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DIREITO INTERNACIONAL

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AV1 – ATIVIDADE III (5.0)
Aluna: Jessica de Aguiar Vasconcelos - 201808068033
1. O caput do artigo 5º da Constituição Federal de 1988 assegura aos estrangeiros plena igualdade de tratamento com os nacionais no que diz respeito ao direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, dentre outros. Com base nessa informação e utilizando seus conhecimentos acerca do direito à nacionalidade, responda as seguintes questões: (2.0)
a) Quais as modalidades de naturalização existentes no ordenamento brasileiro? Apresente os requisitos para cada uma delas.
As modalidades de naturalização existentes no ordenamento brasileiro são:
I) Naturalização especial para lusófonos que está prevista no artigo 12, II, a da CF/88. Os requisitos são: residência pelo período de um ano no Brasil, de modo contínuo; Naturalidade originária de pais de língua portuguesa e que o sujeito possua idoneidade moral.
II) Naturalização extraordinária, que está disposta no artigo 12, II, b da CF/88 e no artigo 67 da Lei de Migração. Seus requisitos são: Residir no Brasil por mais de 15 anos ininterruptos; que não haja condenação penal no seu país de origem nem no Brasil e a ausência de impedimento, que consiste em um dos requisitos gerais da Lei de Migração.
III) Naturalização ordinária, que que está disposta no artigo 65 da Lei de Migração. Seus requisitos consistem em: possuir capacidade civil, segundo a lei brasileira; possui pelo prazo mínimo de 4 anos, resistência em território nacional; ser apto a comunicar-se em língua portuguesa, dentro das circunstâncias do naturalizando; não ser reabilitado, ou possuir condenação penal, conforme termos previsto em lei. Caso o indivíduo possua filho ou cônjuge brasileiro; tenha prestado ou poder prestar serviço relevante para o país, ou ser recomendado pela sua capacidade artística, científica ou profissional, o prazo poderá ser reduzindo para um ano, no mínimo.
IV) Naturalização especial. Está prevista nos artigos 68 e 69 da Lei de Migração. Seus requisitos são: Possuir capacidade civil; não estar reabilitado ou possuir condenação penal, segundo disposto em lei e ser apto a comunicar-se em língua portuguesa.
V) Naturalização provisória, que está disposta no artigo 70 da Lei de Migração e é concedida a migrantes crianças ou adolescentes , antes de completar 10 anos de idade e que residam em território nacional. O representante legal deverá requerer tal naturalização. 
b) Os brasileiros naturalizados terão exatamente os mesmos direitos do brasileiro nato, sendo garantida a igualdade de tratamento, sem exceções? Forneça uma fundamentação exemplificada completa.
 
