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Sedação Paliativa no Domicílio
Atenção ao paciente em uso de sedação paliativa no domicílio
Publicado em 6 de Julho de 2015
Autores Natália Sevilha Stofel
Editores Anaclaudia Fassa e Luiz Augusto Facchini
Editores Associados Everton José Fantinel, Daniela Habekost Cardoso, Deisi Cardoso Soares, Samanta Bastos Maagh, Rogério da Silva Linhares, Thiago Marchi Martins, Bárbara Heather Lutz
Você já respondeu todas as 5 questões deste caso.
Sua média de acertos final foi de 100,00%.
RECOMEÇAR
Paciente
 
F.A.
 
52 anos
Anamnese
Queixa principal
Paciente em sedação paliativa no domicílio.
Histórico do problema atual
F.A., sexo masculino, 52 anos, diagnóstico de glioblastoma multiforme há 6 meses. Foi admitido há 2 meses nos Cuidados Paliativos Domiciliares, pois o tumor apresenta-se infiltrativo sem possibilidade de ressecção cirúrgica, com cefaleias intensas, convulsões, mioclonias e confusão mental. Realizou 5 sessões de radioterapia em região parietal bilateral, interrompidas quando o paciente não mais se beneficiava do tratamento e apresentava convulsões recorrentes durante as sessões. Está há uma semana com infusão de sedação paliativa no domicílio.
Histórico
História social
Paciente reside em casa de alvenaria com esposa (50 anos) e dois filhos (18 e 21 anos). Trabalhava como professor na rede pública, atualmente a renda da família provém do auxílio doença e de ajuda de familiares. Tem dois irmãos que moram em outros municípios. A esposa é a principal cuidadora do marido, auxiliada pelos filhos e pelos pais do mesmo.
Medicações em uso
Oxigenioterapia: cateter nasal 2l/min; Morfina 10mg 8/8 horas; Morfina 10mg, 1 ampola subcutânea, se dor, até de 4/4h; Bisacodil 5mg, 1cp a cada 24 h; Soro fisiológico 1000 ml + midazolam 5mg, 10 gotas por minuto.
Antecedentes familiares
Pai (72 anos) hipertenso e diabético, mãe (70 anos) com artrose.
Antecedentes pessoais
Nega uso de álcool e tabaco.
Exame Físico
Acamado, comatoso, em posição de decorticação, Glasgow 4, irresponsivo aos estímulos dolorosos, hipocorado, turgor cutâneo diminuído.
Ausculta pulmonar: roncos difusos bilateralmente. Padrão respiratório tipo Cheyne-Stokes, ruidoso com uso de musculatura acessória.
Ausculta cardíaca: bulhas normofonéticas em dois tempos.
Abdome plano, ruídos hidroaéreos ausentes, eliminações e diurese ausentes há três dias.
Acesso venoso periférico em membro superior esquerdo com infusão de sedação, sem sinais flogísticos.
Edema de membros inferiores 2+/4+.
Sinais vitais e medidas antropométricas
	FC: 65 bpm
	FR: não mensurável
	PA: 90x50mg/Hg
	T: 35,5ºC
	Peso: 60 kg
	Altura: 1,70 m
	IMC: 20,76 kg/m2
Questão 1
Escolha múltipla
O(s) objetivo(s) da sedação paliativa é(são):
 Oferecer conforto ao paciente
 Antecipar a morte já iminente
 Alívio do sofrimento
 Diminuir a consciência
 Aliviar o sofrimento psicológico dos familiares
 Proporcionar morte indolor
 Aliviar sintomas refratários
 
