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APOSTILA INICIAL E CONTINUADA EM OPERADOR DE COMPUTADORES MODALIDADE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO AMAPÁ ● IFAP Reitora MARIALVA DO SOCORRO RAMALHO DE OLIVEIRA DE ALMEIDA Pró-Reitora de Extensão ÉRIKA DA COSTA BEZERRA Pró-Reitor de Ensino ROMARO ANTONIO SILVA Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação THEMÍSTOCLES RAPHAEL GOMES SOBRINHO Pró-Reitor de Gestão de Pessoas DIOGO BRANCO MOURA Pró-Reitora de Administração ANA PAULA ALMEIDA CHAVES Diretor-Geral do Campus Macapá MÁRCIO GETÚLIO PRADO DE CASTRO Diretor-Geral do Campus Santana MARLON DE OLIVEIRA NASCIMENTO Diretora-Geral do Campus Laranjal do Jari LUCILENE DE SOUSA MELO Diretor-Geral do Campus Porto Grande JOSÉ LEONILSON ABREU DA SILVA JÚNIOR Diretor do Campus Avançado Oiapoque ELIEL CLEBERSON DA SILVA NERY Coordenador do Centro de Referência EaD Pedra Branca do Amapari ORIAN VASCONCELOS CARVALHO COMISSÃO DE ELABORAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO DE CURSO Portaria no 80 de 20 de abril de 2020. Alison Monteiro Castilo Brenno Marlon Oliveira da Silva Eliel Cleberson da Silva Nery Magno Martins Cardoso Simião Mendes Carneiro Curso: Operador de Computadores Turma: 1F Polo: Centro de Referência Pedra Branca do Amapari Componente Curricular: Empreendedorismo CH: 20h Módulo: 1º Módulo Docente: Reginne Marcelle da Cunha Nunes Empreendedorismo UNIDADE I Globalização Globalização é um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial visíveis desde o final do século XX. Trata-se de um fenômeno que criou pontos em comum na vertente econômica, social, cultural e política, e que consequentemente tornou o mundo interligado. O processo de globalização é a forma como os mercados de diferentes países interagem e aproximam pessoas e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma expansão capitalista onde foi possível realizar transações financeiras e expandir os negócios - até então restritos ao mercado interno - para mercados distantes e com as inovações nas áreas das telecomunicações e da informática (especialmente com a Internet) as distâncias se tornaram relativas e a construção de uma “aldeia global” foi se tornando uma realidade. Globalização e as empresas A Globalização econômica trouxe às empresas uma necessidade de olhar para dentro e fora, melhorar e repensar suas atividades, dada competitividade e o acirramento da concorrência. As grandes transformações se dão devido às aberturas econômicas internacionais e a necessidade de se buscar uma eficiência e eficácia cada vez maior em razão do mercado cada vez mais acirrado. A quebra de fronteiras mercadológicas e a necessidade de capital para a expansão das atividades e aprimoramento tecnológico também são um fator de extrema relevância para as empresas na atualidade. A conjuntura tem resultado na reconfiguração das relações econômicas nacionais e internacionais, em especial na necessidade das empresas serem mais eficientes e eficazes em suas atividades. Empreendedorismo no Brasil: Crises e oportunidades Para os empreendedores os problemas começam já na definição do qual negócio montar, quando será o melhor momento, onde, a concorrência, os impostos, a burocracia para abrir a empresa nos órgãos competentes e por aí vai. No geral os empreendedores têm uma ideia da atividade a ser desenvolvida.e em muitos casos a experiência no ramo que desenvolverão seu negócio, porém quando começa a falar na administração do negócio, nas questões financeiras, controles e administração dos estoques, sistemas de tributação os problemas começam. A adoção das principais práticas de gestão é fundamental para que as empresas de pequeno e médio porte continuem no movimento crescente dos negócios, avanços tecnológicos, capacidade de investimentos e capacidade de alianças fundamentais para a expansão dos negócios estando a cultura das empresas e famílias como o grande desafio para implementar as melhores práticas. Dados de pesquisa realizada em 2006 pelo DNRC – Departamento Nacional de Registros de comercio, mostra que no período de 2001 a 2005 foram abertas na média 470.202 empresas por ano e pesquisa realizada pelo SEBRAE mostra que do total de empresas que tiveram seu encerramento a cada ano, 49,4% tem menos de 2 anos de atividade, 56,4% menos de 3 anos e 59,9% menos de 5 anos. Este alto percentual de mortalidade de empresas não são por