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Corujão_Direito_Administrativo_28_08_2020_Thállius_Moraes

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DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Prof. Thállius Moraes 
 
AGENTE PÚBLICOS 
CONCEITO 
No presente tópico abordaremos o conceito de 
agentes públicos em sentido amplo, conforme traçado 
pela lei 8.429/92, que diz: 
Art. 2º Reputa-se agente público, para os 
efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, 
ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, 
mandato, cargo, emprego ou função nas 
entidades mencionadas no artigo 
anterior. 
Assim, verificamos que essa lei adota o termo em 
sentido amplo, definindo agentes públicos como toda 
pessoa natural que esteja ligada, de alguma forma, com 
a Administração Pública, podendo ser este vínculo 
permanente ou transitório. 
Trata-se de uma pessoa física que exerça cargo, 
emprego, mandato ou função por meio de nomeação, 
eleição, designação ou qualquer forma ou vínculo, ainda 
que transitório e sem remuneração, com a atribuição de 
manifestar uma parcela da vontade Estatal. 
A remuneração pelos serviços prestados e a 
habitualidade em sua prestação também não 
configuram requisitos para enquadramento no conceito 
de agentes públicos, pois o serviço prestado pode ser 
em caráter permanente ou temporário, remunerado ou 
não. 
Desse modo, de forma resumida, concluímos que 
agente Público, em sentido amplo, é qualquer pessoa 
que exerça uma função pública (genericamente 
falando), seja ela remunerada ou não. 
 
REGIME JURÍDICO DE PESSOAL 
A Constituição Federal de 1988 instituiu a 
obrigatoriedade do chamado regime jurídico único. 
Assim, cada ente da Administração Pública deve adotar 
um regime jurídico único para reger as relações com 
seus servidores (o regime estatutário ou o regime 
celetista). 
O regime estatutário é aplicado, como regra 
geral, no âmbito dos entes da Administração Direta, das 
autarquias e das fundações públicas. as empresas 
estatais (empresas públicas e sociedades de economia 
mista) adotam o regime celetista de pessoal, regido pela 
CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). 
 Em cada esfera haverá um estatuto próprio. Na 
esfera federal, por exemplo, temos a Lei 8.112/90, 
aplicada para a União, as autarquias federais e as 
fundações públicas federais. Cada Estado e Município 
também irá elaborar seu próprio estatuto. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO (espécies de agentes 
públicos) 
1) AGENTES POLÍTICOS 
Os agentes políticos exercem um múnus público (função 
pública) de mais alta direção do Estado. Eles 
desempenham atribuições previstas no próprio texto 
constitucional. 
Principais Características: 
➢ Mais alto escalão do poder público; 
➢ Detentores de mandato político (regra geral); 
➢ Possuem cargo de natureza política; 
➢ São submetidos a algumas regras diferentes das 
aplicáveis aos servidores em geral. 
 
Desse modo, conforme o conceito acima visto, são 
considerados agentes políticos 
a) Chefes do Executivo (Presidente da República, 
Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares 
imediatos (ministros de estado, secretários 
estaduais e secretários municipais). 
b) Membros do Poder Legislativo (Senadores, 
Deputados e Vereadores). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Entretanto, conforme Hely Lopes Meirelles, além dos 
acima citados, também são considerados agentes 
políticos (essa é, inclusive, a posição 
predominantemente adotada em prova): 
➢ Membros da Magistratura (magistrados em 
geral, como os juízes, desembargadores e 
ministros dos Tribunais); 
➢ Membros do Ministério Público (Procuradores 
da República, Procuradores da Justiça, 
Promotores de Justiça, etc.); 
➢ Membros dos Tribunais de Contas (Ministros e 
Conselheiros) 
➢ Representantes Diplomáticos 
➢ Demais autoridades que atuem com liberdade 
funcional no desempenho de suas funções 
atribuições. 
 
2) SERVIDORES PÚBLICOS 
 Os servidores públicos representam a grande 
massa do serviço público. Eles exercem uma atividade 
de natureza profissional e remunerada aos entes da 
Administração Direta e Indireta, dentro de uma 
estrutura hierarquizada. Parte da doutrina costuma 
chamá-los de agentes administrativos. 
 Os servidores públicos podem ser divididos em 
três grupos: servidores públicos estatutários; 
empregados públicos (também chamados de servidores 
públicos celetistas); e os servidores temporários. 
 
