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O avanço global da democracia liberal Atualmente, menos de um terço das sociedades do mundo é de natureza autoritária. David Held (1996) observa: “a democracia tornou-se o padrão fundamental da legitimidade política na era atual”. O que explicaria esse avanço global da democracia liberal? A queda do comunismo Durante grande parte do século XX, os sistemas políticos do mundo estavam divididos em democracia liberal e comunismo. Uma grande parte da população mundial nesse período viveu sob regimes de orientação comunista ou socialista. Comunismo: era essencialmente um sistema de governo com um partido único. Os eleitores não podiam escolher entre diversos partidos, mas entre diversos candidatos (ou apenas um candidato) dentro do Partido Comunista. Embora o comunismo parecesse um sistema sólido, após 1989 o que se viu foi a queda de um regime comunista após o outro. A partir de então, os processos de democratização continuaram a avançar pelo mundo, mesmo nos países mais autoritários, como as teocracias islâmicas. Como explicar a popularidade da democracia liberal? Os motivos estão relacionados a mudanças nos planos social e político. ● A associação entre democracia e economia de mercado, que tem se mostrado mais eficaz enquanto sistema de geração de riquezas que o comunismo. ● O processo de globalização que promove a difusão de idéias e visões entre diversas regiões do mundo, estimulando os cidadãos a assumirem uma postura mais ativa. ● A influência dos meios de comunicação de massa, especialmente a televisão e a internet. O paradoxo da democracia Apesar do grande avanço da democracia liberal globalmente, esse sistema passa por dificuldades em quase todas as regiões do mundo. O “paradoxo da democracia”: por um lado ela está avançando em todo o globo; por outro, nas sociedades democráticas maduras, notam-se altos níveis de desilusão em relação aos processos democráticos. Os motivos para o descontentamento com a democracia em muitos países estão relacionados com o impacto das novas tecnologias na área das comunicações e a globalização da vida social. Como observado por Daniel Bell, o governo nacional tornou-se “pequeno demais para resolver as grandes questões”, mas “grande demais para lidar com as pequenas questões”. Os partidos políticos e a votação nos países do Ocidente Sistemas partidários Partido político: uma organização voltada para a conquista do controle legítimo do governo por meio de um processo eleitoral. O sistema bipartidário tende a prevalecer nos lugares em que o candidato que obtém o maior número de votos em um distrito eleitoral vence a eleição nesse local e representa todo o eleitorado no parlamento (princípio de “o vencedor leva tudo”). Nos sistemas eleitorais que se baseiam em princípios diferentes, como na representação proporcional, os sistemas pluripartidários tendem a prevalecer. Os partidos europeus de “extrema direita” Áustria: coalizão entre o Freedom Party (Partido da Liberdade) e o People’s Party (Partido Popular Austríaco) – campanha baseada na plataforma da “estrangeirização excessiva”, nitidamente antiimigrantista e antieuropéia. Suíça: People’s Party (Partido Popular Suíço) – mobilizou sentimentos antiimigrantistas entre a população da Suíça (onde um em cada cinco habitantes é imigrante) – exigiu endurecimento das leis de asilo durante a Guerra do Kosovo (1999). Em outras nações européias (Itália, França, países escandinavos), os partidos de extrema direita contam com algum apóio, mas continuam à margem da política. Os partidos e a votação na Grã-Bretanha Durante a maior parte do século XX, a cena política britânica foi dominada por dois partidos, o Conservador e o Trabalhista, com o desenvolvimento da política adversária. Fatores que explicam as experiências dos principais partidos ao longo das duas últimas décadas: ● Diminuição da proporção da população economicamente ativa envolvida em áreas tradicionais da produção. Houve um desgaste de algumas fontes tradicionais de apoio ao Trabalhismo. ● Cisão ocorrida dentro do Partido Trabalhista no início dos anos 1980, que deu origem ao Social Democratic Party (SDP). ● Influência de Margareth Tatcher. Durante de depois do Tatcherismo Políticas adotadas ao longo do governo de Margareth Tacher: ● Monetarismo (controle da oferta de moeda) ● Privatização de empresas públicas ● Recusa em recuar diante da ocupação argentina das ilhas Falkland (Malvinas) ● Estabelecimento do Poll Tax (Encargo Comunitário) O “Novo Trabalhismo” Tony Blair, após ser eleito líder do partido em 1994, estabeleceu diversas reformas no Partido Trabalhista. A partir disso, o Trabalhismo reconheceu formalmente a importância central da economia de mercado e realizou mudanças semelhantes às ocorridos nos demais partidos socialistas da Europa Ocidental. A eleição de 1997 A eleição de 1997 levou o Novo Trabalhismo ao poder, simbolizando uma grande reviravolta eleitoral. Os resultados da eleição mostravam uma oscilação de 10% de Conservadores para Trabalhistas. No entanto, é importante observar que houve baixo nível de comparecimento dos eleitores às urnas, o que indica que os votos não eram tão a favor ao Novo Trabalhismo, mas contrário à situação. A política da Terceira Via O Novo Trabalhismo iniciou, então, um processo de reforma e modernização políticas, que é muitas vezes chamado de política da terceira via. As dimensões dessa política são: 1. Reconstrução do governo 2. O desenvolvimento da sociedade civil 3. Reconstrução da economia 4. Reforma do Estado Assistencial 5. Modernização ecológica 6. Reforma do sistema global
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