falta de recursos, mas certamente por falta de planejamento quando da abertura destas empresas, pois caso fosse falta de recursos estas empresas não seriam abertas. A experiência das Empresas Outro ponto é a grande mudança de controle acionário das empresas, onde quem vendeu o fez não apenas pela oportunidade de sair dos negócios com vantagens comerciais atrativas, mas pela dificuldade na manutenção destes negócios e a baixa lucratividade. Os investidores que compram empresas buscam negócios bons e mal administrados, onde com uma administração eficiente obtém retorno do investimento superior do que em outros investimentos. Planejar as atividades, os custos, as receitas e os resultados fazem parte de uma estruturação mínima para o sucesso de uma empresa, e principalmente na possibilidade de se corrigir rotas de problemas. Os conselhos de administração, nas pequenas e médias empresas são mais importantes que nas grandes, no sentido da necessidade. Ocorre que por desconhecimento da necessidade e de custos estas empresas não buscam ajuda externa. Os pequenos empresários normalmente são pessoas que decidem sozinho os rumos dos negócios, por estarem no dia a dia da atividade e não terem as informações precisas e no momento necessário, tomam as decisões por intuição ou como dizem “pela experiência”. Quando a empresa tem um negócio excelente e tem seu crescimento com muita velocidade, os problemas na administração e condução dos negócios passam a ser maiores. O crescimento não planejado e estruturado faz com que as empresas passem por grandes dificuldades e perda de recursos de tempo, uma vez que o crescimento pode ser apenas no volume das operações e pode significar em um primeiro momento, aumento de recursos, porém como não há informações em tempo e confiáveis, pode não gerar resultados positivos para a empresa. A falta de controles adequados resulta na falta de planejamento que se inicia na operação e irá terminar na administração dos recursos, culminando em muitos casos na necessidade de recursos externos. • A busca e identificação de novas oportunidades. O empresário neste momento identifica que precisa de ajuda de bancos e descobre que para obter recursos a custos e formas de crédito que não o leve a dificuldades ainda maiores podendo comprometer a continuidade de sua empresa, ele deverá apresentar informações financeiras adequadas e que caso as tivesse poderia ter planejado melhor seus negócios e seu crescimento. Portanto, as boas práticas de gestão independem dos objetivos dos empreendedores pelo crescimento ou venda da empresa em parte ou no todo. Estas práticas podem significar a sobrevivência das empresas. • Tipos e tamanhos de empresas O Sebrae do Brasil orienta novos empreendedores todos os dias em todo pais. Segundo a instituição, muitos possuem dúvidas sobre os tipos de empresas previstos na legislação e suas principais diferenças. a) Empresário Individual: Exerce em nome próprio uma atividade empresarial. Atua individualmente, sem sociedade. Sua responsabilidade é ilimitada (responde com seus bens pessoais pelas obrigações assumidas com a atividade empresarial). O empresário pode exercer atividade industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços de profissão intelectual. Não pode ser empresário o prestador de serviços que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística como médicos, engenheiros, arquitetos, psicólogos e entre outros. Esses atuarão individualmente como autônomos (pessoa física com registro na Prefeitura Municipal) ou com sócios através da constituição de uma Sociedade Simples. Esses profissionais poderão ser empresários, caso o exercício da profissão intelectual tenha elemento de empresa. Elemento de empresa: exercício profissional de uma atividade econômica organizada (organização dos fatores de produção = capital, trabalho, natureza e tecnologia). Trata-se de empresa entregando produtos e serviços, diferentemente do serviço pessoal intelectual. Exemplos: Médico = Hospital, Engenheiro = Construtora, etc. b) MEI - Microempreendedor Individual: MEI - Microempreendedor Individual – é o empresário individual com receita bruta anual até R$ 81.000,00no ano (1º de janeiro à 31 de dezembro) ou R$ 6.750,00 em média por mês de atuação para o primeiro ano de exercício das atividades, optante pelo Simples Nacional e SIMEI. O Simples Nacional estabelece valores fixos mensais para o MEI, que não seja