A) Servidores Estatutários (servidores em sentido 
estrito) 
É o regime de contratação adotado pelos entes 
da Administração Direta, Autarquias e Fundações 
Públicas. 
O vínculo que esses servidores possuem com a 
Administração Pública possui natureza estatutária. No 
âmbito Federal, temos a Lei nº 8.112/1990 - Estatuto 
dos Servidores Públicos Civis Federais. 
Os servidores estatutários são titulares de cargos 
públicos (provimento efetivo ou em comissão) e 
exercem uma função pública. 
Os servidores titulares de cargo de provimento 
efetivo estão sujeitos ao estágio probatório e adquirem 
estabilidade após três anos de efetivo exercícios 
(preenchidos os demais requisitos). Eles ingressam no 
serviço público por meio de concurso público de provas 
ou de provas e títulos. 
Os cargos em comissão, por sua vez, são de livre 
nomeação e exoneração (ad nutum), de modo que sua 
escolha é feita diretamente pela autoridade competente 
(não precisa de concurso). Contudo, eles não se 
encontram sujeitos a estágio probatório e jamais irão 
adquirir estabilidade (sua exoneração pode ser feita 
livremente pela autoridade competente). 
 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
II - a investidura em cargo ou emprego público 
depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações 
para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; 
 
B) Empregados Públicos (servidor celetista ou servidor 
trabalhista) 
Esse é o regime de contratação adotado pelas 
empresas estatais (empresas públicas e sociedades de 
economia mista). 
Os empregados públicos encontram-se ligados à 
Administração Pública por um vínculo contratual 
trabalhista, regido pela Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT). 
Os servidores celetistas são titulares de um 
emprego público, cujo acesso se dá por meio de 
concurso público. Contudo, eles não se encontram 
sujeitos a estágio probatório e não fazem jus à 
estabilidade. 
 
Embora não sejam dotados de estabilidade, o 
STF entende que, diferentemente do que ocorre com os 
empregados da iniciativa privada, os empregados 
públicos, que ingressaram no serviço público por meio 
de concurso público, não podem ser dispensados 
livremente, sendo necessária uma justa causa para sua 
demissão. 
 
 
 
 
 
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Os dirigentes das empresas 
públicas e das sociedades de 
economia mista são titulares de 
um cargo comissionado. Assim, 
eles não são regidos pela CLT, 
como os empregados públicos, 
mas sim pelo estatuto da 
respectiva esfera. 
 
C) Temporários 
Os servidores temporários são contratados para 
atender a uma necessidade temporária de excepcional 
interesse público. Eles podem ser contratados no 
âmbito no âmbito dos entes da Administração Direta e 
Indireta. 
O vínculo existente entre o servidor temporário 
e o ente da Administração Pública é meramente um 
contrato (não é regido por um estatuto ou pela CLT). Ele 
apenas exerce uma função pública, não sendo titular de 
um cargo ou emprego público. 
A contratação dos servidores temporários 
prescinde de concurso público, podendo ser feita por 
meio de um processo seletivo simplificado (PSS), que é 
uma forma mais simples de contratação (cuidado, não 
pode contratação direta, ao menos o PSS é exigido). 
Os servidores temporários são contratados para 
eventuais necessidades que possuam caráter transitório, 
como os agentes decombate às endemias e os 
recenseadores do IBGE. 
 
3) PARTICULARES EM COLABORAÇÃO 
Em determinadas situações em que particulares 
colaboram com o poder público, exercendo 
determinadas atividades enquadradas como funções 
públicas, eles se enquadram no conceito de agentes 
públicos. 
Como regra geral, essa participação se dá de 
forma temporária e não remunerada (mas há 
exceções). Encontramos nessa categoria três grupos: os 
agentes honoríficos; os agentes delegados; e os agentes 
credenciados. 
Esses cidadãos, ao exercerem essa função, são 
considerados funcionários públicos para fins penais, em 
relação aos crimes relacionados com o exercício dessa 
função. 
A) Agentes Honoríficos 
São particulares que desempenham certas 
funções especiais qualificadas como públicas. Como 
regra, eles são convocados para exercer essa função, 
que possui caráter transitório e não remunerada (como 
os mesários eleitorais e os membros do tribunal do 
júri). 
 
