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ARTIGO CONTAMINAÇÃO DE SOLO POR RESIDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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33
CONTAMINAÇÃO DO SOLO: 
DESCARTE IRREGULAR DOS RESÍDUOS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO NO BRASIL.
RESUMO
Há muitos desperdícios nas construções, fator gerador de resíduos sólidos, portanto, o problema de pesquisa elencado foi: qual a contaminação do solo por resíduos sólidos da construção civil? O presente estudo se justifica na necessidade de abordar sobre a importância da produção mais limpa na construção civil frente aos grandes problemas ambientais e seus impactos provindos da geração de resíduos sólidos na construção e demolição que contamina os solos. Como objetivo geral se irá verificar acerca da contaminação do solo proveniente de resíduos sólidos dispersos nas obras de construção civil.
PALAVRAS-CHAVE: Resíduos. Sólidos. Construção. Contaminação. Solo.
ABSTRACT
There is a lot of waste in the buildings, a factor that generates solid waste, so the research problem listed was: what is the soil contamination by solid waste from civil construction? The present study is justified by the need to address the importance of cleaner production in civil construction in the face of major environmental problems and their impacts arising from the generation of solid waste in the construction and demolition that contaminates the soil. As a general objective, it will be verified about the contamination of the soil from solid waste dispersed in civil construction works.
KEYWORDS: Waste. Solids. Construction. Contamination. Ground.
1 INTRODUÇÃO
Com o desenvolvimento e consequente crescimento das grandes cidades, tem resultado em um aumento do consumo e gerado uma maior quantidade de resíduos sólidos e industriais, que causam vários problemas para a sociedade e para o meio ambiente. O padrão de consumo, estimulado pelas grandes indústrias, vem sendo modificado como consequência do aumento da demanda por bens de consumo e consequentemente, o impacto humano sobre a terra tem crescido. E com isso, os recursos naturais têm sofrido danos irreparáveis em curto prazo.
A responsabilidade social, sustentabilidade e o meio ambiente estão cada vez mais em debate nas empresas e governos, tem sido uma prática comum em algumas empresas e tem se tornado o foco principal de algumas ações governamentais. É preciso rever a visão da empresa, a missão e os valores. Conceitos e outras ações ligadas a ela serão trabalhados dentro de um contexto legal.
O caminho da sustentabilidade e relação com o meio ambiente envolvem custos que dependendo de como é visto pela sociedade, podem se tornar investimento em ações sociais e ambientais, pois terá um retorno em forma de melhorias para a imagem da empresa, no conceito de seus produtos e no valor agregado a instituição perante o seu público.
Um dos problemas ambientais mais preocupantes atualmente é o descarte inadequado de resíduos sólidos. Muitos desses resíduos poderiam estar sendo reaproveitados e gerar novos produtos. Alguns produtos já estão inseridos em programas de logística reversa e apresentam canais reversos bem estruturados, como lata de alumínio, Pneus e garrafas de vidro, mas outros produtos ainda precisam de uma atenção especial.
A Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao País frente aos problemas ambientais, sociais e econômicos consequentes do descarte irregular dos resíduos sólidos.
1.1 Contextualização e relevância do tema 
Segundo dados de 2008 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, por meio da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros sanitários. Esses mesmos dados apontam que 3,79% dos municípios possuem unidade de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. A prática desse descarte inadequado provoca sérias e danosas consequências à saúde pública e ao meio ambiente e associa-se a triste quadro socioeconômico de um grande número de famílias que, excluídas socialmente, sobrevivem dos "lixões de onde retiram os materiais recicláveis que comercializam, ocasionando contaminação de solos.
Atualmente, o quadro institucional também é negativo apesar de encontrar-se em fase de alteração. A maioria das Prefeituras Municipais ainda não dispõe de recursos técnicos e financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos sólidos. Ignoram-se, muitas vezes, possibilidades de estabelecer parcerias com segmentos que deveriam ser envolvidos na gestão e na busca de alternativas para a implementação de soluções. 
Ainda é frequente observar-se a execução de ações em resíduos sólidos sem prévio e adequado planejamento técnico-econômico, sendo esse quadro agravado pela falta de regulação e controle social no setor.
Assim, o presente trabalho tem por objetivos finais poder analisar sobre a contaminação dos solos proveniente de resíduos sólidos, e ainda, demonstrar o entendimento e a importância do gerenciamento de resíduos sólidos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010 regulamentada pelo Decreto Nº 7.404 de 23 de dezembro de 2010. Analisar dentro da PNRS, o problema do gerenciamento e plano de gerenciamento, buscando entender as dificuldades e os benefícios da implantação da produção mais limpa da mesma. Para isso, iremos avaliar a evolução do movimento ambientalista às práticas de gestão ambiental que deram contextualização para o desenvolvimento do tema, assim como de produção mais limpa e sustentabilidade. 
1.2 Hipótese 
A hipótese da pesquisa em comento é afirmativa pois considera que há uma contaminação do solo resultante da falta de uma construção sustentável e mais limpa com plano de gerenciamento de resíduos sólidos.
1.3 Problema de pesquisa
	
Hoje há muitos desperdícios nas construções, fator gerador de resíduos sólidos, portanto, o problema de pesquisa elencado foi: qual a contaminação do solo por resíduos sólidos da construção civil?
1.4 Justificativa
O presente estudo se justifica na necessidade de abordar sobre a importância da produção mais limpa na construção civil frente aos grandes problemas ambientais e seus impactos provindos da geração de resíduos sólidos na construção e demolição principalmente ao indicar e avaliar a contaminação no solo.
1.5 Objetivos
1.5.1 Geral
	Como objetivo geral se irá verificar acerca da contaminação do solo proveniente de resíduos sólidos dispersos nas obras de construção civil.
1.5.2 Objetivos Específicos
· Conceituar resíduos sólidos na construção civil. 
· Verificar o gerenciamento de resíduos sólidos em obras.
· Analisar o plano para redução dos Resíduos de Construção e Demolição – RCD.
· Compreender sobre contaminação de solos.
· Analisar a contaminação de solos proveniente de resíduos de construção civil.
1.6 Metodologia
Esta pesquisa foi de revisão bibliográfica. Cumpre mencionar ainda que no percurso de desenvolvimento serão seguidas algumas etapas: a) identificação e delimitação do assunto, onde formulou-se um título para o levantamento bibliográfico e identificou-se os termos que expressassem o seus conteúdos; b) identificação das fontes disponíveis, onde ocorrerá a escolha das fontes mais adequadas à pesquisa; c) leitura, sendo que nesta fase serão descartados os trabalhos não relevantes, realizadas anotações temáticas em fichas e, e) redação, onde realizar-se-á a escrita do trabalho propriamente dito.
2 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO BRASIL
“Resíduo” é o termo muitas vezes utilizado para significar a sobra em um processo produtivo, ou seja, são resultantes dos processos de produção, transformação, utilização ou consumo, oriundos de atividades humanas, de animais ou fenômenos naturais, cuja destinação deverá ser ambientalmente adequada.
Os resíduos sólidos, de acordo com a ABNT NBR 14000, é definidocomo: Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. 
Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.
