introdução a fitoterapia

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Introdução à Fitoterapia
PROFESSORA: PATRÍCIA NERI
2019
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU 
O que é fitoterapia?
Fitoterapia (do grego phyton = vegetal e therapeia = tratamento)
“Terapia que utiliza as plantas medicinais e suas diferentes preparações farmacêuticas”.
➢ Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos
terapêuticos;
➢ Droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias
responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta/colheita, estabilização,
quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada.
➢Derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal,
que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo ocorrer na
forma de extrato, óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros.
Definições e conceitos importantes
➢ Matéria-prima vegetal: compreende a planta medicinal, a droga vegetal ou o
derivado vegetal.
➢ Marcador: substância ou classe de substâncias utilizada como referência no controle
da qualidade da matéria-prima vegetal e do fitoterápico, preferencialmente tendo
correlação com o efeito terapêutico (Tipo: ativo ou analítico).
Definições e conceitos importantes
Fitoterápico
“Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações
tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. “
ATENÇÃO
Não se considera medicamento fitoterápico aquele que,
na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas,
de qualquer origem, nem as associações destas com
extratos vegetais.
RDC nº 48, de 16 de março de 2004, emitida pela ANVISA, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e revoga a 
RDC 17 de 24 de fevereiro de 2000.
Definições e conceitos importantes
Classificação dos medicamentos fitoterápicos
Fitoterápico Similar
“Aquele que contém as mesmas matérias-primas vegetais – nas mesmas concentrações – do princípio
ativo ou marcadores, utilizando-se da mesma via de administração, mesma forma farmacêutica,
posologia, indicação terapêutica de um medicamento fitoterápico considerado referência.”
Fitoterápico Tradicional
“Aquele elaborado a partir da planta medicinal de uso alicerçado na tradição popular, sem evidências
científicas conhecidas, cuja eficácia é validada por meio de levantamentos etnofarmacológicos e de
utilização, documentação técnico-científicas ou publicações indexadas.”
Fitoterápico Novo
“Aquele cuja eficácia, segurança e qualidade tenham sido cientificamente comprovadas junto aos órgãos
federais competentes por ocasião do registro, podendo servir de referência para o registro de similares.”
Uso de plantas medicinais pela população
Formulações caseiras: 
chás, emplastros, 
garrafadas, xaropes...
Medicamentos 
fitoterápicos
Empirismo X Ciência
Formas de extratos vegetais e formas farmacêuticas
Extratos: Preparações líquidas, sólidas ou semissólidas
obtidas pela extração de drogas vegetais frescas ou secas,
por meio líquido, extrator adequado, seguida de uma
evaporação total ou parcial e ajuste do concentrado a
padrão previamente estabelecido.
Macerado: Preparações extrativa realizada a frio, que
consiste em colocar a planta dentro de um recipiente
contendo água, álcool ou óleo. Ao fim do tempo previsto,
filtra-se o líquido.
Infuso: o solvente próximo ao ponto de ebulição
(fervente) é vertido sobre o material vegetal, ficando a
droga vegetal em contato com o solvente por 5 a 10
minutos, antes do processo de filtração.
Decocto: coloca-se a planta fresca ou droga vegetal no
solvente para aquecer até a ebulição em recipiente
fechado.
Formas de extratos vegetais e formas farmacêuticas
Tintura: extração hidroalcoólica , onde se utiliza a planta sempre
seca na proporção de 20%.
Formas de extratos vegetais e formas farmacêuticas
Alcoolatura: extração hidroalcoólica , onde se utiliza a planta
sempre fresca na proporção de 50%
Onde tudo começa?
Metabolismo Vegetal
Metabolismo Vegetal
Quadro resumo - Nutrição
Grupo Farmacológico Ação Biológica
Alcaloides
Atuam no SNC (efeitos calmante, sedativo, estimulante, anestésico, analgésico). Alguns 
podem ser cancerígenos e outros antitumorais. Ex: cafeína (café e guaraná), teobromina
(cacau), pilocarpina (jaborandi)
Mucilagens
Efeitos cicatrizante, anti-inflamatório, laxativo, expectorante e antiespasmótico
Ex: babosa, psyllium
Flavonoides e Derivados
Fortalecem os vasos capilares; efeitos anti-inflamatórios, antiesclerótico, antiedematoso,
dilatador de coronárias, anti-hepatotóxico, espasmolítico, antimicrobiano e coletérico
Ex: rutina, quercetina, chá verde, ginkgo biloba
Óleos Essenciais
Efeitos bactericida, antiviral, cicatrizante, analgésico, relaxante, expectorante e espasmolítico
Ex: mentol (hortelã), timol (tomilho), eugenol (cravo-da-Índia)
Metabolismo Vegetal
Quadro resumo - Nutrição
Grupo Farmacológico Ação Biológica
Taninos
Efeitos antidiarreicos e anti-sépticos (via interna). Impermeabilizam a as camadas mais expostas da 
pele, protegendo assim as camadas mais subjacentes (via externa). 