B) Agentes Delegados 
Os agentes delegados (ou delegatários de 
serviços públicos) são particulares que recebem a 
incumbência do Estado para exercer determinada 
atividade, obra ou serviço público. Essa atuação se dá 
em seu próprio nome, por sua própria conta e risco, 
mediante fiscalização do Estado 
Aqui temos uma forma de descentralização por 
delegação (ou por colaboração), em que o Estado 
transfere a execução (nunca a titularidade) dessa 
atividade para um particular (o assunto é aprofundado 
no tópico de Serviços Públicos). Aqui temos, como 
exemplo, os concessionários e permissionários de 
serviços públicos. 
Um caso especial refere-se aos notários e 
registradores, que são considerados particulares em 
colaboração, pois exercem uma função pública delegada 
pelo Poder Público. Contudo, embora eles exerçam tal 
atribuição em seu próprio nome, O STF entendeu pela 
exigência de concurso público para o preenchimento 
dessas funções. 
 
C) Agentes Credenciados 
Os agentes credenciados são particulares que 
recebem a tarefa de representar a administração em 
alguma atividade específica ou de praticar um 
determinado ato em nome do Poder Público. 
Como exemplo, podemos citar o caso de um 
renomado atleta brasileiro representando o país em 
uma convenção internacional sobre prevenção e 
combate ao doping. 
 
 
 
 
 
 
 
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AGENTE PUTATIVO (FUNCIONÁRIO DE 
FATO) X AGENTE NECESSÁRIO 
O agente putativo (também chamado de 
funcionário de fato) é aquele agente público que se 
encontra em uma forma irregular de investidura, mas 
que atua com uma aparência de estar legalmente 
exercendo essas funções. 
O agente necessário, por sua vez, é um 
particular que atua junto ao poder público em situações 
emergenciais (como em caso de calamidades públicas, 
por exemplo). 
Os atos praticados por eles são considerados 
válidos, perante terceiros de boa-fé. Da mesma 
maneira, preenchidos os demais requisitos, os atos 
praticados por eles são de responsabilidade estatal. 
Não podemos confundi-los com o usurpador de 
função. Trata-se de um criminoso, uma pessoa que não 
possui qualquer vínculo com a Administração Pública, 
que se passa por um agente público para a obtenção de 
vantagens ilícitas. Os atos praticados pelo usurpador de 
função são considerados inexistentes, vez que não 
exercem em nenhum momento uma parcela da vontade 
estatal. 
 
CARGO EM COMISSÃO E FUNÇÃO DE 
CONFIANÇA 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
 V - as funções de confiança, exercidas 
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem 
preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, 
destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia 
e assessoramento. 
 
SÚMULA VINCULANTE 13 DO STF (vedação 
do nepotismo) 
Em observância aos princípios da moralidade e da 
impessoalidade (dentre outros), o STF estabeleceu na 
súmula vinculante 13 a vedação ao nepotismo, de modo 
a obstar a nomeação para cargos em comissão e 
funções de confiança (cuja escolha é feita diretamente 
pela autoridade competente) de pessoas com certo grau 
de parentesco com a autoridade nomeante, uma vez 
que tal escolha afrontaria a Constituição Federal. 
A NOMEAÇÃO DE CÔNJUGE, 
COMPANHEIRO OU PARENTE EM LINHA 
RETA, COLATERAL OU POR AFINIDADE, 
ATÉ O TERCEIRO GRAU, INCLUSIVE, DA 
AUTORIDADE NOMEANTE OU DE 
SERVIDOR DA MESMA PESSOA JURÍDICA 
INVESTIDO EM CARGO DE DIREÇÃO, 
CHEFIA OU ASSESSORAMENTO, PARA O 
EXERCÍCIO DE CARGO EM COMISSÃO OU 
DE CONFIANÇA OU, AINDA, DE FUNÇÃO 
GRATIFICADA NA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA DIRETA E INDIRETA EM 
QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, 
DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E 
DOS MUNICÍPIOS, COMPREENDIDO O 
AJUSTE MEDIANTE DESIGNAÇÕES 
RECÍPROCAS, VIOLA A CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. 
Principais características da Súmula Vinculante 13: 
➢ Aplicada para cargo em comissão em comissão e 
função de confiança (não se aplicada para cargos 
efetivos, pois o ingresso se dá por meio de 
aprovação em concurso público) 
➢ Alcança cônjuge, companheiro e parentes até 3º 
grau. 
➢ Aplicada tanto para a Administração Direta (dos 
três Poderes) quanto para a Indireta. 
➢ Também veda as designações recíprocas 
(nepotismo cruzado – quando as autoridades 
fazem uma “troca” em que um nomeia o parente 
do outro). 
Essa proibição se estende até o terceiro grau de 
parentesco, de modo que alcança parentes como tios e 
sobrinhos. Os primos, contudo, estão excluídos dessa 
vedação, já que são parentes de 4º grau. 
Existe uma exceção a essa 
vedação. A jurisprudência do STF é 
no sentido de que essa proibição 
não se aplica para cargos políticos, 
como os secretários estaduais e 
secretários municipais, situações 
em que a nomeação de cônjuge, 
companheiros e parentes é 
permitida. 
 
