe um pequeno número, e não muito conhecidos, 
os princípios que regem os agregados usados na confecção de 
filtros. A American Water Works Association descreve especifica-
ções em quantidades rígidas e criteriosas para agregados a serem 
utilizados em filtros de barragens para abastecimento de água. Tais 
especificações são, ocasionalmente, adotadas no Brasil.
1.1.6.2 Brita
O Ministério de Minas e Energia (2009, 2.) traz em seu documento 
que a Brita “é destinada para o setor da construção civil com aplica-
ções na fabricação de concreto, revestimento de leito de estradas 
de terra, de ferrovias, barramentos, etc.”.
A brita estabelece o máximo volume do concreto com o qual se 
executa inúmeras obras de engenharia. 
As utilidades da brita no concreto são: a) ajudar com grãos capazes 
de reagir aos esforços solicitantes, b) contrapor ao desgaste à ação de 
intempéries; c) restringir as modificações de volume de qualquer natu-
reza; d) auxiliar para a diminuição do custo do concreto. As demandas 
que a rocha utilizada para a produção de brita ficam sujeitas são: atrito 
e impacto no tempo de preparação do concreto; compressão e tração 
associado à estrutura do concreto; executável reação com álcalis do 
cimento; ação do processo mecânico, como expansão e contração 
térmica; ação química da água da chuva e das águas agressivas.
As propriedades exigidas da rocha da brita são: resistência à 
compressão simples, à tração, ao desgaste (pouco importante), 
 UNIUBE 19
não reatividade, resistência ao intemperismo, trabalhabilidade 
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2009).
Os ensaios recomendados são: 
Compressão axial; tração; análise petrográfica 
para minerais reativos ou ensaio de reatividade; 
forma; análise das impurezas (torrões de argila, 
materiais carbonosos, material pulverulento, im-
purezas orgânicas, presença de mica, presença 
de sulfato); avaliação da alteração e alterabilidade 
(MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, 2009, p.4).
Nos lastros de vias férreas, a brita é utilizada em estaturas progres-
sivas de baixo para cima, acima do solo. As finalidades dos lastros 
são: carregar os dormentes, suportando aos movimentos horizon-
tais em consequência à ação o tráfego e às transformações de tem-
peratura nos trilhos; dividir as cargas, reduzindo a intensidade da 
pressão sobre o leito da ferrovia; constituir um meio de drenagem 
da água sob os dormentes; constituir um meio próprio para o aplai-
namento da pista; permitir que os trilhos se movam verticalmente 
sob as cargas repentinas aplicadas; limitar os efeitos agressivos do 
impacto; desacelerar ou evitar o avanço de vegetação.
A brita é utilizada nos pavimentos das estradas, na base, no ma-
cadame hidráulico, no revestimento betuminoso e de concreto de 
cimento.
As funcionalidades do pavimento são: sustentar e partilhar a carga 
do tráfego, trazendo-a às camadas inferiores; acolher o subleito 
da ação dos agentes de ações climáticas, particularmente da ação 
mecânica da água.
20 UNIUBE
1.1.7 Impurezas
Para o uso adequado dos agregados no concreto, é importante 
sabermos que determinadas impurezas não são bem-vindas, pois 
comprometem a sua qualidade. 
Assim, de um de modo geral:
 - o calcário e o arenito conseguem ser utilizados se suas resistên-
cias à compressão estiverem conciliáveis com a resistência pre-
tendida para o concreto e se este nãofor submetido a ambientes 
ácidos;
 - a areia de cava possui argila, que reveste os grãos e diminui a 
conexão; por isso deve-se estabelecer o teor de argila a 3%;
• Não devem existir impurezas orgânicas, pois prejudicam o 
endurecimento;
• Não devem conter argila, húmus, carvão, compostos de en-
xofre e de ferro, gesso e impurezas salinas;
• Areia de praia, só se o teor de cloreto de sódio (NaCl) for 
inferior à 0,08%.
1.1.8 Considerações Finais
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final deste capítulo, que tratou 
sobre os agregados, com o intuito de entendermos um dos principais 
e mais utilizados grupos dos materiais dentro da construção civil. 
Neste primeiro momento pode parecer estranho e surgir algumas 
dúvidas, mas tenho observado exatamente isso ao longo dos anos 
 UNIUBE 21
com muitos alunos, porém, você irá entender melhor conforme for-
mos avançando no livro.
Neste capítulo pudemos definir os agregados, entendendo de onde 
são obtidos, bem como suas classificações quanto às origens, ta-
manho de partículas e massa específica. 
Pôde-se entender como é a produção dos agregados industrializa-
dos, principalmente as britas, utilizadas em larga escala na cons-
trução civil. Para isso, foi necessário ter visto as principais matérias
-primas, as rochas naturais que depois do processo de trituração, 
ficam aptas ao uso.
Quanto à aplicabilidade, ou seja, o uso dos agregados, pudemos 
discutir sobre a aplicação dos dois principais materiais deste grupo, 
a areia e a brita. Vimos que existe uma série de aplicações para 
cada um deles na área da engenharia civil. O que faz destes agre-
gados um importante e necessário material.
Por último, o conhecimento de algumas impurezas que precisamos 
saber e entender para que possamos garantir a qualidade destes 
agregados e, consequentemente, a qualidade dos outros produtos 
que dependem deles.
Interessante que saiba que iremos montar um grande quebra-ca-
beça, construindo os materiais, com base nos agregados.
Este capítulo I nos prepara para seguir adiante, dando fundamenta-
ções técnicas e recursos para futuros entendimentos.
Esperamos que você consiga sair deste estudo, fazendo um víncu-
lo com seus conhecimentos prévios, aumentando todas as ligações 
de conteúdo, reformulando seus pensamento e atitudes.
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
AglomerantesCapítulo
2
Neste capítulo, vamos falar sobre os aglomerantes, mais um 
grupo importante dentro dos materiais de construção civil. 
No estudo dos aglomerantes, vamos entender que estes 
materiais são responsáveis por manter todos os outros 
materiais unidos, como um único só material.
A defi nição dos aglomerantes de origem mineral se faz 
presente neste capítulo. Assim como o estudo dos materiais 
que são considerados aglomerantes, como a cal e o gesso.
A cal será estudada desde sua fabricação até as transformações 
químicas que ela sofre e que são fundamentais para a sua 
função. Isso poderá ser verifi cado no ciclo da cal.
Depois, veremos o gesso, outro material aglomerante 
extremamente particular em suas características. Veremos 
também desde sua fabricação até suas aplicações.
Veremos ainda um produto que está sendo muito usado na 
construção como elemento de vedação e que é feito com o 
gesso, o drywall.
Querido(a) acadêmico(a), torcemos para que você seja capaz 
de usufruir satisfatoriamente dos estudos expostos deste 
exemplar. Convido-o(a) a percorrer os próximos capítulos!
• Entender a importância dos aglomerantes na construção 
civil.
• Elucidar os aglomerantes.
• Elencar os tipos de aglomerantes. 
• Conhecer o processo de fabricação dos aglomerantes.
• O que é aglomerante de origem mineral.
• Quais são os requisitos dos aglomerantes. 
• O que é cal.
• Quais os tipos de cal.
• O ciclo da cal.
• Aplicações da cal.
• O que é gesso.
• Quais as características do gesso.
• O que é drywall.
Objetivos
Esquema
 UNIUBE 25
Definição2.1
Os aglomerantes, resultados de origem mineral (ABNT NBR 
11172:1990), são peças com constituintes minerais que, para sua 
aplicação, se exibem sob forma de pó fino e que na presença da 
água forma uma pasta com propriedades aglutinantes (aderência). 
