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Filósofos pré-Socráticos Prof. Erick Newman Os filósofos pré-socráticos são chamados assim não só por terem surgido antes de Sócrates, mas principalmente por terem uma filosofia que difere da de Sócrates. Isso porque tinham filósofos pré-socráticos vivos na mesma época em que Sócrates filosofava em Atenas. Eles desenvolvem suas teorias do século VII até o V a.C. e a ênfase de suas filosofias eram: COSMOLÓGICA, da junção de “cosmos”, universo, mais “logos”, lógica, razão, palavra, discurso. Cosmológico portanto é uma explicação racional da origem do universo. ONTOLÓGICA, da junção de “ontos”, ente, ser, mais a palavra “logos”. Por ontológico, entendemos que significa o estudo do ser enquanto ser, o estudo da natureza do ser. Os discursos pré-socrático x Socrático Enquanto os filósofos pré-socráticos estavam mais preocupados com uma filosofia da natureza, ou seja, a explicação do surgimento do universo e da natureza dos seres de forma racional, por outro lado, a ênfase de Sócrates era o homem. Por isso em a filosofia socrática teorizava a respeito das virtudes, ética, moral, comportamento humano. Por isso, dizemos dizer que a filosofia dos pré-socráticos era cosmológica e a socrática era antropológica e moral . Na moral, o que esses caras queriam na prática? Como já vimos na última aula, o pensamento predominante antes dos pré-socráticos era o mito-poético. Por meio dos mitos o homem dava explicação ao mundo, aos fenômenos da natureza e a vida de forma geral. Mas, essa explicação, essa forma de pensar não estava mais satisfazendo o homem, que, logo passou a explicar de forma mais racional o COSMOS - é aí que entram esses caras. Eles passaram a usar um elemento da natureza que segundo eles era capaz de explicar a origem de tudo. Chamamos esse elemento de ARKHÉ – elemento que principia, origina tudo. Nas palavras do professor Ghiraldelli: “Arkhé é o princípio primeiro do cosmos, é o que saí na frente, e isso tanto no sentido de dar origem quanto de puxar a fila, de dar a regra e o governo. E para os primeiros filósofos, o ARKHÉ, deveria ser encontrado em um elemento da natureza do mundo físico.” GHIRALDELLI JR., Paulo. História da Filosofia: dos pré-socráticos a Santo Agostinho. São Paulo: Contexto, 2008. OU SEJA... Já que esse ARKHÉ é um elemento que deve ser encontrado na NATUREZA, do grego “PHYSIS”, os pré-socráticos ficaram conhecidos, e o ENEM também usa esse outro nome para confundir, de FILÓSOFOS DA NATUREZA OU FILÓSOFOS DA PHYSIS! Se liga na pegadinha do malandro! Apensar do nome do assunto nos livros ser “pré-socráticos” o ENEM pode chamar de filósofos da physis ou da natureza, é o mesmo assunto e são os mesmos caras, e já aconteceu isso em prova e pegou os desavisados! Ficou claro ou quer que eu desenhe? PALAVRAS DO UNIVERSO PRÉ-SOCRÁTICO Cosmos Universo ordenado. Arkhé Elemento originador, principiante, tem que ser encontrado na Physis. Physis Natureza. Caos O todo desordenado (oposto de Cosmos). ESSE POVO SAIU DE ONDE? QUEM INICIOU TUDO? Apensar de Pitágoras ter “inventado” o termo filosofia, não foi ele o primeiro filósofo e sim TALES, da cidade de MILETO. Mileto era uma das cidades das colônias gregas da Jônia, e deste lugar surge a tríade inicial: Tales de Mileto Anaximandro de Mileto Anaxímenes de Mileto Obs: Mileto era tipo a Bahia pra banda de Axé Music. MÉTODO DE ESTUDO Já que sabemos que os pré-socráticos estão buscando a explicação do universo (cosmos) por meio de um elemento (arkhé) da natureza (physis); nosso trabalho daqui para frente é: apontar o filósofo, sua arkhé e explicar sua ideia. Vamos iniciar