 
 
 
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ACUMULAÇÃO REMUNERADA DE CARGOS 
PÚBLICOS 
 A acumulação remunerada de cargos públicos, 
como regra geral, é vedada. Contudo, existem 
determinadas situações em que é permitida a 
acumulação, desde que exista compatibilidade de 
horários. 
Constituição Federal – art. 37(...) 
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos 
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de 
horários, observado em qualquer caso o disposto no 
inciso XI: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou 
científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de 
profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas; 
XVII - a proibição de acumular estende-se a 
empregos e funções e abrange autarquias, 
fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista, suas subsidiárias, e sociedades 
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder 
público; 
 
SERVIDOR APOSENTADO E ACUMULAÇÃO 
 Em determinadas situações o servidor 
aposentado poderá acumular os proventos da 
aposentadoria com o exercício de outra função (e sua 
consequente remuneração). 
Constituição Federal – Art. 37 (...) 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos 
de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou 
função pública, ressalvados os cargos acumuláveis 
na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os 
cargos em comissão declarados em lei de livre 
nomeação e exoneração. 
 
CARGO PÚBLICO E MANDATO ELETIVO 
A Constituição Federal de 1988 assegura aos 
servidores o direito de concorrerem e de exercerem um 
mandato eletivo, contudo, com algumas ressalvas. Essas 
observações se referem aos servidores da Administração 
Direta, autárquica e fundacional. 
Constituição Federal - Art. 38. Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no 
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual 
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função;II - investido no mandato de Prefeito, será afastado 
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens 
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo, e, não havendo 
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso 
anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço 
será contado para todos os efeitos legais, exceto 
para promoção por merecimento; 
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso 
de afastamento, os valores serão determinados 
como se no exercício estivesse. 
 
CONCURSO PÚBLICO 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
II - a investidura em cargo ou emprego público 
depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a 
natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na 
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações 
para cargo em comissão declarado em lei de livre 
nomeação e exoneração; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
III - o prazo de validade do concurso público será de 
até dois anos, prorrogável uma vez, por igual 
período; 
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital 
de convocação, aquele aprovado em concurso 
público de provas ou de provas e títulos será 
convocado com prioridade sobre novos concursados 
para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art3
 
 
 
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JURISPRUDÊNCIAS RELEVANTES 
SÚMULA VINCULANTE 43 
 É inconstitucional toda modalidade de provimento 
que propicie ao servidor investir-se, sem prévia 
aprovação em concurso público destinado ao seu 
provimento, em cargo que não integra a carreira na 
qual anteriormente investido. 
 
SÚMULA VINCULANTE 44 
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a 
habilitação de candidato a cargo público. 
 
SÚMULA 14 do STF 
Não é admissível, por ato administrativo, restringir, 
em razão da idade, inscrição em concurso para cargo 
público. 
 
SÚMULA 683 do STF 
 O limite de idade para a inscrição em concurso 
público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da 
Constituição, quando possa ser justificado pela 
natureza das atribuições do cargo a ser preenchido. 
 
DIREITOS DO SERVIDOR 
 O direito à livre associação sindical e à greve são 
assegurados ao servidor público civil, sendo tais direitos, 
contudo, vedados aos servidores militares. 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à 
livre associação sindical; 
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos 
limites definidos em lei específica; 
 
