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Ricardo Freitas
Metodologia Científica - Um guia prático
para profissionais da saúde
1° edição
Petrolina - PE
2017
Ficha Técnica
Editor: Ricardo Freitas
Capa: Renato Chaves Souto Branco
Diagramação: Ricardo Freitas
Freitas-Dias Ricardo.
Metodologia Científica - Um guia prático para profissionais da
saúde.
1° edição – 2017.
1. Metodologia Científica 2. Pesquisa 3. Ciência 4. Saúde
A edição em língua portuguesa desta obra é publicada e
comercializada pela Amazon.com
Ilustrador: Renato Chaves Souto Branco
e-mail. scienceeart@gmail.com
scienceeART
Leitura final: Ricardo de Freitas Dias
Metodologia Científica - Um guia prático para profissionais da
saúde.
Copyright ©
2017 by Ricardo de Freitas Dias. Reservados todos os direitos de
publicação, em língua portuguesa. É proibida a duplicação,
reprodução ou transmissão desta obra ( e-book), no todo ou de suas
partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico,
mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na web e outros), sem
permissão expressa, por escrito, do autor, constitui violação de
direitos autorais. (Lei 9.610/98). Sua comercialização também não é
permitida por outros meios que não os autorizados pelo autor.
Revisão Técnica
Dr. Adauto Almeida Neto
Doutor em Biologia Celular e Estrutural
– Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp) - Campinas/SP.
Mestre em Patologia pela Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) /PE.
Graduado em biologia pela Universidade
https://www.facebook.com/scienceeART/?fref=ts
Católica de Pernambuco (UNICAP)
-
Recife/PE.
Professor Adjunto da disciplina de Patologia e Fisiopatologia da
Universidade de Pernambuco - Pernambuco (UPE) – Campus
Petrolina/PE.
Agradecimentos
Agradeço aos alunos do curso de Fisioterapia do 2˚ período –
Turma 2016/1 da Universidade de Pernambuco campus
Petrolina/PE. Vocês não só foram fontes de inspiração, mas sempre
acreditaram, encorajaram meu trabalho como professor e
pesquisador. Quero que saibam que todos vocês de alguma forma
contribuíram com suas experiências e discussões em salas de aula
e nos corredores da universidade.
Foram vários fins de semana dedicados à conclusão do meu
segundo livro, mas tenho certeza que tudo valeu a pena, pois acima
de tudo acredito que o principal papel do professor é transformar
pessoas e esta obra é mais um passo re alizado. Este
agradecimento se estende, também, a Universidade de Pernambuco
(UPE) e a todas as pessoas que contribuíram de forma direta e
indireta e que interagiram comigo durante
esta jornada.
ÍNDICE
CAPÍTULO 1 – A CIÊNCIA
CAPÍTULO 2 - ENFOQUE DE PESQUISA E MODELOS DE
INVESTIGAÇÃO
CIENTÍFICA
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file:///C:/Users/gcdcb/AppData/Local/Temp/calibre_tnkr91/ya1bnc_pdf_out/index_split_000.html
CAPÍTULO 3 - ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
CAPÍTULO 4 - ESTRUTURAÇÃO E FORMATAÇÃO DO PROJETO
DE
PESQUISA
CAPÍTULO 5 - TÉCNICAS PARA MELHORAR SUA
PERFORMANCE DE
ESTUDO
CAPÍTULO 6 - FERRAMENTAS DE BUSCA PARA PESQUISA
CAPÍTULO 7 - ENTENDENDO A CLASSIFICAÇÃO DOS
PERIÓDICOS E
UTILIZANDO FERRAMENTAS INDICADORAS DE QUALIDADE
CAPÍTULO 8 - FERRAMENTAS DE VISIBILIDADE ACADÊMICA
CAPÍTULO 1 – A CIÊNCIA
OBJETIVOS
1. Entender o que é ciência;
2. Diferenciar os tipos de pensamento;
3. Confrontar os tipos de conhecimento;
4. Destacar os principais aspectos relacionados aos tipos de
conhecimento.
1.0 Introdução
As discussões quase que intermináveis e sugestivas sobre pontos
distinto s em
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file:///C:/Users/gcdcb/AppData/Local/Temp/calibre_tnkr91/ya1bnc_pdf_out/index_split_000.html
torno de diferentes temas é o primeiro passo para iniciar o
aprendizado de ciência no âmbito científico. As incertezas e as
várias relações com conceitos e interpretações estabelecidas a
partir de temáticas do senso comum, s
ão fatores que motivam o
indivíduo a tornar -se um pesquisador. Neste capítulo vamos
abordar o conceito de ciência, paradigma, as características e tipos
de conhecimento, além de esclarecer os
meandros existentes na comunidade científica.
1.1 Epistemologia
Epistemologia significa ciência, conhecimento, é o estudo científico
que trata dos problemas relacionados com a crença e o conhe
cimento, sua natureza e limitações. A epistemologia surgiu com
Platão, onde ele se opunha à crença ou opinião ao conhecimento. A
crença é um ponto de vista subjetivo enquanto que o conhecimento
é o conjunto de todas as informações que descrevem e explicam o
mundo natural e social que nos rodeia.
Sabendo que o conhecimento científico é provisório, jamais acabado
ou definitivo, a principal meta da epistemologia consiste na
reconstrução racional do conhecimento científico, por meio do
estudo d a or igem, da estr utura, dos métodos, da validade do
conhecimento e do grau de certeza do conhecimento científico nas
suas diferentes áreas.
1.2 Ciência
A Ciência é uma palavra que deriva do termo lati
m " scientia" cujo significado é
conhecimento ou saber. Podemos designar ciência como todo o
conhecimento adquirido por meio do estudo ou da prática, baseado
em princípios . A Ciência pode ser entendida como uma
sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições
logicamente correlacionadas sobre o comportamento de cer tos
fenômenos que se deseja estudar. “A Ciência é todo um conjunto de
atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistemático
conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à
verificação”.
A CIÊNCIA possui:
A) Objetivo ou finalidade: preocupa ção em distinguir a característica
comum ou as leis gerais que regem determinados eventos;
B) Função: aperfeiçoamento, por meio do crescente acervo de
conhecimentos da relação do homem com o mundo;
C) Objeto:
 Material – algo que se pretende estudar, ana lisar, interpretar ou
verificar de modo geral.
 Formal – é o enfoque especial, em face das diversas ciências que
possuem o mesmo objeto material.
D) Método: estratégia desenvolvida com o intuito de validar ou não o
objeto.
Devido a complexidade do unive rso, diversidade de fenômenos e a
necessidade do homem em estudá -los para poder entendê -los e ex
plicá-los, atualmente a Ciência é divida em diversos ramos de
estudo e ciências específicas (Figura 1).
Figura 1 – Classificação e divisão da Ciência.
1.3 Paradigma
Etimologicamente, este termo tem origem no grego
paradeigma que significa
modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de modelo
ou exemplo a ser seguido em determinada situação. Basicamente
são as normas orientadoras de um grupo que estabelecem limites e
que determinam como um indivíduo d eve agir dentro desses limites.
O paradigma é um pressuposto científico que origina o estudo de
um campo científico; uma realização científica com métodos e
valores que são concebidos como modelo; uma referência inicial
como base de modelo para estudos e pesquisas.
Mas afinal, como nasce um paradigma?
Para exemplificar o surgimento de um paradigma, u m grupo de
cientistas colocou cinco macacos numa jaula, em cujo centro
colocou uma escada e sobre ela, um cacho de bananas. Quando
um macaco subia a escada para ap
anhar as bananas, os cientistas
lançavam um jato de água frianos que estavam no chão (Figura 2).
Figura 2 – Modelo esquemático do surgimento do paradigma.
Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os
outros o enchiam de pancada. Passado algum tempo, apesar da
tentação das bananas nenhum macaco subia a escada. Então, os
cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que
o
novo macaco fez foi subir a escada, mas foi rapidamente retirado
pelos outros, que lhe bateram.
Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia
mais a escada. Um segundo macaco foi substituído, e o mesmo
ocorreu, tendo o primeiro macaco substituto participado, com
entusiasmo, na surra ao novato. Um terceiro macaco foi trocado e
repetiu-se o fa to. Um quarto macaco e finalmente o último macaco
dos veteranos foi substituído.
Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que,
mesmo nunca
tendo tomado banho frio, continuavam a bat er naquele que
tentasse chegar às bananas.
Se fosse possível perguntar a algum deles
porque batiam em quem tentasse
subir a
escada, com certeza a resposta ser
ia: "Não sei, as coisas sempre
foram assim por
aqui...". Neste exemplo, subir a escada é proibido, independente do
porquê, logo isto
retrata muito bem como um novo paradigma passou a ser o padrão
de comportamento naquele grupo.
Esta é uma história simples, mas importante para que você
de vez em quando
questione p orque você faz algumas coisas sem pensar . Por fim, o
s paradigmas são conceitos criados pela sociedade a fim de
justificar falhas ou sucesso, acerto ou erro, no qual podem causar
sérios
problemas, devido o SER HUMANO se pre nder aos
paradigmas e fazerem deles regras de cabeceira.
1.4 Tipos de pensamento
A) Senso Comum
O senso c omum é o primeiro nível de pensamento,
surge espontaneamente e
constitui-se a partir da apreensão sensorial . Este tipo de
pensamento não resulta de nenhuma procura sistemática e metódi
ca ou qualquer estudo prévio, pelo contrário ele corresponde à
nossa forma imediata de apreender o real , além disso, é
imprescindível para a nossa orientação e resolução dos problemas
do quotidiano.
O senso comum está ligado ao conhecimento adquirido pelo homem
a partir das experiências, vivências e observações do mundo, ou
seja, é o modo de pensar da maioria das pessoas. Geralmente são
afirmações sem embasamento científico ou sem reflexão.
Exemplo 1: chás milagrosos, que prometem curar diversas doenças.
Porém grande parte destes chás ainda não foram testados
cientificamente.
