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Atualidades para Todos os Cargos da PC BA Prof. Danuzio Neto 
Aula 03 
 
 
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Aula 03 - Atualidades 
Atualidades para Todos os Cargos da PC BA 
Prof. Danuzio Neto 
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SUMÁRIO 
SUMÁRIO 2 
CENÁRIO INTERNACIONAL IV 3 
A TENSÃO IRÃ E ESTADOS UNIDOS 4 
Ataques a navios petroleiros em Ormuz 4 
Irã e Arábia Saudita 5 
Morte do general Soleimani 6 
Resposta do Irã à morte de Soleimani 7 
Irã derrubou avião com 176 pessoas 9 
Protestos no Irã 9 
Os Estados Unidos estão atrás de petróleo no Oriente Médio? 10 
Navios iranianos no Brasil 11 
SÍRIA 12 
As forças que atuam na região: 12 
Ghouta Oriental (Síria) 13 
A influência russa no conflito sírio 13 
SUDÃO DO SUL 15 
TURQUIA 16 
Invasão da Turquia na Síria 17 
MIANMAR 21 
DECLÍNIO DO ESTADO ISLÂMICO 22 
CATAR 24 
ARÁBIA SAUDITA 26 
Morte de Jamal Khashoggi 26 
Reformas 26 
ARTIGOS 28 
ARTIGO 1: VERGONHA EM ALEPPO 28 
ARTIGO 2: VISÃO DO CORREIO: IRÃ E EUA REAGEM COM CAUTELA 29 
ARTIGO 3: CARTA DE MOSSUL 30 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 32 
LISTA DE QUESTÕES 47 
GABARITO 56 
RESUMO DIRECIONADO 57 
 
 
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CENÁRIO INTERNACIONAL IV 
O Oriente Médio é uma região estrategicamente situada entre o Ocidente e o mundo oriental, berço das 
mais antigas civilizações e de três religiões monoteístas, o Cristianismo, o Judaísmo e o Islamismo. 
Com o mundo dependendo cada vez menos de suas reservas de petróleo, a água tem surgido como nova 
fonte de preocupações para a região. 
Afora as questões energéticas e que envolvem os recursos naturais, o Oriente Médio se vê às voltas com a 
falta de solução para a Questão Palestina, com as ações militares recentes dos Estados Unidos contra o 
Afeganistão e o Iraque, além dos desdobramentos da Primavera Árabe, movimento que se iniciou em 18 de 
dezembro de 2010 anunciando-se como um possível sopro de liberdade para os povos da região. 
Sem a pretensão de explicar totalmente os complexos problemas deste subcontinente, nesta aula vamos 
destrinchar os temas da atualidade que ajudam a entender melhor o Oriente Médio, o berço de culturas milenares 
que influenciam até hoje o nosso modo de viver. 
O ORIENTE MÉDIO 
 
 
 
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A TENSÃO IRÃ E ESTADOS UNIDOS 
Em maio de 2018, Donald Trump anunciou que decidiu abandonar o acordo nuclear firmado com o Irã 
em 2015, o que acarreta na retomada de sanções contra o país asiático. Este é o ponto inicial da escalada de tensão 
entre os dois países que culminaria na morte do general iraniano Soleimani, em janeiro de 2020. 
O acordo de 2015 havia se baseado justamente na retirada de sanções, como contrapartida a medidas do 
Irã para regulamentar o próprio programa nuclear. 
Negociado durante o governo de Barack Obama, antecessor de Trump, o acordo também contava com a 
participação da Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia. Os EUA foram o líder das negociações. 
À exceção da Alemanha, esses países são os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações 
Unidas, portanto detentores de grande influência na diplomacia mundial. Mesmo com a saída dos Estados Unidos, 
França, Alemanha e Reino Unido permaneceram no acordo. 
Ao anunciar a saída dos Estados Unidos do acordo em maio de 2018, Trump afirmou que "o Irã é o principal 
Estado patrocinador do terrorismo". 
Em resposta ao ato unilateral de Donald Trump, Hasan Rouhani, o presidente iraniano, anunciou que o Irã 
"continuará" no acordo nuclear se seus interesses forem garantidos. O presidente iraniano ainda afirmou: "Não 
fizemos nada de errado e é inaceitável que os EUA se retirem”. 
No ano seguinte, em 2019, a relação entre os dois países ficou ainda pior. Em junho, as duas nações ficaram 
na iminência de um conflito armado. 
Donald Trump chegou a ordenar bombardeios ao país asiático, após o Irã ter anunciado a derrubada de 
um drone dos EUA. O presidente americano, no entanto, recuou em cima da hora. 
Os iranianos afirmam que a aeronave não tripulada sobrevoava perto de seu litoral. As Forças Armadas 
do Irã ainda asseguraram que enviaram advertências ao avião dos Estados Unidos antes de derrubá-lo. 
Em resposta à notícia do ataque abortado pelos Estados Unidos, o Irã afirmou que o conflito vai se espalhar 
pelo Oriente Médio e será incontrolável. 
Numa “tréplica”, Trump ordenou um ciberataque aos computadores militares iranianos, além de novas 
sanções econômicas. Estas novas sanções afetaram inclusive o líder iraniano, o aiatolá Ali Khamenei. 
Com o ataque norte-americano que matou o general Soleimani em janeiro de 2020, o Irã se retirou do 
acordo nuclear do qual os Estados Unidos já tinham saído unilateralmente, apesar de os países europeus 
participantes terem insistido para que o país persa continuasse. Em janeiro de 2020, inclusive, o Irã passou a 
enriquecer mais urânio do que fazia antes do acordo de 2015, conforme informações do próprio país asiático. 
 
Ataques a navios petroleiros em Ormuz 
Em junho de 2019, dois navios petroleiros que navegavam pelo Golfo de Omã, perto do Irã, foram atacados 
e incendiados parcialmente. 
Um dos navios, o Front Altair, pertence a uma companhia norueguesa. O outro, o Kokuka Courageous, é 
de uma empresa japonesa. 
Os incidentes aconteceram perto do Estreito de Ormuz, passagem em que um quinto do petróleo do 
mundo é escoado. 
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Segundo as agências de inteligência do EUA, os iranianos estavam por trás da ação. 
Após a divulgação das imagens que confirmariam a participação iraniana na ação, o Pentágono anunciou 
o envio de cerca de mil militares a mais ao Oriente Médio. 
 
Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/13/navios-petroleiros-sao-atacados-por-torpedos-no-golfo-do-oma.ghtml 
 
Irã e Arábia Saudita 
Em setembro de 2019, um ataque de drones provocou um incêndio em duas instalações petrolíferas 
(Abqaiq e Khurais) da empresa Saudi Aramco, na Arábia Saudita. 
Saudi Aramco é a empresa petroleira estatal que realiza e controla a maior parte da refinação do petróleo 
e dos campos petrolíferos na Arábia Saudita. 
Um mês antes, em agosto, outro drone já tinha atacado o maior campo petrolífero da Arábia Saudita, 
Shaybah, causando interrupções na sua atividade. Neste ataque em específico, o movimento rebelde do Iêmen 
conhecido como Houthi teria sido o responsável pelo incidente. A coalizão liderada pela Arábia Saudita tem 
realizado ataques aéreos contra posições do Houthi. 
Tanto nos ataques a drones de agosto quanto no de setembro, os Estados Unidos atribuem os ataques ao 
Irã. O governo persa, porém, nega ambas as acusações. 
Dando continuidade ao clima de tensão na região, um navio petroleiro de bandeira iraniana, em outubro 
de 2019, foi atacado por dois mísseis, enquanto navegava pelo Mar Vermelho, na costa da Arábia Saudita. 
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A fim de conter um possível avanço da ação desestabilizadora do Irã na região, os Estados Unidos 
anunciaram o envio, em outubro de 2019, de três mil soldados à Arábia Saudita, com o objetivo de elevar a 
capacidade de defesa do país, depois do ataque contra instalações petrolíferas da empresa Saudi Aramco e que 
provocaram uma queda temporária na oferta global do produto. 
Além dos soldados, o Pentágono enviou mais duas baterias de defesa antiaérea Patriot, além do 
sistema THAAD. 
 