Todas as leis, regulamentos e procedimentos referentes aos resíduos são estipulados nas três esferas federal, estadual e municipal. Entretanto, a responsabilidade mais relevante é do município que se encarrega pela coleta, transporte, tratamento e disposição final de todos os resíduos sólidos urbanos, se mostrando sob a responsabilidade do Estado o licenciamento e/ou fiscalização ambiental, sendo então de responsabilidade da União, a determinação das normas gerais (DIAS, 2006).
	Sendo assim, um novo elemento no que diz respeito à gestão dos resíduos sólidos no Brasil é a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), segundo a Lei 12.305/10 (BRASIL, 2010), determinando que as obrigatoriedades mais importantes para que o Brasil deixe de ser um país onde os lixões sejam muitos, o desperdício e a inexistência de uma adequada dignidade aos cidadãos que trabalham com os produtos recicláveis. Esta Política estipula a proibição da inauguração de novos lixões e a obrigação dos municípios em proporcionar boa estrutura para a coleta seletiva, com as cooperativas de catadores participando do processo com a intenção de tornar viável a separação e correta destinação dos recicláveis. Apresentando uma diferenciação entre rejeito (onde não é possível o reaproveitamento) e resíduo (lixo que possui a capacidade de ser reaproveitado ou reciclado), tratando todo o tipo de resíduo (doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, hospitalares, etc.).
	Segundo os estudos de Schalch et. al. (2002, p. 10), o tratamento envolve uma diversidade de ações e processos, possuindo a intenção de realizar a reciclagem de alguns de seus elementos, tal como o plástico, o papelão, os metais e os vidros, assim como também a modificação da matéria orgânica em composto, para poder ser usado como adubo nas plantações e condicionador do solo, ou em polpa com a finalidade de combustível.
	As pesquisas de Schalch et. al. (2002, p. 10) também evidenciam que o tratamento, em nenhuma hipótese, acabará constituindo um sistema de destinação final completo ou definitivo, isso porque sempre existe um restante que não é aproveitável. Os benefícios resultantes destes processos se apresentam com maior clareza depois do equacionamento dos sistemas de manejo e de destinação final dos resíduos.
	Nesta perspectiva, o tratamento também se apresenta como uma diversidade de procedimentos que se destinam em diminuir o número ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, sendo através de se tornar impossível o descarte de lixo em ambiente ou em local inadequado, transformando-o em material inerte ou biologicamente estável. As mais importantes maneiras de tratamento aplicadas aos resíduos são as seguintes: reciclagem, incineração, compostagem e aterro sanitário. O último elemento, além de ser um tratamento, é também uma maneira de disposição final correta aos resíduos. Diferentes maneiras de disposição final são: aterros controlados e lixões. Os lixões, a partir do instante em que são evitados, possuem grande relevância, isso porque a sua existência produz grandes impactos negativos, tais como: poluição do solo, água e ar; dissemina doenças por meio de vetores (ratos, moscas, baratas, entre outros); degrada a paisagem, etc 
Os resíduos depositados sem qualquer preocupação com seu destino chegam aos cursos d’água carreados pelas chuvas, contaminam o solo, o ar e recursos hídricos, afetando a saúde e a qualidade de vida da população. Mesmo dos Resíduos coletados, apenas pequena quantidade é disposta adequadamente, sendo a maior parte do resíduo lançado em vazadouros públicos, sem qualquer cuidado com sua destinação final. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – Segundo a Norma Brasileira NBR 10.004 define o resíduo como os "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo se apresentar no estado sólido, semissólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional. 
A questão do resíduo propicia discussões a respeito da crise ambiental em seus múltiplos aspectos, práticas transformadoras temas como padrões de consumo, produção, exclusão social, problemas epidemiológicos, contaminação e poluição ambiental. (CRUZ; 2009)
A coleta seletiva é uma das alternativas para a minimização de impactos ambientais causados pelos resíduos, como a reutilização e o reaproveitamento de materiais. Como os recursos naturais e o espaço para depositar resíduos são limitados, precisamos mudar a trajetória do lixo, abandonar o caminho linear e buscar um caminho circular dos materiais, no qual a extração de materiais virgens do ambiente é minimizada e o descarte dos resíduos também (STRAUCH; ALBUQUERQUE, 2008). 
Atualmente, há uma maior conscientização sobre possíveis problemas que impactarão no meio em que vivemos, ou seja, as agressões à natureza não são mais de ordem local como se pensava, mas sim como de toda a humanidade. O que requer o maior cuidado e atenção aos fenômenos naturais existentes e a conservação do meio ambiente de forma sustentável para que haja um equilíbrio entre desenvolvimento e natureza. 
Porém, a humanidade produz resíduos desde os primórdios, sendo um problema bastante antigo e que deve ter uma mudança como produzimos e tratamos nossos excedentes que agridem e destroem parcelas importantes do planeta. Pois quanto maior o aumento populacional aumenta o consumo e, logo, a geração maior de resíduos poluidores (FERREIRA, 2011). 
Este problema de ordem global não é apenas de responsabilidade social, mas também dos governos, das empresas e indústrias. As organizações econômicas necessitam urgentemente implantar uma estratégia planejada para equilibrar desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental. (CRUZ, 2009)
A contaminação dos solos, das águas, do ar, está colocando em risco a sobrevivência da raça humana no planeta, associados à exploração desordenada dos recursos naturais, aumentando o gasto com energia e aumentando a produção de resíduos. (OLIVEIRA, 1996)
Isso não é somente responsabilidade da sociedade, como também é dos gestores políticos. As organizações precisam reorganizar suas estratégias para introduzir a variante ecológica no processo da empresa. O controle de recursos naturais, o tratamento e a preservação ambiental, controle de emissão de poluentes, a destinação do lixo e o desmatamento têm sido considerados obrigações das empresas, principalmente das indústrias. (OLIVEIRA, 1996)
Então, temos um grande aumento na geração de resíduos sólidos que constitui um grande problema atualmente, sendo que dentre um dos responsáveis estão os resíduos devido à quantidade existente do mesmo. De acordo com Sabedot:
 Avanços científicos e tecnológicos que têm conduzido à redução do desperdício, à reciclagem de materiais, o melhor aproveitamento dos insumos e a eliminação e substituição de matérias-primas escassas ou poluidoras por outras de melhor rendimento. (SABEDOT, 2006, p. 111).
Desse modo, os resíduos são um grande problema ambiental e sua destinação é de preocupação de inúmeros municípios. Para Montibeller:
Uma empresa é levada à reciclagem, em parte, devido ao mercado, mas, sobretudo pela pressão ou indução da sociedade civil através das leis e regulamentos públicos. (MONTIBELLER, 2001, p. 211).
No entanto, foi com a promulgação da Constituição Federal, em 1988, que se firmou um dos mais importantes marcos para o trato das questões ambientais no Brasil. Na Carta Magna conceituou-se omeio ambiente como bem de uso comum do povo. Entre os temas que foram objeto de discussão, o Artigo 225 que trata da defesa do meio ambiente. Foi a Lei 9.985/00 que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e estabeleceu os critérios e as normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação.