Exemplo 2: Senso Comun
B) Senso crítico
O senso crítico é uma expressão que reúne dois termos; o
sensus que vem do
latim com o sentido de significado ou percepção e
Kritikos que vem do grego com
sentido de capacidade de fazer julgamentos. Portanto senso crítico
é a capacidade de questionar, pensar sobre um fato ou conceito,
organizar algumas ideias e p oder levantar algumas hipóteses ,
analisar de forma racional e inteligente e chegar a algumas
conclusões. Quando falamos que u m indivíduo tem senso crítico,
isso significa que ele antes de responder a algum questionamento,
esse indivíduo
pensa, analisa, observa,
reflete e julga para depois se pronunciar.
Exemplo 1:
“Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes
dominantes desenvolvessem uma forma de educação que
permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais
de forma crítica”
(Paulo Freire).
1.5 Tipos de conhecimento
O c onhecimento foi e é fundamental para a sobrevivência do SER
HUMANO .
https://www.youtube.com/watch?v=FX6a5bEsu5s#t=53
Ao longo da nossa existência nós produzimos, acumulamos e
reproduzimos mais e mais conhecimento, chegando à necessidade
de categorizá-lo em:
A) Conhecimento popular
O conhecimento popular é sensitivo, está ligado ao nosso estado de
ânimo, emoções do dia a dia,
as nossas experiências e as novas vivências. Este tipo de
conhecimento está ligado ao senso comum,
portanto é considerado superficial e
subjetivo (Tabela 1).
Exemplos:
“Para você hipertrofiar seu músculo você tem que sentir dor – No
pain, no gain”.
“Disseram-me que para emagrecer é melhor fazer sauna”.
“Eu faço este tipo de treinamento porque todo mundo disse que é
ótimo”.
B) Conhecimento filosófico
O conhecimento filosófico
é muito utilizado para questionar os problemas
humanos e diferenciar o certo do errado, recorrendo
sempre à razão humana. É
considerado sistemático uma vez que suas hipóteses têm como
objetivo a representação coerente da realidade estudada
. Porém suas h
ipóteses emergem da experiência
individual e não da experimentação
, por este motivo
não pode ser verificável,
confirmado e refutado (Tabela 1).
Exemplos:
“A máquina substituirá totalmente o homem?”
“A clonagem humana será uma prática aceita universalmente?”
C) Conhecimento religioso
O conhecimento religioso ou teológico é sustentado por doutrinas
sagradas (valorativas e dogmáticas ) e pelo sobrenatural
(inspiracional). O u seja, o s fenômenos que estão além da ca
pacidade humana de c ompreender são regidos por este tipo de
conhecimento. Portanto o conhecimento religioso é indiscutível e
infalível (exat o). É
um conhecimento sistemático de mundo explicando a sua origem,
para que servem e qual o seu destino, não sendo possível refutá-las
uma vez que tratam de fé e tem como obra de tudo um criador
divino.
Atualmente existem várias religiões que constroem o seu
conhecimento a partir das suas concepções e doutrinas e em cada
uma dessas religiões existem um número expressivo de pessoas
que aderem a essas religiões por um ato de fé (Tabela 1).
Exemplos:
“No início, nada existia.... Então Deus disse : Faça -se a luz, e a luz
se fez.”
“O homem foi feito a imagem de Deus.”
“Moisés faz com que as águas se abram para a travessia dos
judeus.”
“A Mulher Nasceu da Costela do Homem.”
Sugestão de vídeo:
Religare - Conhecimento e Religião sobre Ensino Religioso
D) Conhecimento científico
O conhecimento científico surgiu da necessidade do SER HUMANO
em querer saber como as coisas funcionavam ao invés
de apenas aceitar passivamente.
O
conhecimento científico representa o nível de conhecimento mais
aprofundado do real , em que o indivíduo busca o porquê das
coisas, ou seja, suas causas, motivos, razões ou circunstâncias
sobre um fenômeno. Este tipo de conhecimento utiliza explicações
racionais sem o u so do senso comum e de crenças . É baseado em
fatos, observações criteriosas, hipóteses testadas, métodos bem
definidos e muita leitura.
Dentre as características marcantes do conhecimento científico
podemos incluir: objetividade, excl usão às apreciações subjetivas,
verificação, controle experimental e formulação de hipóteses . Além
disso, o conhecimento científico não é uma v erdade absoluta, pois
com o avanço das pesquisas, o que se compreende hoje com uma
verdade científica pode não ser daqui algum tempo. Portanto, com o
passar dos anos , algumas verdades científicas serão superadas, o
que implica dizer que o conhecimento cien tífico é transferível,
https://www.youtube.com/watch?v=fp-CD1nu1tg
verificável, sempre colocado a prova (falível), ele é estudado, re-
estudado e reescrito (Tabela 1).
Exemplos na área de fisioterapia:
Ex1: Manobras de tapotagem para a desobstrução das vias
respiratórias: técnica em desuso por falta de comprovação científica;
Ex 2: Banho de parafina: caiu em desuso por conta do acúmulo de
fungos e bactérias na parafina e também por ser uma técnica de
calor superficial, que pode ser substituída por um infravermelho ou
até mesmo uma compressa morna;
Na sua área de estudo em que você está se formando ou
pesquisando, o que já foi verdade e hoje não é mais?
Tabela 1 - Características dos tipos de conhecimento :
Conhecimento popular
Conhecimento científico
Espontâneo e imediato
Legislador
Sensitivo
Preditivo
Superficial
Provisório e reversível
Subjetivo
Objetivo
Assistemático e desorganizado
Sistemático e organizado
Imetódico e indisciplinar
Metódico específico
Dogmático e acrítico
Formador de hipóteses
ConhecimentoReligioso (Teológico)
Conhecimento Filosófico
Valorativo
Valorativo
Inspiracional
Racional
Sistemático
Sistemático
Não verificável
Não verificável
Infalível
Infalível
Exato
Exato
1.6 Cientista e comunidade científica
Tenho certeza que alguém algum dia já te perguntou o que é um
cientista? O que vem a sua mente? Dr. Beakman, Dr. Emmett Brown
ou Einstein e Stephen Hawking
(Figura 3).
Figura 3 – Exemplos de cientistas.
Considerando um sentido mais amplo cientista é qualquer pessoa
que e xerça
uma atividade si stemática, em que faz uso do método científico
para investigar e/ou pesquisar a causa ou solução de um problema
ou uma dúvida, no intuito de produzir conhecimento em qualquer
área (ex: física, química, biologia, h istória, economia, entre outros).
O objetivo do cientista é
buscar a verdade sobre um fato,
investigar um
fenômeno ou testar hipóteses. Porém para que o verdadeiro
cientista alcance com
autonomia o seu objetivo e produza um nov o conhecimento , ele
precisa estar aberto a novos conceitos e não preso
a pré-julgamentos, pré -conceitos, valores, desejos,
tendências e crenças do senso comum.
Além disso, é
importante lembrar que a
utilização do conhecimen to produzido pelos cientistas pode ser
utilizada tanto para o
“bem” quanto para o “mal” (Figura 4).
Figura 4 – Utilização do conhecimento científico.
Comunidade científica
A comunidade científica consiste no corpo de cientistas, suas
relações e interações e nos meios necessários à manutenção
destas.
A comunidade científica é
normalmente dividida em "s ubcomunidades", cada uma trabalhando
em um campo particular da ciência.
As sociedades científicas e academias de ciência existem desde o
período da renascença, estas instituições especiais são
responsáveis pela comunicação, promoção de ideias e cooperação
entre as comunidades científicas de diferentes países (Figura 5).
Figura 5 – Fotos de comunidades científicas (Royal Society e a
Académie des Sciences, National Scientific and Technical Research
Council, Centre national de la recherche scientifique, Deutsche
Forschungsgemeinschaft, Academia brasileira de Ciências).
1 - Em relação ao conhecimento científico, assinale V (verdadeiro)
para as alternativas verdadeiras e (F) para as falsas e escolha a
sequência correta.
( ) O conhecimento é uma forma de compreender a realidade.
( ) O conhecimento científico tem como base o conhecimento
teológico.
( ) O conhecimento empírico surge das experiências em laboratório.
( ) A ciência pode ser definida como uma forma de investigação
metódica e organizada.
2 – Julgue as afirmativas se verdadeiras ou falsas.
A) O conhecimento popular, também denominado de vulgar,
empírico ou senso comum, resulta do modo espontâneo e corrente
de conhecer.
B) O Conhecimento popular é sistemático, já que se trata de um
saber ordenado
logicamente, formando um sistema de ideias (teorias) e não
conhecimentos dispersos e desconexos.
3 - O conhecimento científico distingue-se do senso comum por ser:
4 - Dentre as alternativas abaixo, é correto afirmar que o
conhecimento filosófic o tem
sua concepção:
5 - O cientista utiliza um método na apreensão da realidade. Através
do método podemos descobrir como chegar a um objetivo. É uma
forma de pensar para se chegar à natureza de determinado
problema. Nesse sentido, denomina-se método:
1) R: V, F, F, V.
2) R: A afirmativa (A) é verdadeira e a afirmativa (B) é falsa, pois o
conhecimento popular não é metodológico.
3) R: Legislador, preditivo, objetivo, provisório e reversível,
sistemático e organizado, metódico e formador de hipóteses.
4) R: Especulativa, porque não oferece soluções definitivas para as
questões formuladas. Ou seja, é valorativo, racional, sistemático,
não verificável, infalível e exato.
5) R: O conjunto de procedimentos através dos quais é possível
conhecer determinada realidade.
1) Citar 03 exemplos de descobertas científicas que beneficiaram a
sua profissão.
2) Citar 02 exemplos práticos da sua área profissional sobre:
conhecimento popular e científico.
3) Dividir a classe em três grupos. Dois grupos irão p
reparar uma apresentação de 10
minutos dos argumentos utilizados nos filmes abaixo, enquanto o
terceiro grupo será o júri do debate.
JOHN LENNOX ANALISA O LIVRO DE STEPHEN HAWKING.