Morte do general Soleimani 
A ofensiva norte-americana aos iranianos continuou no raiar de 2020. Logo no dia 2 de janeiro,o general 
IRANIANO Soleimani foi assassinado no aeroporto de Bagdá, no Iraque, em um ataque ordenado diretamente 
por Donald Trump. O líder paramilitar IRAQUIANO Abu Mehdi al-Muhandis também morreu no local. 
O iraniano era general da Força Al Quds, elite da Guarda Revolucionária do Irã, desde 1998, e era apontado 
como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do país. 
Ele exercia um papel-chave nas negociações políticas para formar um governo no Iraque e tinha uma 
atuação fundamental no reforço da influência diplomática de Teerã no Oriente Médio, especialmente no Iraque e 
na Síria. 
O general também era tido como uma peça fundamental na luta contra o Estado Islâmico no Iraque por 
ajudar a armar e treinar uma força paramilitar, o que muitos iraquianos consideram uma forma de colonização. O 
general era apontado como fundamental no combate ao Estado Islâmico. 
Sob liderança de Soleimani, o Irã reforçou o apoio ao Hezbollah, no Líbano, e outros grupos militantes pró-
iranianos, alguns dos quais considerados terroristas pelos Estados Unidos, como é o caso do próprio Hezbollah. 
O general também foi responsável pelo aumento da presença militar do seu país na Síria, onde organizou 
a ofensiva do governo de Bashar al-Assad contra grupos rebeldes durante a guerra civil que assola o país. Ele 
também armou milhares de milicianos xiitas muçulmanos que lutavam ao lado das tropas aliadas de Assad. 
Apesar de toda essa importância para o seu país, Soleimani era visto pelos Estados Unidos como o líder de 
uma organização terrorista que contribuía para desestabilizar a região. 
Em abril de 2019, os Estados Unidos designaram a Guarda Revolucionária do Irã como uma organização 
terrorista. Foi a primeira vez que Washington rotulou formalmente uma unidade militar de outro país como 
terrorista. 
A Guarda Revolucionária Iraniana é uma organização criada após a Revolução Islâmica de 1979. Na ocasião, 
o governo do país passou a ser supervisionado pelo clero. É uma espécie de exército paralelo que responde 
somente ao aiatolá Ali Khamenei, que ocupa o posto há 30 anos. 
O Pentágono ao justificar a morte do general, no entanto, não se concentrou apenas nas ações passadas 
do militar, mas insistiu que se tratava de uma medida de intimidação. Segundo o governo norte-americano ele 
estava "desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas e militares dos EUA no Iraque e em toda a 
região". 
A morte de Soleimani, em 02/01/2020, aconteceu em meio a uma escalada da já tensa presença do Estados 
Unidos no Oriente Médio. 
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No dia 29 de dezembro de 2019, militares norte-americanos mataram pelo menos 25 combatentes na 
fronteira com a Síria. Esse conflito aconteceu dois dias após a morte de um americano em um ataque por foguete 
contra uma base militar que abrigava soldados americanos em Kirkuk, no norte do Iraque. 
Em resposta, no dia 31 iraquianos invadiram a embaixada americana em Bagdá em forma de protesto 
contra as mortes do domingo. A invasão, segundo o Pentágono, teria sido aprovada por Soleimani e 
organizada pelo Irã. 
Em 2019, os EUA declararam a força revolucionária Al Quds como “uma organização terrorista”. 
“Esse passo sem precedentes reconhece a realidade de que o Irã não é só um Estado patrocinador do 
terrorismo, mas também que a IRGC (sigla em inglês da Guarda Revolucionária) participa, financia e promove o 
terrorismo como uma ferramenta estatal”, afirmou Trump à época. 
LINHA DO TEMPO TENSÃO ESTADOS UNIDOS X IRÃ 
- Maio/2018 – Donald Trump anunciou que decidiu abandonar o acordo nuclear firmado com o Irã 
em 2015. 
- Junho/2019 – Irã derruba drone norte-americano que sobrevoava o seu território. Em resposta, 
Donald Trump ordena bombardeios ao país asiático, mas recua em cima da hora. 
- Junho/2019 – Dois navios petroleiros que navegavam pelo Golfo de Omã, perto do Irã, foram 
atacados e incendiados parcialmente. Segundo as agências de inteligência do EUA, os iranianos 
estavam por trás da ação. 
- Agosto/2019 – Um drone atacou o maior campo petrolífero da Arábia Saudita, Shaybah, 
causando interrupções na sua atividade. Neste ataque em específico, o movimento rebelde do Iêmen 
conhecido como Houthi teria sido o responsável pelo incidente. 
- Setembro/2019 – Um ataque de drones provocou um incêndio em duas instalações petrolíferas 
(Abqaiq e Khurais) da empresa Saudi Aramco, na Arábia Saudita. EUA e Arábia Saudita atribuem ao 
Irã os atentados com drones ocorridos em agosto e em setembro. O governo iraniano nega ambas as 
acusações. 
- Outubro/2019 – Um navio petroleiro de bandeira iraniana foi atacado por dois mísseis, enquanto 
navegava pelo Mar Vermelho, na costa da Arábia Saudita. 
- Janeiro/2020 – Morte do general iraniano Soleimani. 
 
Resposta do Irã à morte de Soleimani 
Em resposta à morte do general Soleimani, ainda em janeiro de 2020 o Irã bombardeou duas bases no 
Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas. Mais de 20 mísseis iranianos atingiram as bases. 
A base aérea de Ain Al-Asad, no oeste do país, é uma das que foram atingidas, e a outra está em Erbil, na 
região curda do Iraque. A Guarda Revolucionária do Irã assumiu a responsabilidade pelos lançamentos dos mísseis 
a ambas as bases. 
Os mísseis atingiram áreas da base que não eram ocupadas por americanos e não há vítimas do país. 
Ademais, as forças armadas tiveram um aviso antecipado do ataque, o que deu às pessoas tempo de se abrigar em 
bunkers. 
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De certa forma, portanto, podemos dizer que a resposta do Irã foi tímida frente às promessas feitas pelo 
país persa. Alguns fatores explicam este comportamento do país asiático: 
- Os Estados Unidos possuem poder militar muito maior que o Irã, que é uma “potência” apenas regional; 
- Os Estados Unidos são uma potência nuclear, o Irã, não; 
- O Irã está cercado por bases militares norte-americanas dentro da sua própria “área de influência”, 
como podemos observar na imagem a seguir: 
 
 
No dia 12 de janeiro de 2020, houve novo ataque a uma base militar americana por parte dos iranianos, 
quando bombas atingiram a base militar de Balad, no Iraque. 
Neste ataque, pelo menos 4 soldados iraquianos ficaram feridos. 
O complexo militar abriga tropas dos Estados Unidos, mas a maioria dos americanos já havia se retirado 
do local por causa das tensões com o Irã. 
A bem da verdade, os ataques de janeiro de 2020 não são necessariamente uma novidade na escalada de 
tensão entre norte-americanos e iranianos. Bases dos EUA no Iraque sofreram diversos ataques com foguetes e 
morteiros em 2019, em ações que mataram sobretudo militares iraquianos, mas também um funcionário 
terceirizado americano, em 27 de dezembro. 
 
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Irã derrubou avião com 176 pessoas 
No mesmo dia em que bombardeou duas bases norte-americanas no Iraque, o Irã derrubou um avião 
ucraniano perto da capital Teerã. Morreram 176 pessoas na tragédia. 
Segundo o governo iraniano, os militares derrubaram sem intenção. O presidente iraniano, Hassan 
Rouhani, chamou o desastre de "erro imperdoável". 
Amir Ali Hajizadeh, o comandante das forças aeroespaciais, afirmou que a Guarda Revolucionária aceita a 
responsabilidade plena pelo incidente. 
A Guarda Revolucionaria explicou que o operador do sistema de defesa confundiu o avião com um míssil 
de cruzeiro. 
O avião foi derrubado por um míssil de curto alcance. 
A seguir, as nacionalidades das vítimas do ataque: 
 
 
Protestos no Irã 
Logo após o anúncio oficial de que o avião da Ukranian Airlines foi derrubado por um míssil disparado pelas 
defesas antiaéreas do país, diversos grupos de iranianos foram às ruas em protestoscontra o governo do Irã. 
Inicialmente, estudantes haviam marcado “apenas” uma vigília em memória das vítimas da explosão do 
Boeing 737 da Ukranian Airlines, mas a disposição dos grupos reunidos nas universidades mudou rapidamente com 
o anúncio do governo sobre o míssil disparado contra a aeronave. 
Além de prestarem solidariedade às vítimas, os manifestantes protestam contra as altas autoridades do 
país. 
Em vídeos publicados nas redes sociais, é possível ver grupos de dezenas e até centenas de iranianos em 
diferentes pontos de Teerã, especialmente em universidades, com palavras de ordem que pedem a renúncia do 
presidente Hassan Rohani e até a saída do país do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. 
http://noticias.r7.com/internacional/ira-admite-ter-derrubado-aviao-ucraniano-com-176-pessoas-11012020
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O Irã é governado por grupos político-religiosos desde 1979, quando a chamada Revolução Iraniana 
transformou o país em uma República Islâmica. O regime teocrático tem como líder supremo o aiatolá e também 
um presidente, formalmente eleito, mas ligado aos religiosos islâmicos. 
 
