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Literatura Brasileira

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Questão 1/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de poema abaixo: 
“Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpia dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
...........................................................”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CRUZ e SOUSA, J. Violões que choram. In: CRUZ E SOUZA, J. Obra completa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961. p. 124.
A poesia do poeta catarinense Cruz e Souza faz parte do cânone simbolista nacional. Esse movimento estético buscou reagir à objetividade em arte que fundamentava tanto o parnasianismo como o realismo-naturalismo. Considerando os versos acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o simbolismo, é correto afirmar que:
B - Os simbolistas procuraram por meio do uso de metáforas e outras figuras de linguagem representar o que se passava em seu mundo interior.
Você acertou!
A alternativa b está correta, porque os simbolistas buscavam uma “linguagem sugestiva [...] que fundiu a palavra, a imagem e a sonoridade. Daí o símbolo ser o recurso por excelência utilizado pelos poetas desse movimento. ‘O símbolo significaria a tentativa de representar [...] por meio de metáforas polivalentes todo o conteúdo vago e multitudinário do mundo interior do poeta’” (livro-base, p. 147). As demais alternativas são inválidas pois os simbolistas não visavam à representação exata da realidade; nem manifestavam engajamento político em seus versos, nem usavam uma linguagem literal, muito pelo contrário; tampouco buscavam elaborar explicações detalhadas de objetos do mundo (livro-base, p. 141-147).
Questão 2/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“- Nonada. Tiros que o senhor ouviu não foram de briga de homem não, Deus esteja.
[...]
Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que têm certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. O que eu falei foi exato? Foi. Mas teria sido? Agora, acho que nem não. São tantas horas de pessoas, tantas horas de pessoas, tantas coisas em tantos tempos, tudo miúdo recruzado. Se eu fosse filho de mais ação, e menos ideia, isso sim, tinha escapulido, calado, no estar da noite, varava dez léguas, madrugava, me escondia do largo do sol, varava mais dez, encostava no São Francisco bem de frente da Januária, passava, chegava em terra cidadã, estava no pique”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: Rosa, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 2. ed. Rio de Janeiro: José Olympio,1958, p. 175 et passim.
O trecho acima foi extraído do romance Grande Sertão: Veredas, do escritor nascido em Cordisburgo João Guimarães Rosa. Este livro faz parte da nova narrativa moderna, ou seja, compõe o grupo de obras que consolidou a experiência modernista brasileira. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, em relação à obra e à narrativa de O grande sertão: veredas, leia as afirmativas a seguir e assinale V para as verdadeiras e F para as falsas:
I. ( ) Esse romance simula a narração oral por meio da história de Riobaldo, ex-jagunço, agora estabelecido proprietário de terras.
II. ( ) Há na narrativa a história de um amor “antinatural” por um homem, Diadorim, jagunço filho do grande líder Joca Ramiro.
III. (  ) Por causa do pacto com o diabo, Riobaldo perde suas terras, fica na miséria e acaba preso por causa dos crimes que cometeu quando era jagunço.
IV. ( ) Riobaldo deseja descobrir, ao narrar, se o diabo existe – visto que, se existisse, sua alma estaria condenada em virtude de um pacto que teria feito para matar Hermógenes.
Agora, marque a sequência correta
B - V – V – F – V
As afirmativas I, II e IV são verdadeiras, pois Riobaldo narra a história simulando uma conversa com um interlocutor, cujas marcas estão presentes a todo momento no romance, como pode se ler no fragmento acima; Riobaldo tem por Diadorim um amor que o atrai e o confunde por este ser – até onde ele sabe – um homem como ele; e de fato a grande questão do narrador do romance é saber se o diabo existe ou não uma vez que Riobaldo fez um pacto com ele. A afirmativa III é falsa, pois Riobaldo de jagunço vira proprietário, que é a condição que ele está quando narra a história, tampouco foi preso pelos crimes cometidos durante os anos de jagunçagem: “Ainda do ponto de vista da interpretação do papel social de Riobaldo (de semiletrado marginalizado e jagunço e, posteriormente, proprietário), é interessante notar que a narrativa é uma busca de justificação exigida também pela culpa por seus atos criminosos [...]” (livro-base, p. 232-233).
A morte de Diadorim é a grande dor de Riobaldo. É apenas nesse momento que ele, o narrador, descobre que se tratava de uma mulher, a filha do jagunço Joca Ramiro (p. 132-134).
Questão 3/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Neste sentido, também a primeira literatura dos descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed.  Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 98. 
O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são:
Nota: 10.0
D - visão religiosa e visão transfiguradora.
Você acertou!
“O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil.
Questão 4/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir: 
“Licenciado em Medicina na capital brasileira (1832), [...] estreara nas letras com um volume de Poesias (rio de janeiro, 1832) de nítido cunho neoclássico. Mas a viagem à Europa (1833-1837), imprescindível coroamento de todo itinerário acadêmico, pusera-o, em Paris, diante da nova realidade literária encarnada pelo Romantismo. Daí tinham saído por um lado, o manifesto programático, isto é, a revista Niterói, publicada na capital francesa, em 1836, por um grupinho de jovens intelectuais brasileiros que haviam feito [dele] seu líder”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed.  Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 164.
As ideias românticas começaram a circular no Brasil recém-independente graças às vozes de intelectuais e poetas radicados, boa parte deles, em Paris. Foram as atividades desses homens que marcaram o início do Romantismo no Brasil. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é considerada como marco inicial do romantismo no Brasil a publicação do livro:
Nota: 10.0
B - Suspiros poéticos e saudades, de Gonçalves de Magalhães.
Você acertou!
É considerada como marco inicial do romantismo no Brasil a publicação do livro Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). (Livro-base, p. 78). As outras obras, com exceção de O Ateneu,pertencem a fases posteriores do romantismo (Macário – 1852; Iracema – 1865; Canção do Exílio – 1846). O livro de Raul Pompeia inclui-se entre o que se chama de romance psicológico (livro-base, p 132).
Questão 5/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz evidenciava cruelmente”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CAMINHA, Adolfo. Bom crioulo. Domínio Público, p. 20. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000052.pdf>. Acesso em: 28/07/2017. 