pelos filósofos das colônias gregas da região da Jônia: a tríade de Mileto que citamos no slide anterior. Obs: São dezenas de pré-socráticos, iremos abordar os que mais caem no ENEM. Abordar todos seria cansativo e desnecessário para você que se prepara para o ENEM. TALES DE MILETO (624-556 a.C.) “Tudo é composto de água” Morou no Egito e observou que tudo em volta do rio Nilo tinha vida, que os corpos ao se decompor perdiam fluido aquoso e quando as mulheres grávidas estavam prestes a dar à luz tinham perda de líquido. Para Tales, a água é a arkhé que inicia tudo, tudo se explica e tem origem pela água. Vale a pena destacar que um Arkhé é um elemento da natureza que pode até mudar em forma e aparência, mas não em essência. Exemplo disse é a própria água, pois pode até mudar sua forma, pode ser um cubo de gelo mas permanece sendo água, só que em estado sólido. ANAXIMANDRO (609-546 a.C.) Discípulo de Tales nascido em Mileto, para Anaximandro o ARKHÉ ou princípio de tudo estava no elemento denominado “ápeiron”, uma espécie de matéria infinita. Ápeiron pode significar o “indeterminado”, o “ilimitado”. Para ele, era a partir dessa substância indefinida e ilimitada que os opostos como: seco e molhado, frio e quente se separavam um do outro. “De onde as coisas têm seu nascimento, ali também devem ir ao fundo, segundo a necessidade; pois têm de pagar penitência e de ser julgadas por suas injustiças, conforme a ordem do tempo.” – Anaximandro de Mileto. ANAXÍMENES (585-528 a.C.) Discípulo de Anaximandro nascido em Mileto, para Anaxímenes o ARKHÉ ou princípio de todas as coisas estava no elemento AR. Para o filósofo, o ar está em toda parte e pode passar por vários processor e se transformar em água, nuvens, vento, fogo e terra. “Como nossa alma, que é ar, nos mantém unidos, assim um espírito e o ar mantêm unido também o mundo inteiro; espírito e ar significam a mesma coisa.”- Anaxímenes. HERÁCLITO DE ÉFESO – TUDO MUDA! Considerado o “Pai da Dialética”, Heráclito (540 a.C. - 476 a.C.) nasceu em Éfeso e explorou a ideia do “DEVIR” (fluidez das coisas, mobilidade, mudança, fluxo). Para ele, o princípio de todas as coisas estava contido no elemento fogo, pois observando a chama de uma vela, percebeu como ela mudava constantemente o formato, sem nunca mudar a sua essência. Para Heráclito o FOGO dava origem a todas as coisas porque era pura transformação, mudança e fluxo. Ficou famoso também fora dos círculos filosófico pela frase: "Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.“ Outra frase também famosa que explica bem a ideia de Heráclito é essa: “Nada é permanente, exceto a mudança.” OS FILÓSOFOS DA ESCOLA ATOMISTA Para no vestibular, devemos focar em dois nomes: Demócrito e Leucipo, dentre os dois Demócrito (460-370 a.C.) deve ser dado mais atenção, pois, como aluno de Leucipo ganhou mais destaque e notoriedade para a escola atomista. Demócrito de Abdera dizia que todo objeto físico era feito de átomos e vácuo, entenda vácuo como sendo o espaço onde os átomos se movem, que se organizavam de diferentes formas. Na prática era assim: quando os átomos se juntam, eles criam, originam as coisas, quando se separam, as coisas se desfazem. Portando, o ARKHÉ para os atomistas como DEMÓCRITO são os ÁTOMOS. A ESCOLA PITAGÓRICA Filósofo e matemático nascido na cidade de Samos, Pitágoras afirmava que os números foram seus principais elementos de estudo e reflexão, do qual se destaca o “Teorema de Pitágoras”. Para ele os NÚMEROS regem o universo e criam tudo. Ou seja, a base de toda a realidade estava nas relações matemáticas, e estas governam o mundo. Para os pitagóricos os números eram sagrados