Os Estados Unidos estão atrás de petróleo no Oriente Médio? 
Quando se pensa nos Estados Unidos se metendo em confusão no Oriente Médio, logo imaginamos que 
seja atrás de petróleo. Talvez esse raciocínio fizesse sentido décadas atrás, mas será que atualmente ainda faz? 
Vejamos. 
Diferente do que aconteceu na década de 1970, quando os membros da Organização dos Países 
Produtores do Petróleo (Opep) decidiram diminuir a produção de petróleo (a fim de valorizá-lo) e eclodiram a 
primeira crise do petróleo, o mundo hoje é menos dependente das reservas do Oriente Médio. 
Os Estados Unidos, por exemplo, passaram a ser os maiores produtores de petróleo do mundo a partir de 
2018, ultrapassando a Arábia Saudita. Os dois países são aliados e têm no Irã um inimigo em comum. A Rússia, 
que possui interesses completamente diversos destas duas nações e que geralmente está em lado oposto da mesa 
no xadrez do Oriente Médio, é o terceiro maior produtor. O Canadá, que possui a terceira maior reserva de petróleo 
do mundo – atrás apenas da Venezuela e da Arábia Saudita -, é o quarto maior produtor. E, em quinto lugar, temos 
o Irã. Em 2018, o Brasil foi o décimo maior produtor mundial. 
Ou seja, ao contrário do que pode parecer, os Estados Unidos não precisam mais invadir um Irã da vida pra 
conseguir petróleo, já que os próprios norte-americanos são os maiores produtores do produto no mundo. Além 
disso, os norte-americanos contam com a estreita parceria de outros dois grandes produtores. Mas nem tudo é 
tão simples assim, como veremos adiante. 
O interessante é que o Irã tem uma abundância extraordinária de petróleo, mas por muitos anos trabalhou 
relativamente pouco para desenvolver sua capacidade de refino, sem a qual o petróleo bruto não é muito útil. Isso 
é em parte o resultado de o Irã ter um governo irresponsável e corrupto e, em parte, o resultado de sanções que 
dificultaram a construção de novas refinarias. Quando a expansão da Star Refinery no Golfo Pérsico, em Bandar 
Abbas, entrou em operação em 2018, a capacidade interna de refino do Irã foi duplicada e as importações de 
gasolina do país reduziram enormemente. 
Outro ponto de atenção, e é aqui que as coisas ganham certas nuances, é que apesar de ser o maior 
produtor de petróleo do mundo, os Estados Unidos importam bilhões de barris por ano – aproximadamente um 
terço vem de países da Opep. Contraditoriamente – ou não – os Estados Unidos também exportam uma 
quantidade enorme do material. Esses movimentos aparentemente contraditórios acontecem porque a maioria 
das refinarias nos Estados Unidos foi construída quando o país ainda era obrigado a depender muito do petróleo 
importado, por isso a maioria delas é otimizada para lidar com o material chamado “pesado” do exterior, em vez 
do “leve” do Texas. 
Se todo o comércio transfronteiriço de petróleo e derivados fosse suspenso, portanto, o Irã teria grandes 
problemas. Mas, enquanto não finaliza a transição da sua indústria, o mesmo aconteceria com os Estados Unidos, 
que muito provavelmente acabariam com um excedente de petróleo, mas sofrendo com a escassez de gasolina e 
outros combustíveis por não ter atualmente a capacidade completa para processá-lo. 
O governo Trump tem encorajado a produção nacional de petróleo e buscado reformas regulatórias para 
ajudar a tirar o governo do caminho, medidas que estão acelerando a atualização da indústria petrolífera dentro 
do seu país. Mas o presidente, ao agradar os agricultores de milho (com todo o seu etanol), também pode acabar 
retardando um pouco esse processo. 
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Navios iranianos no Brasil 
Opa! Não é porque essa confusão toda está acontecendo lá no Oriente Médio que o Brasil também não vai 
ter um dedinho que seja nessa história toda, não é mesmo? 
No final do primeiro semestre de 2019, dois navios iranianos (Bavand e Termeh) permaneceram durante 
dois meses atracados no porto de Paranaguá, no litoral do Paraná, por falta de combustível. A Petrobras se 
recusava a abastecer as embarcações por temer retaliações devido às sanções do governo americano contra o Irã. 
Apesar de o Brasil não reconhecer sanções unilaterais a um país, o nosso país temeu receber as sanções 
que os Estados Unidos impõem a empresas ou a países que negociam com os iranianos. 
A questão sobre o abastecimento dos navios iranianos foi parar no Supremo e acabou sendo decidida pelo 
presidente da Corte, Dias Toffoli, que determinou que a Petrobras fornecesse combustível aos navios, dado que 
as embarcações possuem contrato com a brasileira Eleva, que não é alvo das sanções norte-americanas. 
Ao decidir pelo abastecimento, Toffoli disse também que o impedimento da empresa de concluir o negócio 
traria prejuízos ao Brasil, que tem no Irã o seu maior mercado para exportação de milho. 
O Bavand partiu ao Irã com um carregamento de aproximadamente 50 mil toneladas de milho, enquanto 
o Termeh carregava outras 66 mil toneladas do grão. 
 
 
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SÍRIA 
Desde março de 2011, a Síria, país que faz fronteira com Turquia, Iraque, Líbano, Israel e Jordânia, enfrenta 
uma guerra civil. O que começou como uma série de protestos populares conhecidos como Primavera Árabe, 
contra o governo do ditador Bashar al-Assad, evoluiu para combates com grupos armados entre oposição e 
governo. 
Após tentativas frustradas de acordos, a guerra civil na Síria se arrasta por anos e continua deixando um 
rastro de destruição e mortes no país. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), o conflito no 
país deixou mais de 60 mil mortos apenas em 2016, provavelmente o auge da carnificina e da crise humanitária do 
país. O interessante é que o Brasil, em “tempos de paz”, também em 2016 teve inacreditáveis 61.919 mortes 
violentas (homicídios). 
Possíveis desentendimentos diplomáticos entre Estados Unidos e Rússia são sempre uma ameaça de um 
recrudescimento do conflito na região. Há, porém, sinais concretos de que um período de paz possa se iniciar. 
Rússia e Turquia, em dezembro de 2016, chegaram a estabelecer um cessar-fogo na região. O regime sírio, 
porém, continuou bombardeando áreas dominadas pelos grupos rebeldes. Novas negociações de paz 
aconteceram em 2017, porém, sem sucesso, tendo em vista as constantes violações de trégua de ambas as partes. 
Desde 2014, os Estados Unidos lideram uma coalizão que combate o Estado Islâmico e outros grupos 
envolvidos na guerra civil da Síria (o combate, no entanto, restringe-se ao Estado Islâmico e não trata sobre a 
derrubada do presidentesírio, que se sustenta também com o apoio da Rússia). Os EUA participam da operação 
com aviões, mísseis e drones. Em setembro de 2016, dois aviões e um drone americanos bombardearam por 
engano bases do Exército da Síria, matando 62 soldados e ferindo ao menos 100. Os EUA reconheceram o erro e 
militares disseram a jornalistas que buscavam atacar o Estado Islâmico. Os EUA também fornecem treinamento e 
armas a grupos locais. Em janeiro de 2018, a França pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança 
da ONU para "avaliar os riscos humanitários" na Síria, já que a situação neste país pode se agravar após novo 
ataque feito pela Turquia contra uma milícia curda que combate o Estado Islâmico ao norte da Síria. 
Desde o início da guerra, em 2011, quase meio milhão de sírios morreram. O conflito também contribui 
para que o mundo enfrente a crise mais grave de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial: 65,5 milhões de 
pessoas deixaram suas casas fugindo de guerras, perseguições e violações de direitos humanos. O conflito ainda 
provocou o deslocamento de mais de 6 milhões de pessoas, e outras 5,5 milhões fugiram para o exterior. A 
Turquia foi o principal destino desses refugiados, ao receber 2,7 milhões de sírios que fugiam da guerra. 
 
As forças que atuam na região: 
República Árabe Síria – Representadas pelas Forças Armadas sírias (lideradas pelo presidente Bashar al-
Assad), tentam manter o presidente no poder. Enfrentam três inimigos. Tem o apoio do Iraque, Irã, Hezbollah 
libanês e Rússia. 
Exército Síria Livre – Representado por vários grupos que se rebelaram contra Al-Assad. Apoiados por 
Turquia, Arábia Saudita e Quatar. 
Partido da União Democrática – Representado pelos curdos, reivindica a autonomia do povo curdo 
dentro da Síria. Tanto o Exército Síria Livre quanto os curdos são apoiados pelos Estados Unidos, União Europeia, 
Austrália, Canadá, dentre outros. Os Estados Unidos, no entanto, recusam-se a intervir militarmente na região. 
Estado Islâmico – Grupo terrorista que pretende declarar um califado na região. Chegou a ter sob seu 
domínio cidades importantes, mas foram derrotados pelas potências ocidentais. 
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Ghouta Oriental (Síria) 
Ghouta Oriental, região próxima de Damasco, foi o último grande bastião dos rebeldes sírios e ficou sitiada 
por aproximadamente quase cinco anos pelo regime de Assad. 
Segundo António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, Ghouta Oriental é o inferno na terra, já 
que entre fevereiro e março de 2018 a região foi alvo de uma ofensiva das forças pró-regime sírio (pró-Assad), que 
tentaram e conseguiram reconquistá-la. Como as forças “oficiais” cercavam toda a Ghouta Oriental, a região, na 
prática, era um enclave rebelde. 
Foi em Ghouta Oriental que, em 2013, o governo fez um ataque com gás sarin, que matou quase 1.500 
pessoas. Por conta desse ocorrido, e pela reação internacional ao ataque, o regime posteriormente concordou em 
eliminar o seu arsenal de armas químicas, ainda que haja indícios de que nem todas tenham sido destruídas. 
Ghouta Oriental abriga várias cidades e vilarejos, cuja maior cidade é Douma, onde estão baseados os três 
principais grupos rebeldes na região. Estes grupos lutam tanto contra o governo de Assad quanto, em menor 
proporção, também entre si. 
O maior desses grupos é o Jaysh al-Islam (Exército do Islã), que defende um governo baseado na sharia e 
teria recebido recursos da Arábia Saudita. Os outros dois, ambos são apoiados pela Turquia, são o Faylaq al-
Rahman, que é tido como moderado e ligado ao Exército Livre da Síria, e o Ahrar al-Sham, um grupo salafista e 
jihadista. 
O mapa a seguir mostra a proximidade de Ghouta Oriental em relação a Damasco, a capital da Síria. 
 
Fonte: http://www.orientemidia.org/al-ghouta-oriental-ultimos-redutos-do-terrorismo/ 
 