sócio, titular ou administrador de outra empresa, que possua no máximo 01 (um) empregado que receba exclusivamente o piso da categoria profissional, não tenha mais de um estabelecimento (não ter filial) e entre outros requisitos. Ver artigo 18-A da Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. O MEI paga os seus tributos na forma do SIMEI por valores fixos mensais (5% de um salário mínimo, relativo ao INSS do Empresário + R$ 1,00 relativo ao ICMS (indústria, comércio ou serviço de transporte intermunicipal ou interestadual) + R$ 5,00 relativos ao ISS (prestação de serviços). Está dispensado de escrituração contábil e é segurado da Previdência social - Contribuinte Individual (tem direito a alguns benefícios previdenciários, entre eles, a aposentadoria por idade). O registro do MEI é gratuito e pode ser efetuado pela Internet através do site www.portaldoempreendedor.gov.br, onde é possível verificar as atividades permitidas e obter maiores informações. Vale lembrar que no caso de início de atividades no próprio ano-calendário, o limite de receita bruta acima mencionado será proporcional ao número de meses de atividade. c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: Atuação individual - sem sócios. Responsabilidade do empresário é limitada ao capital social (valor do investimento, em dinheiro ou bens). Obrigatoriedade de capital social integralizado de no mínimo 100 salários mínimos. A EIRELI possibilita a atuação individual – sem sócios – porém, com responsabilidade limitada. Protege o patrimônio pessoal do empresário através da separação patrimonial. A EIRELI é uma pessoa jurídica, com patrimônio próprio, não se confundindo com a pessoa física do empreendedor e seu respectivo patrimônio. O empresário titular da EIRELI poderá responder com seu patrimônio pessoal por obrigações da empresa nas mesmas hipóteses previstas para as Sociedades Limitadas. d) Sociedade Empresária: Neste tipo de empresa é possível a atuação coletiva entre dois ou mais sócios, sendo sua responsabilidade limitada ao capital social. Deverá adotar uma das espécies de sociedade existentes (S/A, Sociedade Limitada - LTDA, etc.). A espécie de sociedade empresária mais adotada no Brasil é a Sociedade Limitada (LTDA.), por ser mais simples e pela proteção ao patrimônio pessoal dos sócios. Sociedade para o exercício da atividade própria de empresário (produção, circulação de bens e prestação de serviços, exceto profissão intelectual de natureza científica, literária ou artística). A Responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social (os sócios não respondem com seus bens pessoais pelas obrigações da empresa após a integralização do capital social). A Sociedade Empresária Limitada é pessoa jurídica que possui patrimônio próprio, não se confundindo com a pessoa física do dos sócios e seus respectivos patrimônios. Os sócios podem responder com seus bens pessoais nos casos de comprovação de má-fé, sonegação fiscal, confusão patrimonial, estelionato, fraude contra credores e etc. Dívidas trabalhistas: A Justiça do Trabalho, recorrentemente, condena os sócios ao pagamento da dívida trabalhista com o patrimônio pessoal, no caso de os bens da empresa não serem suficientes. e) Sociedade Simples: Pessoa Jurídica com atuação Coletiva, ou seja, 02 (dois) ou mais sócios. A responsabilidade dos sócios é ilimitada. Porém, poderá adotar a espécie societária de Sociedade Limitada - Sociedade Simples Ltda., passando a responsabilidade dos sócios a ser limitada ao capital social, não respondendo com seus bens pessoais pelas obrigações da sociedade, exceto nas hipóteses mencionadas no item anterior (sociedade empresária limitada). A Sociedade Simples é uma pessoa jurídica para a prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, artística ou literária, sem elemento de empresa (ex. médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, etc.). f) Sociedade Limitada Unipessoal: Pelo advento da Lei nº 13.874, de 20 de Setembro de 2019 (Lei da Liberdade Econômica), a Sociedade Limitada, que até então somente poderia ser constituída na forma pluripessoal (duas ou mais pessoas), passou a ser admitida na forma unipessoal – § 1º e 2º do Art. 1.052 do Código Civil Brasileiro, incluídos pela Lei da Liberdade Econômica): § 1º A sociedade limitada pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas. § 2º Se for unipessoal, aplicar-se-ão ao documento de