SERVIDOR E DIREITOS DO ART. 7º DA CF 
O art. 7º da Constituição Federal traça os direitos 
sociais dos trabalhadores urbanos e rurais. Alguns 
desses direitos são extensíveis aos servidores públicos, 
sendo aplicado aos ocupantes de cargo público o 
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, 
XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer 
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza 
do cargo o exigir: 
➢ salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com moradia, 
alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, 
higiene, transporte e previdência social, com 
reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para 
qualquer fim; 
➢ garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, 
para os que percebem remuneração variável; 
➢ décimo terceiro salário com base na 
remuneração integral ou no valor da 
aposentadoria; 
➢ remuneração do trabalho noturno superior à do 
diurno; 
➢ salário-família pago em razão do dependente do 
trabalhador de baixa renda nos termos da lei; 
➢ duração do trabalho normal não superior a oito 
horas diárias e quarenta e quatro semanais, 
facultada a compensação de horários e a redução 
da jornada, mediante acordo ou convenção 
coletiva de trabalho; 
➢ repouso semanal remunerado, 
preferencialmente aos domingos; 
➢ remuneração do serviço extraordinário superior, 
no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; 
➢ gozo de férias anuais remuneradas com, pelo 
menos, um terço a mais do que o salário normal; 
➢ licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do 
salário, com a duração de cento e vinte dias; 
➢ licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
➢ proteção do mercado de trabalho da mulher, 
mediante incentivos específicos, nos termos da 
lei; 
➢ redução dos riscos inerentes ao trabalho, por 
meio de normas de saúde, higiene e segurança; 
➢ proibição de diferença de salários, de exercício de 
funções e de critério de admissão por motivo de 
sexo, idade, cor ou estado civil. 
 
TETO REMUNERATÓRIO 
A Constituição Federal de 1988, ao tratar do teto 
remuneratório, estabelece um limite máximo de 
recebimento pelos servidores públicos da Administração 
Direta, autárquica e fundacional. 
Esse limite também pode ser aplicado aos 
servidores das empresas públicas e sociedades de 
economia mista, quando estas receberem recursos de 
um ente federado para pagamento de despesas de 
pessoal ou de custeio em geral. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=43.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=44.NUME.%20E%20S.FLSV.&base=baseSumulasVinculantes
 
 
 
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Existem também os chamados subtetos, 
aplicados no âmbito dos Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de 
cargos, funções e empregos públicos da 
administração direta, autárquica e fundacional, dos 
membros de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos 
detentores de mandato eletivo e dos demais agentes 
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie 
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, 
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra 
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, 
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o 
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito 
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito 
do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados 
Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo 
e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de 
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco 
centésimos por cento do subsídio mensal, em 
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite 
aos membros do Ministério Público, aos 
Procuradores e aos Defensores Públicos; 
 
Constituição Federal - Art. 37 (...) 
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas 
públicas e às sociedades de economia mista, e suas 
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para 
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em 
geral. 
 
 
ESTABILIDADE 
O art. 41 da Carta Magna comtempla uma 
garantia aos servidores titulares de cargos efetivos, 
assegurando a eles a estabilidade no serviço público 
após três anos de efetivo exercício. 
Os servidores estáveis somente podem perder 
seu cargo em situações elencadas na própria 
Constituição Federal: 
➢ em virtude de sentença judicial 
transitada em julgado; 
➢ mediante processo administrativo em 
que lhe seja assegurada ampla defesa; 
➢ mediante procedimento de avaliação 
periódica de desempenho, na forma de 
lei complementar, assegurada ampla 
defesa; 
➢ corte de excessode despesas com 
pessoal (art. 169, § 4º, da CF). 
Constituição Federal - Art. 41. São estáveis após três 
anos de efetivo exercício os servidores nomeados 
para cargo de provimento efetivo em virtude de 
concurso público. 
§ 1º O servidor público estável só perderá o 
cargo: 
I - em virtude de sentença judicial transitada em 
julgado; 
II - mediante processo administrativo em que lhe seja 
assegurada ampla defesa; 
III - mediante procedimento de avaliação periódica 
de desempenho, na forma de lei complementar, 
assegurada ampla defesa. 
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do 
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual 
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo 
de origem, sem direito a indenização, aproveitado 
em outro cargo ou posto em disponibilidade com 
remuneração proporcional ao tempo de serviço. 
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua 
desnecessidade, o servidor estável ficará em 
disponibilidade, com remuneração proporcional ao 
tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento 
em outro cargo. 
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, 
é obrigatória a avaliação especial de desempenho 
por comissão instituída para essa finalidade. 
 
Art. 169 (...) § 4º Se as medidas adotadas com base 
no parágrafo anterior não forem suficientes para 
assegurar o cumprimento da determinação da lei 
complementar referida neste artigo, o servidor 
estável poderá perder o cargo, desde que ato 
normativo motivado de cada um dos Poderes 
especifique a atividade funcional, o órgão ou 
unidade administrativa objeto da redução de 
pessoal. 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
1) (CESPE / TRF-10ª REGIÃO / 2019) 
Para que pessoas físicas que colaboram com o poder 
público sejam consideradas agentes públicos é necessário 
que elas, obrigatoriamente, tenham vínculo empregatício 
com a administração pública e sejam por esta 
remuneradas, como ocorre, por exemplo, com os 
leiloeiros, tradutores e intérpretes públicos. 
 