e com o uso da matemática, tudo podia ser medido e quantificado – até sentimentos. A escola pitagórica ou Itálica com o tempo passou a ser uma seita, o que Pitágoras falava era obedecido ao pé da letra, uma religião mística e com vários elementos excêntricos em relação à comida, roupas e costumes simples da vida. “A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.” – Pitágoras de Samos. ESCOLA ELEÁTICA A escola Eleática desenvolvida no sul da Itália, recebe esse nome devido a cidade da magna Grécia chamada de “Eléia”. Seus principais representantes são: Xenófanes de Colofão, Parmênides de Eléia e Zenão de Eléia. OBS: Para o estudante do ENEM, precisamos ter em mente Parmênides e Zenão. Mas, Parmênides é o principal dessa escola a título de ENEM. PARMÊNIDES DE ELÉIA- (530 - 460 a.C.) Discípulo de Xenófanes, Parmênides nasceu em Eléia. Focou nos conceitos de “aletheia” e “doxa”, onde o primeiro significa a luz da verdade, e o segundo, é relativo à opinião. Diferente de Heráclito que dizia que tudo é fluxo, movimento e mudança, Parmênides dirá que tudo é imóvel, nada muda, a mudança é apenas uma ilusão. A Arkhé de Parmênides é a IMOBILIDADE – capacidade de não mudar que o Ser tem. “O Ser é e não pode não ser” – Parmênides AS DUAS VIAS DE PARMÊNIDES Parmênides explicava que a verdade pode ser alcançada somente por meio da razão, ou logos. Usou duas palavras gregas para exemplificar a forma de obter conhecimento verdadeiro e o risco do caminho do senso comum, pois este pode levar o homem ao engano. Conhecimento verdadeiro. Verdade DOXA Episteme (Opinião) Conhecimento Engano e erro. Verdadeiro Mostra seus erros Conclusão das duas vias de Parmênides? O filósofo é aquele que abandona a DOXA (o senso comum, a mera opinião não refletida sem aprofundamento racional) e chega até a EPISTEME (conhecimento verdadeiro, aprofundado, refletido). Segundo a teoria das duas vias de Parmênides, a DOXA, tem a possibilidade de erro mas a episteme não. Se um indivíduo fica no senso comum, poderá terminar no engano ou de fato chegar a verdade. Só a via, o caminho da epistem garante apenas o caminho da verdade e elimina a possibilidade de seguir o caminho do erro do engano. “O filósofo sempre segue o cominho da Episteme!” ZENÃO DE ELÉIA Zenão nasceu em 488 a.C. na cidade de Eleia, localizada na Magna Grécia, atual Itália. Pertenceu a Escola Eleática, local em que desenvolveu seu pensamento. Foi discípulo de Parmênides, defendendo a filosofia de seu mestre sobre os estudos do ser, da razão e da lógica. Para o filósofo grego Aristóteles, ele foi o criador do método dialético. Elaborou diversos paradoxos, sendo que o mais importante é aquele que ficou conhecido como “Paradoxo de Zenão”, sem dúvida seu principal pensamento. Esse conceito estava relacionado com a corrida de Aquiles e de uma tartaruga. Na mitologia grega, Aquiles foi um herói grego muito veloz. No entanto, no Paradoxo de Zenão, ele perderia a corrida para a tartaruga. Com isso, ele quis demonstrar a inexistência do movimento bem como do espaço, do tempo e da velocidade. A partir da lógica, ele comprovou o equívoco das coisas, o que nos leva a uma conclusão errônea, que por sua vez, “parece” ser verdadeira. Ou seja, a ilusão geraria esse pensamento errôneo sobre o mundo. Assim, procurou demostrar o absurdo e a falsidade gerada pelas impressões e sentidos humanos que nos enganam – só a razão produz conhecimento verdadeiro. Sendo assim, Zenão acreditava na unidade do ser em detrimento da pluralidade. Nas palavras do filósofo: “O verdadeiro é apenas o um, todo o resto é não-verdadeiro”.
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