constituição do sócio único, no que couber, as disposições sobre o contrato social. Nesse passo e, por ocasião do fenômeno da Sociedade Limitada Unipessoal, passou a ser possível o registro dessa nova Pessoa Jurídica com capital social inferior a cem vezes o salário mínimo vigente, conforme exigido para a figura do EIRELI que foi objeto do item “c” da presente nota explicativa e, dispensando-se a figura do sócio conforme foi explicado no item “d”, também como condição para que a responsabilidade do sócio seja restrita ao capital social da Pessoa Jurídica (LTDA). UNIDADE II • O Perfil e as características dos empreendedores; O que fazem os empreendedores? Eles usam sua indústria (ou seu trabalho) para organizar e dirigir os fatores de produção, de forma a atender as necessidades humanas. O empreendedor é a pessoa que consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Com esse arsenal, transforma ideias em realidade, para benefício próprio e benefício da comunidade. De maneira geral, os autores do assunto dizem que existem algumas características básicas que identificam o espírito empreendedor: 1- Necessidade de realização 2- Disposição para assumir riscos e autoconfiança. Para Dornelas (2005), os empreendedores de sucesso apresentam algumas características, conforme o quadro a seguir: Os empreendedores são visionários, têm a capacidade de ter uma visão futura de como seu negócio vai ser. São tomadores de decisão, uma de suas características mais determinantes, tomar decisão na hora certa e em situações adversas, fazendo com que isso seja um fator chave para seu negócio. São pessoas que conseguem transformar uma ideia em algo concreto, agregando valor ao serviço e produtos que eles põem no mercado, ou seja, são indivíduos que fazem a diferença e sabem explorar ao máximo as oportunidades que lhe aparecem, pois é uma pessoa que está sempre atenta ao seu redor e acaba identificando oportunidades que os outros não veem. Eu quero, eu vou! Uma das características mais presentes nos empreendedores refere-se a determinação e a dedicação, pois para se abrir um negócio esses dois fatores são essenciais, por isso em empreendedor percebe-se a vontade dele de fazer acontecer, mantendo-se sempre dinâmico, e comprometido com o objetivo até que ele esteja cumprido. Otimismo e paixão são uns dos sentimentos mais presentes na vida de quem está construindo o seu negócio, pois na maioria das vezes, eles estão realizando um sonho, aquele trabalho que é feito com prazer e ninguém irá fazer melhor do que ele, visto que sabem de todas as características e eles têm uma vontade maior do que de todo mundo para que aquilo seja um negócio bem sucedido. O sentimento de independência está presente em cada administrador. Eles sempre querem estar na frente da mudança e começar a serem donos de seus próprios destinos. A vontade de ser um empregador e não mais um empregado, isto é, aquele que dita as tarefas e não a pessoa que cumpre. Relacionamento O empreendedor tem o respeito e adoração por seus funcionários, visto que tem um senso de liderança agregado nele e por isso sabe muito respeitar e guiar as pessoas com quem ele trabalha, formando uma equipe bem unida em torno de si. Networking é um fator decisivo na ascensão da vida de todo e qualquer funcionário, e não seria diferente quando se trata de um empreendedor, uma vez que esse tem que ter uma ótima rede de contatos, com clientes, fornecedores, e outros. Planejamento é um fator de sucesso para qualquer negócio, por este motivo os empreendedores planejam cada passo que seu negócio deve tomar, desde o plano de negócio, até a apresentação para seus investidores, já tendo em mente como tudo deverá funcionar. Facilidade e vontade de adquirir conhecimento, normalmente quando entram em um ramo de negócio, começam a aprender tudo sobre o ramo até se tornarem especialistas, podendo vir de um aprendizado conceitual ou aprendizado na prática. UNIDADE III Modelagem de negócios O movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como o Sebrae (Serviço de apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Sofitex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software) foram criadas. Tornou-se evidente o surgimento de novos empreendedores em todo o País, tanto na zona urbana como na rural. A vontade de empreender é aguçada por diversos fatores que cercam o indivíduo, como: o fácil acesso à informação; a “queda” de