Como requisitos principais de um aglomerante mineral podemos citar:
• tenacidade: prática de dar aderência/colagem;
• trabalhabilidade: capacidade na manipulação do material;
• resistência mecânica: capacidade de resistir a esforços me-
cânicos adequados ao seu uso;
• durabilidade: capacidade de desempenho, ou seja, manter a 
qualidade por mais tempo.
Como vimos no capítulo I, os agregados têm como uma das suas 
principais utilidades dar resistência. Como o significado de agregar 
é contribuir, somar, dar volume, os aglomerantes vêm para unir os 
agregados, aderindo as partículas umas às outras. 
Os principais materiais aglomerantes utilizados na construção civil 
são a cal, o gesso e o cimento. 
Podemos classificar os aglomerantes como hidráulicos e aéreos. Os 
aglomerantes hidráulicos, são os aglomerantes cuja pasta apresenta 
a propriedade de enrijecer somente pelo comportamento com a água 
e que, após seu enrijecimento, resiste aceitavelmente quando sujeita à 
ação da água. Como exemplo, podemos citar o cimento Portland.
26 UNIUBE
Já os aglomerantes aéreos são os aglomerantes cuja pasta de-
monstra a propriedade de enrijecer por resposta de hidratação ou 
pela ação química do anidrido carbônico (CO2) contido na atmosfera 
e que, após seu enrijecimento, não reage satisfatoriamente quando 
exposto à ação da água. Como exemplo, podemos citar o gesso.
2.1.1 Cal
Cal é um nome genérico de um aglomerante simples, que resulta 
da calcinação de rochas calcárias (CaCO3). Trata-se de um aglome-
rante onde o componente principal é o óxido de cálcio em presença 
natural com o óxido de magnésio, que pode ser hidratado ou não.
Podemos definir os tipos de cal, em cal virgem e cal hidratada. 
2.1.1.1 Cal virgem
Derivado de métodos de calcinação da rocha calcária entre uma 
temperatura de 900 a 1200ºC, cujo constituinte central é o óxido 
de cálcio (CaO) em combinação natural com o óxido de magnésio 
(MgO). Em atribuição aos teores dos seus componentes, pode ser 
denominada de: dolomítica, cálcica ou magnesiana.
Ampliando o conhecimento
Veja como é o processamento de extração da rocha calcária até 
virar cal virgem.
<http://www.vcimentos.com.br/htms-ptb/Produtos/Cal_procFabri-
cacao.html>.
 UNIUBE 27
2.1.1.2 Cal Hidratada
Proveniente da Cal virgem quando em estado de pó seco, passa 
pelo processamento de hidratação com a adição de água dando 
origem ao hidróxido de cálcio – Ca (OH)2 e demais elementos. 
2.1.2 Reações Químicas
É comum quando estudamos os aglomerantes, entender o que 
acontece com a cal. Devida a reações químicas, a cal se transfor-
ma, de maneira a obter as características de adesividade necessá-
rias para sua função de aglomerante. Ao conjunto destas reações 
químicas, damos o nome de ciclo da cal.
Lembrando que a cal é o produto resultante da calcinação de ro-
chas calcárias a uma temperatura inferior ao do início da sua fase 
de fusão, a aproximadamente 900ºC.
2.1.3 Etapas do ciclo da Cal
1. CALCINAÇÃO
CaCO3 + calor CaO + CO2
Esta reação mostra a rocha calcária (CaCO3) sendo calcinada a 
900ºC, e resultando em cal virgem ou também chamada de cal viva 
(CaO) e liberando gás carbônico (CO2).
2. EXTINÇÃO DA CAL
CaO + H20 Ca(OH)2 + calor
Esta reação mostra a hidratação da cal virgem. Esta etapa é mui-
to conhecida pelo termo “queima da cal”, usada nos canteiros de 
28 UNIUBE
obras pelos pedreiros. O resultado desta reação é a formação do 
hidróxido de cálcio – Ca(OH)2, conhecido por cal hidratado. Esta é 
uma reação exotérmica, ou seja, libera calor. Neste caso especí-
fico, o calorliberado pode chegar a 100ºC. A quantidade de hidró-
xido de cálcio – Ca(OH)2 – formado é o aglomerante propriamente 
dito. A cal virgem não tem função aglutinante. É necessário que a 
cal virgem seja hidratada para aí então se tornar com propriedades 
adesivas.
Parada obrigatória
Não deixe de notar que nesta segunda etapa do ciclo da 
cal, temos a formação do aglomerante propriamente dito, 
que é a cal hidratada. Esta etapa também chamamos de “queima 
da cal” e é aquela que o pedreiro faz na obra!
3. ENDURECIMENTO OU RECARBONATAÇÃO
Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 + H2O
A cal hidratada, quando exposta ao ar, começa a absorver o gás 
carbônico (CO2). Quanto maior o período de exposição maior a 
absorção do CO2, porém o gás carbônico por meio desta reação 
química com o hidróxido de cálcio resulta na formação de calcá-
rio (CaCO3) novamente. Ou seja, quimicamente a cal volta a ser 
calcário e perde com isso suas propriedades aglutinantes. Muito 
comum ver em sacos de cal abertos por longos períodos o “empe-
dramento” do material que normalmente é em forma de pó. Por isso 
também, que os aglomerantes têm data de validade.
 UNIUBE 29
Fonte: Guimarães e Cincotto (1985)
IMPORTANTE!
É importante relembrarmos e sabermos sobre a cal hidratada:
• Pela apresentação ao ar úmido, ou com hidratadores de cal, 
verifica-se a variação da cal virgem em cal hidratada ou a 
“eliminação” da cal.
• A hidratação da cal virgem é um comportamento vigorosamen-
te exotérmico. Por exemplo, 1 kg de cal virgem cálcica pode 
elevar a temperatura de 2,3 litros de água de 12ºC para 100ºC.
30 UNIUBE
• O aglomerante é o hidróxido que contém a capacidade aglo-
merante da cal hidratada e é quantificada pelo teor dos hidró-
xidos presentes no produto.
• A fração paralisada da cal são encontrados nos carbonatos 
residuais.
• Em contato com o ar a cal hidratada endurece, resultado da re-
carbonatação dos óxidos, ao sugar CO2 (gás carbônico) do ar.
A cal hidratada tem propriedades importantíssimas quando faz par-
te da composição das argamassas. São elas:
• Para uma maior plasticidade para à argamassa a Cal deverá 
estar em estado fresco que permitirá melhor trabalhabilida-
de e, em consequência, total produtividade na consumação 
do revestimento.
• Para o desempenho da argamassa quanto ao sistema base/
revestimento a característica de possibilitar a sucção exces-
siva da água pela base e manter o estado fresco, com isso 
proporcionando a retenção de água.
• Para as movimentações da estrutura, observar quanto ao es-
tado endurecido por meio das deformações absorvidas, resul-
tado da baixa elasticidade.
• Proporciona diminuição da retração provocando menor al-
teração dimensional, além de carbonatar vagarosamente ao 
longo do tempo, obstruir eventuais fissuras sucedidas no 
enrijecimento da argamassa mista. 
 UNIUBE 31
PARADA PARA REFLEXÃO
Imagine uma argamassa sem cal hidratada em seu traço. A 
quantidade de propriedades que refletem diretamente em 
sua qualidade. Pense nisso!
2.1.4 Gesso
Gesso é o termo genérico usado para uma família de aglomeran-
tes simples. É um aglomerante inorgânico obtido por calcinação do 
minério natural da gipsita, que é constituída de sulfato desidratado 
de cálcio em presença de proporções de impurezas, tais como alu-
mina, sílica, óxido de ferro e carbonatos de cálcio e magnésio.