A influência russa no conflito sírio 
Vladimir Putin, o presidente russo, é um notório apoiador do regime de Bashar al-Assad na Síria, o que 
causa desconforto ao Ocidente. Após ataque com armas químicas contra civis ocorrido na Síria em abril deste ano, 
o secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, esteve em Moscou com a finalidade de pressionar Putin 
a parar de apoiar Assad, a quem o Ocidente acusa de ter realizado o ataque químico citado. No contexto desse 
problema, os chanceleres do G7, grupo que reúne as nações mais industrializadas do planeta, chegaram a 
comentar que não teriam a intenção de "isolar ainda mais a Rússia no cenário internacional" ao decidirem não 
impor novas sanções contra Moscou por sua aliança com o governo sírio. Os esforços de Tillerson, no entanto, 
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podem ter resultados praticamente irrelevantes. Em primeiro lugar, os russos, que foram bastante penalizados 
pela comunidade internacional após a anexação da Criméia e do conflito na Ucrânia já não veem mais riscos de 
sanções que sejam ainda mais prejudiciais. Em segundo lugar, há ainda um firme compromisso de Putin com a 
Síria que dificilmente será desfeito de uma hora para outra. 
A relação de Putin com Assad não pode ser descrita como uma impecável e longa lua de mel. Putin 
inclusive chegou a criticá-lo publicamente em entrevista ao jornal alemão Bild, em 2016: "(Assad) cometeu muitos 
erros durante o conflito. Vocês e eu sabemos que o conflito não teria alcançado tal amplitude se desde o início não 
tivesse sido alimentado a partir do exterior por enormes quantidades de dinheiro, armas e combatentes". Por já 
ter feito um grande investimento econômico/militar na região, o presidente russo tem interesses estratégicos, 
políticos e pessoais na Síria. Após as sanções impostas pelo governo do ex-presidente Barack Obama e da União 
Europeia, (após a anexação da Crimeia e do conflito na Ucrânia), a Rússia só não se tornou um país isolado porque 
voltou seus olhos para o Oriente Médio. Segundo especialistas, a Rússia teme que a Síria se torne uma 'zona livre' 
para os jihadistas e que elas passem a coordenar e operar com radicais islâmicos na Rússia. Assim, isolada pelo 
Ocidente, a Rússia, em aliança com o governo sírio, tornou-se influente no Oriente Médio, uma região cobiçada 
pela Europa e pelos Estados Unidos. Embora a região seja complicada por conta de sua volatilidade e 
complexidade de interesses, etnias e mudança de governos, Moscou tem surgido como uma importante potência 
com influência na região. Muitos países do Oriente Médio, inclusive, têm procurado a Rússia a fim de conseguir 
treinamentos e armas. Para os países do Oriente Médio, foi surpreendente notar que a Rússia, com uma força 
militar relativamente pequena, conseguiu virar o curso da guerra síria e fincou uma posição que impediu que outras 
nações, como a Turquia, a Arábia Saudita e os EUA pudessem atacar abertamente o governo sírio. O sucesso russo 
se deu apesar do ambiente extremamente hostil. No final de 2016, os russos apareceram como “proprietários” do 
Mar Negro, do Mediterrâneo Oriental, além de estarem trabalhando com grandes potências da região: a Síria, o 
Irã e a Turquia. 
O mapa a seguir demonstra a proximidade geográfica da Rússia com o Oriente Médio. Essa proximidade 
explica, em parte, o desejo dos russos, que almejam ser uma potência global, em manter pelo menos esta parte 
do globo sob sua influência. O leste europeu que já fez parte da União Soviética e seria uma natural área de 
influência russa, atualmente é mais pró-ocidente, a ponto de muitos países fazerem parte – ou desejarem fazer – 
da Otan. 
 
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SUDÃO DO SUL 
Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o Sudão do Sul substituiu a Síria como a crise de 
refugiados quemais cresceu no mundo em 2016. 
O número de pessoas que fugiu do Sudão do Sul subiu de 854,1 mil em 2015 para 1,4 milhão no fim de 
2016. Outros 1,9 milhão são deslocados internos. A Síria, no entanto, continua como o país com o maior número 
absoluto de refugiados (5,5 milhões), seguida pelo Afeganistão (2,5 milhões) e pelo Sudão do Sul (1,4 milhão). 
Apesar da grande repercussão da crise de refugiados na Europa, 84% deles estão em países de baixa e 
média renda. A Turquia é o país que mais recebe refugiados, com 2,9 milhões, seguida por Paquistão (1,4 milhão), 
Líbano (1 milhão) e Irã (979, 4 mil). 
 
 
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TURQUIA 
Assim como a Rússia, que é governada por Vladimir Putin desde 1999, a Turquia também é comandada 
por um governante longevo no poder: Recep Tayyip Erdogan. 
Erdogan é presidente da Turquia desde 2014 e foi primeiro-ministro de março/2003 a agosto/2014. Ou seja, 
Erdogan tem um papel de destaque na política turca, pelo menos, desde março de 2003, quando se tornou 
primeiro-ministro. Seu começo na política, no entanto, remonta ao começo dos anos 90, quando foi eleito prefeito 
de Istambul. Anos depois, em 2001, Erdogan fundou o Partido Justiça e Desenvolvimento, AKP, de viés 
conservador, que chegaria ao poder em 2002. Para alcançar esse sucesso eleitoral, no entanto, o partido adotou 
um discurso pró-Ocidente – que defendia costumes conservadores e flexibilidade em todos os outros setores da 
sociedade. Nos últimos cinco anos, porém, deixando um pouco de lado o discurso que agradou o Ocidente, 
Erdogan tem tentado ampliar seus poderes e dá sinais de que pretende implantar um regime autoritarista. 
O ápice de sua guinada autoritária ocorreu em 2013, quando começou a tentar emplacar formas de se 
manter no poder mesmo após deixar o cargo de primeiro-ministro e se tornar presidente. Desde então, seu grande 
objetivo político tem sido conseguir a aprovação de um referendo popular que transforme, de parlamentarismo 
em presidencialismo, o sistema político do país – o que lhe daria poderes de Executivo. Na prática, porém, embora 
devesse ter, como presidente, apenas funções cerimoniais de chefe de Estado, é Erdogan quem governa a Turquia. 
De 2013 para cá, Erdogan reprimiu com brutalidade manifestantes contrários a seu governo. E, como todo 
líder autoritário, fechou veículos de imprensa de oposição e perseguiu e prendeu jornalistas destes veículos (nos 
números das estatísticas tristes, a Turquia tem a quarta posição dos países com mais jornalistas presos no mundo). 
Como se não bastasse, Erdogan ainda é acusado de envolvimento em um milionário escândalo de corrupção. 
Acuados pelas acusações, o político deu início a uma caça às bruxas nas forças policiais, no Ministério Público e no 
Judiciário, que culminou na expulsão de milhares de policiais, procuradores e juízes. 
 
Mundo reclama da repressão continuada após a tentativa de golpe 
Apesar de os líderes ocidentais terem condenado uma tentativa de golpe que ocorreu na Turquia em 2016, 
estes também criticaram a repressão violenta e a postura autoritária que Erdogan demonstrou a partir de então. 
Em sua defesa, e inconformado com as críticas recebidas, o mandatário turco fez a mídia pró-governo do país 
afirmar, sem qualquer prova, que os Estados Unidos estariam envolvidos na conspiração que tentara derrubar o 
governo (coincidência ou não, esta desculpa, a de que os Estados Unidos tentam derrubar o governo, há muito 
tempo é a preferida dos regimes que não andam muito bem das pernas). 
Com massiva propaganda do governo, pesquisas de opinião indicavam que a maioria dos turcos acreditava 
no envolvimento dos EUA – o que pode levar com que a situação turca evolua para um regime autocrático que vise 
a sufocar essa “conspiração”. A fim de fazer frente aos líderes ocidentais, Erdogan ainda se aproximou de Vladimir 
Putin e namora um alinhamento com o Irã. Ele quer que os EUA extraditem Fethullah Gulen, o líder religioso que 
a Turquia acusa ser o mentor da tentativa de golpe. Segundo ministro da Justiça da Turquia, Bekir Bozdag, a 
extradição é um teste político para confirmar se os EUA apoiam ou não o país. 
 
Referendo de 2017 
Em abril de 2017, finalmente, Erdogan conseguiu realizar o referendo que há anos tentava emplacar e que 
tinha o propósito, principalmente, de substituir o sistema parlamentarista pelo presidencialismo. No fim, com o 
resultado esperado pelo presidente, Erdogan conseguiu aprovação popular para que seus poderes fossem 
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ampliados (referendos como este, vale lembrar, não são incomuns em governos autoritários e populistas. O ex-
presidente venezuelano Hugo Chávez, por exemplo, conquistou por meio de um referendo o direito de concorrer 
a reeleições ilimitadas. Hitler, Napoleão Bonaparte, Mussolini e Evo Morales foram outras figuras políticas que se 
utilizaram de expediente parecido). Com 100% das urnas apuradas, o "Sim" teve 51,2% contra 48,8% do "Não". 
Nas três maiores cidades do país, Istambul, Ancara e Izmir, no entanto, o "Não" venceu. 
Após cerca de 55 milhões de turcos terem ido às urnas, o resultado do referendo determina mudanças no 
sistema político turco e em suas relações com a União Europeia. O triunfo da reforma, que só vai começar a ser 
aplicada a partir de 2019, permitirá, na prática, que Erdogan possa governar até o longínquo ano de 2029. Vamos 
lembrar, para todos os efeitos, que Erdogan já está à frente do Executivo turco desde 2003. Se seus planos se 
concretizarem, portanto, Erdogan ficará, no mínimo, 26 anos ininterruptos no poder. 
O Partido Republicano do Povo (CHP), que é o principal partido de oposição, pediu a recontagem de 37% 
dos votos do referendo depois de ter denunciado atos que considerou ilegais. Já o líder do também oposicionista 
MHP afirmou que o resultado deve ser respeitado. Dentre as principais denúncias da oposição, destacam-se: a 
pouca quantidade de cédulas de voto em algumas localidades do país e a falta de cabines para manter o voto 
secreto em algumas regiões. 
As relações entre a Turquia e a União Europeia (UE), que já não estavam boas por conta da forte repressão 
do governo turco aos seus opositores, degradaram-se muito na reta final da campanha do referendo, quando 
Erdogan acusou alguns países europeus de "práticas nazistas". Ademais, Erdogan indicou que a candidatura da 
Turquia à UE, que há anos parece não ter uma evolução, seria colocada "sobre a mesa" depois do referendo. Após 
o resultado da votação, a UE emitiu um comunicado aberto direcionado ao governo turco: "Levando em conta o 
apertado resultado do referendo e as implicações substanciais das emendas constitucionais, também pedimos às 
autoridades turcas que busquem o maior consenso nacional possível em sua implementação". 
Em junho de 2018 Erdogan foi reeleito, o que lhe permitirá ficar no poder, no mínimo, até 2023. 
Em 2018 também houve eleições parlamentares na Turquia. O partido de Erdogan garantiu maioria no 
parlamento. Sua coligação, chamada de Aliança do Povo, aparece com 53,6% dos votos, seguida pela oposição, 
Aliança da Nação, com 34,1% dos votos. 
 