fronteiras econômicas e entre as economias, possibilitando um livre comércio entre nações; a transição da sociedade industrial para a sociedade de serviço; a nova “era do conhecimento” que valoriza o capital intelectual, e, assim, aumenta o número de franquias e as redes de marketing direto; a valorização Atenção! Uma das peculiaridades de um empreendedor é que seu objetivo não é ficar rico, mas acabam ficando, tendo em vista que acreditam que o dinheiro representa apenas uma consequência de seu sucesso no mundo dos negócios. de atividades antes //esquecidas como o lazer, entretenimento, saúde, e outros; a mutabilidade do trabalho, que será capaz de estimular os indivíduos a serem seus próprios gerentes; o crescimento da participação da mulher no mercado de trabalho e, com isso, nos mais diversos segmentos empreendedores; a valorização da própria cultura; o autogerenciamento; o corporativismo, que possibilita novas parcerias, a fim de promover o crescimento organizacional e individual. Planejar, planejar e planejar! Em toda e qualquer empresa aberta, sempre há o risco de não dar certo ou de fechá-la. Para que isso seja evitado, o empreendedor deve fazer um planejamento para que os riscos possam ser muito bem calculados. Para otimizar as chances de sucesso de uma empresa, devem ser avaliadas duas questões básicas: quem é o cliente e qual o produto/serviço a ser oferecido. Conhecer o cliente é fundamental. Qual são as suas características pessoais: idade, sexo, nível socioeconômico, grau de escolaridade, onde mora, o que faz, seus interesses pessoais, seus valores, quais seus hábitos de compra, suas necessidades, aspirações e expectativas quanto ao que pretende comprar. Hoje muitas empresas falham na questão básica, de não conhecer o cliente ou até mesmo ter um público/mercado alvo. É muito importante que se conheça esse público para que se possa começar a mensurar qual vai ser o seu poder de venda. Conhecer o seu produto é fundamental para que o empreendedor saiba a força que ele tem, suas fraquezas e, ainda, saber quais são as vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Tecnologia Atualmente, tecnologia e empreendedorismo são duas palavras que devem andar juntas. É praticamente impossível empreender sem utilizar as facilidades que surgiram nas últimas décadas, como a Internet, a automação, a computação em nuvem, os sistemas integrados de soluções empresariais, novas plataformas de pagamento, entre outras. Essas ferramentas são essenciais para que a mão de obra humana seja usada em todo o seu potencial — que é a criatividade e o espírito inovador — em vez de ser empregada somente a tarefas repetitivas e exaustivas. Contudo, empreender é muito mais do que utilizar a tecnologia, mas também saber aproveitá-la para utilizar todo o seu capital intelectual para criar soluções para problemas antigos dos seus clientes. Portanto, aliar empreendedorismo e tecnologia significa enriquecer o mundo com novas abordagens, se diferenciando da concorrência e ganhando destaque no mercado em que atua. Todo empresário sabe bem que a mensagem de sua empresa precisa ser entregue ao público-alvo corretamente e em tempo hábil. Do contrário, seu negócio ficará estagnado e não terá grandes vantagens competitivas. Sabe o que isso tem a ver com tecnologia? É simples. A distribuição de folhetos, propagandas televisivas e anúncios em jornais já não são tão eficazes como antigamente. Além disso, ainda apresentam um custo muito elevado. Por outro lado, os meios digitais oferecem diversas possibilidades de divulgar a sua empresa. Existem recursos digitais criados especificamente para ajudar o empreendedor. Vamos ver alguns exemplos disponíveis no mercado: Ferramentas tecnológicas – Sistema ERP Imagine o seguinte cenário: todos os setores da empresa devidamente integrados, de forma a permitir que a direção visualize as informações relevantes de cada um deles de maneira consistente. Essa com certeza é uma ótima maneira de ter em mãos um conteúdo extremamente valioso para a tomada de decisões estratégicas. Os sistemas ERP (sigla para Enterprise Resource Planning) foram criados exatamente para realizar essa tarefa. O que é importante saber? Tenha em mente que ninguém ficará sabendo do potencial do seu produto sem uma divulgação adequada. Além disso, a propaganda boca a boca pode ser mais lenta e limitada que outros meios mais modernos de comunicação. Essa ferramenta