Como afirma Salini (2000, p.1): “A criação de materiais não degradáveis, combinado com o aumento da população, tem resultado em uma crise de disposição ambiental destes detritos.” Temos conhecimento de que o descarte final dos resíduos traz sérios prejuízos a cidade e os habitantes, seja na forma inadequada do descarte; na forma do armazenamento, o depósito de água que pode ser foco para doenças, principalmente a dengue ou a eliminação através de queima a céu aberto que contamina o solo e o ar, criando problemas respiratórios na população de toda a cidade ou também a criação de depósitos clandestinos; e é por isso a importância se conhecer mais profundamente as formas viáveis tanto ecologicamente como economicamente, de aproveitamento e correta destinação dos resíduos, como forma de diminuir o descarte inadequado dos mesmos e mitigar os impactos ambientais e riscos à saúde da sociedade.
O investimento em um sistema de gestão ambiente eficaz não pode ser visto somente em relação aos aspectos financeiro, pois se sabe que pode sim reduzir os custos, porém existe algo muito maior que é a preservação do planeta através da economia de energia, agua, redução no consumo de recursos naturais e matérias primas. Além disso, outros benéficos são imensuráveis, como a manutenção de uma boa reputação e imagem das empresas junto ao mercado e a redução dos riscos de multas, fatores hoje relevantes para concorrência em um mercado competitivo. A implantação de um sistema de gestão através de ferramentas adequadas é fundamental para a execução de um bom planejamento, onde se consegue controlar, acompanhar e executar. Em resumo, todo projeto tem de ser acompanhado durante toda sua elaboração e sua execução, prevendo então os possíveis contratempos os quais se incluem os atrasos e aqueles resultados não esperados, de forma que o produto final tenha as características previstas inicialmente. É importante salientar que o Brasil deve antes de implantar modelos utilizados em outros países, precisa realizar estudos para se determinar a viabilização ou não. Isso, pois é diferenciado o clima, infraestrutura e culturas.
O cerne dessa lei está sintetizado no art. 09 preconizando que a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos devem priorizar: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos e disposição ambientalmente adequada dos rejeitos, que deverá ser implantada em até 4 anos após a data de publicação desta Lei. 
2.1 Gestão de Resíduos Sólidos: aspectos básicos
O Quadro abaixo demonstra a hierarquia a ser obedecida no correto gerenciamento dos resíduos sólidos do Brasil.
Quadro 1: Da hierarquia no gerenciamento dos resíduos sólidos do Brasil.
Fonte: adaptado da Lei 12.305 de 2010, art. 9.
	Somos capazes de definir os resíduos através de inúmeras maneiras por meio de fontes de conhecimento diferentes, assim como normas, conceitos acadêmicos, leis entre outras. Entretanto, sem levar em consideração qual é a fonte de conceituação, todas se fundamentam no conceito de que os resíduos se apresentam como o resultado do uso inadequado dos recursos naturais. Referindo-se então de uma concepção recente, considerando que os resíduos são produzidos a partir das atividades especialmente humanas, se intensificando ainda após a Revolução Industrial iniciada no século XVIII.
	Sendo assim, os sistemas naturais são entendidos como os sistemas fechados para a produção e decomposição, sendo sustentado por um equilíbrio dinâmico que se fundamentam em ciclos e flutuações (ODUM, 1971; CAPRA, 2006).
	O ser humano, neste sentido, elaborou um sistema de forma oposta, aberta, apontando que os recursos naturais que são usados de maneira incompleta acabam se perdendo, isso porque não podem voltar ao ciclo de produção, passando então a ser material perdido.
	Desta forma, a visão cartesiana sobre o universo acabou por separar o ser humano do seu habitat natural, que é a biosfera. Essa realidade ainda fez com que o conceito de natureza passasse a ser um sistema mecânico, sendo este capaz de ser manipulado e explorado de forma infinita (CAPRA, 2006), situação em que o homem passou a ter a função de dominante da natureza, entendendo que para que seja possível se explorar não existe quaisquer limites e também não há meios sustentáveis para efetuá-lo. Desta maneira, a geração de resíduos, em um contexto universal, se apresenta como uma das espécies de demonstração desta falta de preocupação humana, isso porque, além de se encontrar diretamente associada ao desenvolvimento populacional e a evolução da economia que as sociedades atingem, se encontram, por consequência disso, associada aos hábitos de consumo.
	Observando então o problema de geração em massa de resíduos, onde esse se apresenta como um dos mais relevantes e mais prejudiciais impactos ambientais que são causados pelo homem, diversos especialistas ficam focados em elaborar métodos de gestão específicos, tendo então a intenção de reduzir e administrar esse prejudicial problema.
Fazendo então com que seja possível atingir um resultado benéfico, o passo inicial deve ser o de conhecer o resíduo que foi produzido, em outras palavras, a sua real classificação e quantificação. Todos estes dados, se juntando as políticas públicas voltadas para este âmbito, são de extrema importância para que as fases associadas ao manejo destes resíduos sejam elaboradas. Cabe ainda ressaltar que os modelos para o gerenciamento sejam elaborados através de informações básicas sobre a constituição e quantificação de resíduos e conhecimento sobre os elementos legais que possam ser aplicados, precisam constituir, de maneira adequada, todas as etapas de geração, acondicionamento, sistema de coleta e de dispersão final.
Com o intuito então de fazer a definição da composição dos resíduos que so produzidos, esses precisam se fundamentar na classificação referente à sua natureza física (líquido, sólido, gasoso), assim também como a sua origem (doméstico, industrial, hospitalar, entre outros), referente a sua constituição química (orgânico ou inorgânico) e ainda sobre os seus possíveis riscos ao meio ambiente (perigosos, inertes ou não inertes). Assim como vimos, a classificação irá ajudar relevantemente na criação de etapas que precisam ser realizadas através dos resíduos desde a sua produção até a destinação final.
Neste sentido, o manuseio dos resíduos precisa garantir as ações que são essenciais ao gerenciamento dos resíduos analisando os seus aspectos intra e extra estabelecimento, acompanhando desde a sua produção até a sua dispensa final. Nos referindo sobre as fases de segregação, acondicionamento, coleta interna e armazenamento temporário, estas são correspondentes àquelas que acontecem intra estabelecimento, em outras palavras, dentro de um espaço físico interno da organização que a produziu. Já no caso da coleta externa (transporte), tratamento e destinação final, estas etapas devem acontecer extra estabelecimento, em outras palavras, ocorre em espaços físicos externos da organização que a produziu. Podemos observar logo mais a representação de um diagrama muito simples sobre as etapas de manejo destes resíduos.
Figura 01: manejo dos resíduos
Fonte: Adaptação de CAPRA (2006).
	Desta maneira, a gestão de resíduos deve constituir as atividades de saneamento básico, isso porque há uma conexão entre eles, que são a saúde e o meio ambiente. Através de sua importante compreensão, o gerenciamento de resíduos precisa fazer parte de uma diversidade de procedimentos para a gestão com os conceitos básicos, se fundamentando em uma ordem de prioridade, da não geração de resíduos, da redução da geração dos resíduos inevitáveis e devendo assegurar um encaminhamentoseguro, de maneira eficaz aos resíduos que são gerados, tendo em vista a proteção dos trabalhadores, a conservação da saúde pública, e também dos recursos naturais e do meio ambiente.