 
2) (CESPE / TJ-AM / 2019) 
Emprego público é aquele exercido por vínculo 
estatutário na administração pública por empregados 
temporários ou interinos. 
 
 
3) (CESPE / IFB / 2019) 
A abertura de novo concurso indicando a necessidade de 
mais vagas, quando ainda não terminado o prazo do 
certame anterior, transfere a questão da nomeação do 
campo da discricionariedade para o da vinculação, uma 
vez que deve ser observado o direito subjetivo do 
candidato aprovado à nomeação. 
 
 
4) (CESPE / TJ-AM / 2019) 
Às pessoas portadoras de necessidades especiais é 
assegurado o direito de se inscrever em concurso público 
para provimento de quaisquer cargos, 
independentemente das suas atribuições. Para esses 
candidatos são reservadas até 20% das vagas oferecidas 
no concurso. 
 
 
5) (CESPE / TCE-SC / 2019) 
O servidor público ocupante exclusivamente de cargo em 
comissão adquire a estabilidade após três anos de efetivo 
exercício. 
 
 
6) (CESPE / ABIN / 2018) 
Situação hipotética: José, servidor nomeado para cargo 
efetivo, passou pelo estágio probatório com nota dez na 
avaliação de desempenho do cargo, adquirindo a 
estabilidade no serviço público. Assertiva: Nessa 
situação, a despeito da excelência do seu desempenho, 
José poderá ser exonerado do serviço público seis meses 
após a conclusão do seu estágio probatório, caso 
apresente queda na produtividade por dois meses 
seguidos. 
 
7) (CESPE/ IPHAN / 2018) 
Paulo participou de processo seletivo para ingresso em 
carreira pública federal. O edital do concurso apresentava 
o quantitativo de dezoito vagas, e Paulo foi aprovado na 
décima terceira posição. O prazo de validade da seleção 
foi prorrogado uma vez e ele ainda não foi empossado. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a 
seguir. 
Se Paulo não tiver nascido no Brasil, o órgão contratante 
não poderá dar-lhe posse, em virtude de impedimento de 
investidura a estrangeiros. 
 
 
8) (CESPE / IPHAN / 2018) 
Paulo participou de processo seletivo para ingresso em 
carreira pública federal. O edital do concurso apresentava 
o quantitativo de dezoito vagas, e Paulo foi aprovado na 
décima terceira posição. O prazo de validade da seleção 
foi prorrogado uma vez e ele ainda não foi empossado. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a 
seguir. 
Paulo deverá ser convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir o cargo. 
 
 
9) (CESPE / Polícia Federal / 2018 ) 
Pedro, após ter sido investido em cargo público de 
determinado órgão sem a necessária aprovação em 
concurso público, praticou inúmeros atos administrativos 
internos e externos. 
Tendo como referência essa situação hipotética, julgue o 
item que segue. 
Pedro é considerado agente putativo e, ainda que não 
tenha sido investido legalmente, deverá receber 
remuneração pelo serviço prestado no órgão público. 
 
 
10) (CESPE / STM / 2018) 
Os empregados das empresas públicas submetem-se ao 
regime celetista e, por isso, estão fora do rol de agentes 
públicos. 
 
 
11) (CESPE / STM / 2018) 
Em que pese ocuparem cargos eletivos, as pessoas físicas 
que compõem o Poder Legislativo são consideradas 
agentes públicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Prof. Thállius Moraes 
 
12) (CESPE / TJ-AM / 2018) 
A respeito da organização político-administrativa do 
Estado brasileiro e da administração pública, julgue o 
item seguinte. 
Para exercer função de confiança na administração 
pública, o servidor deverá ser ocupante de cargo efetivo. 
 
 
13) (CESPE / EBSERH / 2018) 
A proibição estabelecida na Constituição Federal de 1988, 
acerca de acumulação remunerada de cargos públicos, 
não abrange autarquias, fundações, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e 
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo 
poder público. 
 
 
14) (CESPE / POLÍCIA FEDERAL / 2018) 
Havendo compatibilidade de horários, é possível a 
acumulação remunerada do cargo de delegado de polícia 
federal com um cargo público de professor. 
 
 
15) (CESPE / TCE-PE / 2017) 
Caso os servidores dos tribunais de contas estaduais 
exerçam seu direito de greve, serão aplicadas, no que 
couberem, as disposições da legislação que tratam do 
direito de greve na iniciativa privada, em razão de 
omissão legislativa.

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