de planejamento de recursos funciona em módulos, coletando de maneira automática dados referentes a cada um dos setores da empresa — financeiro, RH, logística e assim por diante. Mas esse conteúdo não é simplesmente coletado! Na prática, os dados são traduzidos em gráficos e tabelas de fácil compreensão e colocados lado a lado para que a empresa entenda, por exemplo, quando o estoque precisa ser reabastecido de acordo com o fluxo de vendas. Como softwares desse tipo estão disponíveis em diversos formatos, preços e interfaces, é sempre possível escolher a solução mais condizente com o tamanho do negócio. Há inclusive soluções hospedadas diretamente na nuvem, podendo ser acessadas por meio de qualquer dispositivo ligado à internet — seja um tablet, um smartphone ou um PC. Tudo é precificado de acordo com o volume informações geradas, encaixando-se perfeitamente ao perfil da empresa. Sistema CRM Não importa sobre qual parte da trajetória de compra estamos falando, lidar com clientes é um sempre um desafio. É preciso atrair interessados, transformar potenciais compradores em consumidores de fato para, depois, ainda garantir que o cliente conquistado volte a comprar mais e mais vezes. O detalhe é que toda essa jornada de interações jamais deve ser encarada com base em achismos. O ideal é planejar suas interações de forma estratégica, baseando-se em dados, focando em metas factíveis e usando métricas de monitoramento confiáveis. Os sistemas CRM (sigla para Customer Relationship Management) ajudam as empresas a coletar informações de interação entre público e negócio de uma maneira muito mais eficiente, levantando dados essenciais e, como consequência, tornando-se um ponto de partida para a tomada de decisões. O CRM realmente faz o que seu nome promete: gerencia o relacionamento com o cliente. Dentre outras coisas, esse tipo de software pode ajudar sua empresa a entender que meios determinados nichos de clientes têm usado com mais frequência para entrar em contato com você, que ações de marketing têm atraído novos compradores com custo justo e qual é aquele perfil de público que sua empresa ainda não conseguiu atingir. A partir daí, o plano de ação fica muito mais claro. Assinatura eletrônica Além de ser irritante, o excesso de burocracia sempre vai contra a produtividade do negócio. Estamos falando de tempo e recursos financeiros gastos em demasia durante processos rotineiros, morosos e que trazem pouco diferencial competitivo para o empreendimento. Entre as ferramentas tecnológicas criadas para diminuir ou mesmo eliminar esse mal no mundo dos negócios estão a assinatura e o envio de documentos de forma eletrônica. Essas operações podem ser realizadas por meio de qualquer dispositivo com acesso à internet, tendo a mesma validade de um documento assinado em papel. Contudo, o serviço é mais que um certificador. Na verdade, ele ajuda a gerenciar seus documentos, permite acesso diferenciado a arquivos (de acordo com o nível de responsabilidade dos colaboradores da empresa) e protege documentos sensíveis com codificação de nível bancário. Ainda vale ressaltar que o serviço tem fácil integração com outros sistemas de gestão corporativa (como plataformas CRM) e aplicativos de produtividade (como os do pacote Microsoft Office e Google Apps). Armazenamento na nuvem Foi-se o tempo das prateleiras cheias de documentos arquivados. Hoje, documentos importantes são gerados, modificados e até mesmo certificados diretamente na internet. Mas como garantir que todas essas informações estarão simultaneamente acessíveis e seguras? Pois foi pensando nesse nicho que ferramentas de armazenamento na nuvem (como Dropbox e Google Drive) foram desenvolvidas. Tais serviços permitem que os usuários transfiram arquivos para a nuvem por meio de quaisquer dispositivos conectados à internet, sejam celulares, tablets ou computadores. E o melhor é que esses arquivos podem ser facilmente compartilhados com colegas, fornecedores ou clientes, desde que estejam devidamente autorizados. Além de bastante práticos, os serviços de armazenamento e backup na nuvem ainda são seguros. Isso acontece porque cada informação guardada é protegida por senha e criptografada para garantir o acesso apenas das pessoas autorizadas. Isso sem contar que os serviços são pagos de acordo com o volume de dados armazenado, encaixando-se assim aos mais variados perfis de empresa. Gerenciamento de