É um aglomerante aéreo que possui características importantes do 
gesso e que não suporta contato com a água após endurecido.
2.1.5 Produção do Gesso
A gipsita é desidratada por calcinação a uma temperatura aproxi-
mada de 350ºC. Sendo:
CaSO4. 2H20 + calor (350ºC) GESSO
Dependendo da temperatura e da desidratação, podemos obter 
três tipos de produtos: 
32 UNIUBE
• ANIDRITA (CaSO4).
• HEMIDRATO (CaSO4.1/2H2O).
• GIPSITA (CaSO4.2H2O).
O gesso sob a forma de gipsita (CaSO4.2H2O) é utilizado tanto na 
construção civil quanto na medicina. É o mesmo gesso que em ca-
sos de fratura são usados para associação.
A pasta de gesso apresenta aglomerados de cristais de dihidrato 
em forma de agulha intertravada, conferindo resistência mecânica. 
Entre esses cristais existem defeitos, os poros, que diminuem um 
pouco a resistência e geram uma maior absorção de água. Quanto 
maior quantidade de água de amassamento, menor a resistência, 
e quanto maior a absorção de água pelo gesso endurecido, a resis-
tência irá reduzir.
Em relação à pega, que significa o tempo que o material leva para 
ficar em estado de colagem, o gesso é um aglomerante que cha-
mamos de pega rápida, levando alguns minutos para chegar em 
sua resistência adequada. Por ser um aglomerante aéreo, ele é 
solúvel na presença de água depois de enrijecido.
O gesso tem uma considerável resistência ao fogo, pois a água 
de cristalização que é eliminada pelo calor, reduzindo o material 
superficial à condição de pó, que por não ser removido, age como 
um isolador e protege assim, a camada interna do gesso. Além 
disso, o gesso apresenta certa porosidade em sua microestrutura, 
e como o calor se propaga por contato, isso o torna também como 
um isolante térmico e acústico. 
 UNIUBE 33
2.1.6 DRYWALL
Um dos produtos bastante utilizados hoje na construção civil é o 
drywall. O drywall é composto por placas de gesso acartonado. 
O sistema drywall é uma tecnologia que substitui as vedações inter-
nas convencionais (paredes, tetos e revestimentos) de edificações 
de quaisquer tipos, consistindo de chapas de gesso acartonado 
aparafusadas em estruturas de perfis de aço galvanizado. 
Esta tecnologia da construção drywall foi inventada nos Estados 
Unidos, em 1895 e o seu uso é muito difundido em todo o mundo 
principalmente na União Europeia e Japão.
SAIBA MAIS
Você sabia que existem placas de drywall que podem ser usadas 
em ambientes úmidos e outras placas com propriedades de resis-
tência ao fogo?
Veja em <http://casa.abril.com.br/materia/
drywall-entenda-como-funciona-esse-sistema-de-construcao>.
34 UNIUBE
Fabricação do drywall
Fonte: <http://www.blog.artesana.com.br/conheca-os-componentes-do-
sistema-drywall-e-suas-aplicacoes/>. Acesso em: 13 abr. 2016
2.1.7 Considerações finais
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao final deste capítulo, que falou 
sobre os aglomerantes, com o intuito de entendermos mais um dos 
grupos dos materiais dentro da construção civil. 
Abordamos as definições, e conhecemos os materiais aglomeran-
tes, como a cal e o gesso.
Aprendemos de onde vêm estes materiais, conhecendo suas maté-
rias-primas, seus processos de fabricação e ainda características, 
propriedades e aplicações.
Com o fechamento deste capítulo, você pôde entender como os 
aglomerantes agem, unindo os agregados e transformando vários 
materiais em como se fosse um único.
Quanto à aplicabilidade, ou seja, o uso dos destes aglomerantes, 
pudemos discutir sobre a aplicação do cal como um componente 
 UNIUBE 35
importante das argamassas, pois o cal em forma de cal hidratado, atri-
bui propriedades fundamentais para o desempenho das argamassas. 
Já o gesso, também pode ser utilizado como componente de arga-
massas e além disso, como se mostrou um material de acabamento 
interessante e como matéria prima para a fabricação do drywall, tão 
utilizado atualmente como elemento de vedação e forros.
Este capítulo II nos prepara para seguir adiante, principalmente 
porque iremos estudar o mais importante de todos os aglomeran-
tes, o cimento. 
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
CimentoCapítulo
3
Neste capítulo estudaremos um dos mais importantes materiais 
utilizados na construção civil, o cimento. 
Estudamos no capítulo anterior os aglomerantes, onde o cimento 
se enquadra, porém deixamos um capítulo específi co para ele, por 
ser de fundamental importância para o seu aprendizadoe para sua 
carreira como engenheiro(a).
Começaremos estudando suas defi nições e um pouco da sua 
história e veremos que ao contrário do que muitas pessoas 
imaginam o cimento já existe a quase 200 anos, mantendo-se 
quase que insubstituível até os dias de hoje.
Na sequência, estudaremos sobre suas matérias-primas e seu 
processo de fabricação. Começaremos a partir daí ver que a 
química está mais presente do nunca na composição do cimento 
e que é necessário entender um pouco sobre o assunto.
Ao contrário do que se imagina, existem muitos tipos de cimento, 
e neste capítulo poderemos estudar praticamente todos eles, mas 
com certeza os mais utilizados.
Assim, espero que aproveite para conhecer mais sobre este 
importante material.
• Compreender a importância do cimento.
• Definir cimento.
• Saber classificar os cimentos.
• Conhecer os tipos de cimentos.
• Saber identificar as matérias-primas da fabricação do 
cimento.
• Conhecer o processo de fabricação.
• Saber a aplicabilidade dos cimentos.
• O que é cimento.
• Quais suas propriedades.
• Os tipos de cimento.
• Onde são aplicados os diversos tipos de cimento.
• Ligações químicas, definições e tipos.
Objetivos
Esquema
Definição3.1
O cimento é um material de propriedades adesivas, cerâmico que 
em contato com a água, produz uma reação exotérmica de cristali-
zação de produtos hidratados, ganhando assim, resistência mecâ-
nica (TAYLOR, 1992, tradução nossa). Considera-se ser um mate-
rial existente com o aspecto de um pó fino, com medidas médias 
de partículas na ordem dos 50 µm (micrometros), que é resultado 
da mistura de clínquer e demais materiais, tais como: gesso, po-
zolanas, escórias siliciosas em volumes que consistem do tipo de 
aplicação e das propriedades pesquisados para o cimento. 
 UNIUBE 39
Em um primeiro momento, esta definição nos deixa um pouco con-
fusos, principalmente por não conhecermos ainda as definições de 
algumas palavras.
Muito provavelmente, os antigos romanos foram os primeiros a uti-
lizar um material que endurecia pela ação da água, porém, depois 
de endurecido não sofria alterações químicas e físicas pela expo-
sição à água ao longo do tempo. Isso ajudou e muito o uso desse 
material nas construções da época (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Somente em 1824, foi desenvolvido o cimento moderno, conhecido 
até os dias atuais como Cimento Portland, e foi criado e paten-
teado por um construtor inglês chamado Joseph Aspdin. O nome 
Portland vem devido à localidade onde foram realizados os testes 
de desenvolvimento por Aspdin, a ilha de Portland na Inglaterra 
(NEVILLE; BROOKS, 2013).