De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira sobre o romance naturalista Bom crioulo (1898), de Adolfo Caminha (1867-1897), é correto afirmar que:
Nota: 10.0
A - Além da temática homossexual, o romance denuncia os maus-tratos dispensados aos marinheiros engajados nas Forças Armadas Brasileiras.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque o tema central de Bom crioulo é a relação homossexual entre Aleixo e Amaro, protetor e protegido. Comprovando a tese naturalista de que o meio influencia na formação do caráter e dos comportamentos, Adolfo Caminha procura demonstrar que a forma com que os marinheiros se encontravam a bordo da corveta beneficiou os comportamentos de Aleixo e Amaro. Além disso, denuncia os castigos físicos sofridos pelos marinheiros, como as chibatadas. A maioria dos marinheiros era negra, escravos ou ex-escravos (Livro-base, p. 131). As demais alternativas referem-se a outros romances, como o Cortiço, ou mencionam temáticas, personagens ou espaços que não dizem respeito aos do romance de Adolfo Caminha, como a periferia de Recife, Maria das Hortaliças ou o cortiço.
Questão 6/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...
e não dizia mais nada.
Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ANDRADE, M. Macunaíma. 26. ed. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Editoras Reunidas/ Vila Rica, 1990, p. 9.
Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas
I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão.
II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance.
III. (  ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias.
IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. 
Agora, marque a sequência correta:
C - V – V – F – V
As afirmativas I, II e IV são verdadeiras porque a personagem passa pela metamorfose descrita na afirmativa; porque o autor considera o livro uma rapsódia, que segundo ele é uma soma de temas tirados das histórias populares levados para a literatura por um escritor culto; porque “mistura lendas e expressões de diferentes partes do país em uma mesma história, saturando-a de elementos contraditórios, com o fim de destacá-los de sua realidade etnográfica. Do ponto de vista da influência estrangeira, embora tenha se baseado em pesquisas europeias e, até mesmo, tirado seu personagem de uma dessas fontes, o tom parodístico leva-o, segundo a autora francesa Pascale Casanova (2002, p. 348), a ‘uma postura dupla muito refinada: enquanto reúne e enobrece explicitamente um patrimônio cultural até então monopolizado pela etnologia, adota um tom irônico e parodístico que, em um modo literário, denega e sabota os fundamentos do empreendimento’” (livro-base, p. 187 e 188). A afirmativa III é falsa, pois o livro, entre outros aspectos, faz uma paródia da história do Brasil ao mesmo tempo uma afirmação da “estabilização de uma consciência criadora nacional” (livro-base, p. 189).
Questão 7/10 - Literatura Brasileira
Leia os fragmentos do poema abaixo: 
                       I 
“No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.”
                       IV 
“Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;”
....................................
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. 
Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa:
A - é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85)
Questão 8/10 - Literatura Brasileira
Leia o trecho de texto a seguir:
“Não se trata com efeito de ser brasileiro à Chateaubriand, o que é, como vimos há pouco, aceitar uma visão de estrangeiro, inclinado a ver o exótico e, confinando a ele os escritores, negar-lhes acesso aos grandes temas universais [...]. Trata-se de descrever e analisar os vários aspectos de uma sociedade, no tempo e no espaço, exprimindo a sua luta pela autodefinição nacional como povo civilizado, ligado ao ciclo da cultura do Ocidente”.
Após esta avaliação, caso queira ler o textointegralmente, ele está disponível em: CANDIDO, A. A formação da literatura Brasileira – momentos decisivos. 10. ed. Rio de Janeiro: Ouro Sobre Azul, 2006, p. 680.
O trecho acima foi extraído das páginas finais de Formação da Literatura Brasileira, de Antonio Candido. Nessa altura do livro, o crítico vê os traços de amadurecimento de nossa literatura, o que vai tomando forma a partir do romantismo e do arcadismo. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, para Candido, a consolidação da literatura brasileira se dá com:
Nota: 10.0
A - Machado de Assis
Você acertou!
Alternativa a porque, para Candido, a partir de Machado de Assis “a literatura brasileira entra em uma nova etapa. É momento em que toma corpo e se complexifica do ponto de vista formal”. Segundo Candido, a literatura passa, no final do século XIX, a se aprofundar e se organizar de modo programático e consciente. Nesse momento “houve uma reflexão sobre a validade dos pressupostos estéticos e ideológicos oitocentistas”. (Livro-base, p. 18).
Questão 9/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros).
E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: 
‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
 
‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
 
..........................................................”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALVES, C. O navio negreiro. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952, p. 795. 
Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que:
Nota: 10.0
D -a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza.
Você acertou!
Esta alternativa está correta porque o “principal traço estilístico de sua obra (Castro Alves) é a eloquência verbal de sua poesia [que] deriva [...] do consórcio entre música e a poesia elaborada pelos poetas românticos anteriores e amplifica-se pelos problemas políticos do momento. [...] Castro Alves opunha à poesia do desalento, da geração de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, uma poesia nascida do ‘entusiasmo’ perante os dramas da vida humana e os espetáculos da natureza. É com sua obra [...] que essa poesia entusiasmada assume problemas sociais e políticos no calor da hora” (livro-base, p. 106, 108). As demais alternativas estão erradas porque Castro Alves morreu muito jovem, aos 24 anos, e sua poesia não foi classificada em fases; porque, como se viu, não havia traço de contenção ou melancolia em sua poesia, muito pelo contrário.
Questão 10/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir: 
“D. Glória não conhecia S. Bernardo, e essa ignorância me ofendeu, porque para mim S. Bernardo era o lugar mais importante do mundo.
— Uma boa fazenda! Não há lá essa água podre que se bebe por aí. Lama. Não senhora, há conforto, há higiene.
Glória retificou a espinha, ergueu a voz e desfez o ar apoucado:
— Não me dou. Nasci na cidade, criei-me na cidade. Saindo daí, sou como peixe fora da água. Tanto que estive cavando transferência para um grupo na capital. Mas é preciso muito pistolão. Promessas...
— Ah! É professora?
— Não. Professora é minha sobrinha.
— Aquela moça que estava com a senhora em casa do dr. Magalhães?
— Sim.
— E como é a graça de sua sobrinha, d. Glória?
