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Resumo Embargos a Execução

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SUMÁRIO
1. Dos embargos a execução	1
1.1 Conceito	1
2. Natureza jurídica dos embargos	1
3. Classificação dos embargos do devedor	3
4. Legitimação	4
5. Autonomia dos embargos de cada coexecutado	5
6. Competência	6
7. Forma de propositura dos embargos	7
8. Segurança do Juízo	7
9. Prazo para propositura dos embargos	8
10. Litisconsórcio passivo e prazo para embargar	8
11. Parcelamento judicial do credito executado	9
12. Rejeição liminar dos embargos	10
11. Multa aplicável aos embargos manifestamente protelatórios	11
12. Matéria arguível nos embargos à execução	11
13. Revelia do embargado	12
14. Efeitos dos embargos	13
15. Procedimento dos embargos	14
1. Dos embargos a execução
1.1 Conceito
Os embargos à execução constituem modalidade típica de defesa do executado através da propositura de verdadeira ação de conhecimento com vistas a opor-se à demanda executiva em curso. Esta modalidade típica de defesa poderá abrigar, como veremos mais adiante, todas as matérias defensivas, substantivas ou adjetivas, para evitar o prosseguimento da execução forçada. 
É uma ação que pode ser proposta pelo devedor para discutir a execução do credor. Ou seja, a função dos embargos é discutir questões relativas ao pagamento que deve ser feito ao credor.
Nos embargos à execução o devedor pode manifestar a sua discordância sobre o valor cobrado ou sobre o conteúdo da ordem de pagamento dada no processo. Os embargos à execução são uma possibilidade de discussão de valores. 
O processo de execução foi pensado para não ter cognição sobre o crédito exigido em seu bojo, mas apenas para realizar direito já reconhecido. O título executivo tem presunção relativa da existência do direito.
A defesa do executado não pode ser feita no processo de execução, mas sim em processo autônomo, incidente sobre o curso da execução, que são os embargos à execução.
Através dos embargos o executado se protege da execução atacando-a, seja por aspectos viciados de seu procedimento, seja por defeitos do título apresentado, seja ainda sustentando a insubsistência do crédito afirmado pelo exequente.
2. Natureza jurídica dos embargos 
Quanto à indicação da natureza jurídica dos embargos à execução, há certo debate doutrinário, apesar do entendimento largamente dominante ser no sentido de verdadeira ação de conhecimento. Existem três teses doutrinárias sobre o tema, assim dispostas: 
a) natureza híbrida; b) mera defesa do executado e c) ação de conhecimento. 
Para a primeira tese, os embargos à execução possuem natureza jurídica híbrida, conforme a matéria defensiva veiculada. Caso a matéria seja somente a indicação de algum erro no procedimento executório, deverá ser entendido como mera defesa do executado. Por outro lado, se a matéria defensiva tiver o condão de inovar na relação jurídica processual, a natureza será de verdadeira ação autônoma. 
Para a segunda tese, os embargos à execução, considerando o conceito de ação apresentado por ele, não poderão mais ser considerados verdadeira ação de conhecimento que veicula uma defesa do executado. Segundo a tese, ação é conceito mais amplo, que não se confunde com a formulação de um pedido de tutela jurisdicional. Nele devem ser compreendidos não só o rompimento da inércia da jurisdição, mas também o atuar ao longo do processo, que é o que permite, ao longo da atuação do próprio Estado-juiz, a participação das partes. Nesta perspectiva, não há como sustentar os embargos como uma nova e substancial diversa ação, exercida por um novo e diverso processo. Deverá ser considerada, quando muito, uma mesma ação já exercitada e que, ao longo do processo, vem sendo exercida. Defesa, para esta tese, significa, em última análise, a possibilidade de alguém voltar-se contra o pedido de tutela jurisdicional formulado em seu desfavor por outrem. Assim, não há razão para sustentar que os embargos, que se caracterizam por esta postura eminentemente defensiva, sejam ação. Uma ação para que o executado se defenda, nesta perspectiva, é quase uma contradição nos próprios termos.