Invasão da Turquia na Síria 
No começo de outubro de 2019, a Turquia iniciou ataques a posições curdas no lado sírio da fronteira. O 
governo turco considera terroristas os combatentes curdos – enquanto os EUA financiavam essas milícias porque 
elas enfrentavam extremistas do Estado Islâmico. 
Com a retirada norte-americana, a Turquia viu caminho livre para atacar milícias curdas. O presidente 
norte-americano, Donald Trump, alertou que "destruiria a economia turca" em caso de ataque. Porém, até 
outubro, a Casa Branca apenas autorizou sanções contra o governo de Erdogan – sem começar a aplicá-las. 
Em meio ao desenrolar do conflito,o Pentágono confirmou que militares da Turquia abriram fogo contra 
soldados dos Estados Unidos em um posto em Kobani, na Síria. Nenhum norte-americano se feriu. 
O Pentágono alega que a Turquia sabe da presença dos militares norte-americanos no local. O governo 
turco se defendeu, e disse que os EUA não eram o alvo do ataque. 
Segundo as Forças Democráticas Sírias (SDF, sigla em inglês), o ataque turco ao norte da Síria ressuscitou 
o Estado Islâmico. A SDF ainda pediu que estados aliados que ajudaram a lutar contra o grupo jihadista fechassem 
o espaço aéreo para aviões de guerra turcos. 
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Em resposta à ameaça turca, ainda em meados de outubro de 2019 os curdos se aliaram à Síria. 
Forças leais ao presidente sírio, Bashar Assad, entraram em várias cidades do nordeste da Síria após acordo 
com combatentes curdos para fazer frente à invasão turca. O avanço de Assad, após a retirada das tropas dos EUA 
da região, altera novamente as alianças em constante mutação nos longos anos da guerra civil na Síria. 
Até antes da aliança com os curdos, e desde que se retirou ou foi expulso por rebeldes nos últimos anos, o 
governo sírio havia sido quase totalmente ausente no nordeste. As Forças Democráticas da Síria (FDS), a milícia 
curda que atuava ao lado dos EUA no combate ao Estado Islâmico, tornou-se desde então a força política 
predominante da região. 
Ainda que os curdos sírios nunca tenham declarado o governo de Assad como inimigo, o presidente sírio 
via com desconfiança seu objetivo de ter um governo autônomo e prometia retomar a autoridade sobre o 
território. Com as tropas americanas na região, porém, isso era praticamente impossível. 
Porém com a decisão do presidente Donald Trump de retirar as tropas americanas para deixar o caminho 
livre para a invasão da Turquia - que considera as milícias curdas "terroristas" ligados ao Partido dos Trabalhadores 
do Curdistão (PKK) - acabou permitindo que o governo sírio retomasse algum controle sobre esta parte do seu 
território. 
Se as forças do governo sírio conseguirem alcançar a fronteira da Turquia, ao norte, e a do Iraque, ao leste, 
será um grande avanço na busca de Assad para restabelecer seu controle sobre toda a Síria. 
O acordo foi feito para permitir que as forças sírias assumam a segurança de áreas fronteiriças, enquanto 
os curdos mantêm o controle de instituições locais. Enquanto isso, as forças pró-Turquia, que operam sob o 
Exército Nacional Sírio (ENS), uma facção rebelde integrante da oposição a Assad, iniciaram nesta segunda uma 
operação para tomar a cidade de Manbij das milícias curdas. 
Em meio ao rearranjo de forças, fontes locais informaram que cerca de 500 simpatizantes do grupo 
terrorista Estado Islâmico, detidos sob a tutela curda, escaparam das prisões durante os bombardeios. Nesta 
segunda, sem oferecer evidências, Trump sugeriu que forças curdas libertaram alguns dos prisioneiros do EI de 
propósito, para tentar impedir que as forças americanas deixem a região. "Vocês realmente acreditam que 
entraremos em outra guerra contra a Turquia, que é membro da Otan? As guerras sem fim terminaram", disse 
Trump. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Até antes do acordo feito entre curdos e sírios, assim estavam dispostas as forças que atuam na região: 
 
Outro ponto que costuma chamar a atenção de quem acompanha os conflitos da região são as 
combatentes curdas, sobretudo as integrantes da brigada exclusivamente feminina (parte da Unidade Zeravani) 
que luta nas linhas de frente contra o Estado Islâmico. Jovens e motivadas a combater o grupo extremista e lutar 
pela autonomia do Curdistão, as integrantes do batalhão feminino portam as mesmas armas que seus colegas 
homens e, como eles, matam e são mortas durante o combate. 
As imagens a seguir mostram algumas dessas combatentes curdas. 
 
Fonte: https://diplomatique.org.br/as-mulheres-e-a-batalha-de-mossul/ 
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Fonte: https://anarquiabarbarie.wordpress.com/2016/01/09/identificacao-dos-atores-do-conflito-sirio-os-curdos/ 
 
 
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MIANMAR 
A crise humanitária em Mianmar teve início em meados de 2017, em Rakhine, estado localizado na região 
oeste de Mianmar, quando a violência eclodiu entre o exército birmanês (apoiado por milícias budistas) e a minoria 
muçulmana ROHINGYA. O conflito eclodiu após anos de tensões étnicas na região. 
O resultado dos confrontos é uma crise humanitária que vem sendo ignorada pela comunidade 
internacional e até pelo próprio governo do país. Apesar de pouco conhecida, essa crise já fez com que mais de 
600 mil pessoas dessa etnia buscassem refúgio em Bangladesh. 
Os ROHINGYA são considerados o “povo mais perseguido do mundo” e são, cultural e religiosamente, 
diferentes da maioria budista do país e representam apenas 4% da população de Mianmar. Por conta da 
perseguição sofrida, os Rohingya têm acesso restrito aos serviços públicos, dentre outras limitações sociais que 
sofrem do governo. O governo, no entanto, afirma que não há nenhum tipo de perseguição no país, discordando 
do posicionamento da ONU sobre a questão. 
O assunto tem sido muito cobrado em prova, como pode ser observado a seguir: 
Questão para fixar 
(VUNESP - PC-SP - 2018) 
Leia a notícia de O Globo de 14.set.2017. 
Este povo é conhecido como “a minoria mais perseguida do mundo”. Os muçulmanos rohingya, 
que desde agosto de 2017 protagonizam uma fuga em massa do país onde vivem, são vítimas de 
múltiplas discriminações: trabalho forçado, extorsão, restrições à liberdade de circulação, regras de 
casamento injustas e confisco de terras. Há séculos vivendo no mesmo território, são considerados 
um povo sem Estado e não são reconhecidos como um dos 135 grupos do país. 
(Globo – https://glo.bo/2HyTvmx. Acesso em 12.abr.2018. Adaptado) 
Os rohingya fogem 
a) das Filipinas e cruzam a fronteira em direção à Índia. 
b) de Mianmar e dirigem-se, principalmente, para Bangladesh. 
c) do Nepal e migram em massa para acampamentos na China. 
d) da Indonésia e deslocam-se, principalmente, para o Paquistão. 
e) da Índia e buscam asilo, principalmente, na Coreia do Sul. 
Comentário: 
O resultado dos confrontos em Mianmar é uma crise humanitária que vem sendo ignorada pela 
comunidade internacional e até pelo próprio governo do país. 
Apesar de pouco conhecida, essa crise já fez com que mais de 600 mil pessoas da etnia Rohingya 
buscassem refúgio em Bangladesh. 
 Gabarito: B 
 
 
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DECLÍNIO DO ESTADO ISLÂMICO 
O Estado Islâmico também sofre derrotas 
Em outubro de 2016, rebeldes sírios, apoiados pela Turquia, conseguiram expulsar o EI da emblemática 
Dabiq, pequena cidade ao norte da Síria onde Mohammed Emwazi, extremista britânico também conhecido como 
Jihadi John, decapitou Peter Kassig, americano que se dedicava a trabalhos humanitários. Meses depois, entre 
janeiro e fevereiro de 2017, a Síria divulgou que suas forças oficiais haviam expulsado o IE de mais de 30 localidades. 
Conforme anúncio do próprio exército, este conseguiu “durante uma vasta operação militar iniciada há 20 dias, 
retomar o controle de mais de 32 localidades e aldeias a nordeste de Aleppo, ocupando uma superfície total de 
250 quilômetros quadrados”. 
 
Perder Dabiq significou uma dupla derrota ao EI 
A expulsãodo EI de Dabiq significou um duplo golpe na propaganda do grupo terrorista. Primeiro, pela 
perda territorial em si e, segundo, pelo fato de o grupo ter sido derrotado pela população que ele diz representar. 
 
Mossul, o último grande reduto do IE no Iraque, Raqqa, último grande reduto na Síria 
Em junho de 2017, com nove meses de batalhas para recuperar a cidade de Mossul das mãos do Estado 
Islâmico, que a considerava a sua capital no Iraque, forças iraquianas iniciaram o que seria o capítulo final da 
batalha. A cidade, por ser densamente povoada e cheia de ruelas estreitas, teve combates travados de casa em 
casa. No meio de tudo, 100 mil civis passavam pelas mais diversas privações, inclusive de água e comida, no que a 
ONU considerava um escudo humano sordidamente usado pelo grupo terrorista. Finalmente, em julho de 2017, 
as forças iraquianas anunciaram a retomada de Mossul. A cidade, no entanto, está em ruínas. Segundo estimativas 
da ONU, a reconstrução da infraestrutura básica da cidade irá custar mais de 1 bilhão de dólares e pode levar anos. 
A desocupação de Mossul pelo Estado Islâmico apresentou um quadro que foi definido pelas Nações 
Unidas como uma crise humanitária, sendo que milhares de pessoas foram mortas e 900 mil deixaram suas casas. 
Dando continuidade ao movimento de enfraquecimento das linhas do EI, as forças sírias também tomaram 
a cidade de Raqqa, por meio de uma coalizão liderada pelos EUA, outro duro golpe contra o grupo, já que este era 
o último grande reduto do EI na Síria. Enquanto Mossul era considerada a capital do Estado Islâmico no Iraque, 
Raqqa era tida como a capital do grupo terrorista, já que abrigava oficiais do alto escalão do EI e funcionava nos 
moldes estabelecidos pelo grupo e seus preceitos fundamentalistas. 
Esse episódio demonstra de forma clara a crescente fragilidade do EI, que vem perdendo grandes porções 
de território nos últimos anos. 
 