DEUS, UM DELÍRIO, O VÍRUS DA FÉ - Documentário
4) Citar 03 exemplos na sua área profissional de algo que um dia já
foi verdade e hoje não é mais.
Hawking, Stephen. Uma Breve História do Tempo. Editora:
Intrinseca. 2014.
https://www.youtube.com/watch?v=Djj4XKE7uwc
https://www.youtube.com/watch?v=w120gbhBjec
Hawking, Stephen. O Universo Numa Casca de Noz. Editora
Intrínseca. 2016.
Richard Dawkins. Deus, Um Delírio. Editora: Companhia das Letras.
2007.
Richard Dawkins. O Gene Egoísta. Editora: Companhia das Letras.
2007.
Sagan, Carl. O mundo assombrado pelos demônios. Editora:
companhia de bolso. 2006.
Tyson, Neil Degrasse. Origens - Catorze Bilhões de Anos de
Evolução Cósmica.
CAPÍTULO 2 - ENFOQUE DE PESQUISA E MODELOS
DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
OBJETIVOS
1. Entender quais são os principais enfoques de uma pesquisa
científica; 2. Diferenciar os principais métodos de investigação
científica; 3. Aprender os tipos de investigação científica;
4. Diferenciar os tipos de investigação científica;
5. Aplicar corretamente o tipo de investigação científ ica de
acordo com os
objetivos da pesquisa.
2.0 Introdução
Com o intuito de fortalecer o conhecimento do processo de
pesquisa, inicialmente serão descritos e discutidos de forma geral as
características e diferenças do enfoque qualitativo e quantitativo. Em
seguida, serão a presentados à nomenclatura e os conceitos dos
modelos de investigação científica, mais comumente utilizados em
pesquisa em saúde , a fim de servir como guia para o entendimento,
planejamento e implementação da pesquisa de forma aplicada. Por
fim, abordaremos os diferentes tipos de revisão e discutiremos como
o nível de evidência científica é aplicado na prática de profissionais
de saúde, desenvolvendo assim, de forma mais apurada o senso
crítico
metodológico dos futuros pesquisadores em saúde.
2.1 Enfoque quantitativo de pesquisa
A pesquisa quantitativa
centra-se na objeti vidade, priorizando a linguagem
matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações
entre variáveis, etc.
em que os resultados da pesquisa podem ser quanti ficados. A ideia
central do enfoque quantitativo é descrever, explicar e prever
fenômenos, com o intuito de gerar conhecimento, comprovar teorias,
chegar a proposições mais precisas e fazer
recomendações específicas e aplicáveis a uma população mais
ampla, que servirão para a solução de problemas ou tomada de
decisões.
O pesquisador parte do princípio que existe uma realidade a se
conhecer, no qual a ideia vai delimitando o tema até chegar ao
objetivo, na pergunta da pesquisa e na formulação do problema no
qual estes devem ser específicos e pouco flexíveis. A
revisão da literatura tem papel crucial, na formulação das hipóteses,
no delineamento experimental, na identificação das variáveis e
demais etapas do processo. As hipóteses devem ser estabelecidas
e te stadas e dependendo do grau de certeza (probabilidade) podem
ser aceitas ou rejeitadas.
A seleção e o tamanho da amostra deve ser estatisticamente
representativa, pois a ideia central é generalizar os resultados
encontrados,
replicar e comparar com
pesquisas semelhantes. Para a coleta de dados, o pesquisador
deve utilizar métodos padronizados de medição e/ou documentação
(ex: questionários, medições fisiológicas, neurais, de imagem e etc)
dentro dos padrões de objetividade, rigor, confiabilidade, validade e
reprodutibilidade de estudos anteriores. Outra possibilidade é a
criação de novos instrumentos baseados na revisão da literatura,
porém eles devem ser testados, ajustados e validados.
A coleta dos dados e sua posterior análise devem ser bem
controlada s, excluindo a incerteza, minimizando o erro, mantendo
-se neutra e imparcial e assegurandoque
todos os procedimentos sejam realizados de forma rigorosa e
objetiva. Após a coleta de dados, os resultados são convertidos em
valores numéricos que por sua vez são
analisados estatisticamente e apresentados sob a forma de tabelas,
diagramas. Por fim, o relatório final dos resultados deve utilizar um
tom objetivo, impessoal e não emotivo.
Caso os resultados não corroborem com as hipóteses iniciais, o
pesquisador d eve buscar novas explicações e novas hipóteses até
que ele consiga estabelecer suas conclusões (Figura 1).
Figura 1 - Características do enfoque quantitativo de pesquisa.
2.2 Enfoque qualitativo de pesquisa
O enfoque qualitativo fundamenta -se no conjunto de práticas
interpretativas centrada no entendimento do significado das ações
do SER HUMANO, no qual é capaz de trabalhar com paradoxos,
incertezas dilemas éticos e ambiguidades. A ideia central é
descrever, explicar, compreender, prever e interpretar os fenômenos
por meio de percepções e significados produzidos pelas
experiências dos voluntários , a fim de gerar conhecimento e
comprovar teorias.
O pesquisador parte do princípio que existe uma realidade a se r
descoberta,
construída e interpretada. Embora a revisão da literatura indique o
caminho da pesquisa, ela desempenha papel menos importante no
desenvolvimento do processo e pode ser complementada em
qualquer etapa da pesquisa. O pesquisador não se fundamenta em
estudos anteriores, ele examin a o mundo social, busca entender os
voluntários para selecionar e definir as variáveis ou os conceitos
chaves do estudo e como se relacionam e a partir dos dados
empíricos observados, obtidos e analisados, ele desenvolve uma
teoria coerente.
A elaboração d a pergunta e a formulação do problema são abertas,
livres, não são delimitadas ou demarcadas, tudo é muito mais
flexível. As perguntas e as hipóteses ocorrem de forma mais
dinâmica e podem ser construídas antes, durante e após o trabalho
de campo ou realiz ação do estudo, o que contribui para o
aprimoramento e criação de novas perguntas e hipóteses relevantes
conforme os dados são obtidos. As perguntas são abertas
apresentadas em linguagem escrita, verbal, não verbal e visual e
nem sempre são conceituadas/definidas por completo no início da
pesquisa.
Antes da coleta de dados, o pesquisador deve se familiarizar com o
ambiente ou entorno e conhece os informantes (pessoas que
conheçam o local da pesquisa) a fim de verificar a factibilidade da
pesquisa. Além disso, o pesquisador recorre aos seus valores,
crenças e experiências, bem como sua relação com os voluntários
da pesquisa.
Geralmente o pesquisador não utiliza instrumentos pré
-estabelecidos, ele desenvolve
seu próprio instrumento por meio de observações, des
crições e vivências dos
voluntários, que são aprimorados conforme a pesquisa avança.
A coleta de dados não é padronizada nem pré
-determinada, é baseada nas
observações e registros não estruturados que incluem: anotações,
gravações, entrevistas, questionários abertos, testes projetivos,
revisão de documentos/arquivos, discussão em grupo, experiências
pessoais e observações/registros de vida. Durante esta etapa é que
o pesquisador obtém as perspectivas, pontos de vista, sensações,
prioridades,
experiências, s ignificados, descrições detalhadas de situações,
eventos, interações, condutas observadas e manifestações dos
voluntários.
Os resultados não são reduzidos a números e consequentemente
não são submetidos a tratamentos estatísticos, ao contrário os
resultado s são apresentados na
forma de tabelas, notas extensas, narrativas, significados,
diagramas, imagens, peças audiovisuais, fotografias, modelos
conceituais, documentos e objetos pessoais, mapas ou “quadros
humanos”.
Como agora a pretensão não é generalizar os resultados obtidos
para populações mais amplas e também não
se pretende replicar o estudo, cabe aqui ao pesquisador
avaliar o desenvolvimento natural dos acontecimentos, analisar e
extrair o significado dos dados, para que no relatório final o pesquisa
dor tire algumas conclusões e busque compreender os voluntários e
seus significados, experiências e contextos por meio de descrições
bem detalhadas, aprofundadas e enriquecedoras, utilizando um tom
pessoal e emotivo (Figura 2).
Figura 2 - Características do enfoque qualitativo de pesquisa.
2.3 Quantitativo ou Qualitativo - Qual o melhor enfoque?
No enfoque qualitativo as sequências das etapas podem variar
conforme o tipo de pesquisa, além disso, o desenho do estudo
também pode ser adaptado de acordo com a amostra e o ambiente
de pesquisa. No enfoque qualitativo, o pesquisador costuma ter
mais contato, empatia e envolvimento com os voluntários. Ao
contrário, no enfoque
quantitativo, as etapas da pesquisa são sequenciais e
comprobatórias, em que cada etapa precede à seguinte,
respeitando rigorosamente uma ordem, ademais, o desenho do
estudo é idealizado previamente e permanece inalterado ao longo
da pesquisa. No enfoque quantitativo, o pesquisador costuma ser
frio, neutro e distante dos voluntários (Quadro 1).
Quadro 1 – Comparação das características do enfoque quantitativo
e qualitativo.
Processos fundamentais do
Características quantitativas
Características qualitativas
processo geral de pesquisa
Voltada para a descrição, previsão e
Voltada para a exploração, a
explicação.
descrição e o entendimento.
Formulação do problema
Específica e delimitada.
Geral e ampla.
Voltada para dados mensuráveis ou
Voltada para as experiências dos
observáveis.
participantes.
Papel fundamental.
Papel secundário.
Revisão da literature
Justificativa para a formulação e a
Justificativa para a formulação e a
necessidade do estudo.
necessidade do estudo.
Instrumentos pré-determinados.
Os dados surgem pouco a pouco.
Dados numéricos.
Dados em texto ou imagem.
Coleta de dados
Número considerável de casos.
Número relativamente pequeno de
casos.
Análise estatística.
Análise de textos e material
Descrição das tendências,
audiovisual.
comparação de grupos ou relação
Descrição, análise e
Análise dos dados
entre as variáveis.
desenvolvimento de temas.
Comparação de resultados com
Significado profundo dos resultados.
previsões e estudos anteriores.
Padronizado e fixo.