2.2 Sobre Legislações - Legislação Federal
	Os procedimentos de gestão dos resíduos sólidos em território brasileiro são recentes, possuindo sua pioneira ação no ano de 1989, através da criação da lei 354, que se referia à resíduos da área da saúde especialmente. No ano de 1991 esta lei foi aperfeiçoada e resultou no projeto de lei 203, abordando o mesmo assunto. Já no ano de 2003 elaborou-se um grupo de trabalho Interministerial de Saneamento que resultou na criação do programa de resíduos sólidos urbanos. Unicamente no ano de 2005 que o um anteprojeto sobre a PNRS4 que começou a transitar na câmara e, só depois disso, inúmeras discussões e audiências públicas aconteceram, por volta de 100 projetos sobre este assunto foram apresentados e somente no ano de 2010 a Lei 12.305 foi sancionada (MONTAGNA et. al, 2012).
	Sendo assim, a PNRS determina conceitos, princípios, objetivos e instrumentos, assim como as diretrizes no que diz respeito à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, agregando também as metas e delegando responsabilidades aos geradores, ao poder público e todos os instrumentos econômicos passíveis da produção de resíduos (BRASIL, 2010).
	Após a regulamentação da Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, aperfeiçoado com o Decreto 7.404 de 23 de dezembro de 2010, instituindo assim a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criou-se o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, proporcionando assim novas providências.
	Evidenciando então os instrumentos para a Implantação da Logística Reversa, acordos setoriais, regulamentos expedidos pelo Poder Público e os termos de compromisso. A logística reversa é capaz de ser elencada pela PNRS, da seguinte forma:
Instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010).
	Já o Decreto 5940 de 25 de outubro de 2006, determinou a separação dos resíduos recicláveis que eram descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte de produção do mesmo, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis.
	As normas técnicas apresentadas com este decreto são as seguintes:
· NBR 10004/2004- Trata sobre a classificação dos resíduos sólidos;
· NBR 12235/1992 – Trata do armazenamento de resíduos sólidos perigosos;
· NBR 9191/2002 – Refere-se aos sacos plásticos para o acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio;
· NBR 7500/2013 e 7501/2011 – Refere-se sobre o transporte e armazenamento de materiais;
· Resolução CONAMA 307/2002[footnoteRef:1] - Determina as diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Através desta resolução é que se evidencia que o gerador precisa se responsabilizar pelo gerenciamento destes resíduos, se responsabilizando em segregar e encaminhar para reciclagem e disposição final correta. As áreas destinadas para a disposição final deverão passar pelo processo de licenciamento ambiental e vão ser fiscalizadas pelos órgãos ambientais competentes. [1: Resolução CONAMA 348/2004, modifica a Resolução CONAMA n°307, de 5 de julho de 2002, agregando nela o amianto na classe de resíduos perigosos.] 
· Resolução CONAMA 275/2001 – Esta determina o código de cores para os mais variados tipos de resíduos (CONAMA 275/2001), que deve ser utilizado na identificação de coletores e transportadores, assim como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
2.3 Importância da Instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos
Muitas das vezes esses resíduos sólidos têm como destinação final os chamados lixões, “bota fora”, os aterros sanitários e até mesmo terrenos baldios, onde não se tem nenhuma estrutura adequada, provocando transtornos para o poder público e própria sociedade, como: problemas de saúde, ocupação irregular de espaços, problemas econômicos em decorrência dos altos custos operacionais de recolhimento, desequilíbrio ecológico e estético do local. Tanto a coleta quanto a disposição final adequada dos resíduos sólidos, são importantes para o saneamento e higiene da sociedade. 
As grandes quantidades de volumes de dejetos que são deixados sem a correta destinação, servem como criadouros para uma série de problemas em que o maior prejudicado é a sociedade, principalmente quando se fala de higiene e saúde pública, pois ocorrem a proliferação de animais e insetos que servem como agentes transmissores de uma série de doenças. A produção crescente de resíduos é motivo de preocupação devido à escassez de áreas adequadas para a disposição final de resíduos, pois além de apresentarem custos altos, são raras as áreas disponíveis para acomodar e tratar todo esse resíduo. Com isso, os são chamados “impactos ambientais”, geram desequilíbrio no meio ambiente. 
O homem sempre viveu em harmonia com a natureza, mesmo em quem alguns momentos se viu um desrespeito aos sistemas ambientais onde poderiam ter levado a destruição de algumas civilizações antigas. Muitas das vezes os problemas ambientais eram tratados de forma isolada e considerados como resultados naturais e inevitáveis da ação do homem, sendo rapidamente incorporadas e assimiladas pelos próprios mecanismos da natureza, pois os impactos ambientais gerados eram de pequenas intensidades. Com isso, podemos dizer que impacto ambiental é a alteração no meio ambiente provocada por uma determinada ação ou atividade, que precisa ser quantificada por apresentar variação relativa, seja positiva ou negativa, intensa ou superficial.
Os impactos ambientais, gerados em decorrência da má utilização, falta de planejamento e uso irracional dos recursos naturais, torna-se mais visíveis nas cidades do que no meio rural. Porém quando se para analisar, os impactos possam ser de maior gravidade, pois altera a totalmente o ambiente natural, e essa alteração sem critérios ambientais modifica totalmente o meio inicial. Então nota-se que a degradação ambiental urbana e rural altera não somente as condições climáticas locais, mas também o meio ambiente como um todo, seja das mais diversas formas, afetando diretamente o ser humano, que passa a conviver com um ambiente bastante modificado e propício a doenças e a uma qualidade de vida cada vez pior.
A preservação do meio ambiente urbano é um desafio bastante complexo, não somente na preservação dos recursos naturais, assim como assegurar condições de vida digna à população, de tal maneira que todas as parcelas da sociedade possam ser incluídas no processo de desenvolvimento humano e nas condições de vida da sociedade. O que se vê atualmente no Brasil é uma realidade muito aquém do que se espera, pois a maioria dos brasileiros contradiz aos princípios ambientais e também o que preceitua o artigo 23 da Constituição Federal de 1988, que trata da responsabilidade que os órgãos municipais têm de elaborar e implementar a política local de meio ambiente, atuando de forma compartilhada com a esfera estadual e nacional, pois são poucos os municípios brasileiros que dispõem de secretarias ou departamentos específicos para planejar e gerenciar essa área.
Com a Constituição Federal, a partir de 1988, o município passou a ser um ente federativo autônomo, com competências próprias, autonomia administrativa, legislativa e financeira e Legislando sobre assuntos de interesse local; suplementar a legislação federal e a estadual e, ainda, organizar e prestar, diretamente ou sob-regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local de caráter essencial, assim, o município passoua ser o detentor da titularidade dos serviços de limpeza urbana e toda a gestão e manejo e dos resíduos sólidos, desde a coleta até a sua destinação final. No País, não existe lei que estabeleça diretrizes gerais aplicáveis aos resíduos sólidos para orientar os Estados e os Municípios na adequada gestão desses resíduos, por mais que existam Resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA que abordam os resíduos sólidos. 