100 / 100 acerto
A definição mais aceita para o termo sedação paliativa é: “O uso de medicações sedativas com o objetivo de aliviar sintomas intoleráveis e refratários a outros tratamentos, pela redução do nível de consciência.” (NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 586 – 587). Nesse sentido, as principais indicações para a sedação paliativa são sintomas intoleráveis e refratários como dor, delírio, agitação, dispneia e convulsões. Sedação paliativa não é sinônimo de eutanásia ou antecipação da morte, pois a morte do paciente “não é critério de sucesso.” (NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 587). O início deve considerar o oferecimento de conforto para o paciente e não aliviar sofrimento psicológico dos familiares.
Saiba mais
Indicações e Objetivos da Sedação Paliativa
Sedação Paliativa é o uso de um ou mais fármacos com a intenção de reduzir o nível de consciência e possui o objetivo de aliviar adequadamente um ou mais sintomas refratários em pacientes com doença avançada terminal (CARVALHO; PARSONS, 2012, 590 p.). São sintomas refratários aqueles que não podem ser adequadamente controlados quando todas as outras formas de tratamento falharam sem comprometer o nível de consciência do paciente. Os sintomas refratários mais comumente referidos na literatura são: delírio hiperativo, dispneia e dor (CUIDADO…, 2008, 690 p.).
A sedação paliativa pode ser classificada de acordo com o objetivo, temporalidade e intensidade conforme descrito na tabela 01 abaixo:
	Objetivo
	Temporalidade
	Intensidade
	Primária: obtida por medicações sedativas que não apresentam evidências farmacológicas de efeito direto no sintoma.
	Intermitente: permite períodos de alerta do paciente.
	Superficial: mantém um nível de consciência no qual o paciente ainda pode comunicar-se com parentes, amigos e equipe interdisciplinar.
	Secundária: o rebaixamento do nível de consciência é consequência do efeito farmacológico da medicação usada para controlar um sintoma específico. É muito comum no tratamento da dor com opióides e no tratamento do delirium com neurolépticos.
	Contínua: paciente permanece inconsciente até a sua morte.
	Profunda: total inconsciência do paciente.
Fonte: Cuidado Paliativo, 2008, p. 358 - 359.
Antes de iniciada a sedação, as seguintes questões devem ser respondidas e analisadas (CARVALHO; PARSONS, 2012, p. 523):
	Todos os esforços foram feitos para identificar e tratar as causas reversíveis geradoras do sofrimento?
	Interconsultas foram realizadas com equipe em Cuidados Paliativos e/ou com outros especialistas?
	Todas as abordagens não farmacológicas já foram aplicadas, como, por exemplo, técnicas de relaxamento e distração para ansiedade e dispneia?
	Todos os outros tratamentos farmacológicos foram aplicados, como, por exemplo, titulação adequada de opioides no caso de dispneia ou dosagem adequada de neurolépticos para o delírio agitado?
	Sedação intermitente foi considerada nos casos de delirium potencialmente reversíveis ou nos casos de sofrimento psicoexistencial extremo?
	Os objetivos da sedação foram explicados e discutidos com o paciente e seus familiares?
	A sedação foi consensual (paciente, família e equipe)?
Em seguida, o algoritmo para indicação de sedação paliativa pode ser aplicado:
Tabela 02 - Algoritmo para indicação de Sedação Paliativa
Fonte: KIRA, 2012, p. 523.
Questão 2Escolha simples
Sedação paliativa e eutanásia são:
Complementares, pois a sedação paliativa é parte do processo de eutanásia.
Distintas, pois a morte do paciente não é parte do sucesso da sedação paliativa.
Sinônimos, pois possuem o mesmo objetivo.
Semelhantes, pois ao fim do processo o paciente indubitavelmente falece.
 
Acertou
Sedação paliativa e eutanásia são termos com significados e ações distintos, enquanto no primeiro a intenção principal é aliviar sintomas refratários através da diminuição da consciência, no segundo, o objetivo é antecipar a morte do paciente.
Saiba mais
Eutanásia, Distanásia e Ortotanásia
A definição de boa morte ou morte digna não costuma ser a mesma para os pacientes, os cuidadores, os familiares e os profissionais da área de Saúde. “A abreviação da morte, a aplicação de esforços terapêuticos desproporcionais, como a obstinação, a futilidade e o encarniçamento terapêutico, ou a instituição dos cuidados paliativos, que aliviam o sofrimento, constituem os extremos de tratamentos que podem ser oferecidos ao indivíduo em estágio terminal. O que, realmente, deve ser realizado para o paciente é um dilema ético de difícil decisão, porém que determinará, em última instância, todo o processo de morte de um ser. Assim, é imprescindível a discussão sobre o impasse entre métodos artificiais para prolongar a vida e a atitude de deixar a doença seguir sua história natural, com destaque para a eutanásia, a distanásia e a ortotanásia” (FELIX et al., 2013).
No que diz respeito à eutanásia, é entendida como uma prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou evitar sofrimento para os pacientes. No Brasil, a prática de eutanásia é proibida. Já a distanásia é um termo pouco conhecido, porém, muitas vezes, praticada no campo da saúde. É conceituada como uma mortedifícil ou penosa, usada para indicar o prolongamento do processo da morte, por meio de tratamento que apenas prolonga a vida biológica do paciente, sem qualidade de vida e sem dignidade. Também pode ser chamada de obstinação terapêutica (FELIX et al., 2013).
Nesse sentido, enquanto na eutanásia a preocupação principal é com a qualidade de vida remanescente, na distanásia, a intenção é de se fixar na quantidade de tempo dessa vida e de instalar todos os recursos possíveis para prolongá-la ao máximo.
A boa morte ou morte digna tem sido associada ao conceito de ortotanásia. Etimologicamente, ortotanásia significa morte correta – orto: certo; thanatos: morte. Traduz a morte desejável, na qual não ocorre o prolongamento da vida artificialmente, através de procedimentos que acarretam aumento do sofrimento, o que altera o processo natural do morrer. Na ortotanásia, o indivíduo em estágio terminal é direcionado pelos profissionais envolvidos em seu cuidado para uma morte sem sofrimento, que dispensa a utilização de métodos desproporcionais de prolongamento da vida, tais como ventilação artificial ou outros procedimentos invasivos. A finalidade primordial é não promover o adiamento da morte, sem, entretanto, provocá-la; é evitar a utilização de procedimentos que aviltem a dignidade humana na finitude da vida (FELIX et al., 2013).
Questão 3Escolha simples
A sedação no domicílio obedece ao protocolo de indução e manutenção sugerido pela Associação Nacional de Cuidados Paliativos, que indica para indução:
Midazolam 0,07 mg/kg
Clonazepam
Haloperidol
Dexclorfeniramina
Hemitartaro de Zolpidem
 