Emergente e flexível.
Relatório de resultados
Objetivo e sem tendências.
Reflexivo e com aceitação de
tendências.
2.3.1 Opiniões dos pesquisadores:
 Pesquisadores que utilizam o enfoque qualitativo, em relação aos
pesquisadores que utilizam o enfoque quantitativo:
Ex: Pesquisador impessoal, frio, reducionista, restritivo, fechado e
rígido, os voluntários são estudadas como objeto, não levando em
consideração as diferenças individuais e culturais entre os grupos.
 Pesquisadores que utilizam o enfoque quantitativo, e
m relação aos
pesquisadores que utilizam o enfoque qualitativo:
Ex: pesquisa vaga, subjetiva, inválida, especulativa, sem
possibilidade de réplica e sem dados sólidos que apoiem as
conclusões, sem controle das variáveis, falta o poder de
entendimento sobre as medições.
Apesar da grande discussão entre os pesquisadores e das
diferentes abordagens para o estudo de um fenômeno, ambos os
enfoques são muito valiosos , contribuem para o avanço da ciência
e apresentam alguns pontos em comum:
 Observação e avaliação de fenômenos;
 Criação de suposições/ideias como consequência da
observação/avaliação;
 Demonstram o quanto essas ideias têm fundamento;
 Revisão das ideias baseada em provas ou análises;
 Proposição de novas observações para esclarecer, modificar e
fundamentar as
ideias;
 Geração de novas ideias/suposições.
2.4 Modelos de investigação científica
De forma geral, os modelos de investigação científica
são categorizados como
analíticos e descritivos e cada categoria é subdividida em uma série
de subcate gorias (Figura 3).
Figura 3 – Classificação dos modelos de investigação científica
2.4.1 Descritivos
Os modelos de investigação científica descritivos são usados para
descrever, diferenciar ou examinar associações,ao invés de
procurar relações diretas entre
variáveis, grupos ou situações. Não existem tarefas aleatórias,
grupos controle, ou manipulação de variáveis. O pesquisador
apenas observa o que ocorre naturalmente sem interferir de maneira
alguma. É um tipo de investigação científica indicada quando se
sabe pouco sobre um determinado fenômeno.
A) Populacional
A pesquisa populacional refere -se a toda e qualquer pesquisa com
enfoque em grupos populacionais em diferentes momentos de uma
determinada região demográfica (país, região e município).
Ex: Prevalência de dor nas costas e fatores associados em adultos
do Sul do Brasil.
B) Relato de caso ou Estudo de Caso
É caracterizado por uma análise de informações detalhadas sobre
um indivíduo .
Inicialmente deve-se identificar as questões de pesquisa que
justifiquem a aplicação do estudo de caso, para depois decidir aplicá
-lo. Seu objetivo é determinar características peculiares de um
indivíduo ou de uma condição e fornecer subsídios fundamentais
para o melhor tratamento de pacientes em situações específicas e
geralmente raras por meio de uma fonte de informação científica.
Ex: Artrose na Terceira Idade: Um estudo de Caso.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552011000100009
http://www.unifra.br/eventos/forumfisio2011/Trabalhos/1122.pdf
C) Série de casos
É caracterizado por uma análise de informações detalhadas sobre
indivíduos com uma exposição conhecida a u m dado tratamento
similar ou aná lise de prontuários com o objetivo de avaliar a relação
entre exposição e o desfecho.
Ex: Discinesia ciliar primária: Considerações sobre seis casos da
síndrome de Kartagener.
2.4.2 Analítico
Os modelos de investigação científica
analíticos envolvem a
avaliação e
comparação por meio de tratamento estatístico das informações
disponíveis na tentativa de explicar o contexto de um fenômeno.
2.4.2.1 Pré-experimental
Devido ao fato do delineamento pré-experimental ser caracterizado
por controlar poucas fontes de invalidação e os voluntários não
serem distribuídos de forma aleatória, pode-se considerar que este
tipo de delineamento e suas subcategorias não são métodos válidos
para responder a questões de pesquisa, porém é oportuno nesta se
ção apresentá-
los como forma de auxiliar os estudantes no processo de ensino -
aprendizagem para que os mesmos não caiam nas armadilhas da
pesquisa.
a.1 Tentativa única: O grupo de voluntários recebe um tratamento,
seguido de um teste para avaliá -los. Devid o ao fato dos voluntários
serem avaliados em apenas um momento, o pesquisador pode
apenas dizer que em algum ponto do tempo, os voluntários tiveram
http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v33n5/v33n5a17.pdf
certo nível de desempenho, porém este desempenho não pode ser
de modo algum atribuído ao tratamento.
a.2 Delineamento pré -teste/pós-teste: Inicialmente o grupo de
voluntários é avaliado, recebe um tratamento e ao final é reavaliado.
Este delineamento é melhor que o anterior, pois o pesquisador
observa se ocorreu alguma mudança no desempenho. Porém,
devido não ter um grupo controle , o pesquisador não pode concluir
que o tratamento causou mudanças observadas na avaliação, ou
seja, os resultados positivos observados podem ter ocorrido por
causa do tempo ou pela experiência adquirida com a avaliação.
a.3 Comparação de grupo estatístico: Os voluntários são
distribuídos de forma não aleatória em dois grupos (controle e
tratado) e ao final do período da pesquisa, avalia -se os voluntários
e comparam ambos os grupos. A grande limitação deste
delineamento é pelo fato da distribuição não ter sido aleatória, não
se pode afirmar que os grupos eram semelhantes no início da
pesquisa.
Portanto, não podemos determinar se existe
diferença entre o grupo controle e o grupo tratado ou experimental.
2.4.2.2 Experimental
Os modelos de investigação científ
ica experimentais normalmente usam
designação randomizada, manipulação de uma variável
independente e controles rígidos e e xaminam a causa e efeito de
relações entre variáveis independentes (preditivas) e dependentes
(resultado) sob condições altamente controladas.
A) Grupos randomizados
Neste modelo , os voluntários são recrutados em uma população,
constituindo uma amostra representativa e os grupos são formados
de forma aleatória, o que permite pressupor a sua equivalência no
início da pesquisa, porém os grupos não são pré
-
testados. Cabe ao pesquisado r controlar melhor as variáveis (ex:
história pass ada dos
voluntários, maturação e testar as fontes de invalidação). Após o
período de tratamento, o pesquisador avalia e compara os
resultados com o grupo controle e tenta concluir que as diferenças
entre os grupos foram devido ao tratamento.
B) Grupos randomizados pré-teste/pós-teste
De forma semelhante ao modelo anterior, os grupos são formados
aleatoriamente, porém todos os grupos são avaliados antes do
tratamento. Em seguida, o grupo experimental é exposto ao período
de tratamento e após este período todos os grupos são novamente
avaliados . Este modelo de investigação científica permite ao
pesquisador quanti ficar a alteração produzida pelo trata mento, ou
seja, verificar se o grupo experimental mudou mais ou menos
quando comparado com o grupo controle.
C) Estudos clínicos randomizados (ECRs)
Os ECRs são considerados padrão ouro
para pesquisas biomédicas
, por
apresentarem elevada validade interna e grande precisão na
avaliação da eficácia e efetividade de diversas intervenções
terapêuticas e preventivas em saúde . Este modelo utiliza desenhos
longitudinais de intervenção, controlada, em que os pacientes são
distribuídos em dois ou mais grupos de for ma aleatória (os grupos
controle podem ser um grupo que não recebe tratamento, que
recebe um tratamento placebo ou que recebe outro tipo de
tratamento). Os ECRs s ão considerados as melhores fontes de
evidência para avaliar o efeito de uma determinada inter
venção, isto é, se os tratamentos
fisioterapêuticos são eficazes ou não, no qual esses estudos devem
sempre ser escolhidos para auxiliar fisioterapeutas em suas
tomadas de decisão clínica.
Ex: Short- and long-term effects of a six -week clinical Pilates
program in addition to physical therapy on
postmenopausal women with chronic low back pain: a randomized
controlled trial.
D) Cross-over
Este modelo de investigação científica também
conhecido co mo modelo
cruzado, contrabalanceado ou de rotação. Os voluntários são
designados aleatoriamente e expostos a dois tratamentos, um grupo
ao tratamento experimental e o outro grupo ao tratamento de
controle. Após um período de tempo, suficiente para permitir que
qualquer efeito do tratamento se desfaça, os tratamentos são
trocados.
Ex: Controlled randomised crossover trial of the effects of
physiotherapy on mobility in chronic multiple
sclerosis
2.4.2.3 Observacional
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26474232
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26474232
http://jnnp.bmj.com/content/70/2/174.full
http://jnnp.bmj.com/content/70/2/174.full
Diferente dos modelos descritivos, os modelos observacionais são
caracterizados quando o pesquisador pretende avaliar a associação
entre um determinado fator e um desfecho, estudar efeitos
colaterais de diferentes terapias ou algumas con traindicações,
utilizando as informações já disponíveis, não in
tervindo diretamente na relação
analisada. Neste modelo não existe
m intervenções diretas sobre os voluntários do
estudo e nem aleatoriedade na distribuição dos voluntários, pois os
mesmos, no início da pesquisa foram classificados nos respectivos
grupos.
Na prática clínica cotidiana, este modelo é uma solução mais factív
el
principalmente no caso dos estudos de coorte, como alternativas
relevantes, a fim de evidenciar os efeitos adversos raros ou tardios
em termos do acompanhamento do impacto de determinadas
intervenções e/ou tratamentos.
A) Corte Transversal
Nos estudos do tipo transversal , todas as medições são feitas em
um único
"momento", não existindo, período de seguimento dos voluntários. F azendo uma
analogia, podemos imaginar que este tipo de estudo
assemelha-se a uma fotografia
instantânea, no qual o pesquisador verifica o “agora”. O pesquisador
deve analisar a associação entre a exposição e o desfecho em
apenas um instante na linha do tempo.