Assim podemos definir o Cimento Portland como um produto obtido 
pela mistura homogênea de calcário, argila ou outros materiais ricos 
em sílica, alumina e minerais contendo ferro. Tal mistura é queimada 
a uma elevadíssima temperatura, sendo o material resultante desta 
etapa de queima o clínquer. Este material intermediário, o clínquer, é 
moído e a ele adicionado gesso (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Em 1924, no Brasil, houve a implantação da Companhia Brasileira 
de Cimento Portland em Perus, SP.
O consumo de cimento no país consistia exclusivamente do pro-
duto importado naquela época. A produção nacional foi sucessiva-
mente elevada com a inserção de novas fábricas e a presença de 
produtos importados variou ao longo das décadas seguintes, até 
de fato desaparecer nos dias de hoje. Atualmente, o Brasil é um 
dos 5 maiores produtores mundiais de cimento Portland.
40 UNIUBE
3.1.1 Produção do cimento Portland
Como já falamos na definição do cimento Portland, ele é produzi-
do basicamente pela mistura de duas matérias-primas: calcário e 
argila.
O calcário também conhecido por carbonato de cálcio (CaCO3) e a 
argila um mineral rico em sílica (SiO2) e alumina (Al2O3).
O processo de produção começa com a moagem destas matérias
-primas a cru até a obtenção de um pó muito fino. Fabricado com 
75 a 80% de calcário e 20 a 25% de argila, ou por outros compo-
nentes que contenham os citados elementos químicos. 
Depois da moagem este pó é misturado exaustivamente e enca-
minhado aos fornos rotativos onde é queimado a uma temperatura 
aproximada de 1450ºC. No forno ocorre a sinterização do material 
e sua fusão parcial na forma de clínquer (BAUER, 2011). 
O clínquer depois de resfriado, é misturado a uma pequena pro-
porção de gesso (CaSO4), que é novamente moído até resultar um 
pó extremamente fino. O resultado é o cimento Portland comercial, 
utilizado nas obras pelo mundo inteiro.
 UNIUBE 41
Fluxograma de Produção do Cimento Portland
Fonte: Renó (2007)
3.1.2 A QUÍMICA DO CIMENTO
Durante o processo de queimada das matérias-primas, que se des-
creve como clinquerização, que permeiam as misturas químicas, 
de preferência no estado sólido, que encaminham à formação de 
compostos químicos, de fundamental importância para as caracte-
rísticas técnicas que são exigidas do cimento. São eles:
• Silicato tricálcico (C3S): conhecido como alita (50 – 70%).
• Silicato dicálcico - belita (C2S): conhecido como belita (15 
– 30%).
• Aluminato tricálcico (C3A): variando entre 5 a 10%.
• Ferroaluminato tetracálcico (C4AF): variando entre 5 a 15%.
42 UNIUBE
Os silicatos C3S e C2S são os compostos mais importantes na com-
posição do clínquer, pois são eles os responsáveis pela resistência 
do cimento.
Para os aluminatos, o C3A no cimento não é desejável, pois não 
contribui para a resistência do cimento, apenas nas primeiras ida-
des. Outro problema do C3A é que quando a pasta de cimento en-
durecida é atacada por sulfatos (SO4), existe a formação de sulfo-
aluminato de cálcio, chamado de etringita e este composto pode 
provocar desagregação do concreto. Por outro lado, o C3A é benéfi-
co para a produção do cimento, pois facilita a combinação do óxido 
de cálcio com a sílica.
O último composto do clínquer, o C4AF, aparece em pequenas pro-
porções, não afeta significativamente seu comportamento, mas re-
age com o gesso e forma sulfoferrito de cálcio e a sua presença 
acelera a hidratação dos silicatos, que gera mais rapidamente a 
reação de hidratação do cimento e que provoca boas resistências 
depois de endurecido.
3.1.3 TEMPO DE PEGA DO CIMENTO
Para todos os aglomerantes, e o cimento não é diferente, têm seu 
tempo de pega. Este termo é usado para descrever o endurecimen-
to da pasta de cimento. Em outras palavras, o termo pega significa 
o aumento brusco na viscosidade da pasta, mudando do estado 
fluído para o estado rígido (NEVILLE; BROOKS, 2013). 
Outro termo muito utilizado é o endurecimento. Assim, podemos 
atribuir algumas definições:
 UNIUBE 43
• Pega: intervalo de fenômenos químicos, em que se realiza 
desprendimento de calor e reações; 
• Endurecimento: intervalo de fenômenos físicos de secagem 
e entrelaçamento dos cristais;
• Início de pega: tempo que desenvolve a adição de água até 
o início das reações com os compostos de cimento;
• Fim de pega: situação em que a pasta não experimenta mais 
nenhuma deformação em função de pequenas cargas e se 
torna um bloco rígido;
• Falsa pega: o cimento assume dureza, mas não tem resis-
tência suficiente. 
CICLO DE PEGA E ENDURECIMENTO
Fonte: Revista Técnhe-Pini (2009)
44 UNIUBE
3.1.4 TIPOS DE CIMENTO PORTLAND
O cimento Portland é tratado como um produto genérico, porém quan-
do são hidratados, podem apresentar diferentes propriedades se ti-
verem diferentes composições químicas (NEVILLE; BROOKS, 2013).
Foram desenvolvidos ao longo dos anos, vários tipos de cimento 
para garantir boa qualidade e boa durabilidade nos concretos sob 
uma variedade de condições.
Assim, os tipos de cimento Portland, recebem uma classificação 
bastante ampla, podendo existir grandes diferenças entre as pro-
priedades físicas. Cada tipo decimento Portland pode ser aplicado 
para uma situação específica de uso.
TIPOS DE CIMENTO PORTLAND
Fonte: <http://www.clubedoconcreto.com.br/2013/08/ti-
pos-de-cimento.html>. Acesso em: 13 abr. 2016
A tabela acima nos mostra os tipos de cimento Portland comuns, 
mais usados na construção civil, com suas respectivas siglas, descri-
ção, composição adicional e as resistências em MPa (Mega Pascal). 
As resistências são chamadas, nesse caso, de classes do cimento.
 UNIUBE 45
3.1.5 Aplicações dos tipos de cimento Portland
Conforme descrito nas Normas da Associação Brasileira de Normas 
Técnicas e Associação Brasileira de Cimento Portland (2016), a se-
guir suas aplicações e especificações:
3.1.5.1 Cimento Portland Comum CP I e CP I-S (NBR 5732)
• Sem quaisquer adições além do gesso (utilizado como retar-
dador da pega) é muito adequado para o uso em construções 
de concreto em geral quando não há exposição a sulfatos do 
solo ou de águas subterrâneas;
• É usado em serviços de construção em geral, quando não 
são exigidas propriedades especiais do cimento;
• Também é oferecido ao mercado o Cimento Portland Comum 
com Adições CP I-S, com 5% de material pozolânico em mas-
sa, recomendado para construções em geral, com as mes-
mas características. 
3.1.5.2 Cimento Portland CP II (NBR 11578)
• Gera calor em uma velocidade menor do que o gerado pelo 
Cimento Portland Comum;
• Seu uso é mais indicado em lançamentos maciços de concre-
to, onde o grande volume da concretagem e a superfície re-
lativamente pequena reduzem a capacidade de resfriamento 
da massa;
46 UNIUBE
• Apresenta melhor resistência ao ataque dos sulfatos contidos 
no solo;
• Recomendado para obras correntes de engenharia civil sob a 
forma de argamassa, concreto simples, armado e protendido, 
elementos pré-moldados e artefatos de cimento. 
• Cimento Portland CP II-Z 
Com adição de material pozolânico: empregado em obras civis em 
geral, subterrâneas, marítimas e industriais.