projetos Para que projetos inovadores e essenciais ao crescimento da empresa se tornem realidade, é preciso reunir recursos. E não estamos falando apenas de finanças! Também é preciso integrar pessoas com habilidades e tarefas diferentes, montando uma equipe eficiente. Com o time escolhido, surge o próximo desafio: coordenar cada um de seus membros para que o resultado esperado surja dentro do tempo programado. Uma das ferramentas tecnológicas que podem ajudar nessa tarefa é o Trello. Essa plataforma ajuda a organizar as tarefas e o calendário de cada um dos integrantes de uma equipe, permite a interação entre esses membros e ainda monitora as ações, avaliando se os resultados esperados estão sendo alcançados na medida em que o projeto é executado. Tem uma interface didática e se integra a outros serviços, como o Drive e o Dropbox. UNIDADE IV Plano de Negócios Muitos novos empreendedores acabam passando por várias dificuldades, nos meses iniciais de abertura do negócio, por não planejarem corretamente. Além de ter ideias, encontrar um ponto comercial e conhecer os custos, planejar o futuro da empresa é essencial. Para evitar riscos futuros, a elaboração do plano de negócio é indispensável. O que é, afinal? O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um retrato do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor. É por meio dele que você terá informações detalhadas do seu ramo, produtos e serviços, clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, pontos fortes e fracos do negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e da gestão da empresa. Em dúvida se a tecnologia é importante? Mais alguns benefícios para te convencer! Agilidade — maior rapidez na execução das tarefas; Padronização — permite que as tarefas sejam padronizadas, documentadas e controladas, possibilitando a manutenção no mesmo nível de qualidade; Melhoria nos processos — os processos são mais bem elaborados; Redução de custos — custos de produção e administrativos são reduzidos; Possibilidade de rastrear os processos produtivos — a tecnologia permite que as empresas façam uma engenharia reversa e cheguem a dados básicos dos insumos utilizados na produção de algum bem; Segurança nas informações — a manipulação dos dados é minimizada, o que fornece maior segurança em todas as etapas do negócio; Diminuição de retrabalho — a padronização e a melhoria nos processos diminuem a necessidade de retrabalhos; Confiabilidade — a credibilidade nos processos e nas informações aumenta; Auxílio na tomada de decisões. Por que o plano de negócio é importante para minha empresa? O plano de negócios é importante tanto para quem está abrindo o negócio quanto para quem está ampliando o empreendimento. Vale destacar que esse planejamento não elimina os riscos, mas evita que erros sejam cometidos pela falta de análise, diminuindo as incertezas do seu negócio Vamos ao passo a passo seguindo a orientação do Sebrae: 1. Iniciando o plano de negócio Conhecer o ramo de atividade, definir produtos e analisar o local de estabelecimento constituem algumas medidas que o empreendedor tem de levar em consideração na hora de montar o seu negócio. 2. Análise de mercado Analisar o mercado é uma das etapas para a elaboração do plano de negócios. É fundamental saber quem são os clientes, concorrentes e fornecedores, além de oferecer quais são os produtos ou serviços que vai oferecer. Definindo seu público-alvo e como chegar a ele da melhor maneira possível, você economiza recursos, dando um tiro certeiro no seu objetivo. Depois de traçar o perfil do público-alvo, é importante pensar no posicionamento do seu produto. Como ele será visto pelo mercado? É um produto de boa qualidade e com bom custo-benefício? De qualidade e com um preço acima da média? As informações coletadas vão traçar um retrato do mercado e indicar se a empresa está indo na direção do que desejam os futuros clientes. Os resultados vão ditar as ações de promoção e marketing para a empresa conquistar o público logo no início da atuação. 