Neste tipo de estudo é possível avaliar a prevalência da doença e
utilizar a razão de prevalência para avaliar a força da a
ssociação entre a exposição e a doença”. A
desvantagem dos estudos transversais é a impossibilidade de
estabelecer relações causais por não provarem a existência de uma
sequência temporal entre exposição ao fator e o subsequente
desenvolvimento da doença.
Ex: Funcionalidade de Membro Superior em Mulheres Submetidas
ao Tratamento do Câncer de Mama.
B) Corte Longitudinal:
Estudo longitudinal visa analisar as variações das caraterísticas dos
mesmos elementos amostrais (indivíduos, empresas, organizações,
etc.) ao longo de um período de tempo, no qual os pesquisadores
estão interessados na trajetória de vida dos indivíduos incluídos na
amostra, o que permite uma compreensão mais profunda sobre as
relações entre as variáveis observadas. A grande limitação deste
tipo de pesquisa inclui o alto custo e o índice elevado de desistência
dos voluntários.
Ex: Alterações funcionais do sistema estomatognático em pacientes
com rinite alérgica: estudo caso
-
controle. 
B.1 Caso controle
Este modelo também é conhecido como relato de caso ou estudo de
caso, em que envolvem uma descrição de casos com e sem uma
exposição ou condição pré -existente.
http://www.inca.gov.br/rbc/n_59/v03/pdf/11-artigo-funcionalidade-membro-superior-mulheres-submetidas-tratamento-cancer-mama.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003472992009000200018&script=sci_abstract&tlng=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003472992009000200018&script=sci_abstract&tlng=pt
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003472992009000200018&script=sci_abstract&tlng=pt
É um modelo mais adequado para pessoas que estão
hospitalizadas e apresentam doenças raras. Devido este tipo de
delineamento ter um número de amostra reduzido, a observação
torna-se bem limitada, não apresentando a real prevalência do
desfecho da população, logo, não é recomendado calcular a
incidência e verificar o risco relativo nesse tipo de estudo.
B.2 Coorte (Cohort)
São estudos longitudinais, no qual a observação é analisada pelo
menos duas vezes, ou seja, o pesquisador avalia/observa algo que
acontece ao longo do tempo.
 Prospectivos:
Os voluntários são seguidos da “causa” para o “efeito”, ou seja, para
frente acompanhando o processo a ser pesquisado neles, ou seja, o
desfecho ainda não ocorreu (Presente *começo* → Futuro
*termina*).
Ex: Estudo prospectivo de fatores prognósticos em lombalgia
crônica trat ados com fisioterapia: papel do
medo-evitação e dor extraespinal.
 Retrospectivos:
O pesquisador busca por fatores passados que podem ser
considerados como causas, logo já existe um efeito, deve
-se agora buscar a causa. Os voluntários são
seguidos do “efei to” para a “causa”, ou seja, para trás, o processo a
ser pesquisado já ocorreu (Presente *começo* → Passado *observa
o que aconteceu no passado*).
Como exemplo de um estudo retrospectivo, i
magine uma população que foi
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v56n5/pt_0482-5004-rbr-56-05-0384.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rbr/v56n5/pt_0482-5004-rbr-56-05-0384.pdf
exposta a uma substância nociva há 20 anos e que atualmente es
sa população apresenta um efeito colateral tardio (alguma doença).
Diante do exposto, cabe o pesquisador analisar e verificar o impacto
causado por esta substância. Outro exemplo é quando o
pesquisador resgata a ficha de pacientes
e verifica acontecimentos do passado que
possam ter influenciado na doença, ou seja, o pesquisador estuda
os pacientes a partir de um desfecho.
Ex: Fisioterapia na paralisia facial periférica: estudo retrospectivo.
Pelo fato de ser retrospectivo, este tipo de delineamento pode
apresentar viéses como: a) tendenciosidade b) informação, c)
confusão. Ex: voluntários que se lembram de fatos mais recentes,
mas se esquecem de fatos mais antigos qu e podem ser
importantes no estudo ou até mesmo o voluntário pode exagerar
nos relatos.
2.5 Tipos de revisão
A revisão da literatura é o processo no qual o pesquisador busca,
analisa e descreve sobre um tema relevante, utilizando o
conhecimento contido em um material (livros, artigos de periódicos,
artigos de jornais, registros históricos, relatórios governamentais,
teses e dissertações e outros tipos) já publicado. No entanto, a
diversidade da terminologia utilizada no meio científico,
proporcionou a clas sificação
de aproximadamente 14 tipos de revisão. Nesta seção , iremos
abordar e fornecer uma visão descritiva sobre os tipos mais comuns
de revisões, com exemplos ilustrativos de informação da área de
saúde (Figura 4).
http://www.scielo.br/pdf/rboto/v73n1/a18v73n1.pdf
Figura 4 – Tipos de revisão.
2.5.1 Revisão crítica
É uma revisão tipicamente narrativa, conceitual ou cronológica, no
qual o autor faz uma investigação extensiva da literatura,
identificando a maioria dos artigos científicos significativos no campo
de pesquisa. Cabe ao auto r ir além da mera
descrição, ele deve identificar a contribuição conceitual do conteúdo
existente e incluir um grau de análise e avaliação crítica. O
componente 'crítico' é o ponto forte deste tipo de revisão, pois o
resultado final pode produzir inovação
conceitual ou nova teoria e
ainda discutir com escolas de pensamento concorrentes. Por outro
lado, a revisão crítica normalmente não demonstra sistematicidade,
pois não existe nenhuma exigência formal da qualidade dos artigos
utilizados, da apresentação ex plícita dos métodos de pesquisa,
síntese e análise dos resultados.
Ex: A critical review of physiotherapy as a clinical service in
occupational health departments.
2.5.2 Revisão de literatura
É uma revisão tipicamente narrativa e mais genérica, fornece uma
análise da literatura mais recente ou atual, sobre uma ampla gama
de assuntos. A análise do tema pode ser feita de forma cronológica,
conceitual ou temática e em vários níveis de qualidade e
abrangência. Para a revisão de literatura, o pesquisador utiliza o
conhecimento já consolidado e identifica as lacunas existentes na
literatura.
Da mesma forma que na revisão crítica, as revisões de literatura
carecem da intenção explícita em avaliar a qua lidade dos artigos
utilizados. Portanto as conclusões podem conter um grande viés por
omitir, os resultados de artigos significativos da literatura, ou pior
ainda, os autores podem apenas selecionar a literatura que apoia a
sua visão, propiciando credibilidade indevida a uma hipótese
preferida pelo mesmo.
Ex: Qualidade de vida de cuidadores de adolescentes com
transtorno do espectro
autista: uma revisão da literatura
2.5.3 Revisão sistemática
As revisões sistemáticas são delineadas para serem metódicas,
explícitas e passíveis de reprodução, integrando as informações de
um conjunto de estudos realizados separadamente sobre
determinada terapêutica/intervenção, que podem apresentar res
ultados conflitantes e/ou coincidentes. Esse tipo de estudo serve
para nortear o desenvolvimento de projetos, orientando novos temas
para investigações futuras e identificando quais métodos de
pesquisa foram utilizados em uma determinada área.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25208353
http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v14n4/a09v14n4.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v14n4/a09v14n4.pdf
Para a real ização de uma revisão sistemática é necessário: (I)
pergunta clara, especificando população e intervenção de interesse;
(II) definição da estratégia de busca, utilizando as bases de dados;
(III) estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão dos artig os;
(IV) análise criteriosa da qualidade da literatura selecionada e
justificar possíveis exclusões; (V) análise crítica e avaliação de
todos os estudos incluídos na revisão; (VI) escrita do resumo crítico,
sintetizando as informações disponibilizadas pelo s artigosque
foram incluídos na revisão e (VII) apresentação da conclusão,
informando a evidência sobre os efeitos da intervenção.
Ex: Eletroestimulação em doentes críticos: uma revisão sistemática
2.5.4 Revisão sistemática com meta-análise
É um tipo de revisão que tem como objetivo proporcionar resultados
mais precisos e resumido de todas as evidências publicadas. Na
meta -análise, o pesquisador responde a uma pe rgunta claramente
formulada, utilizando métodos sistemáticos e explícitos para
identificar, selecionar e avaliar criticamente pesquisas relevantes,
assim ele reúne os resultados de vários estudos quantitativos,
combina
-os e sintetiza -os
utilizando procedim entos estatísticos com uma estruturação
específica, a fim de evitar viés e tendenciosidade da pesquisa.
Para a realização de uma revisão sistemática com meta -análise é
necessário: (I) definir claramente a questão a ser formulada; (II)
definição da estratég ia de busca,
utilizando as bases de dados; (III) estabelecimento de critérios de
inclusão e exclusão dos artigos; (IV) análise criteriosa da qualidade
da literatura selecionada e justificar possíveis exclusões; (V) análise
crítica de todos os estudos inclu ídos na revisão; (VI)
https://www5.bahiana.edu.br/index.php/fisioterapia/article/viewFile/111/181
avaliar a heterogeneidade entre os estudos; (VI) cálculo dos
resultados, estimando o desempenho diagnóstico por meio de
sensibilidades e especificidades, razões de verossimilhança positiva
e negativa, diagn óstico odds ratio , escores d e efetividade e curvas
ROC comuns ou sumarizadas; (VII) avaliação do efeito da variação
da validade de cada estudo nas estimativas de desempenho diagn
óstico; (VIII) interpretação dos
resultados avaliando o quanto se pode generalizar da meta
-análise, confor me as
características dos voluntários; (IX) escrita do resumo crítico e (VII)
apresentação da conclusão, informando a evidência sobre os efeitos
da intervenção.
Ex: The effects of resistance training on muscle strength, quality of
life and aerobic capacity in patients
with chronic heart failure - A meta-analysis.
2.5.5 Síntese de evidência qualitativa
É um tipo de revisão tipicamente narrativo e qualitativo, em que o
autor integra ou compara os resultados de estudos qualitativos,
empregando uma amostragem seletiva ou intencional, tendo como
resultado deste processo a ampliação da compreensão de um
determinado fenômeno ou o desenvolvimento de uma nova teoria. O
ponto positivo deste tipo de revi
são é a obrigatoriedade da avaliação da qualidade dos artigos
utilizados.