— Madalena. Veja o senhor. Fez um curso brilhante...
[...]
Essa conversa, é claro, não saiu de cabo a rabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. [...] É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: RAMOS, Graciliano. São Bernardo. Rio de Janeiro: Record, p. 75-78.
Com o romance São Bernardo, de 1934, Graciliano Ramos consolidou o que se chamou de “romance de 30”. Tendo como referência o fragmento acima, retirado da obra São Bernardo, e sua leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance São Bernardo, leia as sentenças abaixo: 
I – Proprietário da fazenda São Bernardo, Paulo Honório é personagem e narrador do romance. Narrando em primeira pessoa, Honório conta a história quando se encontra solitário na fazenda.
II – No romance, Paulo Honorário conta a história de seu casamento com Madalena, o suicídio dela e a decadência da fazenda.
III – O romance tem um narrador em terceira pessoa, onisciente, que mostra ao leitor o que se passa com Paulo Honório e, ao mesmo tempo, as expectativas de Madalena sobre o casamento.
IV - O romance pode ser compreendido como uma crítica ao capitalismo. Paulo Honório, por exemplo, em vários momentos sobrepõe seus interesses pessoais e financeiros aos de camaradagem e sentimentos afetivos. 
Estão corretas apenas as afirmativas:
Nota: 10.0
C - I, II e IV.
Você acertou!
As afirmativas I, II e IV estão corretas porque Paulo Honório é o narrador da história, cujos eventos se deram antes do momento em que narra, quando já está sozinho, viúvo e decadente; porque de fato o romance pode ser entendido como uma crítica ao capitalismo, uma vez que Paulo Honório coloca os interesses comerciais, produtivos e financeiros acima dos demais. A afirmativa III está errada porque o narrador do romance é o próprio Paulo Honório, que o narra em 1ª pessoa. Trata-se de um romance memorialista, de um homem solitário. (Livro-base, p. 214 e 215)
-
Questão 1/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o atravancamento. Macas de lona suspensas em varais de ferro, umas sobre outras, encardidas como panos de cozinha, oscilavam à luz moribunda e macilenta das lanternas. Imagine-se o porão de um navio mercante carregado de miséria. No intervalo das peças, na meia escuridão dos recôncavos moviam-se os corpos seminus, indistintos. Respiravam um odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se torsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz evidenciava cruelmente”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CAMINHA, Adolfo. Bom crioulo. Domínio Público, p. 20. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000052.pdf>. Acesso em: 28/07/2017. 
De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e nolivro-base Literatura Brasileira sobre o romance naturalista Bom crioulo (1898), de Adolfo Caminha (1867-1897), é correto afirmar que:
Nota: 10.0
A - Além da temática homossexual, o romance denuncia os maus-tratos dispensados aos marinheiros engajados nas Forças Armadas Brasileiras.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque o tema central de Bom crioulo é a relação homossexual entre Aleixo e Amaro, protetor e protegido. Comprovando a tese naturalista de que o meio influencia na formação do caráter e dos comportamentos, Adolfo Caminha procura demonstrar que a forma com que os marinheiros se encontravam a bordo da corveta beneficiou os comportamentos de Aleixo e Amaro. Além disso, denuncia os castigos físicos sofridos pelos marinheiros, como as chibatadas. A maioria dos marinheiros era negra, escravos ou ex-escravos (Livro-base, p. 131). As demais alternativas referem-se a outros romances, como o Cortiço, ou mencionam temáticas, personagens ou espaços que não dizem respeito aos do romance de Adolfo Caminha, como a periferia de Recife, Maria das Hortaliças ou o cortiço.
Questão 2/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir 
“De noite, no dia seguinte, em toda aquela semana pensei o menos que pude nos cinco contos, e até confesso que os deixei muito quietinhos na gaveta da secretária. Gostava de falar de todas as coisas, menos de dinheiro, e principalmente de dinheiro achado; todavia não era crime achar dinheiro, era uma felicidade, um bom acaso, era talvez um lance da Providência. Não podia ser outra coisa. Não se perdem cinco contos, como se perde um lenço de tabaco. Cinco contos levam-se com trinta mil sentidos, apalpam-se a miúdo, não se lhes tiram os olhos de cima, nem as mãos, nem o pensamento, e para se perderem assim totalmente, numa praia, é necessário que... Crime é que não podia ser o achado; nem crime, nem desonra, nem nada que embaciasse o caráter de um homem. Era um achado, um acerto feliz, como a sorte grande, como as apostas de cavalo, como os ganhos de um jogo honesto e até direi que a minha felicidade era merecida, porque eu não me sentia mau, nem indigno dos benefícios da Providência. Nesse mesmo dia levei-os ao Banco do Brasil. Lá me receberam com muitas e delicadas alusões ao caso da meia dobra, cuja notícia andava já espalhada entre as pessoas do meu conhecimento; respondi enfadado que a coisa não valia a pena de tamanho estrondo; louvaram-me então a modéstia, — e porque eu me encolerizasse, replicaram-me que era simplesmente grande”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em:<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000167.pdf>. Acesso em: 11 ago. 2017. 
O fragmento acima do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas corresponde à noite posterior ao achado do embrulho contendo 5 mil réis. Brás Cubas encontra-o na praia e acaba ficando com ele, como se lê acima. Alguns capítulos atrás tinha acontecido algo semelhante: Cubas havia topado com uma moeda de ouro e a encaminhado ao delegado para que este a devolvesse ao dono. Mas os 5 mil réis, valor muito superior, ele não devolveu. No final do episódio fica com o dinheiro e com a fama de grande homem. Os fatos e a forma de contar esses episódios expressam a complexidade da narrativa machadiana. Essa passagem remete ao que Antonio Candido em “Esquema de Machado de Assis” diz da modernidade da obra machadiana. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance de Machado, entre as técnicas machadianas que revelam sua modernidade, segundo Candido, está...
Nota: 10.0
C - a capacidade em expressar coisas espantosas da forma mais suave possível, fazendo uso da ironia, de forma a fazer com que algo excepcional pareça normal e vice-versa.
Você acertou!