Para a terceira tese, largamente dominante, defendida por diversos doutrinadores, os embargos à execução possuem natureza jurídica de verdadeira ação de conhecimento autônoma incidental com a finalidade de impedir o prosseguimento de uma demanda executiva. Os embargos visam impugnar a execução forçada. Esta impugnação abrange questionamentos acerca da existência, validade e eficácia do título executivo, da dívida exequenda ou do procedimento executivo. Os embargos veiculam as matérias defensivas do devedor executado, portanto, substancialmente constituem uma defesa, mas a forma de exercício desta modalidade de defesa, indubitavelmente, será através de uma ação de conhecimento. Assim, o ônus da prova cabe ao embargante, incumbindo-lhe comprovar a insubsistência do crédito exequendo, o que reafirma que os embargos são substancialmente uma defesa. Considerando que os embargos possuem natureza de ação, deverá o executado observar os requisitos da petição inicial (arts. 319 e 320 CPC/2015), sob pena de indeferimento liminar. Além destes requisitos, deverá o embargante deduzir uma pretensão. Assim, imprescindível abordar o tipo de pretensão que deverá ser deduzida.
3. Classificação dos embargos do devedor
Enquanto no âmbito da execução de título judicial, o devedor pode se valer da impugnação. No campo da execução de titulo extrajudicial, poderá, o devedor, se valer dos embargos do devedor, que vem disciplinados a partir do artigo 736 do Código de Processo Civil.
Portanto os embargos do devedor é o meio cabível ao devedor de impugnar (em sentido amplo) a execução movida em seu desfavor.
os Embargos do Devedor têm natureza de ação. Uma vez que o processo de execução não se destina ao contraditório, cabe ao devedor instaurá-lo, contra atacando a execução visando, extingui-la, invalidá-la ou “enxugá-la”.
Nessa esteira podemos citar grandes processualistas contemporâneos como José Carlos Barbosa Moreira ao lecionar que: “Não constituem os Embargos, tecnicamente, um meio de defesa, assimilável à resposta (ou, em termos específicos, à contestação) do réu no processo de conhecimento. Neste, o contraditório é instaurado por iniciativa de quem vai a juízo; no de execução, verifica-se o contrário: ao sujeito passivo é que toca o ônus de tomar, eventualmente, aquela iniciativa.”
No mesmo sentido leciona Humberto Teodoro Junior. “Não são os embargos uma simples resistência passiva como é a contestação no processo de conhecimento. Só aparentemente podem ser tidos como resposta do devedor ao pedido do credor. Na verdade, o embargante toma uma posição ativa ou de ataque, exercitando contra o credor o direito de ação à procura de uma sentença que possa extinguir o processo ou desconstituir a eficácia do título.”
Os embargos têm o caráter de ação pela qual o devedor formula uma pretensão consistente na anulação da execução ou no desfazimento ou restrição da eficácia do titulo executivo. Trata-se, portanto, de uma ação constitutiva, visto destinar-se à desconstituição da relação processual da execução ou da eficácia do título executivo.
4. Legitimação
Os embargos estão sujeitos às condições da ação. Deve-se, todavia, trazer a lume aquela que diz respeito à legitimidade das partes. Humberto Theodoro Júnior, ao manifestar-se acerca do tema assim esclarece: "Pode propor os embargos o sujeito passivo da execução forçada, ou seja, o devedor contra quem se expediu o mandado executivo (...) São, também, legitimados os terceiros com responsabilidade executiva (fiador, sócio, sucessor, sub-rogado etc.), desde que, atingidos pelos atos de execução." Para esses últimos, o remédio processual cabível são os embargos de terceiro, regulado pelos arts. 1.046 e ss.