Ex: Duarte A.L.C et. al. Esquemas desadaptativos: revisão
sistemática qualitativa. 2008.
2.5.6 Guidelines
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27843045
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27843045
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbtc/v4n1/v4n1a04.pdf
A diretriz de prática clínica ( Guidelines) é um conjunto de
recomendações para a prática clínica (prevenção, diagnóstico e
tratamento). Cada uma das recomendações deve estar embasada
pela melhor evidência científica disponível, representando
orientações para a prática baseada em evidências. As diretrizes
devem tornar mais fáceis
as decisões na prática diária, devem ser concretas, precisas,
aplicáveis em todo o território nacional, devem alertar para os riscos,
limitações, possíveis prejuízos e benefícios de sua a plicação.
Podem ser consideradas como um caminho que auxilia o
profissional a separar as práticas desnecessárias das necessárias.
Ex: Kottke T. et. al. Healthy lifestyles. Practice guideline, 2016.
2.5.7 Competências necessárias para escrever uma revisão:
A) Saber onde e como buscar as informações:
 Onde? → buscar nas bases de dados (PubMed, Pedro, Lilacs,
Cochrane, Bireme, Scielo, etc.);
 Como? → definir uma estratégia de busca adequada para
identificar a informação relevante sobre o tema.
B) Leitura crítica da informação científica:
 O pesquisador deve avaliar a coerência entre objetivos e
desenvolvimento do estudo; definição e operacionalização das
variáveis do estudo; instrume ntação
utilizada e consistência dos procedimentos; pertinência das análises
realizadas e se as conclusões são válidas e adequadas.
C) Conhecimento da estrutura da pesquisa:
 O pesquisador deve conhecer sobre o tema e estruturação da
pesquisa desenvolvida.
https://www.icsi.org/_asset/fjzqct/HealthyLifestyles2.pdf
D) Conhecimento sobre normatização bibliográfica:
 O pesquisador deve saber como citar referências no texto e na
lista de referências, utilizando diferentes normas (ex: ABNT,
vancouver, etc) ou ter
conhecimento de
softwares específicos para formatação de
referências
bibliográficas.
2.6 Nível de evidência científica
Ao longo das últimas décadas, profissionais da área da saúde
utilizavam apenas livros textos, cuja característica marcante eram as
"receitas de bolo", que dispensavam a necessidade de pensar para
a tomada de decisões. Felizmente, isso vem mudando, visto que a
atuação prática destes profissionais é alicerçada em resultados de
pesquisa científica. Atualmente, o profissional pode recorrer a
pirâmide dos níveis de evidência proposta por Atallah AN e
colaboradores 2004, no qual classifica a qualidade dos estudos
realizados na área da saúde (Figura 5).
Figura 5 - Pirâmide dos níveis de evidência em estudos na área da
saúde. ECR – estudo clínico randomizado; Megatrial: ensaio clínico
com mais de mil casos. Fonte: Atallah AN, Peccin MS, Cohen M,
Soares B G O. Revisões sistemáticas e metanálises em ortopedia.
São Paulo: Lopso; 2004.
Cabe ressaltar que o pesquisador não deve desvalorizar nenhum
tipo de evidência científica, pois para cad a pergunta existe um
delineamento mais adequado, por isso, o pesquisador deve
identificar as vantagens e desvantagens de cada tipo de estudo,
bem como avaliar a disponibilidade dos meios e instrumentos
necessários para a realização da pesquisa.
1. Quais são os objetivos de uma pesquisa?
2. Toda pesquisa requer que o pesquisador faça a revisão de
literatura. Qual é a finalidade da Revisão de Literatura?
3. Um antropólogo americano pesquisou por 1 (um) ano uma tribo
indígena no interior da Amazônia , os Kawahiva, uma das últimas
tribos que ainda vivem isoladas da civilização. Nesse período
observou aspectos do cotidiano e das práticas culturais dos
Kawahiva. O antropólogo fez uso de qual procedimento de
pesquisa:
4. Quais são os principais métodos de investigação científica?
5. O que se define como uma revisão de literatura?
1) R. Resolver alguma questão (problema), onde se procura
cientificamente a solução adequada; Estudar e compreender fatos
ou fenômenos da realidade, para encontrar respostas novas nas
questões formuladas; Demonstrar e desenvolver um raciocínio
lógico para a construção do conhecimento; Desenvolver e ampliar o
espírito científico e crítico do pesquisador, por meio da observação
dos fenômenos espontâneos ou da coleta de dados e registro de
variáveis analisadas; Tentar conhecer e explicar os fenômenos que
ocorrem no mundo existencial.
2) R. Ela possibilita avaliar a viabilidade do tema, do ponto de vista
teórico. Por ela se pode efetuar um levantamento - dentro de uma li
nha histórica, desde o passado até atualidade – do conhecimento já
estabelecido e existente sobre o assunto/tema da pesquisa. Ela
também fundamenta o estabelecimento de hipóteses por parte do
pesquisador, e finalmente, fornece credibilidade à pesquisa (des de
que sejam usadas
fontes e bases de dados científicas).
3) R: Estudo de caso.
4) R. Descritivos (populacional, relato de caso/estudo de caso e
série de casos) e analíticos (pré-experimental, experimental e
observacional).
5) R. A revisão de literatura
é o processo no qual o pesquisador busca, analisa e
descreve sobre um tema relevante, utilizando o conhecimento
contido em um material (livros, artigos de periódicos, artigos de
jornais, registros históricos, relatórios governamentais, teses e
dissertações e outros tipos) já publicado.
Atallah AN, Peccin MS, Cohen M, Soares B G O. Revisões
sistemáticas e metanálises emortopedia. São Paulo: Lopso; 2004.
Lakatos, E. M.; Marconi, M. A. Técnicas de pesquisa. 7.ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
Pope, C.; Mays, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 3.ed.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
Volpato, G. Ciência: da filosofia à publicação. 2. ed. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2013.
CAPÍTULO 3 - ELABORAÇÃO DO PROJETO DE
PESQUISA
Objetivos
1. Entender como se constrói um projeto de pesquisa;
2. Enumerar as principais dicas de construção de um bom
projeto de pesquisa;
3. Aprender a avaliar os benefícios e malefícios na elaboração
de um projeto; 4. Descrever as etapas que consistem numa
elaboração de um projeto de pesquisa;
5. Diferenciar o tema do título da pesquisa científica.
3.0 Introdução
O projeto de pesquisa é o primeiro passo de toda pesquisa
científica. No entanto, elaborar um projeto antes de iniciar uma
atividade não é exclusividade da Ciência.
Antes de construir uma casa, iniciar uma empresa, realizar uma
viagem ao exterior ou criar uma campanha de marketing, também é
necessário realizar um planejamento que minimize os riscos e
aumente a probabilidade de sucesso.
Antes de começar a construir uma casa, você procur
a se informar sobre os
materiais de construção que terá de adquirir, sobre a mão
-de-obra que precisará
contratar e, principalmente, sobre o dinheiro que terá que
desembolsar, tendo em mente qual é a aparência, o resultado final,
da obra que você quer reali zar. Em um projeto de pesquisa, o
raciocínio é exatamente o mesmo: desenvolver o planejamento
detalhado de uma pesquisa que se pretende realizar. Portanto,
inicialmente neste capítulo
, serão
conceituados o que é um projeto de pesquisa e discutido as fases e
etapas da elaboração do projeto de pesquisa.
Em seguida, serão abordados quais os requisitos necessários para
obter sucesso no projeto de pesquisa e os itens como referenciais
teóricos, metodológicos e elementos complementares que devem
ser incluídos no
projeto. Por fim , serão abordados os
principais problemas que podem surgir durante
esse processo e como avaliar a
viabilidade do projeto de pesquisa.
3.1 Projeto de Pesquisa
Iniciando pelo próprio sentido da palavra “projeto”, fica fácil entender
que o projeto de pesquisa consiste numa importante etapa da
produção científica e se caracteriza como uma ação a ser
desenvolvida
, antevendo tudo que será construído
mediante o conjunto de ações a serem executadas para a
realização da pesquisa.
É no projeto de p esquisa que o pesquisador esboça, delimita,
explica e descreve de forma clara e objetiva, suas principais
intenções, reais interesses e o tipo de abordagem que o norteará
sobre tema ao qual discorrerá. O pesquisador ressalta acerca dos
questionamentos que o instigaram a proceder desta ou daquela
forma, exprimindo a intencionalidade e a finalidade da monografia,
TCC, dissertação ou tese que o sucederão, ou seja, o projeto de
pesquisa representa o “cartão de visita” do pesquisador.
O projeto de pesquisa origi
na-se de um problema ou da curiosidade do
pesquisador, no qual o mesmo cria propostas (perguntas, hipóteses,
objetivos e material e métodos), utilizando procedimentos racionais
e sistemáticos para encontrar a solução do problema (resultados e
respostas) (Figura 1).
Figura 1 – Origem do projeto de pesquisa.
É no projeto de pesquisa que o pesquisador analisa todas as
possibilidades, os prós e os contras, os pontos positivos e negativos
da realização propriamente dita da pesquisa. Caso contrário, corre-
se o risco de iniciad a a pesquisa, o pesquisador esbarrar em
empecilhos que dificultam ou descaracterizam sua pesquisa,
resultando em um fluxo enorme de dados inúteis e de difícil análise,
sem objetividade e exaustão dos
pesquisadores, o que culmina na desistência da pesquisa e gasto
do dinheiro público.
3.2 Requisitos necessários para obter sucesso no projeto de
pesquisa Antes de discutirmos sobre todos os tópicos que você
encontra nos livros -textos tradicionais sobre metodologia científica,
quero
convidar você a pensar de forma
diferente. P ara se obter sucesso no projeto de pesquisa, você deve
pensar “fora da caixa”; você deve identificar as necessidades do
mercado e baseado nelas
, você deve
criar ideias para resolver um problema que contribua de alguma
forma para a sociedade, ou seja, além de fazer ciência, a sua
pesquisa deve gerar um impacto social.