• Cimento Portland Composto CP II-E 
Com adição de escória granulada de alto-forno combina com bons 
resultados o baixo calor de hidratação com o aumento de resistên-
cia do Cimento Portland Comum.
• Cimento Portland Composto CP II-F 
Com adição de material carbonático – fíler – para aplicações gerais. 
Pode ser usado em argamassas de assentamento, revestimento, 
argamassa armada, concreto simples, armado, protendido, proje-
tado, rolado, magro, concreto-massa, elementos pré-moldados e 
artefatos de concreto, pisos e pavimentos de concreto, solo-cimen-
to, dentre outros. 
3.1.5.3 Cimento Portland de Alto Forno 
CP III – (com escória - NBR 5735)
• Maior impermeabilidade e durabilidade, baixo calor de hidra-
tação, alta resistência à expansão - reação álcali-agregado, 
resistente a sulfatos;
 UNIUBE 47
• Pode ter aplicação geral, mas é particularmente vantajoso em 
obras de concreto-massa.
3.1.5.4 Cimento Portland CP IV – 32 (com pozolana - NBR 5736)
• Para obras correntes, sob a forma de argamassa, concreto 
simples, armado e protendido, elementos pré-moldados e ar-
tefatos de cimento;
• É especialmente indicado em obras expostas à ação de água 
corrente e ambientes agressivos;
• Torna o concreto mais impermeável, mais durável, apresentan-
do resistência mecânica à compressão superior à do concreto 
feito com Cimento Portland Comum, a idades avançadas;
• Apresenta características particulares que favorecem sua 
aplicação em casos de grande volume de concreto devido ao 
baixo calor de hidratação. 
3.1.5.5 Cimento Portland CP V ARI - (Alta 
Resistência Inicial - NBR 5733)
• Possui valores aproximados de resistência à compressão de 
26 MPa a 1 dia de idade e de 53 MPa aos 28 dias;
• É recomendado no preparo de concreto e argamassa para 
produção de artefatos de cimento, elementos arquitetônicos 
pré-moldados ou pré-fabricados;
• Pode ser utilizado em todas as aplicações que necessitem 
de resistência inicial elevada e desforma rápida. O desenvol-
vimento dessa propriedade é conseguido pela utilização de 
48 UNIUBE
uma dosagem diferente de calcário e argila na produção do 
clínquer, e pela moagem mais fina do cimento. 
3.1.5.6 Cimento Portland de Baixo Calor 
de Hidratação (BC) - (NBR 13116)
• Designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC. 
Por exemplo: CP III-32 (BC) é o Cimento Portland de Alto-
Forno com baixo calor de hidratação, determinado pela sua 
composição;
• Este tipo de cimento tem a propriedade de retardar o despren-
dimento de calor em peças de grande massa de concreto.
3.1.5.7 Cimento Portland Branco (CPB) – (NBR 12989)
• Classificado em dois subtipos: 
• Estrutural: aplicado em concretos brancos para fins arquite-
tônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40, similares às 
dos demais tipos de cimento;
• Não estrutural: não tem indicações de classe e é aplicado, por 
exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não 
estruturais.
A cor branca é obtida a partir de matérias-primas com baixos teores 
de óxido de ferro e manganês, em condições especiais durante a 
fabricação, tais como resfriamento e moagem do produto e, princi-
palmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O índice de bran-
cura deve ser maior que 78%. 
 UNIUBE 49
3.1.6 Considerações Finais
Assim encerra-se o capítulo sobre o cimento. Pudemos aprender e 
entender o significado técnico do cimento, por duas definições com 
embasamento em normas específicas. 
Foi interessante saber que o cimento é fabricado, a partir de maté-
rias-primas minerais, mas que ao passo que parecem ser simples, 
tem uma complexidade química muito grande e é exatamente isso 
que faz com que o cimento seja até os dias de hoje um material 
quase que insubstituível.
Porém, o processo de fabricação também é algo que nos leva a 
pensar grande. Um processo complexo, com alto consumo de ener-
gia, com forno chegando a 1450ºC, e que antes as matérias-primas 
sofrem um processo duro de extração devido às gigantescas quan-
tidades de material necessário para sua fabricação.
Graças aos avanços tecnológicos e principalmente às pesquisas 
realizadas nesta área, podemos contar hoje com vários tipos de 
cimento, sendo um tipo para cada aplicação, fazendo com que o 
concreto tenha maior qualidade.
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
Concreto de Cimento 
Portland
Capítulo
4
O concreto de cimento Portland é simplesmente um dos materiais 
mais utilizados no planeta. Apenas a água é consumida em maior 
quantidade.
Isso nos mostra facilmente a importância deste material não só 
para a construção civil, mas para a economia mundial. Isso mostra 
a importância da Engenharia Civil para a sociedade.
Neste sentido, neste capítulo iremos apenas começar o assunto 
sobre o concreto, pois para este assunto devemos abordar muito 
mais conhecimento e informações. Na disciplina de Materiais de 
Construção Civil II, teremos um direcionamento em boa parte da 
disciplina sobre concreto.
O termo concreto de cimento Portland é simplesmente pelo fato 
de o cimento estar presente obrigatoriamente na composição do 
concreto, atuando como o aglomerante e responsável por deixar 
o concreto de forma monolítica.
Abordaremos agora, os estados físicos do concreto, ou seja, o 
concreto no estado fresco e no estado endurecido. Veremos o que 
signifi ca cada um e suas respectivas características e propriedades. 
No início dos estudos sobre concreto, teremos muitos novos 
termos técnicos e que irão parecer confusos, mas que logo 
começarão a entender seus signifi cados.
• Compreender a importância do concreto de cimento 
Portland.
• Definir concreto.
• Saber elencar as características do concreto. 
• Conhecer os estados físicos do concreto.
• Saber identificar suas propriedades.
• O que é concreto de cimentoPortland.
• Quais as operações para a fabricação do concreto de 
cimento Portland. 
• Estados físicos do concreto de cimento Portland.
• Quais são as propriedades no estado fresco.
Objetivos
Esquema
Definição4.1
Concreto de cimento Portland é constituído de agregados miúdos 
e agregados graúdos envolvidos por pasta de cimento e espaços 
cheios de ar. A pasta, por sua vez, é composta essencialmente de 
uma solução aquosa e grãos de cimento.
O concreto é atualmente o segundo produto mais utilizado no mun-
do. Projeções positivas pressupõem que o material seja capaz de 
conquistar o primeiro lugar a partir de 2025, ultrapassando a gera-
ção de água potável. Situação que não é diferente no Brasil e vi-
sualizando essa tendência foi encomendada mais ampla pesquisa 
sobre o mercado nacional do concreto para a ABCP (Associação 
Brasileira de Cimento Portland). 
 UNIUBE 53
Segundo a ABCP, em 2014 o consumo mundial de concreto foi de 
30 bilhões de toneladas, aproximadamente.
Os fatores que levam o concreto a ser um dos materiais mais con-
sumidos mundialmente são: disponibilidade e facilidade de achar 
os materiais que constituem um custo mais ou menos baixo; possi-
bilitando execução; adaptação a praticamente todo tipo de forma e 
tamanho; excelente resistência à água e a diferentes ações.
Quando são misturados, a água e o cimento geram uma reação 
química que chamamos de reação de hidratação do cimento, que 
forma uma pasta que adere as partículas dos agregados. Até certo 
período de tempo, pode-se dar a forma desejada à esta pasta. Com 
o passar do tempo, depois de algumas horas esta pasta começa a 
perder água e endurece, e ao longo dos dias adquire uma resistên-
cia mecânica elevada, transformando em um material único, com 
diversas características que o assemelha com as rochas.
