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AULA 02: CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL Profª. Ma. Bárbara Gomes Martins Disciplina: ECV022 Concreto Armado II ECV128 Concreto Armado II CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS ❖ INTRODUÇÃO Cálculo de Armadura necessária pra resistir ao momento fletor; Dimensionamento é feito pelo E.L.U.; Duas formas de ruptura: Compressão do concreto; Deformação excessiva da armadura tracionada; Os momentos fletores são majorados; UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 2 ❖ TIPOS DE FLEXÃO Flexão normal (simples ou composta): ocorrem em seções simétricas; Flexão oblíqua (simples ou composta): ocorrem em seções não simétricas; Flexão simples: Quando não existe esforço normal (N=0); Flexão composta: ocorre quando há esforço normal de compressão ou tração (com ou sem cortante); Flexão pura: Não ocorre esforço cortante; CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 3 ❖ CRITÉRIO Flexão normal simples e pura; ou seja, cortante e normal iguais a zero. Os esforços que provocam tensões normais são: momento fletor (M) e a força normal (N) A A C D P P compressão tração Flexão pura: B DEC DMF Admite-se que as seções permanecem planas no estado de deformação. CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS ❖ ESTÁDIOS DE DEFORMAÇÃO NA SEÇÃO TRANSVERSAL Aplicando um momento M crescente, as seções de concreto submetida a momento fletor passa por três estádios: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 4 SITUAÇÕES DE SERVIÇO ESTADO LIMITE ÚLTIMO (ações majoradas e resistências minoradas) CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 5 ESTÁDIO II (estado de fissuração) – abaixo da L.N. haverá valores superiores ao da resistência à tração do concreto - Apenas o aço resiste as forças de tração; - Admite-se que a tensão de compressão permanece linear; - As fissuras de tração na flexão no concreto são visíveis. ESTÁDIO I (estado elástico) – o concreto não ultrapassa sua resistência característica à tração (ftk) - Diagrama de tensão normal ao longo da seção é linear; - As tensões nas fibras mais comprimidas são proporcionais às deformações (trecho linear do diagrama tensão-deformação); - Não há fissuras visíveis. CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS ESTÁDIO III: o momento fletor é aumentado até a ruína da peça (para concretos até C50) - Fibra comprimida do concreto começa a plastificar a partir da deformação específica de 0,2%, chegando a atingir 0,35% (sem acréscimo de tensão); - Todas as fibras alcançam a tensão máxima e deformação superiores a 0,2%; - Peça fissurada, fissura próximas à L.N. UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 6 Cálculo de dimensionamento é feito no E.L.U (estádio III)!!! CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 7 𝜆 p/ até C50 ❖ HIPÓTESES DE CÁLCULO Seções permanecem planas no ELU, ou seja, proporção entre deformação e distâncias até a linha neutra (hipótese de Bernoulli); Perfeita aderência entre concreto e aço; Tensões de tração no concreto são desprezíveis no ELU; Para concreto