Acertou
O referido manual indica que a indução da sedação paliativa no domicílio pode ser feita com midazolam 0,07 mg/kg em bolo por via venosa.
Saiba mais
Medicações utilizadas
O midazolam é o sedativo mais frequentemente referido na literatura para indução de sedação paliativa e, entre os benzodiazepínicos, o mais utilizado. É facilmente titulável, com rápido inicio de ação (2 minutos após administração intravenosa - IV) e curta duração (1,5 a 2,5 horas). Pode ser administrado por via subcutânea (SC) em bolus, em infusões continuas IV e SC, não se precipitando se usado no mesmo soro com a morfina. A dose máxima recomendada é de 120-160 mg/dia, pois acima desse nível não ocorre mais inibição dos receptores do ácido gama-aminobutírico (GABA), havendo então necessidade de associar outra droga. O uso concomitante com algumas medicações (carbamazepina, fenitoína, rifampicina) pode resultar em rápida diminuição da ação do midazolam em um curto período de tempo. Entretanto, a associação a outras drogas inibidoras do P-450 3A4 (cetoconazol, itraconazol, fluconazol, eritromicina, azitromicina, diltiazem, verapamil, saquinavir, cimetidina, ranitidina) pode levar a sedação profunda, mesmo com uma dose relativamente baixa do midazolam.
Para sedação paliativa em casa, pode ser seguido protocolo de indução e manutenção. A indução da sedação pode ser feita com midazolam 0,07 mg/kg em bolo por via venosa. A manutenção é iniciada com 1 mg/h de midazolam administrados por via subcutânea; em caso de falha, é aumentado para 2 mg/h. Se ainda houver falha, são adicionados 3 mg/h de clorpromazina, e 3 mg/h de prometazina; em caso de falha, são administrados 2 mg/h de midazolam, 6 mg/h de clorpromazina, e 6 mg/h de prometazina. Segundo alguns autores, o médico e a enfermeira devem acompanhar a indução da sedação (CARVALHO; PARSONS, 2012, 590 p.). Deve ser feita hidratação do paciente, mas de forma restritiva, em geral até 1.000 mL de solução fisiológica por dia, e inserir uma sonda vesical, para controle da diurese e prevenção de retenção urinária. Durante a sedação, a equipe médica e de enfermagem deve estar de plantão em caso de emergência. (NOGUEIRA; SAKATA, 2012, p. 586 - 592).
Após o início da sedação são recomendadas as ações (CARVALHO; PARSONS, 2012, p. 528):
	Reavaliação sintomática quanto ao tipo e a dose da medicação escolhida (individualizada), com monitorização contínua e regular do processo para ajuste da sedação.
	Titulação da dose sedativa utilizando a escala de avaliação de Ramsay.
	Manter as medidas de higiene e conforto.
	Manter as medicações para controle de dor (opioides).
	Suspender medicações não essenciais (vitaminas, hormônios tireoidianos, etc) ou tratamentos médicos ineficazes para o bem-estar do paciente.
	Atentar para retenção urinária e impactação fecal (fecaloma), que geram grande desconforto nos pacientes sedados.
	Orientar os familiares que a sedação paliativa não é o mesmo que eutanásia e não apressa a morte.
	Orientar os familiares quanto aos sinais do processo da morte: ronco da morte (“sororoca”), cianose de extremidades, mudança da cor da pele, hipotensão e diminuição da diurese.
	Fornecer suportes psicológico e espiritual à família.
Questão 4Escolha simples
Durante a sedação paliativa, a equipe deve frequentemente avaliar o paciente. Assim, pode lançar mão de instrumentos e escalas que avaliam o grau de sedação do paciente, são exemplos:
Escala de Ramsay e Escala de RASS
Escala de Framingham e Escala de Edmonton
Escala de Braden e Escala de Zubrod
Escala de Karnofsky e Escala de Kats
 