Outros requisitos importantes para obter sucesso, é a sua
capacidade de
organizar e sistematizar o tempo, utilizar
softwares (formatação de projetos ) e sua
habilidade de relatar, executar e disseminar os resultados da
pesquisa.
3.3 Fases do projeto de pesquisa
De forma didática, o projeto de pesquisa pode ser divido em duas
fases: 1˚ Fase -
Elaboração criativa e i nformal e 2˚ Fase - Formatação n ormativa e
formal. Neste capítulo, será abor dado somente a primeira etapa
enquanto que a segunda etapa será discutida no próximo capítulo.
Para a elaboração do projeto de pesquisa competitivo, o
pesquisador envolve -se com uma ideia até a sua formatação final,
no qual ele deve
responder uma sequência de questões referentes ao que ele irá
pesquisar (Figura 2).
Figura 2 – Questionamentos para a elaboração do projeto de
pesquisa competitivo.
3.4 Etapas da elaboração do projeto de pesquisa
Etapa 1 – Surgimento da ideia
A primeira etapa inicia-se pelo surgimento da ideia, do problema, da
pergunta ou da necessidade da pesquisa (Figura 3). As pesquisas
surgem das ideias, não importando o tipo de paradigma que
fundamenta o estudo nem o enfoque a ser seguido. As idei as
são o primeiro contato com a realidade objetiva (quantitativa),
subjetiva (qualitativa) e intersubjetiva (mista) que será pesquisada
ou com os fenômenos, eventos e ambientes que serão estudados.
É muito comum, jovens pesquisadores não terem ideia alguma do
que pesquisar, não saber o que fazer, onde procurar, não conhecer
nenhuma demanda e até mesmo não ver a necessidade de nada.
Para t
er uma ideia criativa , inovadora ou identificar no
mercado uma demanda ou necessidade , é necessário tempo e
experiência. Vamos aqui discutir algumas técnicas que podem
ajudá-lo.
Figura 3 – Etapas da elaboração projeto de pesquisa
Inicialmente, sugiro que sua prática de leitura diária aumente
consideravelmente.
Comece lendo jornais e livros, à medida que for aumentando o seu
gosto pela leitura, tente identificar os temas que mais lhe motivam e
leia monografias, dissertações, teses e artigos científicos recentes e
interessantes nas revistas consideradas de bom nível em sua área.
Outra forma de aprimorar sua criatividade é observando os fatos e
crenças ao seu redor e até mesmo conversas informais
(restaurantes, hospitais, bancos, indústrias e
universidades) sobre um determinado tema, utilize todas estas
fontes de informação
como geradores de ideias para sua pesquisa.
Após ter a ideia , é necessário analisá -la, verificar se ela é
realmente relevante, atraente, intrigante, estimulante, motivante e
excitante a ponto do pesquisador envolver -
se cada vez mais com a pesquisa. As boas ideias não são nec
essariamente novas, mas originais, no qual a ideia deve ser capaz
de atualizar, adaptar formulações, elaborar, integrar ou comprovar
teorias, solucionar problemas e gerar novas perguntas e
questionamentos.
O pesquisador deve familiarizar -se com o campo de conhecimento,
consultar o máximo de informações e dados necessários para
estruturar sua ideia formalmente. É
recomendado apresentar sua ideia para um expert na temática para
que sua ideia torne -
se mais precisa, estruturada e específica, para que você consi ga
esboçar o que pretende pesquisar com maior clareza e formalidade.
Nesta etapa , é importante o pesquisador ter afinidade com o tema e
principalmente tempo disponível para vencer os obstáculos que
surgirem ao longo do caminho, realizando assim sua pesqui
sa com o objetivo de p
roduzir um novo
conhecimento, desenvolver e/ou melhorar uma nova tecnologia, um
novo método, processo ou produto.
Antes de discutirmos a segunda etapa daelaboração do projeto de
pesquisa, vamos entender a diferença entre tema e títu lo. O
primeiro ponto a ser salientado é que tais conceitos (tema e título)
não correspondem à mesma coisa. Ao contrário, o tema da
pesquisa e o título da pesquisa são elementos absolutamente
contíguos e que devem ser selecionados criteriosamente, para que
possam alçar total correspondência.
O tema faz menção direta ao assunto a ser explorado, ao universo
ante o qual o pesquisador vislumbra possibilidades para a
realização da pesquisa. É a partir do tema que o pesquisador
identificará o objeto de estudo ou a intenção da pesquisa, para que
o mesmo elabore ideias, diretrizes, hipóteses e teorias para que
sejam defendidas por meio de sua pesquisa . O tema, representa
, portanto, o cerne do que será efetivamente
explorado e, acima de tudo , proporciona ao pesquisado r consagrar
sua contribuição em sua área de atuação.
O título é uma forma textual clara que expressa em poucas palavras
aquilo que será realizado a partir do tema, ou seja, o título é uma
chamada para o assunto e o posicionamento do texto abordado. Ao
ent regar o projeto de pesquisa é necessário que
tenha um título, mas com frequência ele será provisório . Não se
preocupe, pois o título final será determinado, de fato, somente
depois da redação completa do estudo.
Lembre-se: a escolha do tema interfere na c riação do título, no qual
ambos os aspectos, refletem na composição de um trabalho
acadêmico rico, qualitativo e apto à aprovação.
Ex: Assim, se o pesquisador elege como tema "Fisioterapia
geriátrica", deve idealizar um título como "Benefícios da prática
de atividades aquáticas na melhoria da qualidade de vida em idosos
portadores de osteoartrose".
Dicas para ter sucesso quando escolher seu tema:
 Conheça o que foi feito a respeito de um tema;
 Evite pesquisar sobre algum tema que já foi estudado
profundamente;
 Aborde um tema pouco conhecido ou não estudado;
 Traga uma visão diferente ou inovadora sobre determinado tema;
 Elabore uma boa pergunta referente ao tema escolhido.
Etapa 2 – Pesquisando na base de dados
Na segunda etapa, o p esquisador deve pesquisar tudo que existe
de relevante sobre o tema consultando na base de dados
(CINAHL; Cochrane; EMBASE;
MEDLINE; PsycINFO; Scielo; PeDro; PubMed; Lilacs
; Scopus e Periódico Capes ),
bancos digitais de teses e dissertações e bibliotecas digitais. Esta é
uma etapa bastante trabalhosa e que demanda um tempo
considerável de busca e leitura de livros, monografias, dissertações,
teses, artigos, entre outros materiais informativos. Por isso, é
necessário saber encontrar rápido o que interessa e o que é
importante e relevante, caso contrário pode-se perder a motivação
para a realização da pesquisa (Figura 3).
Para o timizar esta etapa, inicialmente e
scolha uma base de dados e três
descritores (palavras-chave) do seu tema ; em seguida selecione os
artigos pelos títulos de preferência, títulos que estão mais próximos
do tema a ser pesquisado.
O próximo
passo é ler o resumo e as conclusões e caso o artigo seja útil, faça
um download e arquive o artigo em uma pasta para poster iormente
ser lido na íntegra (Figura 4). Caso sua pesquisa acarrete no
desenvolvimento de uma patente, é necessário fazer uma pesquisa
na base de dados do INPI a existência de patentes relacionadas ao
tema (Figura 3).
Após a busca, identificação e classifi cação dos artigos científicos, o
pesquisador deve fazer a leitura na íntegra dos artigos,
selecionando as publicações que sustentem os seus argumentos
sobre a necessidade e importância do projeto de pesquisa.
Figura 4 – Fluxograma para otimizar a busca de artigos científicos.
3.5 Itens do projeto de pesquisa
Agora que você definiu os referenciais teóricos (tema, problema,
hipótese, objetivo geral, objetivos específicos e justificativa) da
pesquisa , cabe ao pesquisador incluir no projeto os r
eferenciais metodológicos (
cenário ambiente de estudo
,
amostragem, formas de coleta dos dados e informações,
organização e análise dos dados) e elementos complementares
(equipe, produtos, cronograma, orçamento e bibliografia) da
pesquisa. Os detalhes de estruturação e formatação do projeto de
pesquisa serão descritos no próximo capítulo.
3.6 Avaliando a viabilidade do projeto de pesquisa
Antes de enviar o seu projeto de pesquisa às agências de fomento
ou empresas patrocinadoras, é importante você avaliar a viabilidade
e considerar o poder competitivo do projeto de pesquisa. Para isso,
basta avaliar se o
problema no qual se insere a
pesquisa é relevante . O objetivo da pesquisa é uma proposta que
merece investimento?
O objetivo será alcançado com a metodolo gia proposta? O que seu
projeto de pesquisa muda na Ciência? Por que as pessoas se
interessariam em ler o seu projeto de pesquisa?
É importante para o meio acadêmico? Vai gerar um novo
conhecimento? Vai agregar
algo novo àquilo já existente? É importante p ara o meio
empresarial? É uma inovação?
É um diferencial competitivo? Caso você consiga responder
algumas destas perguntas, formate o projeto e envie para ser
avaliada. Caso contrário retorne ao início (Figura 5).
Figura 5 – Viabilidade do projeto de pesquisa
3.7 Problemas que podem surgir durante o processo de
pesquisa Diversos são os fatores que podem resultar em
problemas durante o processo de pesquisa. Desde erro de
formulação do objetivo,
erros nos critérios de elegibilidade,
padronização de procedimentos experimentais (coleta de dados),
falta de cegamento dos voluntários e avaliador, erros de tratamento
estatístico, atrasos dos voluntários ou pesquisadores, perda
amostral, problemas técnicos dos equipamentos
, equipamentos
descalibrados, erros de testagem, falta de check list, falta de
conhecimento aprofundado do projeto de pesquisa, desempenho
dos colaboradores, atraso dos recursos ou serviços de terceiros
entre outros.