Consentâneo que se indique a leitura dos arts. 566 e 567 (13), no que tange à legitimidade ativa para promover a execução forçada, e do art. 568, no concernente à legitimidade passiva. Verifica-se que aquele que interpõe a ação de execução é denominado exequente, e aquele que figura no polo passivo de executado. Não obstante,quando da interposição dos embargos, inverte-se a situação, de tal sorte que "os embargos, como ação, dão lugar a uma nova relação processual, a um novo processo, em que o embargante, o devedor, funciona como autor, e o embargado, o credor, funciona como réu”.
Muito se debateu acerca da legitimidade ativa do cônjuge para oferecer embargos com o fito de defender a sua meação. Uma interpretação do art. 669, com a nova redação que lhe deu a Lei n. 8.953/94, faz-se da seguinte forma: O caput fala em intimar o devedor para oferecer os embargos, e o parágrafo único, diferentemente do caput, manda intimar o cônjuge para que tome conhecimento do ônus que incide sobre aquele bem. Infere-se daí que o parágrafo único dá azo a interposição dos embargos de terceiro para que o cônjuge proteja a sua meação. O prazo para interposição de embargos pelo executado começa a fluir a partir da intimação do cônjuge mulher, quando da penhora sobre bens imóveis do casal, sob pena de anulação da execução a partir da penhora. 
5. Autonomia dos embargos de cada coexecutado
§ 4º do art. 739-A: A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante.
Permanece viva, diante do dispositivo legal em tela, que a oferta dos embargos por um dos executados não suspenderá a execução perante aos demais que não embargaram. Aqui, a integralidade/totalidade ou não dos embargos não decorre do objeto da execução, mas da atitude implementada pela pluralidade de executados em seus comandos.
Daí, quando da existência de litisconsórcio passivo na execução e apenas um ou alguns dos executados postularem ação incidental de embargos, caberá ao magistrado, se for o caso, ao analisar solicitação para a concessão de efeito suspensivo, não só observar se a suspensão da execução será total ou parcial, dependendo das matérias que tiverem sido alegadas em sede dos embargos articulados como também quem se beneficiará de tal efeito, ou seja, qual(is) executado(s)-embargante(s) será(ão) atingido(s) em sua(s) pretensão(ões) suspensiva(s) da execução.
Notadamente, é de se atentar para a parte final do próprio $ 4o do art. 739-A, em que, ao preceituar que o fundamento há de ser aplicável, exclusivamente, àquele embargante, coloca patente a necessidade de que a defesa inclusa nos embargos somente seja aproveitável pelo litisconsorte impetrante, por isso, não beneficiando, de modo algum, os demais coexecutados.
Nessa hipótese, o juiz não deverá suspender o processo de execução no que diz respeito a todos os executados quando o(s) fundamento(S) dos embargos tiverem aptidão ou forem capazes de atingir, para beneficiar, apenas e de forma exclusiva, o embargante. Nota Araken de Assis: “Pendendo embargos suspensivos, nenhum ato executivo poderá ser praticado. E existindo litisconsortes passivos na execução, que não foram beneficiados pela suspensão? A execução prosseguirá definitivamente.” A título exemplificativo, estão aqueles embargos manejados pelo fiador que, sendo parte no processo de execução, alega a nulidade da fiança. Dita alegação - nulidade da fiança - em nada atinge a obrigação do devedor principal, ou mesmo, caso existirem dos demais devedores-afiançados. Nisso, entendendo o juiz ser o caso de concessão de efeito suspensivo aos embargos, tal decisão não será extensiva aos demais executados que não embargaram, por se tratar a nulidade da fiança fundamento exclusivo daquele que a ela deu e, por isso, só podendo atingir o próprio embargante. Nessa hipótese, a execução continuará o seu curso quanto aos demais executados não-embargantes.
6. Competência
O executado deverá oferecer os embargos perante o mesmo juízo que corre a execução, sob pena de violar a norma do artigo 914, §1º, CPC/2015. Os embargos serão, portanto, distribuídos por dependência ao juízo da execução e autuados em apartado, porque há evidente conexão entre a demanda executória e a demanda de conhecimento derivada dos embargos.