O Estado Islâmico ainda não é uma força a se menosprezar 
Apesar das conquistas comentadas nos itens anteriores, o grupo ainda controla várias cidades tanto na 
Síria quanto no Iraque. As forças iraquianas, por exemplo, são incapazes de recuperarem essas áreas sem um 
massivo apoio aéreo dos Estados Unidos. 
 
 
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Relações diplomáticas sensíveis atrapalham uma ofensiva mais articulada na Síria 
Apesar de várias forças internacionais estarem na luta contra o Estado Islâmico, a diplomacia entre os 
países, ou a falta dela, impede que estes se articulem de maneira mais efetiva para combater o grupo terrorista. 
Por exemplo, os americanos disputam com o regime sírio e seus aliados (Irã e Rússia, que não são os melhores 
amigos dos Estados Unidos) sobre quem lutará em Deir Ez-zor e em que áreas. 
 
Morte de Abu Bakr al-Baghdadi 
Em outubro de 2019, os Estados Unidos lançaram uma operação na província de Idlib, no noroeste da Síria, 
que culminou na morte do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, até então um dos terroristas mais 
procurados do mundo. 
Durante a operação, o terrorista lutou em um breve confronto com soldados norte-americanos e entrou 
em um bunker onde se escondia. Em seguida, o líder do Estado Islâmico detonou um colete explosivo, cometendo 
suicídio. 
Abu Bakr al-Baghdadi estava em Idlib com alguns familiares, que morreram nas explosões. 
Após o ataque, o complexo foi destruído por bombas lançadas por aviões americanos. 
A ofensiva ocorreu semanas após Trump anunciar a retirada das tropas americanas do norte da Síria, 
decisão que gerou polêmica por ser considerada um "sinal verde" para a Turquia combater as milícias curdas, que 
vinham ajudando a coalizão internacional no combate ao Estado Islâmico na região. 
 
Execuções na Nigéria 
Para vingar a morte do líder do grupo, Abu Bakr al-Bagdhadi, e do seu porta-voz, Abul-Hasan Al-Muhajir, 
uma facção nigeriana do grupo jihadista Estado Islâmico divulgou, no dia 26/12/2019, vídeo no qual 11 homens são 
executados, um a tiro e os restantes decapitados. O grupo afirmou que se tratava de cristãos e a intenção com as 
execuções foi, segundo um dos islamitas, "uma mensagem para os cristãos do mundo inteiro". 
O grupo nigeriano responsável pelas mortes seria proveniente de uma cisão no grupo islamista nigeriano 
Boko Haram, que mudou de campo e assumiu o nome Província da África Ocidental do Estado Islâmico (Iswap na 
sigla em inglês). 
A operação dos EUA, que resultou na morte dos dois líderes, ocorreu em outubro de 2019. Quase dois 
meses depois, em 22 de dezembro, o Estado Islâmico anunciou nova campanha para "vingar" as mortes. Desde 
então, uma série de ataques ocorreu em vários países. 
Na África, os principais alvos têm sido as forças militares e as comunidades cristãs, procurando conversões 
forçadas ao islamismo e executando quem se recusa. 
Em sua mensagem de Natal, o papa Francisco denunciou esses ataques. O pontífice desejou conforto 
àqueles que são perseguidos pela fé religiosa, especialmente missionários e membros dos grupos de fiéis que 
foram raptados, além das vítimas dos ataques de grupos extremistas, particularmente em Burkina Faso, no Mali, 
Níger e na Nigéria. 
 
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CATAR 
Em junho de 2017, Líbia, Iêmen, Egito, Arábia Saudita, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos cortaram as 
relações diplomáticas com o Catar, então acusado de criar instabilidade na região do Golfo Pérsico, ao apoiar 
grupos terroristas. O Catar, por sua vez, afirmou que o rompimento é injustificado. 
Segundo os vizinhos, o Catar estaria apoiando grupos terroristas, como a Irmandade Muçulmana. 
O estopim para a crise, no entanto, ocorreu com algumas declarações atribuídas ao emir do Catar, Tamim 
bin Hamad al-Thani, que teria sido benevolente com Teerã, o que causa antipatia entre os sauditas. 
Após as declarações do emir, os meios de comunicação do Catar foram censurados em todos os territórios 
da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito. O governo do Catar, em defesa, alegou em seguida 
que o Emir nunca teria proferido essas declarações, e que o país teria sido vítima de um ataque hacker. 
Ademais, há uma proximidade também do Catar com os Estados Unidos, o que desagrada os países da 
região. A propósito, o próprio rompimento desses países se deu dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald 
Trump, ter visitado o Catar. 
Como uma das consequências da crise, houve o fechamento das fronteiras e a suspensão de todas as 
ligações logísticas com Doha, capital do Catar. A única fronteira terrestre que o país possui é com a Arábia Saudita, 
como pode ser observado no mapa a seguir, mas este país vetou tanto a aterrissagem quanto o sobrevoo de aviões 
do Catar. O cerco gerou uma corrida aos supermercados, já que a população local temeu um desabastecimento 
generalizado dos supermercados. 
 
Um dos grandes sinais da aliança entre os Estados Unidos e o Catar é a base aérea norte-americana de Al 
Udeid, que acolhe mais de 10 mil militares norte-americanos e é a maior concentração militar dos Estados Unidos 
no Médio Oriente. A base está localizada a cerca de 30 quilômetros de Doha. 
A base foi usada, por exemplo, para ataques da coligação internacional contra o Estado Islâmico no Iraque 
e na Síria, bem como na invasão do Afeganistão após os ataques do 11 de Setembro, acolhendo aviões de 
reconhecimento e de reabastecimento. 
Aproveitando pra fugir um pouco de todos esses conflitos que afligem os complexos interesses 
geopolíticos do Oriente Médio, é importante lembrar que o Catar será a sede da Copa do Mundo de 2022 da FIFA, 
algo que vem sendo cobrado em provas de concurso pelo menos desde 2019, como podemos observar na questão 
a seguir: 
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Questão para fixar 
(AMEOSC - Prefeitura de São José do Cedro-SC - 2019) 
Com base na notícia a seguir e utilizando seus conhecimentos sobre o assunto, analise o trecho e 
assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna: 
“Fifa divulga o logo da Copa do Mundo de 2022, no __________. Curvas fazem alusão às ondulações 
das dunas do deserto do país e ao símbolo do infinito.” 
(Fonte adaptada:< https://globoesporte.globo.com/>acesso em 03 de setembro de 2019). 
a) México 
b) Japão 
c) Chile 
d) Catar 
Comentário: 
Daqui a pouco a Globo vai falar tanto disso que vai ser impossível errar esta questão. 
A Copa do Mundo de futebol de 2022 será realizada no Catar. 
 Gabarito: D 
 
 
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ARÁBIA SAUDITA 
Morte de Jamal Khashoggi 
No dia 02 de outubro de 2018, Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico ao governo da Arábia Saudita, 
foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul. 
Khashoggi sempre foi próximo da elite e dos príncipes sauditas, mas era um jornalista crítico do regime. 
Nos últimos anos, o jornalista trabalhava como comentarista político e aparecia em canais árabes e 
internacionais. 
Em 2017 ele decidiu mudar para os Estados Unidos, temendo por sua segurança, depois que o príncipe 
Mohammed bin Salman começou a combater dissidentes sauditas. Ele tinha cidadania americana e colaborava 
para o jornal “The Washington Post”. 
No dia 2 de outubro de 2018, Khashoggi foi ao consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para 
pegar um documento para se casar com a sua noiva turca, Hatice Cengiz, enquanto ela ficou esperando na porta. 
O jornalista já havia visita o consulado saudita em Istambul em 28 de setembro, para obter um documento 
certificando que havia se divorciado da ex-mulher, mas foi informado na ocasião de que teria que voltar outro dia. 
Khashoggi marcou o retorno para 2 de outubro e chegou às 13h14 no horário local - o compromisso estava 
marcado para as 13h30. Uma imagem de câmera de segurança mostra ele entrando no prédio do consulado, mas 
não há registro de sua saída. 
Desde o início, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan pressionava a Arábia por explicações, dizendo 
que estava “preocupado” com o caso e desafiou o regime saudita a provar que o jornalista saiu do consulado. 
Khashoggi foi torturado antes de ser morto nas dependências do consulado por uma equipe de agentes 
sauditas e depois teve seu corpo removido do local, segundo ficou comprovado em áudio e vídeo. 
A CIA e alguns governos ocidentais disseram acreditar que o príncipe Mohammed bin Salman ordenou o 
assassinato, mas autoridades sauditas alegam que ele não teve nenhuma implicação no caso. Onze suspeitos 
sauditas foram julgados pela morte do jornalista em um processo sigilosos em Riad. 
Em dezembro de 2019, a Promotoria Pública da Arábia Saudita informou que 5 pessoas foram condenadas 
à morte e outras 3 foram presas pelo assassinato de Jamal Khashoggi em Istambul. 
 
Reformas 
Nos últimos anos, a Arábia Saudita tem levado adiante uma série de reformas a fim de se modernizar e se 
integrar ao resto do mundo. Neste movimento, por exemplo, tem aberto mais suas portas para o turismo e os 
negócios. 
Nesta esteira, em agosto de 2019, a Arábia Saudita autorizou as mulheres a obterem um passaporte e 
viajarem ao exterior sem o consentimento prévio de um "tutor" masculino. Apesar deste avanço, o país, que se diz 
decidido a mudar sua imagem de reino ultraconservador, mantém uma série de leis e políticas públicas que afetam 
a liberdade das mulheres sauditas. 
 