As diretrizes da Constituição Federal foram promulgadas a Lei 6.938/1981, (BRASIL, 1981), que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e seu conselho consultivo e deliberativo o CONAMA, que elaboram uma série de outras leis, decretos e resoluções que definem com maior clareza o sistema de regras, controles e fiscalização quanto à preservação ambiental. 
O Quadro abaixo destaca na esfera nacional, a linha do tempo da legislação abordando os temas relacionados à gestão dos resíduos sólidos.
Quadro 05: Linha do tempo da legislação sobre resíduos sólidos e temáticas afins.
	Data
	Ações
	1998
	Promulgação da Lei nº 9.605 que define os crimes ambientais
	1991
	Projeto de Lei 203 dispõe sobre acondicionamento, coleta, tratamento, transporte e destinação dos resíduos de serviços de saúde.
	1999
	Proposição Conama 259 intitulada Diretrizes Técnicas para a Gestão de Resíduos Sólidos. Aprovada pelo plenário do conselho, não foi a ser publicada.
	2001
	Câmara dos Deputados cria e implementa Comissão Especial da Política Nacional de Resíduos com o objetivo de apreciar as matérias contempladas nos projetos de lei apensados ao Projeto de Lei 203/91 e formular uma proposta substitutiva global. Com o encerramento da legislatura, a Comissão foi extinta.
	2001
	Promulgação do Estatuto das Cidades-Lei nº 10.257, determinando novas diretrizes para o desenvolvimento sustentado dos aglomerados urbanos.
	2002
	É aprovada a Resolução CONAMA 307/02 que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da Construção Civil.
	2003
	Lula institui um GT Interministerial de Saneamento Ambiental a fim de promover a integração das ações de saneamento ambiental, no âmbito do governo federal.
	.2004
	O CONAMA realiza o seminário “Contribuições à Política Nacional de Resíduos Sólidos” com objetivo de ouvir a sociedade e formular nova proposta de projeto de lei, pois a Proposição Conama 259 estava defasada.
	2004
	É aprovada a Resolução CONAMA 348 de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.
	2005
	Encaminhado anteprojeto de lei da PNRS, debatido com o Ministérios das Cidades, da Saúde, mediante sua Fundação Nacional de Saúde-Funasa, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, do Planejamento, Orçamento e Gestão, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e da Fazenda.
	2006
	Aprovado relatório (deputado Ivo José) que trata do PL 203/91 acrescido da liberação da importação de pneus usados no Brasil.
	2007
	Executivo propõe, em setembro, o PL 1991. O projeto de lei da PNRS considerou o estilo de vida da sociedade contemporânea, que aliado às estratégias de marketing do setor produtivo, levam a um consumo intensivo provocando uma série de impactos ambientais, à saúde pública e sociais incompatíveis com o modelo de desenvolvimento sustentado que se pretende implantar no Brasil.
	2009
	Em junho, uma minuta do Relatório Final foi apresentada para receber contribuições adicionais.
	2010
	No dia 11/03, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou em votação simbólica um substitutivo ao Projeto de Lei 203/91, do Senado, que institui a PNRS e impõe obrigações aos empresários, aos governos e aos cidadãos no gerenciamento dos resíduos. No dia 23/12 é publicado no DOU o Dec. nº 7.404, que regulamenta a Lei no 12.305, de 2/8/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências.
	2011
	Em 25 de maio de 2011, foi alterado o art. 3º da Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA, estabelecendo nova classificação para o gesso, por meio da Resolução CONAMA nº 431 de 24/05/2011
	2012
	Em 18 de janeiro de 2012, a Resolução CONAMA 307/02, foi alterada em seus arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10, 11 e revogado os arts.7,12 e13por meio da Resolução nº 448, compatibilizando a Resolução com a Política Nacional de Resíduos.
	2015
	.................
Fonte: www.mma.gov.br/cidades-sustentáveis, 2013, adaptado pelo autor (2020).
Como marco regulatório nacional na gestão de resíduos sólidos, descrito no Quadro, a PNRS tramitou no Congresso Nacional por mais de duas décadas e finalmente, em 2 de agosto de 2010, foi aprovada, a Lei n° 12.305, que estabelece a PNRS, reunindo os princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados pela União, isoladamente ou em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e particulares, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos.
2.4 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
	Levando em consideração todas as demandas elaboradas com o intuito de poder gerenciar os resíduos do nosso modelo de consumo da atualidade, em diversos países esses procedimentos são regulamentados por ações e diretrizes tendo a intenção de assegurar, com um prazo menor o quanto possível, para não causar a degradação do meio ambiente. Neste sentido, essas ações precisam receber a orientação de um dispositivo legal, que na realidade brasileira, cabe destacar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a qual determina a existência de um conteúdo mínimo de informações que precisam constituir o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
Estas informações são as seguintes (BRASIL, 2010):
* Detalhamento das características do empreendimento ou atividade;
* Diagnóstico sobre os resíduos sólidos que vão ser produzidos ou administrados, apresentando a sua origem, seu volume e ainda a caracterização dos resíduos, agregando nisso os passivos ambientais a eles associados;
* Apontadas quais são as normas estipuladas através dos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa e, caso exista, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos, onde:
I – Evidenciar quais são os responsáveis por cada fase do gerenciamento de resíduos sólidos;
II – Estipular quais são os procedimentos operacionais associados às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos que o gerador é responsável;
* Apontar as soluções consorciadas ou compartilhadas com outros geradores dos resíduos;
* Ações com o intuito de prevenir e corrigir que devem ser realizadas nas ocasiões de gerenciamento incorreto ou acidentes;
* Metas e processos associados à redução da produção de resíduos sólidos e, levando em consideração as normas determinadas através dos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, para que se restitua e recicle;
* Caso seja possível, realizar ações associadas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, se embasando para tanto no art. 31 da referida lei;
* Ações que impossibilitem os prejuízos ambientais associados aos resíduos sólidos;
* Realizar revisões periódicas, analisando assim o prazo de vigência da respectiva licença que possibilita a operação de uma empresa a cargo dos órgãos do Sisnama.
3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A atividade da construção civil reconhecidamente passa por várias situações que por sua vez tem grande impacto ambiental em virtude da utilização de recursos naturais, desmatamento, demolição, perdas, desperdícios, energia elétrica, entre outros que afetam diretamente a sociedade como todo. As vantagens da construção civil sustentável é uma forma de se minimizar os impactos gerados no setor. Há vários estudos onde se consegue aplicar processos produtivos sustentáveis, que viabilizam e até valorizam os negócios.
Atualmente é de reconhecimento que o mercado exige que as empresas tenhamcompromisso além de entregar projetos que atendem a necessidades humanas, atuem também de modo sustentável, garantindo que as gerações futuras possam usufrui da mesma forma que as outras gerações.
O desenvolvimento sustentável não é algo apenas de ambientalistas, e já se faz presente nos valores de muitos setores. A construção civil não se difere, e já demostra uma preocupação a nível interacional, pois suas atividades possui um grandioso impacto ao meio ambiente, sendo o setor com maior consumo de recursos naturais.