A jurisprudência, entretanto, firmou o entendimento no sentido de que, apesar de recomendável a autuação em apenso, não há vedação de dispensação dos autos dos embargos do devedor dos autos principais, cabendo às partes, em face da natureza autônoma dos embargos, colacionar, desde a inicial, as peças que se fizerem necessárias ao deslinde da causa.
 Na execução por carta, porém, a regra de competência sofre uma cisão funcional horizontal, pois o executado poderá oferecer, mediante escolha própria, os embargos no juízo deprecante ou no juízo deprecado. 
A competência para processo e julgamento, como regra, será do juízo deprecante, ressalvados os casos em que os embargos versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação dos bens efetuados no juízo deprecado. Nestes casos, a competência para processo e julgamento será do juízo deprecado (artigo 914, §1º, CPC/2015). Assim, podemos concluir que a competência para recebimento é concorrente, enquanto que para processo e julgamento será exclusiva a depender da matéria defensiva alegada pelo executado. A jurisprudência já era pacífica quanto a este aspecto, conforme Súmula 46 do STJ. 
7. Forma de propositura dos embargos
Os embargos à execução devem ser apresentados em separado do processo de conhecimento, que é o processo principal onde foi discutido se o pagamento era devido ou não.
Assim, os embargos à execução são um processo à parte e recebem uma numeração diferente do processo de conhecimento, mas em condição de dependência com o processo principal.
8. Segurança do Juízo
Segurança substancial que o magistrado ou tribunal propõe ou exige para o cumprimento da pena estipulada, com a finalidade de recusar-lhe embargos. Observação: O art. 736 do CPC determina: “Não são admissíveis embargos do devedor antes de seguro o juízo: pela penhora, na execução por quantia certa; pelo depósito, na execução para entrega de coisa.”
Observava-se no regramento anterior à Lei n. 11.382/2006 a exigência de segurança do juízo que ocorria pela penhora na execução por quantia certa ou pelo depósito na execução para entrega de coisa, sendo, portanto, indispensável para a correta admissão dos embargos.
Assim, na execução por quantia certa contra devedor solvente, a penhora era tida como requisito fundamental para o processamento dos embargos, o que, de forma frequente, impulsionava a suspensão de um grande volume de processos ante ausência de bens por parte do devedor-executado, ficando esse, de certa forma, cerceado no seu direito de defender-se perante ação autônoma, de uma execução injusta, a despeito da possibilidade de o mesmo, em hipóteses restritas, propor exceção ou objeção de executividade, essas imunes à segurança do juízo.
A Lei n. 11.382/2006, ao que se vê, tentando propiciar ao executado uma ampla defesa na execução, por meio da propositura da ação de embargos, alterou a redação do art. 736 do Código de Processo Civil, prevendo agora que "o executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos”.
Diante de inteligência da norma supracitada, a segurança do juízo deixou de ser pressuposto básico para o ajuizamento dos embargos do executado, podendo esse, no prazo legal, impetra-lo, visando à desconstituição do título ou apenas perseguindo a extinção do processo de execução, independentemente da constituição da penhora nos autos da execução ou prestação de outra garantia.
Insta assinalar que a aludida mudança não terá o condão de afastar a possibilidade da existência de execuções frustradas por ausência de bens do executado, não custando nada lembrar que a responsabilidade do devedor será, na execução, sempre patrimonial.
9. Prazo para propositura dos embargos
A redação do art. 915 deixa clara que os embargos serão oferecidos em 15 dias, contados de forma comum (art. 231, CPC c/c 219, Novo CPC). 
Quanto ao termo inicial de contagem desse prazo, isso dependerá da situação que se mostrar. Mas, como regrageral, os embargos deverão ser opostos no prazo de 15 dias úteis contados a partir da juntada do mandado de citação/penhora/avaliação nos autos, sempre atendendo a regra do art. 231.