3. Plano de marketing Marketing é um conjunto de atividades desenvolvidas pela empresa para que atenda desejos e necessidades de seus clientes. As atividades de marketing podem ser classificadas em áreas básicas, que são traduzidas nos 4 "Ps": Produto, Pontos de Venda, Promoção (Comunicação) e Preço. É importante saber o valor que o seu produto carrega, tanto no preço quanto na qualidade, para tomar decisões específicas quando for anunciá-lo. Conhecer o que está vendendo ajuda a convencer outras pessoas a comprá-lo. 4. Plano operacional Essa parte do plano de negócios trata do "como fazer". O plano operacional descreve como a empresa está estruturada: localização, instalações físicas e equipamentos. O empresário também faz estimativas acerca da capacidade produtiva ou de quantos clientes consegue atender por mês, além de traçar quantos serão os funcionários e as tarefas de cada um. 5. Plano Financeiro No plano financeiro, o empreendedor terá noção do quanto deve investir para concretizar a empresa. O documento deve conter, basicamente, as estimativas de custos iniciais, despesas e receitas, de capital de giro e fluxo de caixa e de lucros. 6. Análise de Cenários e Análise Estratégica A análise de cenários auxilia o empreendedor a prever situações que podem afetar os resultados da empresa. Nesse caso, quais caminhos seguir? Que alternativas podem ser adotadas? A análise de cenários é subsídio para a Dicas para fazer um bom plano financeiro e operacional Apresentar cada item com detalhes, etapa por etapa, para oferecer um panorama inicial de operacionalização do negócio, com o objetivo de evitar desperdícios e otimizar as rotinas. Os custos pré-operacionais devem ser projetados, identificando o que será necessário adquirir para que a empresa seja aberta, como o aluguel, a reforma do espaço e as taxas de registro. A lista de equipamentos (ferramentas e veículos, elementos de que a empresa precisará para funcionar) entra no grupo dos investimentos fixos. Nesse momento, deve ser observada a necessidade imediata de cada item ou até mesmo se alguns deles podem ser alugados ou terceirizados. análise estratégica, ou seja, com base nos cenários possíveis, quais estratégias deverão ser implementadas? 7. Avaliação do plano de negócio Pronto, seu plano de negócio está completo! Mas não acaba por aí. Agora, é hora de avaliar cada detalhe e colocar o plano em prática. Lembre-se que o plano de negócio é uma ferramenta de gestão e deve ser revisado periodicamente. Não esqueça! Empreendedorismo é sinônimo de dinheiro no bolso? O ideal é que a resposta seja positiva. Mas, na prática, nem sempre é assim. Muita gente pensa que quem tem um negócio próprio, literalmente, nada no dinheiro - e toda pessoa que resolve e tem a coragem de empreender quer e merece, de fato, ter prosperidade. REFERÊNCIAS BIRLEY, Sue; MUZYKA, Daniel F. Dominando os desafios do empreendedor. São Paulo, SP: Pearson, 2005. CHIAVENATO, IDALBERTO. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor: empreendedorismo e viabilização de novas empresas: um guia compreensivo para iniciar e tocar sem próprio negócio. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2007. HISRICH, Robert D.; PETERS, Michael P. Empreendedorismo. 9. ed.. Porto Alegre: Bookman, 2014. DORNELAS, Jose Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. DOLABELA, FERNANDO. O segredo de Luísa: uma ideia, uma paixão e um plano de negócios : como nasce o empreendedor e se cria uma empresa. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DRUCKER, Peter Ferdinand. Administrando em tempo de grandes mudanças. São Paulo, SP:Thomson Learning Pioneira, 2006 BARON, Robert A; SHANE, Scott A; TAKNS, All. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo, SP: Thomson Learning Pioneira, 2007 MOTA, Arthur de Brito. Empreendedorismo e características do empreendedor. Web Artigos, São Paulo, 15 de Agosto de 2015, disponível em: < https://www.webartigos.com/artigos/empreendedorismo-e-caracteristicas-do- empreendeor/134707#:~:text=Segundo%20Chiavenato%20(2005%2C%20p.,pr %C3%B3prio%20e%20benef%C3%ADcio%20da%20comunidade>. Acesso em 04 de Julho de 2020. OLIVEIRA, Mauro César. Efeitos da Globalização.O Economista, São Paulo, 31 de Maio de 2020. Disponível em: < https://www.oeconomista.com.br/efeitos-da-globalizacao/. Acesso em 04 de julho de 2020. VUCINIC, Silvio. Tipos de empresas. Portal Sebrae, São Paulo, disponível em: < https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/quais-sao-os-tipos-de- empresas,af3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em 04 de Julho de 2020. HASHIMOTO, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações: aumentando a competitividade através do intra-empreendedorismo. São Paulo: Saraiva, 2006.
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