Muitas empresas adotam a segregação e reciclagem de resíduos gerados como o ponta pé inicial para uma da mudança de cultura, e na construção civil essa forma de gestão é uma tendência para minimização dos impactos. O estudo para se conhecer formas para reutilização e reciclagem dos resíduos precisa ser ampliados pois há uma grande complexidade a esse tipo de pesquisa, onde necessita de uma integração entre poder público e universidade, incentivando o desenvolvimento de projetos de novas tecnologias que possam reutilizar e reduzir as perdas em um canteiro de obra.
Os enormes impactos ocasionados pela construção civil é uma preocupação constante já no mercado mundial, pois a grande demanda e a geração de volumes faz com que há interessa para conscientização onde todos atuem de forma correta, despertando a motivação de estudos para mudança de patamar e uma transformação do meio ambiente.
Em toda história a construção civil existiu para atender as necessidades do homem, porém sem nenhuma preocupação em aprimorar as técnicas a não ser para melhorar a performance dos processos produtivos.
Os homens como seres humanos pensante, tem a responsabilidade de evoluir, e com essa evolução o dinamismo de transformar e produzir através de processos com novas tecnologias e aplicar nas construções cada vez mais sustentáveis, alinhados as normas e responsabilidade social. 
Essa aplicação na evolução de técnicas avançadas que minimizam os impactos ambientais é algo para ser realizado urgente e de maneira mais frequente, construções ecologicamente corretas é a solução para adequar as necessidades dos seres humanos com a responsabilidade de não afetar o futuro do planeta. 
Ser sustentável e ecologicamente correto não é apenas segregar resíduos ou possuir jardins, vai muito mais que isso. São estratégias adotadas com soluções inovadoras com a integração da engenharia e arquitetura muito bem planejadas para se reduzir de maneira eficiente os impactos ambientais que vão desde o período de execução da obra até a ocupação e utilização pelo cliente final.
Existem selos que certificam as obras verdes, garantindo sua legitimidade. O AQUA (Alta Qualidade Ambiental), que tem como base o sistema francês HQE, é um deles, concedido pela Fundação Vanzolini. O mais conhecido, porém, é o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), do Green Building Council (GBC), órgão responsável pela concessão do certificado. Criado em 1999 nos Estados Unidos, o selo pode chegar a custar R$ 50 000,00.[footnoteRef:2] [2: Hoje, o Brasil é o quarto país no ranking mundial de empreendimentos buscando o LEED, com 384 registrados, atrás apenas de Estados Unidos, Emirados Árabes e China. No Rio, seis edifícios já têm o certificado e 51 estão em fase de análise. Os grandes eventos esportivos - Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 - impulsionaram ainda mais o avanço dos edifícios verdes no Rio. O GBC Brasil firmou inclusive um protocolo com o Comitê Olímpico Brasileiro para que as obras que serviram aos jogos fossem todas certificadas.] 
Os resultados podem ser melhorados e atingidos ainda mais com a aplicação das condutas sustentáveis desde o planejamento da concepção dos projetos, com as empresas assumindo a responsabilidade que todos devem ter em reverter o quadro social, econômico e cultural que os diversos fatores ambientais contribuem, trazendo prejuízo aos cofres públicos e à saúde humana.
3.1 Gerenciamento de Resíduos Sólidos e a Construção Civil
	Atualmente, o setor de construção civil se apresenta como um dos setores que apresentam maior crescimento em todo o mundo, recebendo a classificação como um dos setores que também resultam em relevantes impactos ao meio ambiente. Desta forma, a indústria da construção se responsabiliza ainda por um gasto de 40% de toda a energia que é gerado em todo o mundo e é a que mais produz resíduos da sociedade (JOHN, 2001). Estes resíduos produzidos pela construção civil acabam resultando em um dos mais relevantes impactos ambientais do setor, isso porque são produzidos em elevadas quantidades, não acabam recebendo a destinação que deveria, causando impactos ao ambiente urbano e formam um local propício para que se proliferem muitos vetores de doenças (PINTO, 1999).
	Sendo assim, um benefício encontrado nesta espécie de resíduos é o seu elevado potencial de ser recuperado, por volta de 80% do volume total que é produzido é capaz de receber reciclagem (FARIA, 2011), impossibilitando assim a saturação dos aterros sanitários e podendo manter as fontes de recursos naturais, entretanto, em inúmeros países estes resíduos ainda são destinados irregularmente ou ainda em aterros que não são controlados adequadamente.
	Neste sentido, os resíduos do setor construtivo precisam ser acumulados significantemente na da frente das obras, ou seja, quantidades não muito grandes são produzidas no decorrer das etapas iniciais de uma obra e vão se elevando de maneira progressiva por consequência do avanço da obra, momento em que ela chega aos seus estágios finais (KATZ e BRAUM, 2011). Nestas frentes de obras, estes resíduos da construção ou da demolição se resultam dos materiais com defeitos ou deteriorados no decorrer do transporte ou na etapa em que são armazenados, ou pelo desperdício de materiais, por conta da falta de planejamento e organização adequada, ou ainda por conta das falhas de projetos ou também por quaisquer outros elementos que a originam.
	Podemos ainda apontar que os debris resultantes da construção civil acabam correspondendo a uma porcentagem muito relevante da quantidade total dos resíduos sólidos que são produzidos nas grandes cidades. A realidade da Alemanha, para exemplificar, no ano de 2003, 61% dos resíduos sólidos totais eram resultantes do setor construtivo (WEISLEDER e NASSARI, 2006). Já no caso da Austrália, esta proporção chegou a 44% no ano de 1996 (TAM, 2008), a situação da Inglaterra aponta que estes níveis podem alcançar o nível de 50% nos dias de hoje (ESIN e COSGUN, 2007), já no caso da Itália, Noruega e Hong-Kong, essa porcentagem pode variar entre 30 e 40% (TAM, 2008). Já no caso do Brasil, o nível desses resíduos de construção e demolição alcança cerca de 61% no que diz respeito à massa de resíduos sólidos urbanos (PINTO, 1999).
	Ademais, ainda nos referindo sobre os resíduos da construção civil, podemos ver que este se apresenta como um dos mais problemáticos e preocupantes problemas ambientais de hoje em dia. O maior problema encontrado neste caso, assolando as inúmeras nações em todo o mundo ressaltamos que é a criação de um modelo adequadamente elaborado para o gerenciamento dos resíduos de construção civil e que deve ser aplicado. Para então ser possível criar um modelo eficaz é preciso ainda determinar quais devem ser as etapas de manejo, os tratamentos e ainda a destinação correta dos mesmos, fazer ainda a conciliação da melhor logística como intuito de colocar em prática o PGRSC&D, levando em consideração as peculiaridades da região, assim como relevo, clima, infra estrutura disponível, espaço territorial, questões econômicas e políticas, precisando estipular ações para o controle do processo, elaborar ainda uma cadeia de responsabilidades dos que estão envolvidos neste gerenciamento, entre inúmeras diretrizes básicas essenciais ao processo.