É conveniente pontuar, ainda, que para os embargos à execução não se aplica o prazo em dobro em face de litisconsortes com procuradores diferentes, dada a natureza de ação autônoma dos embargos, que afastam a aplicação do art. 229, CPC. 
Dessa forma, o art. 915. §1º ensina que quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar é contado a partir da juntada do respectivo comprovante de citação.
Ato contínuo a oposição dos embargos, que serão distribuídos por dependência, a Secretaria do Juízo deverá certificar a tempestividade ou intempestividade dos embargos manejados. 
10. Litisconsórcio passivo e prazo para embargar
Na execução é possível a formação de litisconsórcio ativo, passivo e misto, seja o título judicial ou extrajudicial. Se, na fase de conhecimento, já havia litisconsórcio em um dos polos, poderá haver também na fase executiva. E é possível que, em sede de execução de título extrajudicial, duas ou mais pessoas assumam a condição de credoras ou de devedoras, caso em que haverá litisconsórcio no processo de execução.
Quando se tratar de execução por quantia certa contra devedor solvente, o litisconsórcio será sempre facultativo, haja vista que as somas em dinheiro são sempre divisíveis, o que possibilita sejam exigidas apenas por algum dos credores, em face de apenas algum dos devedores.
Por outro lado, se a obrigação for de entrega de coisa ou de fazer ou não fazer, o litisconsórcio poderá ser facultativo ou necessário, conforme o tipo de coisa ou de facere que for objeto da execução. Por exemplo, em se tratando de obrigação de fazer indivisível, que só possa ser cumprida conjuntamente pelos devedores, o litisconsórcio será necessário, sendo, assim, imprescindível a inclusão de todos no polo passivo. Note-se que tais situações são excepcionais, pois, em regra, na execução, o litisconsórcio facultativo.
Diante de litisconsórcio passivo na execução, o prazo para oferecer embargos do devedor é autônomo e conta-se a partir da juntada da respectiva intimação.
11. Parcelamento judicial do credito executado
O parcelamento judicial do débito, nos moldes previstos pelo art. 916 do CPC, é vantajoso para o devedor, pois ele terá a oportunidade de saldar a dívida em melhores condições. É também benéfico para o credor, uma vez que ele terá ao seu dispor, de forma imediata, ao menos trinta por cento do valor total do débito, além de obter do devedor o reconhecimento da dívida e a consequente renúncia ao direito de opor embargos à execução.
O parcelamento judicial em estudo encontra-se atualmente regido pelo art. 916 do Código de Processo Civil, que concede ao devedor o direito de efetuar o pagamento da dívida em prestações mensais, mediante o preenchimento de alguns requisitos.
Como bem salienta Fredie Didier Júnior[3], o dispositivo confere uma espécie de favor legal ao executado, estimulando-o ao cumprimento espontâneo da obrigação.
Conforme preconiza o mencionado artigo, o devedor poderá requerer esse favor legal, no prazo dos embargos, mediante o reconhecimento do crédito do exequente e a comprovação do depósito mínimo de 30% (trinta por cento) do valor em execução, incluindo as custas e os honorários advocatícios.
O plano de parcelamento da dívida deverá contemplar o pagamento dos 70% (setenta por cento) restantes em, no máximo, seis parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de mora de 1% (um por cento ao mês).
12. Rejeição liminar dos embargos
O art. 739 do CPC cuida das hipóteses de rejeição liminar dos embargos à execução. Trata-se de uma rejeição liminar (sem ouvida do réu/exequente/embargado) da petição inicial com resolução de mérito (improcedência prima facie). É mais uma hipótese prevista expressamente no sistema, ao lado do indeferimento por prescrição/decadência (arts. 219, § 5º, 267, I, 269, IV, e 295, IV, CPC) e do julgamento liminar de causa repetitiva (art. 285-A, CPC).