Segundo Antonio Candido, mencionado no livro-base, a técnica de Machado de Assis “consiste essencialmente em sugerir as coisas mais tremendas da maneira mais cândida (como os ironistas do século XVIII); ou em estabelecer um contraste entre a normalidade social dos fatos e a sua anormalidade essencial; ou em sugerir, sob aparência do contrário, que o ato excepcional é normal, e anormal seria o ato corriqueiro. Aí está o motivo da sua modernidade, apesar de seu arcaísmo de superfície” (livro-base, p. 114) As demais alternativas estão erradas porque a ironia está no centro da “poética” machadiana; porque a ideia de escrever de modo realista à semelhança de um inventário é contrária ao estilo de Machado, que usou essa mesma imagem (do inventário) para criticar o realismo de Eça de Queiroz; porque as características psicológicas das personagens de Machado não são elaboradas pelas teorias darwinistas ou deterministas que influenciaram escritores como Aluísio Azevedo, entre outros; porque apesar da vontade de elaborar uma literatura nacional não estivesse fora dos horizontes de Machado, ele jamais empregou linguagem transparente ou grandiloquente, uma vez que empregou a ironia.
Questão 3/10 - Literatura Brasileira
Leia o poema abaixo: 
“Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e às vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando”. 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: COSTA, C. M. Poemas escolhidos. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 32.
O poema acima é do árcade Cláudio Manoel da Costa, cujos versos marcam o início da escola arcadista no Brasil. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre a estética árcade e a obra de Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que:
Nota: 10.0
B - poema acima evoca a tristeza do eu lírico diante de um cenário que no passado foi lugar de um idílio amoroso.
Você acertou!
A alternativa b está correta porque reflexão do eu lírico trata do desencontro dos sentimentos que eram atribuídos àquele cenário revisitado. No passado foi palco de um amor que não mais existe. As demais alternativas estão erradas porque a presença da natureza é um traço predominante na poesia inicial árcade, como se vê nas referências a florestas, rios, montanhas etc. Outra característica importante do arcadismo é a presença dos elementos locais, como a descrição da rústica floresta, que caracteriza melhor a paisagem brasileira em comparação com o ambiente bucólico dos poemas das escolas europeias Por fim, não há referência no poema à ideia de felicidade e reencontro amoroso, tampouco a elementos ligados ao pecado e afins (livro-base, p. 62-64).
Questão 4/10 - Literatura Brasileira
Leia a citação a seguir: 
“Enquanto nos textos de um Cláudio Manuel da Costa ou de um Gonzaga o nativismo, que aos coloridos exaltadores barrocos das grandezas do país sugeria descrições grandiloquentes para uso dos estrangeiros, torna-se pena sutil de consumo local. Nasce com os árcades, indubitavelmente sob influência das ideias da França e da América do Norte, mas como uma precisa referência aos problemas locais, aquela consciência pátria que com os românticos irá desaguar na vontade de independência”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed.  Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 127.   
Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre o Arcadismo, é correto afirmar que:
Nota: 10.0
C - Um dos principais traços da estética árcade é a adesão à razão e às teses do iluminismo.
Você acertou!
As alternativas a, b, d e e estão incorretas A alternativa c está correta porque a estética árcade é racionalista. “A estética árcade no Brasil Colônia combinaas tendências neoclássicas, de origem francesa, e os ideias da Ilustração, difundidos pela Europa do século XVIII [ ]. Para os poetas árcades, a imaginação era o elemento a ser dominado pela razão. Cabia ao poeta elaborar a expressão adequada, mais a partir da lógica e do estudo do que da inspiração. Por isso não podiam ser cultistas, nem usar a alegoria como faziam os barrocos. Realismo e determinismo são correntes posteriores ao arcadismo, fortes no século XIX. (Livro-base, p. 56).
Questão 5/10 - Literatura Brasileira
Leia a citação a seguir:
“Policarpo, você precisa tomar juízo. Um homem de idade, com posição, respeitável, como você é, andar metido com esse seresteiro, um quase capadócio – não é bonito! O major descansou o chapéu-de-sol – um antigo chapéu-de-sol com a haste inteiramente de madeira, e um cabo de volta, incrustado de pequenos losangos de madrepérola – e respondeu: – Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede. Nós é que temos abandonado o gênero, mas ele já esteve em honra, em Lisboa, no século passado, com o Padre Caldas que teve um auditório de fidalgas. Beckford, um inglês, muito o elogia. – Mas isso foi em outro tempo, agora...”
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. In: Domínio Público, p. 2. <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000013.pdf>.Acesso em: 13 ago. 2017.
Triste Fim de Policarpo Quaresma é talvez a obra mais conhecida de Lima Barreto (1881–1922), um dos escritores da chamada escola pré-modernista. O protagonista do romance, que se passa no Rio de Janeiro, é um nacionalista, cujo radicalismo serve para Barreto projetar sua visão crítica da sociedade da época. Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira, leia as afirmativas a seguir, assinalando V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas.
I. ( ) O estilo de Lima Barreto é marcado por uma linguagem mais simples, menos ornamentada, avessa ao tom bacharelesco.
II. ( ) Em Triste fim de Policarpo Quaresma, além de tratar da efusão ultranacionalista do personagem-título, Lima Barreto retrata as características da vida fluminense de seu tempo.
III. (  ) Triste fim de Policarpo Quaresma (1911), Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909) e Clara dos Anjos (1948, póstumo) são romances de Lima Barreto.
IV. ( ) Lima Barreto, assim como Machado de Assis, excluiu de sua obra temas como o racismo e a dominação social, preferindo escrever crônicas de costumes. 
Agora, marque a sequência correta:
Nota: 10.0
C - V– V– V– F
Você acertou!