 
 
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/08/turquia-exige-que-arabia-saudita-comprove-que-jornalista-saiu-de-consulado.ghtml
http://g1.globo.com/tudo-sobre/arabia-saudita
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/19/governo-saudita-diz-que-resultados-preliminares-de-investigacao-mostram-que-jornalista-jamal-khashoggi-esta-morto.ghtml
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Educação 
O sistema saudita de "tutor masculino" coloca o estatuto legal e pessoal das mulheres sob o controle do 
seu pai, marido, irmão e até mesmo filhos. Elas devem obter permissão de seu familiar masculino mais próximo 
para estudar, no país ou no exterior. 
Em julho de 2017, o Ministério da Educação anunciou que as escolas para meninas começariam a oferecer 
aulas de educação física, sob a condição de que fosse conforme à lei islâmica (sharia). 
O país conta com várias universidades para mulheres. 
 
Emprego 
As restrições que o sistema do tutor masculino impunha ao emprego das mulheres foram abrandadas em 
um contexto de diversificação da economia do reino para reduzir sua dependência de petróleo. 
O príncipe Mohamed bin Salman, nomeado herdeiro da coroa em junho de 2017, apresentou um plano de 
desenvolvimento econômico batizado "Visão2030", que tem como um dos objetivos aumentar a taxa de emprego 
das mulheres de 22% a 30% em uma década. 
Seu pai, o rei Salman, assinou um decreto que autorizava às mulheres obter uma permissão online para 
criar uma empresa. A Polícia abriu suas fileiras a oficiais mulheres. 
 
Viagem, permissão para dirigir 
Desde 1º de agosto de 2019, as mulheres podem obter um passaporte e viajar ao exterior sem acordo 
prévio de um "tutor" masculino. 
A partir de 24 de junho de 2018, foram autorizadas a dirigir pela primeira vez na história do país. Embora 
esta reforma tenha sido bem recebida, não foi o prelúdio de novas liberdades políticas. 
Ativistas, algumas das quais algumas das quais haviam lutado durante anos pelo direito de dirigir, foram 
detidas e julgadas, principalmente por ter falado com jornalistas estrangeiros. 
 
Condição pessoal 
As mulheres de todas as idades devem obter a permissão de seu "tutor" para se casar. Um homem pode 
se divorciar sem o consentimento de sua esposa. 
Em janeiro de 2019, o Ministério de Justiça indicou que os tribunais tinham a obrigação de notificar por 
SMS as mulheres a conclusão de seu casamento, medida destinada a impedir que alguns maridos se divorciassem 
sem informar a parceira. 
 
Espaços públicos 
Em janeiro de 2018, as mulheres foram autorizadas pela primeira vez a entrar em alguns recintos 
esportivos, em arquibancadas separadas. 
Foram reduzidos os poderes da temida polícia religiosa, que durante décadas patrulhou as ruas para 
repreender as mulheres não suficientemente cobertas ou com as unhas muito cintilantes. 
Em Riad e outras cidades, agora é possível ver mulheres circular com o cabelo descoberto. 
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ARTIGOS 
Artigo 1: Vergonha em Aleppo 
Editorial do jornal El Pais. 
Quando for estudada no futuro, a agonia da cidade síria de Aleppo provavelmente será considerada como 
um dos episódios mais vergonhosos do começo do século XXI. Centenas de milhares de civis absolutamente 
abandonados viram como seu lar milenar se transformou em um encarniçado campo de batalha diante da 
incapacidade, para não dizer aberta indiferença, de uma comunidade internacional pródiga em declarações 
genéricas, mas incapaz de encontrar soluções na região que garantissem minimamente alguma segurança aos 
civis. 
Após um violentíssimo castigo que incluiu a utilização de armamento expressamente proibido pelas 
convenções internacionais sobre a guerra, as tropas do ditador sírio, Bashar al-Assad, estão prestes a recuperar a 
parte da cidade sobo controle dos rebeldes, que também não se destacam por seu respeito às regras. 
Organizações de Direitos Humanos já denunciaram desaparecimentos em massa nos bairros que caíram em poder 
das tropas governamentais. 
Tudo isso acontece com a participação ativa da Rússia, que deu inúmeras amostras de hipocrisia em sua 
intervenção militar na Síria, iniciada com a desculpa de barrar o avanço dos combatentes do Estado Islâmico. É 
significativo que enquanto as tropas rebeldes abandonavam o centro de Aleppo, o EI, em uma ofensiva surpresa, 
voltasse a se colocar com sucesso às portas da histórica cidade de Palmira. Assediados e em retirada no Iraque, 
não parece que os jihadistas passam pelas mesmas dificuldades na Síria. 
Com a mais do que provável tomada de Aleppo pelo Exército sírio – na realidade feita pela milícia pró-
iraniana do Hezbollah –, pode-se dizer que Moscou e Teerã salvaram seu homem na região, a um preço altíssimo 
em vidas civis à custa da piora das perspectivas de solução do conflito sírio. São esperadas as declarações da 
comunidade internacional. 
Fonte: Disponível em <https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/11/opinion/1481474403_462651.html>. 
 
 
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Artigo 2: Visão do Correio: Irã e EUA reagem com cautela 
O Irã não é para principiantes. É para craques. O país dos aiatolás é a terra dos persas. Eles inventaram o 
xadrez, jogo que exige inteligência, estratégia e paciência. São características que parecem ter orientado Teerã na 
resposta aos Estados Unidos. O ataque a duas bases americanas no Iraque é fruto de cuidadoso cálculo. Deu 
satisfação ao público interno. A multidão que levou às ruas milhares de pessoas que pediam vingança pela morte 
do general Qassem Soleimani sentiu-se atendida. E o governo, que enfrentava oposição interna crescente, 
conseguiu apoio quase milagroso. 
O “tapa na cara”, como o líder espiritual, Ali Khamenei, qualificou a agressão, veio carregado de 
simbolismos. A República Islâmica abdicou de passar procuração a terceiros (milícias ou terroristas regionais) para 
efetuar a represália como sempre faz. Usou o próprio território para disparar os mísseis contra a base inimiga, fato 
que reveste de importância a ação retaliatória. 
Mas teve o cuidado de avisar o primeiro-ministro do Iraque, que deve ter avisado as autoridades 
americanas. Não houve mortes. “Até agora está tudo bem”, tuitou Donald Trump. Também pelo Twitter, o 
chanceler iraniano, Javad Zarif, recorreu a tom cauteloso: “O Irã tomou medidas proporcionais em autodefesa, 
baseado no art. 51 da Carta da ONU. Não buscamos uma escalada de guerra, mas iremos nos defender de qualquer 
agressão”. 
No discurso ansiosamente esperado pós-ataque iraniano, Donald Trump mostrou-se sensato. Cantou 
vitória, mas evitou improvisos (sempre perigosos) e leu o pronunciamento. Justificou o assassinato de Soleimani, 
a quem responsabilizou pela promoção de uma série de ações terroristas. A eliminação do general teria livrado o 
mundo de grave ameaça. 
Disse que aplicará novas sanções ao Irã até o país mudar de comportamento — desistir das armas nucleares 
e do apoio ao terrorismo. Convocou a Otan a participar com mais efetividade dos processos do Oriente Médio. E, 
depois de exaltar o poder econômico e militar da maior potência do planeta, frisou que a força existe para deter os 
inimigos e para levar avante trabalhos conjuntos como o efetivado contra o Estado Islâmico. 
“Os Estados Unidos querem paz”, insistiu o presidente. Nesse contexto, conclamou Reino Unido, 
Alemanha, França e China a abandonar o acordo nuclear e firmar novo pacto, capaz de tornar o Irã um grande país: 
“Precisamos trabalhar para chegar a um acordo com Irã que torne o mundo um lugar mais seguro”. 
Depois da resposta de Teerã e de Washington, o clima é de alívio. O Irã, ao não ultrapassar a linha 
vermelha, deixou uma brecha para a diplomacia. Os Estados Unidos também acenaram com a mesa de 
negociações. A pausa na escalada das tensões não significa fim da guerra entre os dois países que se arrasta há 40 
anos. Significa amenização da crise. 
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/opiniao/2020/01/09/internas_opiniao,819243/visao-do-correio-ira-e-
eua-reagem-com-cautela.shtml 
 