O magistrado reconhece liminarmente a falta de juridicidade dos embargos e não acolhe o pedido, sendo desnecessária a ouvida do embargado/exequente. É decisão apta a ficar imutável pela coisa julgada material. Nada impede que, na mesma decisão de indeferimento, o magistrado puna o executado pela litigância de má-fé. A apelação contra essa sentença dará ensejo ao juízo de retratação do magistrado (art. 296 do CPC), o que permitirá o exercício do contraditório pelo embargante, que poderá convencer o magistrado da justiça dos fundamentos dos embargos.
Essa novidade reforça o que afirmei no item 1 do capítulo sobre o julgamento liminar de mérito, na sétima edição do v. 1 do meu Curso: é preciso tratar a improcedência prima facie como um instituto próprio, que precisa ser mais bem sistematizado e estudado. A ampliação contínua do número das hipóteses legais, de que serve de exemplo esse novo dispositivo, é uma prova disso.
11. Multa aplicável aos embargos manifestamente protelatórios
O juiz, de ofício ou por provocação da parte interessada, está autorizado a impor multa ao litigante de má-fé. Tenha-se presente que, além da regra geral do artigo 81, o Código de Processo Civil contempla ainda algumas outras circunstâncias específicas nas quais o comportamento inadequado da parte também possibilita a fixação de multa, como medida de repressão ao abuso processual (por exemplo, artigo 523, parágrafo 1º). 
Para não comprometer o direito de defesa, a multa somente é cabível nas situações em que a atuação abusiva da parte emerge inequívoca, isto é, detectável de pronto diante do objeto do litígio, inconsistente à toda vista, despontando, pois, inquestionável a manifestação distorcida da parte. Mantendo praticamente o mesmo regime do anterior sistema processual, o parágrafo 2º do artigo 1.026 do Código de Processo Civil preceitua que, sendo opostos embargos de declaração manifestamente protelatórios, o juiz ou tribunal, por meio de decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa. O seguinte parágrafo 3º dispõe, ainda, que, em caso de reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa.
12. Matéria arguível nos embargos à execução
Poderá o Embargante, nos Embargos à Execução, alegar nulidade da execução, por não ser executivo o título apresentado; penhora incorreta ou avaliação errônea; excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de título para entrega de coisa certa; ou qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. Quanto à execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre: falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia; inexigibilidade do título; ilegitimidade das partes; cumulação indevida de execuções; excesso da execução, ou nulidade desta até a penhora; qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação com execução aparelhada, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença; excesso de execução; qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que também superveniente à sentença; incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.
13. Revelia do embargado
Para uma corrente, a não impugnação dos embargos enseja a aplicação dos efeitos da revelia; já para outros pensadores do direito a não apresentação da peça de impugnação aos embargos à execução não acarreta a aplicação dos efeitos da revelia. O grande processualista pátrio Humberto Theodoro Júnior apregoa que não ocorre, perante os embargos ao devedor, os efeitos da revelia, nos termos do art. 319, se o credor deixa de produzir sua impugnação no prazo do art. 740. Assim vejamosos argumentos que expõe para justificar sua tese: “Primeiro, porque o credor não recebe uma citação tal como se dá no processo de conhecimento, em que lhe é feita a convocação para se defender, sob expressa cominação de presumirem-se verdadeiros os fatos articulados pelo autor, caso não seja contestada a ação (arts. 285 e 224, nº II). Segundo, porque a posição do credor, na execução, é especialíssima, pois, para fazer valer seu direito nada tem que provar, já que o título executivo de que dispõe é prova cabal de seu crédito e razão suficiente para levar a execução forçada até às últimas consequências. Para pretender desconstituí-lo, diante da presunção legal de legitimidade que o ampara, toca ao devedor embargante todo o ônus da prova. Assim, a não ser nos casos em que o embargante ofereça documentos e/ou prova indiciária e circunstancial capaz de permitir o imediato julgamento da ação de embargos não impugnada, a conduta a observar pelo juiz será a do art. 324, isto é, mesmo no silêncio do embargo, mandará intimar o embargante para especificar suas provas em cinco dias.”