Acertou
O nível de sedação deve ser monitorado durante a indução e, após a estabilização, duas vezes ao dia pela equipe utilizando a escala de sedação de Ramsay ou a escala de RASS. A escala de Framingham é utilizada para avaliar o risco cardíaco e a escala de Edmonton trás os sintomas mais comuns em pacientes com câncer. A escala de Karnofsky e a escala de Katz representam uma medida da independência da pessoa em executar o autocuidado e suas atividades diárias. A escala de Braden mede o risco da pessoa desenvolver úlcera por pressão, já a escala de Zubrod é utilizada para aferir a progressão de uma doença e como essa afeta a vida da pessoa.
Saiba mais
Escalas de Ramsay e RASS
O nível de sedação deve ser monitorado durante a indução e, após a estabilização, duas vezes ao dia pela equipe utilizando a escala de sedação de Ramsay. É considerada falha na sedação se o escore pela escala de Ramsay for menor do que 5 após 12 horas de tratamento. Os opioides devem ser mantidos e a dose deve ser ajustada quando a dor não for controlada. O opioide de escolha é a morfina, por ser mais fácil de titular a dose. Opioides transdérmicos ou orais devem ser trocados por morfina em doses equivalentes (FELIX et al., 2013).
	Escala de Sedação de Ramsay
	Acordado
	1
	Ansioso e/ou agitado.
	2
	Cooperativo, orientado e tranquilo.
	3
	Obedece a comandos.
	Dormindo
	4
	Tranquilo, pronta resposta à percussão glabelar ou estímulo sonoro.
	5
	Resposta lentíficada à percussão glabelar ou estímulo sonoro.
	6
	Resposta lentíficada à percussão glabelar ou estímulo sonoro.
Fonte: NASSAR JUNIOR, Antonio Paulo et al., 2008, p. 216.
Já a escala de Richmond de Agitação-Sedação (RASS) quantifica agitação e sedação:
QUADRO 3 - Escala de Richmond de Agitação-Sedação (RASS)
	Pontos
	Classificação
	Descrição
	+4
	Agressivo
	Violento; perigoso.
	+3
	Muito agitado
	Conduta agressiva; remoção de tubos ou catéteres.
	+2
	Agitado
	Movimentos sem coordenação fequentes.
	+1
	Inquieto
	Ansioso, mas sem movimentos agressivos ou vigorosos.
	0
	Alerta, calmo
	
	-1
	Sonolento
	Não se encontra totalmente alerta, mas tem o despertar sustentado ao som da voz (< 10seg).
	-2
	Sedação leve
	Acorda rapidamente e faz contato visual com o som da voz (< 10seg).
	-3
	Sedação moderada
	Movimento ou abertura dos olhos ao som da voz (mas sem contato visual).
	-4
	Sedação profunda
	Não responde ao som da voz, mas movimenta ou abre os olhos com estimulação física.
	-5
	Incapaz de ser despertado
	Não responde ao som da voz ou ao estímulo físico.
	Procedimento da medida do RASS:
1. Observar o paciente.Paciente está alerta, inquieto ou agitado. (0 a +4)
2. Se não está alerta, dizer o nome do paciente e pedir para ele abrir os olhos e olhar para o profissional.
- Paciente acordado com abertura de olhos sustentada e realizando contato visual. (-1)
- Paciente acordadorealizando abertura de olhos e contato visual, porém breve. (-2)
- Paciente é capaz de fazer algum tipo de movimento, porém sem contato visual. (-3)
3. Quando paciente não responde ao estímulo verbal realizar estímulos físicos.
- Paciente realiza algum movimento ao estímulo físico. (-4)
- Paciente não responde a qualquer estímulo. (-5)
Fonte: PESSOA; NÁCUL, 2006, p. 193.
Questão 5Escolha simples
Por ser uma prática estigmatizada, a sedação paliativa, bem como durante todo o processo dos cuidados paliativos, a comunicação com paciente e familiares é importante, nesse sentido, a equipe deve desenvolver algumas competências e habilidades, que segundo o protocolo CLASS são:
Perceber o contexto físico da comunicação; habilidade de escutar; conhecimento das emoções e como explorá-las; estratégia e síntese.
Conhecimento das emoções e como explorá-las; desenvolvimento de estratégias de fuga emocional; estímulo ao autoconhecimento.
Habilidade de escutar; estratégia; síntese; estímulo ao autoconhecimento.
Escuta e discussão em grupo, plano terapêutico individualizado.
 