As afirmativas I, II e III são verdadeiras porque Barreto era avesso ao tom bacharelesco, o qual parodia em vários momentos no romance Triste fim de Policarpo Quaresma; porque os hábitos, a cultura e as relações sociais do Rio de Janeiro são retratados no romance, como pode se ver na menção que faz ao uso do violão no fragmento acima e à visão que se tinha daqueles que tocavam esse instrumento no começo do século XX; porque os romances mencionados são todos de autoria de Lima Barreto. A afirmativa IV é falsa, pois a questão do racismo e da dominação social estão presentes em sua obra. A obra de Barreto é “considerada ainda hoje como uma das mais singulares crônicas da vida fluminense. Aproxima-se da crônica, até mesmo no desapego a uma linguagem excessivamente adornada e de tom bacharelesco, típica de muitos escritores da época [...]” (livro-base, p. 168). Lima Barreto “destrincha a crueldade do racismo e da dominação social exercida pelos mais poderosos sobre os mais fracos” (livro-base, p. 169)
Questão 6/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir
“A nossa literatura colonial manteve aqui tão viva quanto lhe era possível a tradição literária portuguesa. Submissa a esta e repetindo-lhe as manifestações, embora sem nenhuma excelência e antes inferiormente, animou-a todavia desde o princípio o nativo sentimento de apego à terra e afeto às suas coisas. Ainda sem propósito acabaria este sentimento por determinar manifestações literárias que em estilo diverso do da metrópole viessem a exprimir um gênio nacional que paulatinamente se diferenciava”.
 
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000116.pdf>. Acesso em: 22 ago. 2017.
 
A delimitação do momento inaugural da nossa literatura foi e é um problema para os historiadores da literatura brasileira. Galho secundário da literatura universal, como disse um crítico, o primeiro passo dado por nossos escritores foi o de tentar se distinguirem de nossos colonizadores. Algo ainda insuficiente, no entanto, para estabelecer uma literatura nacional. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, entre os problemas que dificultam a definição do marco inicial da literatura brasileira está:
 
Nota: 10.0
C - a ausência de um sistema literário em território brasileiro, que articulasse autor, obra e leitor, estabelecendo um sistema simbólico.
Você acertou!
O problema de delimitar a origem de nossa literatura não está simplesmente na produção de obras em nosso território. Isso não é suficiente para estabelecer um sistema literário, como propõe Antonio Candido. A ideia de um sistema literário é de um “sistema de obras ligadas por denominadores comuns, que permitem reconhecer as notas dominantes duma fase. [...] Entre eles se distinguem: a existência de um conjunto de produtores literários [...]; um conjunto de receptores [...]; um mecanismo transmissor; [...] O conjunto dos três elementos dá lugar a um tipo de comunicação inter-humana, a literatura, que aparece, sob este ângulo, como sistema simbólico” (livro-base, p. 16-17). Assim, a dificuldade não está nos gêneros escritos, nem nos temas desenvolvidos por nossos autores, mas por uma falta de vida espiritual que fizesse circular as obras e seu material simbólico (livro-base, p. 16).
Questão 7/10 - Literatura Brasileira
Leia os fragmentos do poema abaixo: 
                       I 
“No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.”
                       IV 
“Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;”
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: DIAS, G. I-Juca Pirama. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952. p. 130-131. 
Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionou chamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa:
A - é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85)
Questão 8/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Neste sentido, também a primeira literaturados descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: STEGAGNO-PICCHIO, Lucia História da literatura brasileira. 2. ed.  Rio de Janeiro: Nova Aguilar/Lacerda Editores, 2004, p. 98. 
O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são:
Nota: 10.0
D - visão religiosa e visão transfiguradora.
Você acertou!
“O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil.
Questão 9/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros).
E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: 
‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
 
‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALVES, C. O navio negreiro. In: RAMOS, F. J. S. da. Grandes poetas românticos do Brasil. São Paulo: LEP, 1952, p. 795. 
Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que:
Nota: 10.0
D - a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza.
Você acertou!
Esta alternativa está correta porque o “principal traço estilístico de sua obra (Castro Alves) é a eloquência verbal de sua poesia [que] deriva [...] do consórcio entre música e a poesia elaborada pelos poetas românticos anteriores e amplifica-se pelos problemas políticos do momento. [...] Castro Alves opunha à poesia do desalento, da geração de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, uma poesia nascida do ‘entusiasmo’ perante os dramas da vida humana e os espetáculos da natureza. É com sua obra [...] que essa poesia entusiasmada assume problemas sociais e políticos no calor da hora” (livro-base, p. 106, 108). As demais alternativas estão erradas porque Castro Alves morreu muito jovem, aos 24 anos, e sua poesia não foi classificada em fases; porque, como se viu, não havia traço de contenção ou melancolia em sua poesia, muito pelo contrário.
Questão 10/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento abaixo: 
“O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: CUNHA, Euclides da. Os sertões. São Paulo: Ubu Editora/Sesc São Paulo, 2016, p. 115. 
O trecho acima faz parte da segunda parte de Os sertões, em que Euclides da Cunha aborda as características do Homem brasileiro do ponto de vista das teorias deterministas da época. De acordo com os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre o ponto de vista de Euclides da Cunha em relação a Canudos, é correto afirmar que:
Nota: 10.0
C - Ao testemunhar os acontecimentos da guerra de canudos, Euclides da Cunha, em Os sertões, supera a perspectiva puramente determinista, que defendera até então.
Você acertou!
Euclides da Cunha antes de testemunhar diretamente o conflito – esteve na quarta incursão do exército brasileiro a Canudos – reviu suas teorias deterministas em face da força, coragem que viu nos sertanejos de Canudos. Leve-se em conta que ele tinha um profundo conhecimento da geografia, geologia, da flora e da fauna da região, o que o muniu de grande embasamento teórico para compreender, ao final, o que acontecera naquele rincão do país, ainda que de forma contrária a que esperava. Foi com base nisso que escreveu Os sertões, anos depois de ter voltado do conflito. “Munido de uma perspectiva teórica formada no determinismo do século XIX, em que raça, meio e momento histórico seriam capazes de explicar a natureza humana, Euclides da Cunha, ao defrontar-se com a exposição dos acontecimentos ocorridos no sertão baiano, atinge, em Os sertões (1902), uma superação da perspectiva puramente determinista dos fatos (livro-base, p. 167)
-
Questão 1/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto abaixo: 
“No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
– Ai! que preguiça!...
e não dizia mais nada.
Ficava no canto da maloca, trepado no jirau da paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força de homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém”.
Tendo como referência as informações acima e a leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre a obra Macunaíma, de Mário de Andrade, leia as afirmativas abaixo e assinale V para as afirmativas verdadeiras e F paras as afirmativas falsas
I. ( ) O “herói sem nenhum caráter”, Macunaíma, nasce indígena e negro, depois se transforma em homem louro de olhos azuis. Desde criança, na tribo, revela-se preguiçoso, malicioso e espertalhão.