O Juiz Federal Vallisney de Souza, igualmente sustenta que os efeitos da revelia não se operam no processo de embargos. Eis os seus apontamentos: “Os efeitos da revelia, comuns no processo de conhecimento, não operam no processo de embargos. O embargador é detentor de um documento forte e hábil a satisfazer a sua pretensão. A presunção em favor do título, judicial ou extrajudicial, impede que haja efeitos da revelia nessa espécie de embargos.”
Na corrente dos doutrinadores que entendem pela aplicação dos efeitos da revelia nos Embargos à Execução, segundo Araken de Assis : “Seja como for, os embargos suscitam o problema da existência de revelia e dos seus efeitos. Natural se afigura que, inexistindo impugnação nos embargos, o embargado seja considerado revel. E isso, porque a revelia se caracteriza pelo estado objetivo da falta de resposta. A terminologia empregada pelo art. 740, caput, em nada interfere com o fato de o embargado permanecer inerte perante a demanda. A ênfase da controvérsia recai, ao revés, nos efeitos que derivam desse estado.”
14. Efeitos dos embargos
Durante a maior parte da vigência do CPC/1973, os embargos tinham efeito suspensivo ope legis decorrente do mero recebimento. 
Após as reformas advindas com a Lei 11382/2006, com a alteração da redação dos artigos 736 e 739, CPC/1973, os embargos perderam o efeito suspensivo decorrente do recebimento e passaram a exigir decisão judicial (ope iudicius) e requerimento do executado. 
O artigo 919, CPC/2015, segue a mesma toada, mantendo o efeito suspensivo ope iudicius com os mesmos requisitos existentes sob a égide do CPC/1973. O efeito suspensivo dos embargos sempre necessitará, exceto nos casos de execução contra a Fazenda Pública, de requerimento do embargante, desde que devidamente acompanhado da garantia do juízo e dos requisitos da tutela provisória, conforme artigo 919, §1º, CPC/2015. Apesar de o artigo 739-A, §1º, CPC/1973, descrever os requisitos típicos das tutelas de urgência, não havia referência expressa.
A concessão de efeito suspensivo, portanto, dependerá da presença dos seguintes requisitos: a) requerimento do embargante; b) presença da relevância da fundamentação e a possibilidade da execução manifestamente causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação; c) prévia segurança do juízo por penhora, depósito ou caução suficiente. Assim, o juiz poderá, sempre através de decisão interlocutória, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
A relevância dos fundamentos dos embargos está na existência de possibilidade séria de julgamento favorável ao embargante, ou seja, refere-se à probabilidade do resultado dos embargos ser favorável ao executado. O perigo manifesto de dano grave ou de difícil ou incerta reparação deve ser caracterizado mediante a análise dos bens sujeitos à execução, pois se for retirado do patrimônio do executado, em razão de sua especialidade e singeleza, poderá ser improvável a reparação do dano. A segurança do juízo, por seu turno, tem que ser prévia e suficiente, abrangendo todo o crédito exequendo. A doutrina39, contudo, sustenta que, em casos excepcionais, será possível a concessão do efeito suspensivo sem a segurança do juízo. Quando a inviabilidade da execução for demonstrável de plano, não dando margem à dúvida, e o executado tenha logrado demonstrar igualmente a sua insuficiência patrimonial, poderá o juiz excepcionalmente outorgar efeito suspensivo aos embargos. A evidência do direito do executado tem de ser atendida sem que se lhe exija o sacrifício da indevida constrição patrimonial.