Não, os brasileiros naturalizados não terão exatamente os mesmos direitos do brasileiro nato, pois os brasileiros natos usufruem de certas prerrogativas que não são comuns ao brasileiro naturalizado.
Tais direitos que não são comuns a ambos, são: 
O Direito de ocupar cargos públicos que sejam pertinentes a linha sucessória da Presidência da República; Seguir carreira diplomática; Assumir o cargo de Ministro da Defesa ou de Oficial das Forças Armadas; Ser possuidor de empresa de comunicação, direito que será adquirido pelo naturalizado, somente após 10 anos; Direito de fazer parte do Conselho da República, que deverá ser composto imperiosamente por 6 brasileiros natos; Somente brasileiros naturalizados, em determinados casos podem ser sujeitos a extradição do País. 
2. Uma vez que se trata propriamente de uma organização internacional, a Cruz Vermelha é considerada sujeito de Direito Internacional, não podendo, porém, celebrar tratados. Julgue a afirmação em CERTA ou ERRADA e FUNDAMENTE. (1.0)
Tal afirmação está incorreta pois a Cruz Vermelha não é considerada sujeito de direito internacional. São considerados sujeitos, apenas os Estados, que são sujeitos primários por excelência e as OI’s, que são sujeitos secundários, ambos possuem capacidade jurídica plena. Tal capacidade consiste no poder de praticar os quatro atos que são: Titularizar direitos e deveres, celebrar tratados e fazer reclamações internacionais.
A Cruz Vermelha é um dos atores e possui capacidade jurídica restrita, porem pode celebrar tratados internacionais, a pacto que sejam sobre a sua área de atuação, que é o direito humanitário. Ela pode celebrar tais tratados por meio de órgãos aos quais atribuem competência.
 O Comitê Internacional da Cruz Vermelha é uma organização independente e neutra e o seu mandado se origina essencialmente das Convenções de Genebra, de 1949 e não possui vínculo com qualquer Estado.
Sua função é assegurar a proteção humanitária e a assistência às vítimas de conflitos armados e de outras situações de violência. Toma iniciativa em resposta a emergências e, ao mesmo tempo, promove o respeito ao Direito Internacional Humanitário e a sua implementação na legislação nacional de um país.
3. Sobre o Direito Internacional dos Tratados, responda de forma fundamentada:(2.0)
a) Os tratados internacionais são importantes fontes do DIP. Mas qual é o conceito jurídico de tratado internacional? E quais são as outras fontes do DIP, com base no Estatuto da Corte Internacional de Justiça? Explique cada uma delas.
O conceito de tratado está disposto no artigo 2, alínea “a”, da Convenção de Viena de 69.
Tratado é um acordo internacional, obrigatoriamente escrito, firmado entre sujeitos de Direito Internacional que busca a produção de efeitos jurídicos e é regido pelo direito internacional. O tratado pode apresentar documentos anexos, como os protocolos. Os Tratados são considerados a principal fonte do Direito Internacional.
As fontes do do Direito Internacional estão previstas no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. E são: 
O Costume Internacional que consiste em prática reiterada que possui força de lei;
Os princípios gerais do direito, que consistem em princípios comuns, que são reconhecidos pelas nações civilizadas como direito internacional.
E as Convenções internacionais, que estabelecem regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes e podem ser gerais ou particulares.
A doutrina e a jurisprudência são meios auxiliares, não constituindo fontes em sentido técnico.
b) Sabemos que o principal objetivo do Direito Internacional na atualidade é ser internalizado. As etapas que compõem o iter de incorporação do tratado ao ordenamento nacional vão depender do sistema jurídico adotado por cada Estado. Explique o sistema adotado pelo Brasil, segundo o STF, e apresente uma sequência detalhadas das etapas de incorporação de um tratado no ordenamento brasileiro.
O Brasil, de acordo com o entendimento do STF é considerado Dualista moderado, já que a inserção do tratado pode se dar por meio de decreto, não por meio de lei especificamente.
No sistema Dualista moderado, ocorre necessidade apenas de Ratificação do Chefe do Estado, com aprovação prévia do Parlamento. 
Será exigida um alternância de fases nacionais e internacionais para incorporação do tratado.
As etapas de incorporação são as seguintes: 
A primeira fase é a negociação, que consiste na elaboração do texto do tratado.
A segunda fase é denominada adoção ou adesão e consiste na aprovação do texto definitivo, através de votação. Caso tal texto seja aprovado, ocorrerá a terceira fase que é denominada Assinatura e que gera comprimento político da celebração do tratado, apesar de não acarretar obrigatoriedade.
Na quarta fase, ocorre o Referendo Parlamentar, por meio de Decreto Legislativo. 
A fase seguinte é a Ratificação, que deve ser feita pelo Presidente e acarreta vinculação jurídica internacional.
Após a ratificação, ocorre a Promulgação através de Decreto Executivo.
A última fase é a Publicação que ocorre no diário oficial da União e gera comprometimento jurídico a nível nacional e internacional.
c) A Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto de São José da Costa Rica) é um tratado celebrado entre países-membros da OEA (Organização dos Estados Americanos, e foi ratificado pelo Brasil. Que posição esse tratado ocupava noordenamento brasileiro à época de sua inserção? Atualmente, ele ocupa a mesma posição? Por quê?
O Pacto de São José da Costa Rica, foi assinado em 22 de novembro de 1969, na cidade de San José, na Costa Rica, e ratificado pelo Brasil em setembro de 1992.
Os tratados inseridos após a promulgação da Emenda Constitucional 45/2004), relativos aos direitos humanos entraram em vigor imediatamente e passaram a serem equiparados às normas constitucionais, necessitando serem aprovados por pelo menos três quintos dos votos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em dois turnos. 
Segundo o Governo da República Federativa do Brasil, reconhece, por tempo indeterminado, como obrigatória e de direito pleno, a competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos, em todos os casos relativos à interpretação ou aplicação da Convenção Americana de Direitos Humanos, em conformidade com o artigo 62 da mesma, sem reserva de reciprocidade e para feitos posteriores a esta Declaração".

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