3.3 Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil
	Com o intuito de impossibilitar a ineficácia na Gestão Corretiva dos RCC e ainda a passividade dos gestores de resíduos sólidos, os estudos de Pinto (1999)asseguram que a Gestão Diferenciada desses referidos resíduos se apresenta como a única forma de atingir o objetivo desejado, sugerindo então algumas soluções sustentáveis referentes aos espaços urbanos. O mesmo autor ainda aponta que essa gestão precisa ser diferenciada e também agregada à gestão tradicional dos resíduos domiciliares, se apresentando como uma solução necessária e complementar nestas situações. Essa Gestão Integrada apresenta princípios modernos para a realização do gerenciamento de todas as parcelas dos resíduos sólidos urbanos, assim como a coleta seletiva, a reciclagem e ainda o reaproveitamento, sem esquecer da compostagem dos resíduos orgânicos.
	Objetivando então que as organizações que constituem a cadeia produtiva da construção civil sejam capazes de efetuar as suas atividades, podendo então produzir um impacto social mais reduzido possível, onde o gerenciamento dos RCC não pode compreender ação corretiva, entretanto sim contendo um formato educativa em suas ações (PANDOLFO et. al, 2008).
	Com o intuito de elaborar um adequado plano de gerenciamento, é possível nos fundamentar no modelo de classificação e separação dos RCC no canteiro de obras que é sugerido através do SINDUSCON – MG, 2008, que se constitui através de 8 passos, que são estes:
1º Fase – Realizar um planejamento das ações localizadas, com o intuito de direcionar as ações para o alcance das metas;
2º Fase – Fomentar a conscientização de todos os elementos que constituem a realização do projeto sobre a educação ambiental por meio de palestras, cursos e comunicação visual, assim como também pela capacitação incessante dos colaboradores no decorrer da execução da obra;
3º Fase – Fazer a caracterização dos resíduos que a referida construção civil produz durante as etapas mais importantes da obra, podendo variar no decorrer de sua execução.
4º Fase – Realizar uma avaliação sobre a possibilidade de poder reutilizar os resíduos na própria obra;
5º Fase – Estipular quais são os prestadores de serviços associados aos resíduos que são produzidos pela obra;
6º Fase – Criação dos mecanismos para a realização do controle de transporte e transporte dos resíduos do canteiro de obras;
7º Fase – Estipular a realização de uma logística de transporte, armazenamento temporário e recorrência da coleta;
8º Fase – Fazer com que todos os funcionários sejam adequadamente capacitados com o intuito de realizar corretamente o gerenciamento dos resíduos em todas as etapas da obra.
	Por fim, segundo PNRS (BRASIL, 2010), as essenciais informações que o PGRCC precisa possuir são as seguintes:
I – Informações Gerais:
• Identificar adequadamente o empreendedor;
• Quem é o responsável técnico pela obra;
• Quem é o responsável técnico por criar o PGRCC;
• Qual é a equipe técnica responsável por criar o PGRCC e;
• Fazer a caracterização da obra.
	No que diz respeito as demolições, estas precisam possuir uma licença de demolição.
I – Itens relacionados ao Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGRCC:
• Dever de caracterizar os resíduos sólidos;
• Redução relevantes dos resíduos;
• Discriminação detalhada dos resíduos;
• Como vai ser feito o seu acondicionamento/armazenamento;
• Realização do transporte;
• Transbordo de resíduos e;
• Onde os resíduos serão destinados.
II – Evidenciar a comunicação visual e educação ambiental:
Dever de padronizar as cores e também os símbolos que fazem a identificação dos equipamentos e áreas que são reservadas para o gerenciamento dos resíduos.
É preciso também realizar palestras e fomentar a capacitação de todos os elementos que fazem parte diretamente do andamento da obra, para que estes sejam capazes de ter consciência das consequências da inadequada destinação e das vantagens diretas e indiretas do adequado gerenciamento dos resíduos da obra.
III – Cronograma para que se implante o PGRCC.
	Estas são compreendida pelas ações que precisam ser praticadas no decorrer do período de execução da obra.
4 IMPACTOS PRODUZIDOS PELOS RESÍDUOS SÓLIDSO DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO (RCD)
	A cada dia que passa a preocupação apresentada pela sociedade com o meio ambiente se eleva. Sendo assim, os governantes, empresas e também os pesquisadores focam seus trabalhos procurando propor diferentes alternativas com o objetivo de reduzir ou extinguir as consequências advindas das atividades econômicas, tal como a transformação dos padrões de consumo da população e o controle dos processos produtivos, tendo assim a intenção de diminuir a elevada utilização de matéria-prima e produção de resíduos. Neste sentido, um tipo de resíduo que extremamente prejudicial é o resultante da indústria da construção civil, isso porque acaba proporcionando inúmeros impactos ruins (SANTOS, 2012).
	4.1 Impactos Ambientais
	A expressão “impacto ambiental” acaba sendo habitualmente usada na imprensa e no cotidiano das pessoas e é, em grande parte das ocasiões, associa-se à danos que acometem a natureza. Entretanto, mesmo que o referido significado constitua uma noção de impacto ambiental, acaba englobando somente uma parte do real conceito do termo (SÁNCHEZ, 2013).
	Neste sentido, a resolução nº 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986, conceitua o impacto ambiental da seguinte maneira:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986, Artigo 1º[footnoteRef:3]). [3: Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_1986_001.pdf> . Acesso em: Abril de 2020.] 
	Observando ainda que a NBR ISO 14001 (ABNT, 2015) determina que o impacto ambiental seja entendido como qualquer tipo de transformação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que acabe proporcionando, totalmente ou em uma pequena parte, dos elementos ambientais naturais.
	Dessa maneira, é possível compreender o aspecto ambiental como a forma através da qual uma ação humana resulte em um significativo impacto ambiental. Para exemplificar, a produção de resíduos sólidos não se apresenta como o real objetivo das ações realizadas pelos seres humanos, entretanto, o referido aspecto se associa diretamente aos processos produtivos. Essa produção de resíduos não se apresenta como um impacto ambiental, impacto é sim a transformação da qualidade ambiental resultante dessa produção. Se tratando então da manifestação no receptor, podendo ocorrer pelo meio físico, biótico ou ainda antrópico (SÁNCHEZ, 2013).
Figura 2: Representação da relação entre s ações humanas, aspectos e impactos ambientais.
Fonte: Sánchez (2013).
	Dessa maneira, e fundamental ter uma adequada concepção sobre os aspectos ambientais e compreender as suas consequências, isso porque, sendo assim, torna-se possível um melhor entendimento sobre os impactos ambientais, dar prioridade para eles e elaborar diretrizes com o intuito de extinguir ou ao menos diminuir as interferências negativas que são provocadas ao meio ambiente (ARAÚJO, 2009).
	4.1.1 Impactos nas Condições Estéticas e Sanitárias do Meio Ambiente
	Os impactos ambientais de maior relevância que se associam resíduos da construção civil podem se relacionar à sua disposição feita irregularmente, apresentando como característica típica a conjunção de consequências deteriorantes do ambiente local. As referidas consequências podem ser vistas constantemente no espaço urbano, principalmente em bairros periféricos, onde a população é de menor renda (PINTO, 1999).