II. ( ) Segundo Mário de Andrade, Macunaíma é mais uma “rapsódia” do que um romance.
III. ( ) Macunaíma é um herói que, partindo do Amazonas em direção a São Paulo, salva o Brasil das interferências europeias.
IV. ( ) O romance usa recursos de linguagem humorística, misturados a elementos trazidos de mitos, fábulas e lendas e a registros da língua oral. 
Agora, marque a sequência correta:
C - V – V – F – V
Você acertou!
As afirmativas I, II e IV são verdadeiras porque a personagem passa pela metamorfose descrita na afirmativa;porque o autor considera o livro uma rapsódia, que segundo ele é uma soma de temas tirados das histórias populares levados para a literatura por um escritor culto; porque “mistura lendas e expressões de diferentes partes do país em uma mesma história, saturando-a de elementos contraditórios, com o fim de destacá-los de sua realidade etnográfica. Do ponto de vista da influência estrangeira, embora tenha se baseado em pesquisas europeias e, até mesmo, tirado seu personagem de uma dessas fontes, o tom parodístico leva-o, segundo a autora francesa Pascale Casanova (2002, p. 348), a ‘uma postura dupla muito refinada: enquanto reúne e enobrece explicitamente um patrimônio cultural até então monopolizado pela etnologia, adota um tom irônico e parodístico que, em um modo literário, denega e sabota os fundamentos do empreendimento’” (livro-base, p. 187 e 188). A afirmativa III é falsa, pois o livro, entre outros aspectos, faz uma paródia da história do Brasil ao mesmo tempo uma afirmação da “estabilização de uma consciência criadora nacional” (livro-base, p. 189).
Questão 2/10 - Literatura Brasileira
Leia os trechos do poema a seguir: 
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
............................
Porque o escrever – tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal… nem há notícia
De outro qualquer.
Assim procedo. Minha pena
Segue esta norma,
Por te servir, Deusa serena,
Serena Forma!” 
Os versos acima são de Profissão de fé, de Olavo Bilac. Certamente é o poeta mais conhecido do Parnasianismo. Os escritores parnasianos em boa parte voltaram-se contra a poética romântica buscando em autores como Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Bocage modelos para seus versos. De acordo com os conteúdos abordados nas aulas e no livro-base Literatura Brasileira, entre as características do Parnasianismo estão:
E - o descompromisso com a realidade, a objetividade, a exatidão das palavras e perfeição formal.
Você acertou!
Em reação à melopeia romântica intensificada na década anterior, os poetas parnasianos elaboram uma dicção em que a exatidão das palavras e o desenvolvimento claro das ideias são o princípio básico para a composição do poema. É por conta disso que os poetas parnasianos apostam em certas opções formais. Elege-se por exemplo o verso alexandrino [...] e desqualificam-se em grande medida, as redondilhas menores e maiores ou octossílabos e eneassílabos. [...] a principal preocupação dos parnasianos esteve sempre ligada à correção da linguagem, que está associada, por sua vez, à busca pela palavra exata e à aposta em uma linguagem culta, castiça” (Livro-base, p. 136-137). Por essas razões, estão incorretas as demais alternativas, já que a melopeia, o cultismo, versos livres entre outras características não eram próprias da escola parnasiana.
Questão 3/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“A grande noite do poeta seria, porém, a de 7 de setembro de 1868, quando recitou, com voz vibrante e, mais do que nunca, arrebatado de emoção, ‘Tragédia no mar’, que depois tomaria o nome de ‘O navio negreiro’. [...] O poema foi escrito para ser recitado em voz alta. [...] E é em voz alta que esse poema em seis movimentos, cada um deles a pedir uma inflexão diferente, trabalha em nós e nos comove e nos revolta”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: SILVA, Alberto Costa e. Castro Alves. São Paulo: Cia. das Letras, 2006, p. 98 (Coleção Perfis Brasileiros).
E leia um fragmento de “O Navio Negreiro”: 
‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar – dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.
‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
– Constelações do líquido tesouro…
Conhecido como poeta dos escravos, porque defendia a abolição da escravidão, Castro Alves difundiu seus versos em teatros, nas ruas e em salões literários ou íntimos. Suas apresentações provocavam forte impacto nos auditórios por que passava. Considerando os fragmentos de texto, o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, sobre a poesia de Castro Alves é correto afirmar que:
D - a eloquência é o ponto forte de seu estilo, que expressa o entusiasmo com que via a experiência humana e a natureza.
Você acertou!
Esta alternativa está correta porque o “principal traço estilístico de sua obra (Castro Alves) é a eloquência verbal de sua poesia [que] deriva [...] do consórcio entre música e a poesia elaborada pelos poetas românticos anteriores e amplifica-se pelos problemas políticos do momento. [...] Castro Alves opunha à poesia do desalento, da geração de Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu, uma poesia nascida do ‘entusiasmo’ perante os dramas da vida humana e os espetáculos da natureza. É com sua obra [...] que essa poesia entusiasmada assume problemas sociais e políticos no calor da hora” (livro-base, p. 106, 108). As demais alternativas estão erradas porque Castro Alves morreu muito jovem, aos 24 anos, e sua poesia não foi classificada em fases; porque, como se viu, não havia traço de contenção ou melancolia em sua poesia, muito pelo contrário.
Questão 4/10 - Literatura Brasileira
Leia a passagem abaixo: 
“Pelo hábito de frequentar a igreja tomara conhecimento e travara estreita amizade com um pequeno sacristão que, digamos de passagem, era tão boa peça como ele; apenas se encontravam limitavam-se a trocar olhares significativos enquanto o amigo andava ocupado no serviço da igreja; assim porém que se acabavam as missas, e que saíam as verdadeiras beatas, reuniam-se os dois, e começavam a contar suas diabruras mais recentes, travando o plano de mil outras novas. Por complacência, ou antes por prova de decidida amizade, o companheiro confiava ao nosso gazeador um caniço, e faziam juntos o serviço e as maroteiras: a mais pequena que faziam era irem de altar em altar escorropichando todas as galhetas, o que lhes incendia mais o desejo de traquinar”.