até C50, diagrama tensão-deformação parábola-retângulo; ❖ HIPÓTESES DE CÁLCULO Propriedades mecânicas do aço: Admite-se 1% no alongamento último das armaduras tracionadas; O E.L.U. é caracterizado segundo os domínios de deformação; CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 8 CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS ❖ DIAGRAMA TENSÃO-DEFORMAÇÃO IDEALIZADO Para análises no E.L.U. pode ser empregado o diagrama de tensão-deformação idealizado para concretos de qualquer classe UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 9 (ABNT NBR 6118:2014, p.26) εc2 – deformação específica de encurtamento do concreto no início do patamar plástico εcu – deformação específica de encurtamento do concreto na ruptura CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 10 (ABNT NBR 6118:2014, p.122) ❖ DOMÍNIOS DE DEFORMAÇÃO NA SEÇÃO TRANSVERSAL Reta a: Tração uniforme Reta b: Compressão uniforme Tração Compressão A ruína da seção transversal, para qualquer tipo de flexão no E.L.U. é caracterizado pelas deformações específicas de cálculo do concreto e do aço; Os domínios representam diversas possibilidades de ruína da seção. Classes até C50 CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 1: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 11 Tração não uniforme, sem compressão; A L.N. é externa à seção transversal εs = 1% εs = 1% εc = 1% εc = 0 x = -∞ x1 = 0 CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 2: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 12 Flexão simples ou composta, sem ruptura à compressão do concreto x d-x x 0,35% = d − x 1% x = 0,259. d εs = 1% εs = 1% εc = 0 εc = 0,35% x1 = 0 x2 = 0,259.d CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 3: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 13 Flexão simples ou composta, com ruptura à compressão do concreto e com escoamento do aço εs = 1% εs = εyd (0,207% p/ CA50) εc = 0,35% εc = 0,35% x2 = 0,259.d x3 = 0,628.d x d-x x 0,35% = d − x 0,207% x = 0,628. d CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 4: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 14 Flexão simples ou composta, com ruptura à compressão do concreto e sem escoamento do aço εs = εyd εs = 0 εc = 0,35% εc = 0,35% x3 = 0,628.d x4 = d CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 4a: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 15 Flexão composta, com compressão do aço; A L.N. está no cobrimento. εs = 0 εs < 0 (compressão) εc = 0,35% εc = 0,35% x4 = d x4a = h CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS DOMÍNIO 5: UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 16 Compressão não uniforme, sem tração εs < 0 εs < 0,2% εc = 0,35% εc = 0,2% x4a = h x5 = +∞ ❖ CÁLCULO DA ARMADURA LONGITUDINAL EM VIGAS SOB FLEXÃO NORMAL As vigas devem ser projetadas à flexão simples nos domínios 2 ou 3, e não podem ser projetadas no domínio 4. CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 17 εs = 1% εs = εyd (0,207% p/ CA50) εc = 0,35% εc = 0,35% x2 = 0,259.d x3 = 0,628.d εs = 1% εs = 1% εc = 0 εc = 0,35% x1 = 0 x2 = 0,259.d DOMÍNIO 2 DOMÍNIO 3 