 
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Artigo 3: Carta de Mossul 
Por Angelina Jolie 
A maior e mais longa batalha urbana de qualquer lugar do mundo desde a Segunda Guerra Mundial foi 
travada para retomar Mossul do Estado Islâmico. A liberdade foi conquistada a um preço pavoroso: milhares de 
civis foram mortos na operação, que durou um ano, grandes sacrifícios foram feitos pelas forças de segurança 
iraquianas e curdas e grandes partes da cidade foram reduzidas a escombros. 
Boa parte da zona oeste da cidade, o último reduto do EI, ainda está em ruínas hoje, um ano depois de o 
grupo terrorista ser derrotado na cidade. É como se os disparos tivessem silenciado apenas ontem. 
O Estado Islâmico atacou civis em muitos países. Em seu auge, a organização chegou a controlar mais de 
um terço do território do Iraque e metade do território sírio. Mais de 70 países integraram a coalizão militar e 
diplomática formada para combatê-la. E, se aprendemos alguma coisa com os últimos dez anos no Oriente Médio 
e Afeganistão, é que se "vencemos" militarmente mas não damos ajuda eficaz na sequência para assegurar a 
estabilidade, o ciclo de violência continua. 
Seria de se imaginar que nada fosse mais importante que tentar garantir que o extremismo violento nunca 
mais possa retornar a Mossul. Seria de se prever que a reconstrução de uma cidade que foi símbolo da diversidade, 
da convivência pacífica e do legado cultural fosse uma das maiores prioridades de um governo iraquiano que quer 
estabilizar o país. Seria de se imaginar que as ruas da zona oeste de Mossul estivessem cheias de equipamentos de 
reconstrução, removedores de minas, arquitetos, planejadores urbanos, órgãos governamentais, ONGs e 
especialistas em patrimônio histórico e cultural mundial, todos dando assistência técnica ao Iraque em um plano 
mestre para reconstruir a cidade. 
Entretanto, um ano após a expulsão do EI, a zona este de Mossul está abandonada, em ruínas, num cenário 
apocalíptico. As paredes que ainda estão em pé estão crivadas de buracos de balas e projéteis de morteiros. O 
silêncio nas ruas é fantasmagórico: 500 mil [verificar]ex-moradores da cidade estão vivendo em campos, porque 
não há casas para as quais voltarem. Cadáveres fétidos ainda se espalham pelas ruínas, aguardando ser recolhidos. 
Em ruas que parecem inteiramente inabitáveis, algumas poucas famílias trabalham retirando os 
escombros de suas casas com as próprias mãos, enfrentando o perigo dos explosivos ocultos que o EI deixou para 
trás. Na semana passada ocorreu uma explosão em uma casa que fez 27 mortos e feridos. 
Ainda pior que a ruína física da cidade é o trauma invisível imposto à paisagem emocional de sua 
população. Os moradores que retornam à cidade perderam suas casas, em que suas famílias viviam havia 
gerações; perderam seus bens, suas economias e até mesmo os documentos que comprovam sua identidade. 
Comunidades de diferentes religiões – cristãos, yazidis e muçulmanos – que antes conviviam lado a lado foram 
separadas e agora estão divididas. 
Um homem me abordou com lágrimas nos olhos e relatou que foi açoitado por militantes. Uma criança 
me contou que viu um homem ser morto diante dela na rua. Uma mãe e um pai descreveram a noite em que um 
projétil de morteiro atingiu a filha adolescente deles, arrancando suas pernas e deixando os ossos fraturados 
expostos. Eles a carregaram ao hospital e suplicaram ao EI por atendimento médico. Foram barrados, e a filha 
sangrou nos braços deles até morrer. 
Injustiças e sofrimentosdessa magnitude são impossíveis de quantificar. Para as pessoas que 
sobreviveram a essas experiências, o fato de terem sido abandonados por sua própria conta e em grande medida 
esquecidas parece totalmente errado e profundamente inquietante. A distância entre o que elas merecem e o 
tratamento que estão recebendo é chocante. 
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Eu me perguntei se em qualquer outro momento da história teríamos reagido diferentemente ao que 
aconteceu em Mossul. Teríamos reagido como reagimos após a libertação da Europa dos nazistas, na Segunda 
Guerra Mundial, e inundado a cidade de assistência para sua reconstrução? 
Pensei também nos sobreviventes dos ataques com armas químicas, dos bombardeios de hospitais, dos 
estupros organizados e da inanição intencional imposta a civis, todas características dos conflitos 
contemporâneos, e me perguntei se teremos ficado insensíveis ao sofrimento humano. Será que, à luz da história 
recente, duvidamos tanto de nossa capacidade de agir com eficácia no exterior que começamos a tolerar o 
intolerável? Seremos culpados de realizar uma espécie de triagem moral coletiva, escolhendo seletivamente 
quando e onde defenderemos os direitos humanos, por quanto tempo e em que grau? 
Em Mossul, sinto que eu estava no ponto zero dos fracassos e erros da nossa política externa dos últimos 
dez anos. Mas também estava em um lugar que representa a capacidade humana de sobrevivência e renovação, 
além da permanência obstinada dos valores humanos nos corações individuais. 
Penso em um pai que conheci e na alegria dele pelo fato de suas duas filhas pequenas terem podido voltar 
à escola. Paupérrimo e sem casa para morar, ele falou como se não tivesse bem mais valioso que os boletins 
escolares de suas filhas. Não pode haver símbolo mais profundo da vitória sobre o EI que todas as meninas de 
Mossul poderem frequentar a escola e se saírem bem nos estudos. 
Nem uma única família que visitei na zona oeste de Mossul me pediu nada. Elas não estão contando com 
nossa ajuda. A história de Mossul começou há três mil anos; tenho certeza que sua população conseguirá 
sobreviver a três anos sob o Estado Islâmico. Mas seria muito melhor se encarássemos a recuperação de seus 
habitantes como nossa empreitada comum, do mesmo modo como enxergamos a derrota do EI como nossa 
responsabilidade coletiva. 
Fonte: https://www.huffpostbrasil.com/2018/06/19/carta-de-mossul_a_23463035/?utm_hp_ref=br-estado-islamico 
 
* Angelina Jolie é a enviada especial do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, co-fundadora da 
Iniciativa Preventiva da Violência Sexual e cineasta. 
 
 
 
Terminamos a parte teórica da aula. Agora vamos resolver algumas questões de prova! 
 
http://www.unhcr.org/en-us/
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QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 
1. (Metro Capital Soluções - Prefeitura de Conchas-SP - 2018) 
No mês de maio de 2018, o Presidente norte-americano Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos de 
um importante acordo nuclear. Referido acordo, que fora firmado no ano de 2015 pelo então presidente Barack 
Obama, referia-se a(o): 
a) acordo nuclear com o Iraque. 
b) acordo nuclear com o Paquistão. 
c) acordo nuclear com a Coreia do Norte. 
d) acordo nuclear com a Síria. 
e) acordo nuclear com o Irã. 
RESOLUÇÃO: 
Em maio de 2018, Donald Trump anunciou que decidiu abandonar o acordo nuclear firmado com o Irã, o que 
acarreta na retomada de sanções contra o país asiático. 
Segundo Trump, "o Irã é o principal Estado patrocinador do terrorismo", o que colocou em xeque o Acordo em 
questão. O Acordo havia sido negociado em 2015 pelo seu antecessor, Barack Obama, que tinha conseguido o 
compromisso do Irã de limitar suas atividades nucleares em troca do alívio em sanções internacionais. 
Resposta: E 
 
2. (VUNESP - PC-SP - 2018) 
O supremo líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta segunda-feira (4 de junho de 2018) que qualquer um 
que lançar um míssil contra o país “será atingido por dez” em resposta. Além disso, Khamenei minimizou os 
temores de um eventual ataque, qualificando isso apenas como “propaganda” do Ocidente. 
(Exame, 4 jun.18. Disponível em: <https://goo.gl/G79PRa>. Adaptado) 
As tensões entre o Irã e o Ocidente ressurgiram desde que 
a) os EUA decidiram bombardear a Síria e passaram a ameaçar a hegemonia iraniana sobre o Oriente Médio. 
b) o Irã interviu na questão Palestina, defendendo o direito dos palestinos ao seu próprio Estado nacional. 
c) o presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo nuclear das potências mundiais com o Irã. 
d) os EUA acusaram o Irã de financiar as ações do Estado Islâmico e dar abrigo a grupos fundamentalistas. 
e) a União Europeia colocou em dúvida o acordo nuclear com o Irã por sentir-se ameaçada pelo país persa. 
RESOLUÇÃO: 
Em maio de 2018, Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, um tratado 
que havia sido negociado por Barack Obama em 2015. 
Segundo Trump, os Estados Unidos têm provas de que o Irã continua enriquecendo urânio com finalidades 
militares. 
Resposta: C 
 
 
 
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3. (VUNESP - PC-SP - 2018) 
Em meio à tensão com o governo Trump, que ameaça sair de acordo nuclear, o país realizou, em 23 de setembro 
[2017], exercício militar com projétil de alcance de 2 000 quilômetros. O exercício tem potencial para acirrar os 
atritos com o governo Trump. 
A tensão entre o país e Washington ficou evidente nesta semana, na Assembleia Geral da ONU, na qual o 
presidente americano, Donald Trump, fez duras críticas contra os programas militares da República Islâmica e o 
acordo nuclear assinado em 2015 entre essa República e seis grandes potências mundiais. 
(UOL – <https://bit.ly/2vTcbrO>. Acesso em 13.abr.2018. Adaptado) 
A tensão ocorre entre os Estados Unidos e 
a) o Líbano. 
b) o Irã. 
c) a Arábia Saudita. 
d) o Kuwait. 
e) o Catar. 
RESOLUÇÃO: 
Note que a questão é de 2017, momento anterior à confirmação da saída dos Estados Unidos do Acordo até então 
existe com o Irã sobre questões nucleares. Assim, podemos perceber que o tema é recorrente em provas e costuma 
ser perguntado pelo avaliador. 
Em 2018, Trump iria romper o pacto nuclear com o Irã e impor novamente sanções ao país do Oriente Médio. 
A atitude do Presidente dos EUA foi considerada mais um fator de instabilidade na região mais conturbada do 
planeta. 
Resposta: B 
 
4. (IESES - TJ-CE - 2018) 
Segundo relatório da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ao final de 2016, cerca de 65,6 milhões de 
pessoas, ou uma em cada 113 em todo mundo, foram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos 
de conflitos. Desses, cerca de 22,5 milhões são refugiados e 2,8 milhões são solicitantes de reconhecimento da 
condição de refugiado. O documento mostrou que 55% dos refugiados no mundo vieram dos seguintes países: 
I.Líbano. 
II.Síria. 
III.Afeganistão. 
IV.Sudão do Sul. 
A sequência correta é: 
a) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas. 
c) As assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
d) Apenas a assertiva I está incorreta. 
 
 
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RESOLUÇÃO: 
Conforme vimos na parte teórica, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), o Sudão do Sul substituiu 
a Síria como a crise de refugiados que mais cresceu no mundo em 2016. 
O número de pessoas que fugiu do Sudão do Sul subiu de 854,1 mil em 2015 para 1,4 milhão no fim de 2016. Outros 
1,9 milhão são deslocados internos. A Síria, no entanto, continua como o país

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