É necessário e indispensável que a produção do concreto seja feita 
de maneira correta para que ele tenha todas essas características 
de resistência e que possa ser aplicado na construção civil.
A produção do concreto se resume em uma série de operações 
executadas e devidamente controladas, obtendo-se, a partir de 
seus materiais, um concreto que resista, depois de endurecido a 
diversos esforços solicitantes derivados de condições de carrega-
mento que fora submetido, e que ainda seja durável.
Tais operações para a produção do concreto são definidas confor-
me Araújo, Rodrigues e Freitas (2000, p.50):
• Dosagem ou quantificação dos materiais; 
54 UNIUBE
• Mistura dos materiais; 
• Transporte até o local da obra; 
• Lançamento, ou seja, colocação do concreto no seu local 
definitivo (normalmente em uma forma); 
• Adensamento, que consiste em tornar a massa do concreto 
a mais densa possível, eliminando os vazios; 
• Cura, ou seja, os cuidados a serem tomados a fim de evitar 
a perda de água pelo concreto nos primeiros dias de idade. 
Caso qualquer uma dessas operações sejam mal executadas po-
derá ocasionar um concreto de baixa qualidade.
4.1.1 Propriedades do Concreto
Pensando em suas propriedades, o concreto deve ser analisado 
por duas condições: estado fresco e estado endurecido, descritos 
por Araújo, Rodrigues e Freitas (2000, p.51). 
• O concreto fresco é assim considerado até o momento em 
que tem início a pega do aglomerante. 
• O concreto endurecido é o material que se obtém pela mis-
tura dos componentes, após o fim da pega do aglomerante.
4.1.2 Relembrando!
Lembre-se de que já estudamos os termos pega, início de pega e 
fim de pega no capítulo III, quando estudamos cimento Portland. 
Aqui se aplica a mesma definição, pois o concreto é constituído de 
cimento Portland.
 UNIUBE 55
4.1.3 Concreto Fresco
As propriedades desejáveis para o concreto fresco são aquelas 
que garantam a obtenção de uma mistura com facilidade de ser 
transportada, lançada e adensada, sem que ocorra o fenômeno 
segregação.
A segregação que consiste na separação dos materiais componen-
tes, com o consequente aparecimento de “ninhos ou bicheiras”, 
que o adensamento não conseguirá eliminar. Neste caso, a grande 
porosidade será o fator causador da baixa qualidade da estrutura. 
Assim, consideramos as principais propriedades do concreto fresco:
4.1.4 Consistência 
Consistência é a maior ou menor facilidade da argamassa defor-
mar-se sob ação de cargas. Em função de sua consistência, o 
concreto é classificado em: “seco ou úmido: quando a relação 
água/materiais secos é baixa, entre 6 e 8%; plástico: quando a 
relação água/materiais secos é maior que 8 e menor que 11%; flui-
do: quando a relação água/materiais secos é alta, entre 11 e 14%” 
(ARAÚJO; RODRIGUES; FREITAS, 2000, p.51). 
Um concreto de aparência plástica pode apresentar, segundo o 
grau de sua variabilidade, maior ou menor clareza para ser formado 
e escorregar entre os ferros da armadura, sem que haja divisão de 
seus componentes. Atualmente os utilizados em obras em gerais. 
A natureza da obra, o espaçamento entre as paredes das formas e 
a distribuição da armadura no seu interior impõe que a consistência 
do concreto seja adequada. 
56 UNIUBE
Determinada a resistência, verificado a fixação de subordinante 
valor para a ligação água/cimento, falta certificar à mistura uma 
textura compatível com a natureza da obra. O método de defini-
ção da consistência mais aplicada no Brasil, em consequência à 
simplicidade e facilidade em que é praticado na obra, é o teste de 
abatimento denominado como Slump Test, exemplificada na figura 
a seguir.
Cone de Abrams
Fonte: Mehta e Monteiro (2008)
4.1.5 Plasticidade 
É a propriedade pela qual a argamassa tende a conservar-se defor-
mada após a retirada das tensões de deformação.
Resulta essencialmente da consistência e do grau de coesão entre 
os componentes do concreto. Quando não existir coesão, os ele-
mentos se dividirão e ocorrerá a segregação. 
 UNIUBE 57
Segregação é a separação dos grãos do agregado da pasta de 
cimento. Pode transcorrer ao longo do transporte, durante o lan-
çamento e em decorrência de mudanças bruscas, no decorrer do 
adensamento, por meio de vibração excessiva, ou mediante a ação 
da gravidade, quando os grãos graúdos e os altamente pesados em 
relação aos demais grãos, inclinam-se a firmar no fundo das formas.
Trabalhabilidade e coesão
Fonte: Helene e Terzian (1993)
4.1.6 Poder de retenção de água 
É a capacidade de a argamassa fresca manter sua trabalhabilidade 
quando sujeita a solicitações que provocam a perda de água. O 
recurso de retenção de água é o contrário à exsudação. 
Exsudação é o fenômeno que surge em certos concretos quan-
do a água se desprende da massa e sobe à superfície da peça 
concretada. Dá-se quando a parte superior do concreto se torna 
abundantemente úmida; seu resultado é um concreto poroso e 
menos resistente. 
58 UNIUBE
Para diminuir a exsudação é necessário alterar a dosagem do con-
creto, aumentando-se a proporção de finos e o teor de cimento. A 
exsudação também pode ser controlada pela adequada confecção 
de um concreto trabalhável, evitando-se o emprego de água além 
do limite necessário.
Igualmente, o concreto pode estar sujeito à fragmentação em vir-
tude da percolação da água. Esse fenômeno tem início quando o 
processo de lançamento do concreto nos moldes a parte sólida não 
é capaz de conter a água de amassamento.
4.1.7 Trabalhabilidade 
É a especialidade do concreto fresco e é classificada pela maior ou 
menor clareza de seu emprego para obedecer a determinado fim. 
O concreto é trabalhável durante o tempo de estado fresco e adqui-
re consistência e dimensões máximas dos agregados adequados 
ao tipo de obra a que se designa no que se refere às dimensões 
das peças, ao desligamento e à doação das barras das armadu-
ras, do mesmo modo que os métodos de transporte, lançamento e 
adensamentoque serão escolhidos. 
Efetivamente, as características de um concreto não devem ser 
destacadas isoladamente. A consistência influi exclusivamente na 
trabalhabilidade, a qual, no que lhe concerne, não somente afetar a 
plasticidade como assegura a estabilidade da junção água/cimen-
to, denominado como fator a/c.
4.1.8 Concreto Endurecido
Depois de endurecido, o concreto deve apresentar determinadas 
características que são:
 UNIUBE 59
4.1.9 Resistência mecânica
No que se refere à resistência mecânica do concreto endurecido, 
quer dizer, a sua predisposição de resistir às diferentes circunstân-
cias de carregamento a que possa estar sujeito quando em ser-
viço, exibi-se a resistência à compressão, à tração, à flexão e ao 
cisalhamento. 
Com vinte oito dias de idade o concreto endurecido já adquire cerca 
de 80 a 90% de sua resistência total e sua resistência mecânica vai 
sendo apresentada pelo concreto endurecido após a sua execução 
baseando-se no cálculo dos elementos de concreto. O método de 
endurecimento dos concretos à base de cimento Portland é longo, 
chegando a permanecer por mais de dois anos para finalizar. Com 
o passar desse tempo, o concreto endurecido apresenta-se um au-
mento da resistência ao esforço mecânico. 