Porém, o intuito aqui não é descrever todos os fatores intervenientes
durante o
processo de pesquisa, mas em categorizar os problemas em
previstos e imprevistos e que os mesmos são influenciados por
fatores internos ou externos. A princípio, na fase de elaboração do
projeto de pesquisa cabe ao pesquisador responsável descrever
tudo que será realizado durante a pesquisa, com o máximo de
detalhamento e clareza, a fim de controlar ambos os fatores internos
e externos, reduzindo a chance de ocorrência dos problemas e
imprevistos, ou seja, o pesquisador deve
inseri-los na fase teórica da
pesquisa. Os imprevistos irão ocorrer durante a fase seguinte, na
execução da pesquisa
em que os fatores internos e externos influenciarão de forma a
prejudicar a boa execução da pesquisa (Figura 6).
Figura 6 – Possíveis problemas durante o processo de pesquisa.
1. O que significa um projeto de pesquisa?
2. Quais são as principais dicas para se ter sucesso na escolha do
tema?
3. Quais são as principais bases de dados que o pesquisador pode
utilizar para fundamentar sua pesquisa?
4. A escolha do tema da pesquisa é o momento em que o
pesquisador deve cuidar para: I. Definir com clareza o que será
estudado
II. Escolher o tema após pesquisar a bibliografia sobre o assunto III.
Solicitar ao professor que escolha o tema da pesquisa IV. Escolher
um tema inédito e atrativo que ainda não possua bibliografia
considerável
A) As afirmativas I e II estão corretas
B) As afirmativas III e IV estão corretas
C) Todas as afirmativas estão corretas
D) As afirmativas I e III estão corretas
5. Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita,
clara, compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual
nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu
campo e apresentando suas características. O problema, antes de
ser considerado apropriado, deve ser analisado sob os seguintes
aspectos: A) Exequibilidade, operacionalidade, relevância, custo
financeiro e novidade.
B) Viabilidade, relevância, novidade, exequibilidade e oportunidade
C) Viabilidade, operacionalidade, relevância, oportunidade e
novidade.
D) Oportunidade,exequibilidade, novidade, custo financeiro e
viabilidade.
E) Relevância, custo financeiro, oportunidade, novidade e
viabilidade.
1 R. O projeto de pesquisa consiste numa importante etapa da
produção científica e se
caracteriza como uma ação a ser desenvolvida, antevendo tudo que
será construído mediante o conjunto de ações a serem executadas
para a realização da pesquisa.
2 R. Conheça o que foi feito a respeito de um tema; Evite pesquisar
sobre algum tema que já foi estudado profundamente; Aborde um
tema pouco conhecido ou não estudado; Traga uma visão diferente
ou inovadora sobre determinado tema; Elabore uma boa pergunta
referente ao tema escolhido.
3 R. CINAHL; Cochrane; EMBASE; MEDLINE; PsycINFO; Scielo;
PeDr o; PubMed; Lilacs; Scopus e Periódico Capes.
4. R. Letra A
5. R. Letra B
VOLPATO, GILSON. Ciência: da filosofia à publicação. 2. ed. São
Paulo: Cultura Acadêmica, 2013.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa. 7.ed. São
Paulo: Atlas, 2008.
POPE, C.; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 3.ed.
Porto Alegre: Artmed, 2009.
ALON, URI. How To Choose a Good Scientific Problem. Molecular
Cell, 35, 726 -728, 2009.
CAPÍTULO 4 - ESTRUTURAÇÃO E FORMATAÇÃO DO
PROJETO DE PESQUISA
OBJETIVOS
1. Entender a importância de uma elaboração de um bom
projeto científico; 2. Descrever componentes básicos de um
projeto científico; 3. Aprender a construir um projeto científico;
4. Diferenciar as ações concernentes aos objetivos da
pesquisa;
4.0 Introdução
A elaboração do projeto de pesquisa, monografias, dissertações,
teses e artigos científicos requerem uma padronização e uma
normatização. Normatizar um artigo, uma tese ou um projeto de
pesquisa, por exemplo, é considerada por grande parte dos
estudantes como a pior parte do projeto científico, porque, de fato,
requer paciência, tempo e muitas vezes, a contratação de uma
empresa ou pessoa especializada no assunto para formatar todo o
trabalho. Portanto, e
ste capítulo tem como objetivo auxili ar os
jovens pesquisadores no desenvolvimento, estruturação e
formatação do projeto de pesquisa, bem como padrões de redação,
procedimentos para pesquisas bibliográficas, seleção, organização
e leitura das obras, bem como a construção de citações diretas e
indiretas. Serão, também, abordados todos os tópicos e struturais e
de formatação do projeto de pesquisa.
4.1 Estruturação e Formatação do Projeto de Pesquisa
De forma geral, a e
struturação e formatação do
projeto de pesquisa
são
compostas por itens categorizados em referenciais teóricos,
metodológicos e elementos complementares (Figura 1).
Figura 1 – Estruturação e formatação do projeto de pesquisa.
4.2 Título
Como descrito no capítulo anterior, título é uma forma textual clara
que expressa em poucas palavras aquilo que será realizado a partir
do tema, ou seja, o título é uma a chamada para o assunto e o
posicionamento do texto abordado.
Como criar bons títulos?
A primeira regra que você deve saber é que seu título é a primeira
conexão com os leitores e seu trabalho e que pelo título é que
começa a seleção dos artigos. Portanto se você falhar, tudo estará
perdido. Você deve pensar bastante e com muito critério antes de
definir o título do seu artigo.
Para criar um título matador , o autor deve tentar transmitir o
conteúdo do artigo ou da pesquisa, de modo mais sucinto,
compreensível e fiel ao conteúdo possível. O
título precisa conter elementos necessários que despertem a
atenção, interesse e desejo dos leitores. Geralmente, um bo
m título é constituído por uma frase impactante e
desafiadora contendo a problemática, objetivo, essência inovadora e
até mesmo da conclusão do trabalho acadêmico em questão.
Apesar de alguns autores afirmarem que existe uma tendência de
encurtar os títulos, recentemente após uma análise de mais de 10
mil dissertações de sete áreas do campo da educação não
comprovou essa tendência.
Exemplos:
Ex 1: “Preparação profissional”
- Exageradamente sintetizado;
- Não é particularmente útil.
- Não inclui o campo nem os aspectos da preparação profissional
estudada.
Ex 2: “Doze minutos de nado como teste de resistência aeróbia na
natação”
- Exatamente qual é o ASSUNTO do trabalho;
- Define o PROPÓSITO específico – Validação de 12 minutos de
nado;
- DELIMITA o campo do estudo
– Avaliação da resistência aeróbia de
nadadores.
O autor sempre deve focar no seu público, principalmente com a
terminologia adotada nos títulos de suas pesquisas. O autor deve
pressupor que os leitores muitas
vezes não têm o mínimo de familiarização, principalmente com
termos muito específicos (nomes científicos - ex: espécies) de uma
área de pesquisa, caso o autor não tenha este cuidado, pode surgir
o não interesse pela leitur a e até mesmo problemas de
entendimento (Figura 2).
Figura 2 – Exemplos de títulos inadequados.
4.3 Introdução
Na introdução da monografia, dissertação, tese ou artigo científico, o
autor deve fornecer informações sobre o tema, a fim de despertar o
interesse pela pesquisa e convencer os leitores da importância do
problema. É na introdução que o autor apresenta e contextualiza a
problemática, destacando as áreas que precisam de pesquisa e
mostrando porque é interessante, importante e necessária a
pesquisa.
É neste momento, que o autor deve apresentar e justificar os
objetivos propostos e as razões que tornam sua hip ótese
extremamente provável. Contudo, as inclusões de definições de
alguns termos são importantes, mesmo para leitores bem -
informados, uma vez que estas informações extras são necessárias
para que os leitores entendam a natureza do problema e tenham
intere sse suficiente e apreciem o raciocínio que você desenvolveu
para solucionar a questão. Por outro lado, não fale demais, vá direto
ao ponto, o leitor deve entender de onde veio e qual é a relevância
da sua pergunta científica.
Para redigir uma introdução f
luente, unificada, razoavelmente breve e bem
-
escrita, é necessária uma habilidade literária e uma fundamentação
sólida do autor. O
texto deve ter uma sequência lógica, contendo informações básicas
e concisas, que expliquem o raciocínio do autor e conduzam o leitor
à pergunta, ao objetivo e a hipótese da pesquisa.
4.4 Revisão teórica ou da literatura
A revisão teórica ou da literatura é realizada por meio de um
levantamento bibliográfico e documental utilizando periódicos
científicos, anais e livros locali zados
em bibliotecas e bases de dados on-line. Neste tópico, o
pesquisador deve demonstrar as contribuições científicas existentes
e compartilhar com o leitor os resultados de outras pesquisas
relacionadas diretamente ao tema do projeto.
A estrutura da
escrita deve ser lógica, coerente entre as partes elaboradas
anteriormente (introdução, problema de pesquisa, objetivo da
pesquisa, justificativa teórica e prática) e fundamentada nas teorias
existentes sobre o tema, para que o leitor entenda claramente qu ais
as variáveis compõem o problema de pesquisa, ou seja, a revisão
teórica tem como objetivo informar ao leitor o que realmente ele
precisa saber para entender a pesquisa.
4.5 Objetivo
O objetivo esclarece o que é pretendido com a pesquisa, ou s eja, o
que você quer descobrir. O autor também apresenta quais
perguntas pretende responder, qual problema pretende resolver ao
final da investigação. Do ponto de vista científico, o resultado de
uma pesquisa é medido pelo cumprimento do objetivo. Apesar da
vangua rda científica discordar, normalmente o objetivo é
subdividido em: objetivo geral e objetivos específicos.
4.5.1 Objetivo Geral
O objetivo geral, possui uma dimensão mais ampla da pesquisa, em
que deve delimitar e expressar a finalidade principal da
pesquisa. O objetivo geral pode
apresentar diferentes proposições no qual podemos incluir:
descrever algo interessante ou que precisa ser descrito; avaliar
novos indicadores de processos relevantes ou novos mecanismos
para efeitos já conhecidos; testar nov os fatores interferentes em
processos relevantes; alicerçar novas interpretações/significados

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