Figura 3: Deposição de resíduos em cidades de São Paulo e Minas Gerais.
Fonte: Pinto (1999).
	Os estudos de Pinto (1999) ainda apontam que alguns dos possíveis impactos proporcionam um significativo comprometimento da qualidade do ambiente e da paisagem local, tornando mais complicado o tráfego de pedestrese de veículos. Ademais, as deposições feitas irregularmente desses dejetos podem ainda atrair diferentes tipos de resíduos sólidos, normalmente sendo atraídos por resíduos volumosos, resíduos vegetais e ainda por resíduos não inertes que tornam a deterioração das condições ambientais locais mais veloz, podendo prejudicar até mesmo o curso dos riachos que cortam a cidade.
Figura 4: Impactos negativos dos dejetos da construção civil.
Fonte: Pinto (1999).
	Cabe ressaltar ainda que:
Os resíduos perigosos podem impactar o meio ambiente de diversas maneiras, por exemplo: pela contaminação química do solo por penetração de substâncias tóxicas, como tintas e solventes; deterioração da qualidade do ar pelo desprendimento de gases tóxicos, como compostos orgânicos voláteis; poluição de águas subterrâneas, pela percolação de resíduos perigosos pelo solo, atingindo o lençol freático; e alteração das condições de saúde do trabalhador, por exemplo, pela inalação ou manejo inadequado de substâncias nocivas à saúde (ARAÚJO, 2009, p.74).
Figura 5: Representação dos materiais de maior perigo existentes em uma obra da construção civil.
Fonte: Adaptação de Moraes (2006).
	Um diferente e extremamente prejudicial impacto é a queima de resíduos nos canteiros de obra. A referida queima não se encontra prevista na resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), sendo capaz de proporcionar impactos consequentes da liberação de gases tóxicos, podendo causar prejuízos também para a qualidade do ar. Para exemplificar, ressalta-se a queima da madeira pintada, podendo liberar relevantes quantidades de chumbo (ARAÚJO, 2009).
	Levando em consideração as determinações da Lei nº 12.305/10, pode-se ver que a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estipula que a queima a céu aberto ou em recipientes, em instalações e equipamentos não licenciados com o objetivo não é permitida como uma maneira de destinação final dos resíduos da construção civil.
	Dessa maneira, os impactos consequentes da disposição irregular dos resíduos sólidos de construção e demolição ultrapassam os limites dos impactos no meio físico, proporcionando ainda inúmeros impactos para as vias de trânsito, prejudicando diretamente os pedestres e também os veículos, assim como proporcionar a elevação de vetores e impactos econômicos (PINTO e GONZÁLES, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observamos neste breve estudo que o planejamento tem em suas etapas relevância para um gerenciamento eficaz de obras quanto ao seu prazo, custos, e assim, quanto a prevenção de falhas durante sua execução, o que evita os dois principais pontos de desperdícios apontado pelos autores, o desperdício de materiais, que eleva muito o custo da obra, e o desperdício de mão-de-obra, que também contribui não só para aumento do custo, como também em comprometimento grande do prazo da obra estipulado anteriormente, prazo previsto na fase do planejamento da obra.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como objetivo evitar e prevenir a geração de resíduos sólidos para o meio ambiente. Busca uma cultura mais sustentável por meio da reciclagem, reutilização e uma destinação adequada aos resíduos sólidos onde a responsabilidade deste processo é compartilhada entre governos, fabricantes, comerciantes e os consumidores.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos introduziu importantes conceitos na legislação ambiental, entre eles a Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial.
A responsabilidade da coleta e destinação dos resíduos é atribuída aos governos, porém o gerenciamento é de responsabilidade das empresas, com exceção aos resíduos domiciliares e de limpeza urbana. Assim a responsabilidade sobre os resíduos de atividades industriais, comerciais e serviços privados passa a ser do próprio gerador, caracterizando o sistema com uma logística reversa.
Os profissionais de engenharia civil devem assim, antes de qualquer procedimento, saber como planejar as etapas de uma obra para poder executar seu projeto sem comprometer recursos e tempo. Espera-se que esta breve revisão possa dessa forma auxiliar os estudantes da área com mais literatura acadêmica a respeito.
Diante das informações obtidas com esse trabalho, é de extrema importância reforçar a necessidade de propor alternativas sustentáveis no manejo dos resíduos sólidos da construção civil. Os resíduos sólidos da construção civil, classificados como resíduos classe A, possuem um alto potencial de reciclagem, portanto, podem e devem ser utilizados como forma de minimizar os nocivos impactos ambientais.
O processo de reciclagem e reaproveitamento dos RCC vem se ampliando lentamente no Brasil, por isso, o seu incentivo traz um avanço no desenvolvimento ambiental e social da cidade, garantindo um uso racional dos recursos naturais e a garantia de qualidade de vida para as próximas gerações. 
Evita-se assim, os despejos em locais inapropriados, garantindo acessibilidade a locais adequados para a sua disposição. Representa uma ótima opção para o construtor diminuir os custos da obra, diante dos benefícios econômicos, uma ótima oportunidade de negócio da parte de quem recicla o RCC, e a responsabilidade social e ambiental adquirida pelas empresas e profissionais envolvidos, sendo assim, todos saem ganhando.
Porém, antes da reciclagem, como expusemos sobre a Hierarquia no gerenciamento dos resíduos sólidos do Brasil, vem a não geração e redução, e isso só pode ocorrer com um planejamento e gerenciamento de desperdícios em obras.
Foi de objetivos deste trabalho explanar sobre a importância do planejamento e gerenciamento de desperdícios em obras aliado a questão dos resíduos sólidos da construção civil e também da destinação correta dos resíduos sólidos da construção civil diante os problemas ambientais que temos enfrentado no cotidiano e frente as novas práticas ecológicas e sustentáveis que surgiram na sociedade como objeto de uma conscientização geral dos problemas que estava surgindo pela falta de normas e políticas sustentáveis.
Por fim, foi desenvolvido uma revisão de autores que ajudou a conceituar as normas da disposição de resíduos e sua importância. Ficando como sugestão de pesquisas futuras aprofundamento do assunto com estudo de caso em uma pesquisa de campo com cidades e construtoras e seus métodos para gerenciar os desperdícios e destinar seus resíduos corretamente de acordo com as normas vigentes expostas de forma sucinta nesta pesquisa.
Os municípios passaram a ter que tratar os resíduos sólidos e foi dado um prazo para acabarem com os lixões, foi preciso desenvolver planos de gestão do lixo para encerramento dos lixões. Mais da metade dos municípios do Brasil já tem uma destinação adequada dos resíduos sólidos. A PNRS é uma lei que visa reverte e diminuir um dos principais problemas ambientais que é o descarte dos produtos sólidos. Contudo como a Lei 12.350/10 foi consolidada há pouco tempo, muitas ações ainda estão sendo implementadas ou em curso.  Dessa forma o Poder público deve ser rígido na fiscalização das empresas quanto ao gerenciamento dos resíduos e incentivar a população buscando uma educação ambiental e que estes não sejam apenas coadjuvantes, mas sim estejam à frente deste processo.
REFERÊNCIAS 
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