Alguns fatores influenciam na resistência mecânica do concreto, 
dentre os quais destacamos: 
• fator água/cimento; 
• idade;
• forma e granulometria dos agregados; 
• tipo de cimento; 
• condições de cura. 
A resistência do concreto ocasionará fundamentalmente do fator 
água/cimento, ou seja, quanto mais baixo for este fator, máxima 
será a resistência do concreto. Mas explicitamente, é recomendado 
60 UNIUBE
haver uma quantidade mínima de água indispensável para que 
ocorra a reação de hidratação do cimento, que dará início a traba-
lhabilidade ao concreto no estado fresco. De acordo com a obser-
vação anteriormente, pode-se analisar a resistência do concreto 
como sendo função principal da resistência da pasta de cimento 
endurecida ao agregado e a ligação pasta/agregado. 
Quando se trata de resistência à compressão, a resistência da pasta 
é o fundamental fator. Em contrapartida, é denominada a influência 
da porosidade da pasta acerca da resistência do concreto. Como 
a porosidade resulta do fator água/cimento, tal como do tipo de ci-
mento, afirma-se que para uma mesma característica de cimento a 
resistência da pasta baseia-se unicamente do fator água/cimento, 
fator determinante da resistência da ligação pasta/agregado.
A Lei de Abrams diz que quanto maior o fator água/cimento, menor 
a resistência mecânica do concreto e vice-versa. Por isso devemos 
tomar todo cuidado na hora de adicionar água de amassamento, e 
calcular e medir a quantidade necessária a ser utilizada, para não 
comprometer a resistência mecânica do concreto.
Curva de Abrams
Fonte: Clube do Concreto (2015)
 UNIUBE 61
O gráfico de Abrams, como na figura anterior, mostra exatamente 
esta relação entre a quantidade de água adicionada e a resistência 
mecânica.
4.1.10 Durabilidade e impermeabilidade
A durabilidade definiu-se como sendo a capacidade que o concre-
to possui em resistir à ação do tempo, aos ataques químicos, à 
abrasão ou a qualquer outra ação de danificação. A durabilidade 
provém, todavia, do tipo de ataque, físico ou químico, que o concre-
to, depois de endurecido, será sujeitado, devendo ser examinado 
detalhadamente antes da escolha dos materiais e da dosagem. A 
durabilidade está diretamente ligada à impermeabilidade do con-
creto, pois quanto maior a absorção de água, maior a porosidade, 
ficando mais fácil da água penetrar e atacar o concreto e sua ar-
mação metálica, provocando corrosão e deteorização da pasta dos 
agregados, comprometendo assim a qualidade do concreto.
A impermeabilidade do concreto está relacionada com a durabi-
lidade. Um concreto impenetrável proíbe o acesso de agentes 
agressivos.
Dois fatores importantes influenciam quanto à porosidade que são: 
relação água/cimento e o grau de hidratação da pasta. 
A junção água/cimento, diante disso, determina a estrutura da pas-
ta. Quanto menor essas relações, mais próximas uns dos outros 
estarão os grãos de cimento e menor, consequentemente, será a 
porosidade da pasta. 
Como os produtos da hidratação envolvem uma quantidade maior 
do que o cimento na pasta, a porosidade reduz à medida que a 
hidratação evolui. 
62 UNIUBE
Conclui-se que a impermeabilidade do concreto amplia, também, 
com a diminuição da relação água/cimento e com a evolução da 
hidratação, quer dizer, com a idade do concreto.
4.1.11 Considerações finais
Neste capítulo foi dado o primeiro passo para o estudo do concreto. 
Este é um material que necessita ser mais estudado, não só pela 
sua importância, mas também pela quantidade de informações que 
serão necessárias para a vida profissional.
Foi interessante notar que o concreto pode ser visto e estudado 
separadamente em relação ao seu estado físico. Pudemos ver que 
enquanto ele ainda está em estado “líquido” temos certos cuida-
dos, pois suas características se alteradas nesta etapa, podem 
comprometer a qualidade quando ele estiver no estado endurecido.
Alguns termos técnicos foram introduzidos neste capítulo, mas que 
serão revistos em quase todos os outros fundamentos do concreto. 
São termos que fazem parte da linguagem do engenheiro civil. 
Muitas características e propriedades do concreto foram vistas, tal-
vez de forma ainda superficial, mas que voltaremos a estudar mais 
adiante no curso.
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
Materiais cerâmicos para 
alvenaria
Capítulo
5
Para o sistema de alvenaria temos alguns tipos de materiais 
disponíveis no mercado. Uns mais tradicionais e outros mais 
inovadores. 
Neste capítulo falaremos um pouco sobre os materiais cerâmicos 
que são utilizados como materiais para alvenaria.
Neste caso específi co, os materiais cerâmicos são utilizados com 
a função simplesmente de vedação, ou seja, apenas o fechamento 
de espaços, tanto internos como externos, não sendo aplicados 
com funções estruturais.
Veremos as defi nições necessárias para o entendimento do 
assunto, como a defi nição dos materiais cerâmicos e a defi nição 
de alvenaria.
Depois disso, estudaremos os tipos de blocos cerâmicos, sendo 
os blocos cerâmicos maciços e os blocos cerâmicos vazados, bem 
como suas características e aplicações.
• Compreender a importância do material cerâmico em 
materiais de construção.
• Definir os materiais cerâmicos.
• Saber sobre as matérias-primas. 
• Definir alvenaria.
• Saber identificar os tipos de cerâmica para alvenaria.
• Conhecer as aplicações das cerâmicas para alvenaria.
• O que é material cerâmico.
• O que é argila. 
• O que é alvenaria.
• Definir blocos cerâmicos maciços.
• Aplicação dos blocos cerâmicos maciços.
• Definir blocos cerâmicos vazados.
• Aplicação dos blocos cerâmicos vazados.
Objetivos
Esquema
 UNIUBE 65
Definição de material cerâmico5.1
Material cerâmico é um material que compreende todos os ma-
teriais inorgânicos, não metálicos, recebidos frequentemente pos-
teriormente ao tratamento térmico em condições de temperaturas 
elevadas. A matéria-prima principal é a argila e materiais ricos em 
sílica, alumina e álcalis.
Argila é o conjunto de minerais compostos, principalmente, de 
silicatos de alumínio hidratados (SiO2.Al2O3.H2O) e se origina da 
decomposição de rochas feldspáticas. É ainda um material natu-
ral, terroso, de baixa granulometria (com elevado teor de partícu-
las com diâmetros menores que 2 μm), e apresentam plasticidade 
quando em contato com água.
Com água são moldáveis, preservam a forma moldada, enjirecem 
com a perda de água e solidificam-se definitivamente com o calor, 
onde passa pela etapa produtiva daqueima em equipamentos in-
dustriais, os fornos, atingindo temperaturas elevadas que variam 
de 900º até mesmo 1500ºC em alguns casos mais particulares.
5.1.1 Definição de Alvenaria
Alvenaria é definida como a construção de estruturas que são cons-
tituídas por paredes que são compostas por blocos cerâmicos, por 
blocos de concretos e que estes são ligados uns aos outros com 
argamassa. A alvenaria tanto é utilizada para vedação ou como 
para a estrutura de uma edificação. Neste segundo caso, adquire o 
nome de alvenaria estrutural.
A alvenaria é geralmente utilizada em paredes de edificações, 
muros de arrimo e monumentos. Os blocos mais utilizados são 
66 UNIUBE
os cerâmicos e os de concreto. Os blocos cerâmicos podem ser 
maciços ou vazados. Os blocos de concreto são sempre vazados. 