Acertou
O protocolo CLASS inclui os seguintes passos para a relação profissional de saúde - paciente:
	C = contexto físico (Context)
	L = habilidade de escutar e perceber (Listening)
	A = conhecimento das emoções e como explorá-las (Acknowledge)
	S = estratégia (Strategy)
	S = síntese (Summary)
Protocolo CLASS
O protocolo CLASS, resumidamente, reafirma regras úteis aos profissionais da área de saúde, quando se esta lidando com a apresentação de notícias ruins: antes de dizer, pergunte; tome conhecimento das emoções do paciente e lide com elas através de respostas empáticas; apoie o paciente ouvindo suas preocupações; não subestime o valor de apenas ouvir e, às vezes, não faça nada: mas fique por perto. (SILVA, 2008, p. 38).
Contexto físico (C) “é lembrada a importância da privacidade e da disposição das pessoas envolvidas (de tal forma que o contato visual seja possível e ocorra) e da ausência de barreiras físicas (mesa, maca, por exemplo). Sugerem o uso do toque afetivo nos membros superiores do paciente como forma de demonstração de apoio, proximidade e envolvimento, mas observando-se sempre se o paciente é receptivo ao toque e não o rejeita. O telefone e as interrupções devem ser programados para que o máximo de atenção seja oferecido nessa interação.”
Escutar (L) “é colocada a importância do desenvolvimento de um clima no relacionamento que possibilite ao paciente informar o que pensa e o que está sentindo. Em geral, falamos com mais tranquilidade quando sentimos que aquilo que falamos é importante. Não se deve supor que o que o paciente vai falar já é sabido (“mais um caso igual...”); fazer perguntas é um ótimo recurso. Ouvir a resposta do paciente sem interrompê-lo é fundamental. Olhá-lo enquanto falar, usar meneios positivos com a cabeça como reforço de que se está ouvindo, repetir palavras-chave utilizadas por ele, tornar claros os tópicos ambíguos ou obscuros fazem parte das estratégias a serem desenvolvidas neste item.”
Conhecimento das emoções e como explorá-las (A), “(PETRILLI et al., 2000 apud SILVA, 2008, p. 38) lembram a importância de nivelar as informações usando uma linguagem inteligível para o paciente a partir de informações que ele já conhece, de fornecer informações em pequenas doses verificando a receptividade do paciente (oferecendo pausas, repetindo conceitos com palavras diferentes), respondendo e acolhendo as emoções do paciente na medida em que elas forem surgindo (por exemplo: você tem razão de ficar bravo!) e explorando a negação (caso ocorra), através de respostas empáticas (vale lembrar que resposta empática é uma técnica ou habilidade e não um “sentimento”). Uma resposta empática envolve: identificar a emoção, identificar a causa ou a origem da emoção e responder de uma forma que mostre a compreensão da conexão entre uma e outra. Vale lembrar que uma pessoa que fornece com sucesso suporte emocional à outra, provavelmente é aquela com habilidade para acessar suas próprias emoções e dores.”
Estratégia (S), o profissional deve pensar “o que é melhor em termos médicos, considere as expectativas do paciente quanto às condições emocionais, sociais e econômicas, proponha uma estratégia, dando ênfase à qualidade de vida e mobilizando a família, considere a resposta do paciente (estando atento ao estágio adaptativo que ele está: raiva, negação, barganha, por exemplo) e esboce um plano, assim que possível, descrevendo com clareza a proposta terapêutica, a sequência dos exames, retornos etc.”
Síntese (S) “envolve o término da entrevista com o paciente e comporta três componentes principais: um resumo dos principais tópicos discutidos, o questionamento ao paciente se existe algum tópico ainda que gostaria de discutir (mesmo que fique agendado para um próximo encontro em função do tempo, por exemplo) e um roteiro claro para o próximo encontro.”
Objetivos do Caso
Apresentar as indicações e manejo da sedação paliativa no domicílio e as habilidades na comunicação com pacientes e familiares.
Referências

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