Para proporcionar o comportamento dúctil em vigas e lajes, a posição da L.N. no ELU deve: x/d ≤ 0,45 (até C50) Só é possível utilizar o domínio 3 até esse limite Sem considerar a ductilidade → εlim ❖ EQUACIONAMENTO (CONCRETO ATÉ C50) Cálculo da quantidade de armadura longitudinal, para vigas com seção transversal retangular: fck: resistência característica do concreto bw: largura da seção d: altura útil fyd: resistência característica do aço εyd: deformação específica de escoamento do aço CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 18 Considerando a εlim x/d = 0,45 CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 19 ❖ EQUACIONAMENTO (CONCRETO ATÉ C50) Equilíbrio da seção: Equilíbrio das forças normais à seção transversal Equilíbrio dos momentos Posição da linha neutra (x) Cálculo da área necessária de armadura (As) Verificação do domínio em que a peça atingirá o estado limite último 𝚺𝐅 = 𝟎 ⟶ 𝐅𝐬 − 𝐅𝐜 = 𝟎⟶ 𝚺𝐌 = 𝐌𝐝 ⟶ 𝐌𝐝 = 𝐅𝐬. 𝐳 𝐅𝐜 = 𝟎, 𝟖𝟓. 𝐟𝐜𝐝 . 𝐛𝐰 . (𝟎, 𝟖. 𝐱) 𝐳 = 𝐝 − 𝟎, 𝟒. 𝐱 𝐌𝐝 = 𝟎, 𝟖𝟓. 𝐟𝐜𝐝 . 𝐛𝐰 . (𝟎, 𝟖. 𝐱). (𝐝 − 𝟎, 𝟒. 𝐱) 𝐌𝐝 = 𝐅𝐜. 𝐳𝐅𝐬 = 𝐅𝐜 𝐌𝐝 = 𝟎, 𝟔𝟖. 𝐱. 𝐝 − 𝟎, 𝟐𝟕𝟐. 𝐱 2 . 𝐛𝐰. 𝐟𝐜𝐝 a. x2 + b. x + c = 0 x = −b ± b2 − 4ac 2a Equação de 2º grau: 𝐱 = 𝟎, 𝟔𝟖. 𝐝 ± (𝟎, 𝟔𝟖𝐝)𝟐−𝟒𝟎, 𝟐𝟕𝟐 𝐌𝐝 𝐛𝐰. 𝐟𝐜𝐝 𝟎, 𝟓𝟒𝟒 𝐀𝐬 = 𝐌𝐝 𝐳. 𝐟𝐬 𝐅𝐬 = 𝐀𝐬. 𝐟𝒔 𝐌𝐝 = 𝐅𝐬. 𝐳 P/ domínios 2 ou 3: 𝐀𝐬 = 𝐌𝐝 𝐳. 𝐟𝐲𝐝 εs ≥ εyd fs ≥ fyd Os domínios possíveis são: 2 ou 3. CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 20 EXEMPLO 1: Determinar a quantidade de armadura longitudinal necessária (As) para uma peça retangular bw = 12 cm e d = 29 cm, sob a ação de um momento M = 12,2 kN.m. Dados: fck = 20 MPa e CA50. Md = 1,4.M = 1,4.12,2 = 17,08 kN.m Md = 0,68. x. d − 0,272. x 2 . bw. fcd 17,08 = 0,68. x. 0,29 − 0,272. x2 . 0,12. 20. 103 1,4 x = 0,68.0,29 ± (0,68.0,29)2−4.0,272. 17,08.1,4 0,12.20. 103 2.0,272 17,08.1,4 0,12.20. 103 = 0,68. x. 0,29 − 0,272. x2 0,272. x2 − 0,68.0,29. x + 17,08.1,4 0,12.20. 103 = 0 x = 0,6704 m x = 0,0546 m L.N. passa fora da seção transversal, o que não atende o caso de flexão simples a) Determinando o valor de x: CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 21 EXEMPLO 1: Determinar a quantidade de armadura longitudinal necessária (As) para uma peça retangular bw = 12 cm e d = 29 cm, sob a ação de um momento M = 12,2 kN.m. Dados: fck = 20 MPa e CA50. = 0,0546 ma) Determinando o valor de x: b) Verificando o domínio: Para o aço CA50 e concreto C20 (<C50): Domínio 2: 0 ≤ x ≤ 0,259. d 0,259.0,29 = 0,07511 0 ≤ 0,0546 ≤ 0,07511 O problema ocorre no domínio 2 c) Cálculo do valor do braço de alavanca (z): z = d − 0,4. x = 0,29 − 0,4.0,0546 = 0,2684 m d) Cálculo de As: As = Md z. fyd = 17,08 0,2684.43,478 = 𝟏, 𝟒𝟔 𝐜𝐦² Neste domínio, o aço já escoou, pois: εs ≥ εyd , ou 1% > 0,207% 𝐟𝐬 = 𝐟𝐲𝐝 = 𝟓𝟎 𝟏, 𝟏𝟓 = 𝟒𝟑, 𝟒𝟕𝟖 𝐤𝐍/𝐜𝐦² CÁLCULO DA ARMADURA DE FLEXÃO PROFª. MA. BÁRBARA GOMES MARTINS UNIVERSIDADE DE RIO VERDE ENGENHARIA CIVIL 22 EXEMPLO 2: Determinar a quantidade de armadura longitudinal necessária (As) para uma peça retangular bw = 20 cm e d = 47 cm, sob a ação de um momento M = 10.000 kN.cm. Dados: fck = 20 MPa e CA50.
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