A passagem acima foi extraída do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Romance de costumes, a obra trouxe para a ficção os ambientes mais populares do Rio de Janeiro e seus moradores, escolhendo como protagonistas os homens pobres, mas livres, do século XIX. Nesse romance é possível enxergar um modo de sociabilidade que Antonio Candido percebeu como estrutural daquela sociedade e da sociedade brasileira em geral. Considerando o fragmento de texto e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, Candido chamou esse tipo de sociabilidade de:
Nota: 10.0
A - malandragem.
Você acertou!
“A grande contribuição desse romance de costumes está na aposta de ficcionalizar o mundo popular do Rio de Janeiro. [...] Ao enquadrar essa população sem eira nem beira, Memórias de um sargento de milícias revela certo tipo de sociabilidade local até então não percebida por Teixeira e Sousa ou Macedo e que Antonio Candido, a certa altura, denominou de malandragem (livro-base, p. 100-101).
Questão 5/10 - Literatura Brasileira
Leia os fragmentos do poema abaixo: 
I 
“No meio das tabas de amenos verdores,
Cercadas de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.”
...........................................................................
IV 
“Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;”
....................................
Acima temos dois fragmentos do poema I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. Nele, o poeta maranhense usa um recurso que se convencionouchamar de harmonia imitativa. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que harmonia imitativa:
Nota: 10.0
A - é a correspondência entre o que se conta e o como se conta, forma de o ritmo mimetizar os episódios relatados no poema.
Você acertou!
Esta é a alternativa correta porque harmonia imitativa, que aparece no poema de Gonçalves Dias, é justamente essa técnica que busca conciliar a forma como se conta com o que se conta “Trata-se da técnica que se convencionou chamar de harmonia imitativa. O ritmo mimetiza os episódios do canto. Para cada parte há um tipo de metrificação diferente, mas sempre rigorosa e adequada ao conteúdo” (Livro-base, p. 86). As demais alternativas estão erradas porque não se trata de um efeito preso a uma forma poética ou gênero, ele pode ser obtido em qualquer formato. (p. 85)
Questão 6/10 - Literatura Brasileira
“A Praça da Alegria apresentava um ar fúnebre. De um casebre miserável, de porta e janela, ouviam-se gemer os armadores enferrujados de uma rede e uma voz tísica e aflautada de mulher, cantar em falsete a ‘gentil Carolina era bela’, doutro lado da praça, uma preta velha, vergada por imenso tabuleiro de madeira, sujo, seboso, cheio de sangue e coberto por uma nuvem de moscas, apregoava em tom muito arrastado e melancólico: ‘Fígado, rins e coração!’. Era uma vendedora de fatos de boi. As crianças nuas, com as perninhas tortas pelo costume de cavalgar as ilhargas maternas, as cabeças avermelhadas pelo sol, a pele crestada os ventrezinhos amarelentos e crescidos, corriam e guinchavam, empinando papagaios de papel. Um ou outro branco, levado pela necessidade de sair, atravessava a rua, suado vermelho afogueado, à sombra de um enorme chapéu-de-sol. Os cães, estendidos pelas calçadas, tinham uivos que pareciam gemidos humanos, movimentos irascíveis, mordiam o ar querendo morder os mosquitos. Ao longe, para as bandas de São Pantaleão, ouvia-se apregoar: ‘Arroz de Veneza! Mangas! Macajubas!’ Às esquinas, nas quitandas vazias, fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente”.
A passagem acima reproduz parte do segundo parágrafo do romance O mulato, de Aluísio de Azevedo. Publicado no mesmo ano da edição em livro de Memórias póstumas de Brás Cubas, em 1881, foi um sucesso de público. Ligado à estética realista-naturalista no Brasil, no trecho acima é possível perceber algumas das características centrais dessa escola, características que criam efeitos de objetividade e realismo buscados por essa escola literária. Considerando a passagem acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, entre as características da estética realista-naturalista que ajudam a criar o efeito de objetividade e realismo temos:
Nota: 10.0
A - a descrição e a redução das peripécias.
Você acertou!
Para produzir este efeito de objetividade os escritores da escola realista-naturalista procuravam descrever minuciosamente os espaços e ambientes em que suas personagens desenvolviam suas ações. Estas não deviam encobrir a representação objetiva do real, ou seja, a narração de muitas reviravoltas ou peripécias, base do melodrama e do folhetim, tende a chamar muita atenção e tirar o foco das condições de realidade em que as personagens estão postas: “Em linhas gerais, a prosa buscava a representação de uma realidade em seus detalhes de modo a deslindar as vicissitudes da sociedade contemporânea. [...] O romance realista-naturalista [...] tende a diminuir o papel da peripécia e apostar mais nas descrições da realidade representada – prefere descrever a narrar [...]. O romance, no afã da busca pela objetividade pela realidade, aposta nos detalhes (livro-base, p. 131, 132). O narrador intruso chama a atenção para si e para seu ponto de vista, expresso geralmente pela digressão. O narrador naturalista esconde-se atrás da narrativa. O fluxo de consciência leva o foco da história para os sentimentos e ideias do narrador e também não foi empregado pelos escritores naturalistas.
Questão 7/10 - Literatura Brasileira
Leia o poema abaixo: 
“Este é o rio, a montanha é esta,
Estes os troncos, estes os rochedos;
São estes inda os mesmos arvoredos;
Esta é a mesma rústica floresta.
Tudo cheio de horror se manifesta,
Rio, montanha, troncos, e penedos;
Que de amor nos suavíssimos enredos
Foi cena alegre, e urna é já funesta.
Oh quão lembrado estou de haver subido
Aquele monte, e às vezes, que baixando
Deixei do pranto o vale umedecido!
Tudo me está a memória retratando;
Que da mesma saudade o infame ruído
Vem as mortas espécies despertando”. 
O poema acima é do árcade Cláudio Manoel da Costa, cujos versos marcam o início da escola arcadista no Brasil. Considerando o poema acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira sobre a estética árcade e a obra de Cláudio Manuel da Costa, é correto afirmar que:
B - poema acima evoca a tristeza do eu lírico diante de um cenário que no passado foi lugar de um idílio amoroso.
Você acertou!