A alvenaria como material de construção possui cerca de 10.000 
anos e originam-se na distinta civilização. A simplicidade da técnica 
de construção, baseada na colocação de uma pedra sobre outra 
pedra, concedeu a sua sobrevivência atualmente, evidentemente 
aderindo novos materiais e tecnologias industrializadas. Até muito 
recentemente o interesse da comunidade técnica sobre a alvenaria 
foi minimizada, diante da novidade e relevância dos materiais de 
construção do século XX (aço e concreto).
5.1.2 Alvenaria para Edificações
Os itens de alvenaria que constituem os tijolos ou blocos podem ser 
fundamentados em variados materiais, sendo mais empregados os 
cerâmicos ou de concreto. Independente do material utilizado, suas 
propriedades devem conter: 
• Ter resistência à compressão adequada; 
• Ter predisposição de aglutinar à argamassa favorecendo a 
homogeneidade a parede; 
• Conter resistência junto aos agentes agressivos (umidade, 
variação de temperatura e ataque por agentes químicos); 
• Possuir dimensões uniformes; 
• Resistir ao fogo.
 UNIUBE 67
5.1.3 Blocos Cerâmicos Maciços
São blocos de barro (argila) comum, moldados com arestas vivas 
e retilíneas, resultante da queima da argila, consequência da alta 
temperatura em torno de 1000ºC.
Os blocos obrigatoriamente devem conter a forma de um paralelepí-
pedo retângulo atribuídas pela NBR 8041 - “Tijolo Maciço Cerâmico 
para Alvenaria – Forma e Dimensões”.
Devem conter as quatro faces planas e apresentar rebaixos de fa-
bricação em uma das faces de maior área. Comumente, os tijo-
los apresentam a expansão em virtude da umidade do ambiente. 
Desse modo, é recomendado que se resguarde a utilização de blo-
cos ou tijolos cerâmicos que tenham saído do forno com menos de 
duas ou três semanas.
Bloco cerâmico maciço
Fonte: <http://www.tadem.com.br/tijolo_comum.htm>. Acesso em: 15 abr. 2016
68 UNIUBE
Os tijolos tanto apresentam como comuns ou especiais. Os tijolos 
comuns são categorizados em A, B ou C conforme as suas carac-
terísticas mecânicas descritas na NBR 7170 - “Tijolo maciço cerâ-
mico para alvenaria”. Quanto a resistência à compressão deverá 
ser testada seguindo normativa descrita pela NBR 6460 - “Tijolo 
maciço cerâmico para alvenaria – Verificação da resistência à com-
pressão” e respeitar os valores indicados de 1,5 a 20 MPa, os mais 
aplicados são: 
• 1,5 MPa – classe A.
• 2,5 MPa – classe B.
• 4,0 MPa – classe C.
5.1.4 Blocos Cerâmicos Vazados
Os blocos vazados são moldados com arestas vivas retilíneas e 
possuem furos cilíndricos ou prismáticos. Sua produção deriva da 
queima da cerâmica vermelha. A sua conformidade é obtida por 
meio da extrusão. No decurso deste processo toda a umidade é 
retirada e a matéria orgânica é incinerada, resultando a vitrificação 
com a integração dos grãos de sílica.
5.1.4.1 Blocos de vedação
São blocos usados na construção das paredes de vedação. Na 
aplicação dos blocos cerâmicos de vedação os furos são frequen-
temente dispostos horizontalmente, o que permite a diminuição da 
resistência dos painéis de alvenaria.
 UNIUBE 69
Bloco cerâmico vazado
Fonte: Cerâmica Belém (2016)
A técnica de vitrificação nas faces do bloco afeta a aderência com a 
argamassa de aplicação ou revestimento. Por meio desta razão, as 
faces dos blocos são compostas de ranhuras e saliências. 
Os blocos vazados possuem furos paralelos a uma das faces. 
Podem ser de dois tipos:
• Blocos vazados vedação: suportam somente o peso pró-
prio. Possuem furos na vertical ou na horizontal.
• Blocos vazados estruturais: suportam cargas previstas em 
alvenaria estrutural. Apresentam furos somente na vertical e 
existem três tipos:
• blocos com paredes maciças;
70 UNIUBE
• blocos com paredes vazadas;
• blocos perfurados.
Estrutural com paredes vazadas
Fonte: Cerâmica Belém (2016)
As dimensões dos blocos cerâmicos para alvenaria visam a mo-
dularidade (10 cm), considerando 1 cm de junta, apresentadas na 
norma que tem a função de orientar (apenas quanto ao número de 
furos). As dimensões necessárias especificadas na norma apre-
sentam uma tolerância de ± 5 mm.
Para a planeza das faces admite-se uma flecha (F) de no máximo 3 
mm e para o desvio de esquadro (D) é admitido o máximo de 3 mm.
Nas figuras a seguir, a da esquerda mostra a flecha (F) e a figura 
da direita mostra o desvio de esquadro (D).
 UNIUBE 71
Fonte: NBR 7171, de novembro de 1992: Bloco Cerâmico para Alvenaria: 
Especificação. (Esta norma foi substituída pela NBR 15270-1;2 e 3:2005)
O desvio D é medido com o auxílio de um instrumento intitulado 
esquadro metálico e o objetivo é investigar a perpendicularidade 
entre a base do bloco, onde é feito o seu assentamento, e a sua 
face externa reservada ao revestimento.
A não compatibilidade neste teste técnico comprova que a parede 
poderá ter problemas de esquadro, quer dizer, poderá ficar “torta”.
O ensaio da flecha F é realizado com a ajuda de uma régua metálica 
e para que se constate se as faces externas das amostras de blocos 
cerâmicos são planas, quer dizer, se não apresentam depressões 
elevadas que ultrapassam o limite considerado pela norma.
Diante disso, a ocorrência da não conformidade estará arrolada 
com o surgimento de avarias, especialmente, no decurso da etapa 
de revestimento, uma vez que a argamassa de reboco evidenciará 
variações de espessura, o que evidenciará maiores ônus para os 
consumidores que, no esforço de corrigir o problema, terão que 
aplicar uma quantidade elevada de argamassa.
72 UNIUBE
5.1.5 Considerações Finais
Tivemos neste capítulo o primeiro contato com algum material que 
é utilizado para alvenaria de vedação.
Vimos, primeiramente, a definição de materiais cerâmicos e enten-
demos assim, que este material deriva das argilas. Posteriormente, 
vimos a definição de alvenaria e entendemos que este tipo de al-
venaria feita de materiais cerâmicos é apenas para funções de 
vedação.
Depois estudamos os tipos de cerâmicas de alvenaria, os blocos 
cerâmicos maciços, com suas características, propriedades e apli-
cações, e os blocos cerâmicos vazados, que assim como os ma-
ciços, estudamos também suas características, propriedades e 
aplicações.
Mas foi importante notar no tópico dos blocos cerâmicos vazados, 
que eles se dividem em blocos cerâmicos vazados de vedação e 
blocos cerâmicos vazados estruturais. E vimos que o que leva a tal 
diferença é o posicionamento dos furos e a espessura da parede 
dos blocos.
Judson Ricardo Ribeiro da Silva
Introdução
Materiais cerâmicos 
de revestimento
Capítulo
6
Os materiais cerâmicos são muito antigos, surgiram muito mesmo 
nos períodos antes de Cristo. Mas que até nos dias atuais é muito 
utilizado no nosso dia a dia, com funções variadas.
Neste capítulo VI, estudaremos os materiais cerâmicos para 
revestimento, que se entende por aqueles materiais que têm a 
função de acabamento de uma edifi cação. 
Não é somente revestir pisos e paredes para dar a característica

Outros materiais