É fácil verificar que o legislador unificou os requisitos ensejadores da concessão do efeito suspensivo aos requisitos ensejadores das tutelas provisórias (artigo 294, CPC/2015). A concessão do efeito suspensivo aos embargos poderá ser fundamentada na urgência ou na evidência. Assim, para a obtenção de ambos os provimentos, bastará a parte formular e comprovar os mesmos requisitos. Portanto, para o executado obter o efeito suspensivo deverá comprovar algo que afaste a presença do título (validade e eficácia), bem como a alegação de inadimplemento. A decisão referente ao efeito suspensivo é dotada de provisoriedade, pois poderá ser, desde que requerida pela parte, revogada ou modificada, a qualquer tempo, desde que cessados os motivos que a motivaram (artigo 919, §2º, CPC/2015).
15. Procedimento dos embargos
O artigo 920, CPC/2015 preconiza o procedimento que deverá ser aplicado aos embargos à execução. Com o recebimento dos embargos, ou seja, fora das hipóteses de rejeição liminar, o juiz deverá intimar o exequente para oferecer sua resposta (impugnação) no prazo de 15 dias, conforme inciso I do artigo 920, CPC/2015.
O exequente poderá contestar (impugnar) e/ou oferecer alegação de impedimento ou suspeição. Não será possível alegar o vício da incompetência relativa, na medida em que terá sido o próprio o causador do vício. Não será possível o oferecimento de reconvenção, mas o exequente poderá valer-se do pedido contraposto para requerer a compensação, nos casos em que for alegado o direito de retenção por benfeitorias (artigo 917, §5º, CPC/2015). 
Não será possível provocar a intervenção de terceiros. Há certa celeuma doutrinária sobre as consequências de eventual inércia do exequente neste momento processual. A discussão cinge-se sobre a possibilidade de decretação da revelia relevante no bojo dos embargos. Para uma primeira tese, a qual me filio, defendida por Luiz Guilherme Marinoni34, a inércia do exequente/embargado acarretará a decretação da revelia, pois este seria um mero reconhecimento de uma situação processual e estaria situada no plano da existência.
No plano da eficácia, ou seja, no plano da aplicação dos efeitos materiais da revelia, há que se diferenciar, conforme a matéria defensiva alegada. Do título executivo nasce a presunção de que a obrigação nele consubstanciada existe. Assim, se os embargos visam a atacar a existência do direito representado no título, a simples ausência de resposta do embargado não gera presunção de veracidade das alegações do embargante.
Por outro lado, se os fundamentos dos embargos são estranhos à existência do direito documentado no título, o silêncio do embargado induz à presunção de veracidade das alegações do embargante. Para uma segunda tese, defendida por Tereza Arruda, Alvim Wambier e Cassio Scarpinella Bueno, a ausência de resposta do exequente/embargado não acarretará a decretação da sua revelia, uma vez que o direito afirmado pelo exequente está amparado em título executivo, recaindo todo o ônus probatório sobre o embargante, o qual, ainda que não tenha o embargado respondido pelos embargos, deverá produzir provas de suas alegações.
Interessante notar que os defensores desta tese referem-seexpressamente à impossibilidade de aplicação dos efeitos da revelia. Com ou sem o recebimento da resposta do exequente, deverá o magistrado resolver os embargos ou designar audiência. O artigo 920, inciso II, CPC/2015, não reproduziu exatamente o artigo 740, CPC/1973, que preconizava a possibilidade de designação de audiência de conciliação ou de instrução e julgamento. Apesar desta supressão, pois o legislador somente se referiu à possibilidade de designação de audiência, é possível sustentar a permanência de designação de ambas as modalidades, ante a aplicação do artigo 139, inciso V, CPC/2015.
A designação de audiência de instrução e julgamento somente será necessária quando houver a imperiosa necessidade de produção de prova oral. Após a fase instrutória, com ou sem designação de audiência, deverá o magistrado resolver o mérito. A decisão será uma sentença apta a formar a coisa julgada material, na medida em que foi decorrente do exercício de cognição judicial vertical exauriente. Desta sentença será cabível o recurso de apelação (artigo 1009, CPC/2015).
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