A alternativa b está correta porque reflexão do eu lírico trata do desencontro dos sentimentos que eram atribuídos àquele cenário revisitado. No passado foi palco de um amor que não mais existe. As demais alternativas estão erradas porque a presença da natureza é um traço predominante na poesia inicial árcade, como se vê nas referências a florestas, rios, montanhas etc. Outra característica importante do arcadismo é a presença dos elementos locais, como a descrição da rústica floresta, que caracteriza melhor a paisagem brasileira em comparação com o ambiente bucólico dos poemas das escolas europeias Por fim, não há referência no poema à ideia de felicidade e reencontro amoroso, tampouco a elementos ligados ao pecado e afins (livro-base, p. 62-64).
Questão 8/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir: 
“D. Glória não conhecia S. Bernardo, e essa ignorância me ofendeu, porque para mim S. Bernardo era o lugar mais importante do mundo.
— Uma boa fazenda! Não há lá essa água podre que se bebe por aí. Lama. Não senhora, há conforto, há higiene.
Glória retificou a espinha, ergueu a voz e desfez o ar apoucado:
— Não me dou. Nasci na cidade, criei-me na cidade. Saindo daí, sou como peixe fora da água. Tanto que estive cavando transferência para um grupo na capital. Mas é preciso muito pistolão. Promessas...
— Ah! É professora?
— Não. Professora é minha sobrinha.
— Aquela moça que estava com a senhora em casa do dr. Magalhães?
— Sim.
— E como é a graça de sua sobrinha, d. Glória?
— Madalena. Veja o senhor. Fez um curso brilhante...
[...]
Essa conversa, é claro, não saiu de cabo a rabo como está no papel. Houve suspensões, repetições, mal-entendidos, incongruências, naturais quando a gente fala sem pensar que aquilo vai ser lido. Reproduzo o que julgo interessante. Suprimi diversas passagens, modifiquei outras. [...] É o processo que adoto: extraio dos acontecimentos algumas parcelas; o resto é bagaço”.
Com o romance São Bernardo, de 1934, Graciliano Ramos consolidou o que se chamou de “romance de 30”. Tendo como referência o fragmento acima, retirado da obra São Bernardo, e sua leitura do livro-base Literatura Brasileira sobre o romance São Bernardo, leia as sentenças abaixo: 
I – Proprietário da fazenda São Bernardo, Paulo Honório é personagem e narrador do romance. Narrando em primeira pessoa, Honório conta a história quando se encontra solitário na fazenda.
II – No romance, Paulo Honorário conta a história de seu casamento com Madalena, o suicídio dela e a decadência da fazenda.
III – O romance tem um narrador em terceira pessoa, onisciente, que mostra ao leitor o que se passa com Paulo Honório e, ao mesmo tempo, as expectativas de Madalena sobre o casamento.
IV - O romance pode ser compreendido como uma crítica ao capitalismo. Paulo Honório, por exemplo, em vários momentos sobrepõe seus interesses pessoais e financeiros aos de camaradagem e sentimentos afetivos. 
Estão corretas apenas as afirmativas:
C - I, II e IV.
Você acertou!
As afirmativasI, II e IV estão corretas porque Paulo Honório é o narrador da história, cujos eventos se deram antes do momento em que narra, quando já está sozinho, viúvo e decadente; porque de fato o romance pode ser entendido como uma crítica ao capitalismo, uma vez que Paulo Honório coloca os interesses comerciais, produtivos e financeiros acima dos demais. A afirmativa III está errada porque o narrador do romance é o próprio Paulo Honório, que o narra em 1ª pessoa. Trata-se de um romance memorialista, de um homem solitário. (Livro-base, p. 214 e 215)
Questão 9/10 - Literatura Brasileira
Leia o texto abaixo: 
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e, em consequência, fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...] A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva”.
Após esta avaliação, caso queira ler o texto integralmente, ele está disponível em: ALAMBERT, F. A semana de 22. A aventura modernista no Brasil. São Paulo: Scipione, 1992. 
Esse texto é um marco da crítica ao movimento modernista. Nele o autor faz a crítica da exposição da pintora Anita Malfatti, em 1917. Embora reconheça o talento da pintora, critica sua adesão aos estilos da pintura de vanguarda europeia, julgando serem formas passageiras, que não teriam espaço nem continuidade no campo das artes visuais. Considerando a citação acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, esse texto e seu autor são, respectivamente:
E - Paranoia ou Mistificação - Monteiro Lobato
Você acertou!
Em 1917, Anita Malfatti realiza em São Paulo uma exposição. A reação à mostra é comumente identificada como o principal antecedente da Semana: Monteiro Lobato redigiu, para o jornal O Estado de S. Paulo, um artigo intitulado “A propósito da exposição Malfatti”, mais conhecido como “Paranoia ou mistificação?”. Esse título foi publicado no livro Ideias de Jeca Tatu em 1920 (livro-base, p. 177).
Questão 10/10 - Literatura Brasileira
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Neste sentido, também a primeira literatura dos descobrimentos, com seu tom grandiloquente, é literatura barroca Como também o é, em bloco, a literatura dos jesuítas: não só por sua temática contrarreformista, por sua concepção trágica da vida e do pecado, mas também por sua forma”.
O barroco no Brasil sofreu um processo de aclimatação, que se caracterizou por meio dos ajustes que os escritores da colônia procederam em relação às convenções literárias europeias. Esses ajustes se deram tanto no plano estilístico quanto no plano ideológico, que podem ser resumidos em dois conceitos. Considerando o fragmento acima e os conteúdos do livro-base Literatura Brasileira, é correto afirmar que esses dois conceitos são:
D - visão religiosa e visão transfiguradora.
Você acertou!
“O ajuste que as convenções literárias da Europa sofreram ao serem utilizadas pelos escritores coloniais estabeleceu alguns traços estilísticos e ideológicos que caracterizaram a produção dos primeiros séculos de colonização portuguesa no Brasil. Esses traços estão sintetizados nos conceitos denominados visão religiosa e visão transfiguradora” (livro-base, p. 41). As demais visões citadas (literária, alegórica, reformista) não são denominações empregadas no livro-base como conceitos que sintetizam esses traços da literatura barroca no Brasil.

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