Ex: Barbatimão
Saponinas
Emulsionam o óleo e a água e possuem efeito hemolítico. Também são utilizadas por suas ações 
diuréticas, depurativa e mucolítica.
Ex: Ginseng, Erva-Mate, Prímula
Antraquinonas
São principalmente purgativos, pois estimulam os movimentos peristálticos.
Ex: Sene, Cáscara Sagrada
Glicosídeos
Alta especificidade pelos músculo cardíaco. Tem efeito acumulativo, risco de intoxicação, aumentam
o débito cardíaco e diminuem a freqüência cardíaca.
Ex: Deladeira
Metabolismo Vegetal
“Aprova o uso de plantas medicinais e fitoterapia com um caráter de atuação
multidisciplinar no SUS”.
- Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006
Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema 
Único de Saúde.
- Decreto nº 5813, de 22 de junho de 2006
Aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) e dá outras 
providências.
Incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento com relação ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos que possam ser
disponibilizados com qualidade, segurança e eficácia à população, priorizando a biodiversidade do país.
Legislação
http://portal.saude.gov.br/saude/
http://www.anvisa.gov.br/
Prescrição de fitoterápicos
Legislação
Prescrição de fitoterápicos
Art. 5°
“A prescrição fitoterápica é parte do procedimento realizado pelo Nutricionista na
prescrição dietética que deverá conter, obrigatoriamente:
I – nomenclatura botânica, sendo opcional o nome popular
II – parte usada
III – forma de utilização e modo de preparo
IV – posologia e modo de usar
V – tempo de uso
Legislação
Prescrição de fitoterápicos
Legislação
Prescrição de fitoterápicos
Em seu anexo I encontra-se uma lista de fitoterápicos
que, de acordo com o Art. 2º, são produtos isentos de
prescrição médica destinados ao consumidor final.
Legislação
Revogada por:
Prescrição de fitoterápicos
“Lista de Medicamentos Fitoterápicos de Registro Simplificado”, juntamente com a via de administração, 
devendo ser observada pelo nutricionista a fim de direcionar a respeito de quais fitoterápicos podem ser 
prescritos por ele.
Esses documentos podem ser encontrados no site do CFN e da ANVISA
Legislação
Prescrição de fitoterápicos
Garantia da prescrição correta de um fitoterápico, e assim, sua utilização,
considerar o nome botânico (gênero e espécie) ou seu nome popular
oficialmente reconhecido, a fim de evitar administrar um fitoterápico
indesejado a um paciente.
Taxonomia
Alho
1. Nome botânico: Allium sativum
2. Sinônimos: Ajo, Allium, Garlic
3. Parte utilizada: Bulbo
4. Constituintes farmacológicos principais:
Óleos Voláteis (0,1 a 0,36%):Compostos sulfurados incluindo aliina, alinase, dialil
dissulfeto, polissulfureto de allina; allicina, dissulfato de alilo e trissulfato de alilo, 
alhoenos.
5. Padronização / Especificação: Pó (não menos que 0,45% de allicina). Óleo do bulbo 
(cápsulas)
6. Usos terapêuticos: Tratamento da hipercolesterolemia
Tratamentos com fitoterápicos
Alcachofra
1. Nome botânico: Cynara scolymus
2. Sinônimos: Artichoke; Clobe artichoke;
3. Parte utilizada: Folhas
4. Constituintes farmacológicos principais:
Ácidos Fenólicos (até 2%): Ácido Caféico; Cinarina (Ácido 1,5-di-O-cafeoilquínico); Ácido 
Clorogênico
Flavonoides (0,1 a 1%): Glicosídeos de Flavona: Escolimosídeo (luteonina-7β-
rutinosídeo); luteonina-7β-glicosídeo e luteonina-7β-D-glicosídeo
5. Padronização / Especificação: Extrato Seco (não menos que 0,5% de Cinarina)
6. Usos terapêuticos: Tratamento da hipercolesterolemia; Atividade colagoga (transporte 
da bile para a vesícula biliar) e colerética (estimulatória da produção de bile)
Tratamentos com fitoterápicos
Tratamentos com fitoterápicos
Chá Verde
1. Nome botânico: Camellia sinensis
2. Sinônimos: Green Tea; Chá Branco; Chá Vermelho; Chá Preto.
3. Parte utilizada: Folhas e Raízes
4. Constituintes farmacológicos principais:
▪ Epigalocatequina Galato (EGCG)
▪ Epicatequina Galato (ECG)
▪ Epigalocatequina (EGC)
▪ Epicatequina (EC)
5. Padronização / Especificação: Extrato Seco padronizado a 50% de Polifenóis totais (Chá Verde)
6. Usos terapêuticos:
Tratamento da obesidade; Controle da glicose sanguínea; Controle da Pressão Arterial; Antioxidante
Sinetrol
1. Descrição: Sinetrol® é um extrato patenteado de frutas alimentícias cítricas. São as seguintes:
▪ Laranja vermelha (Citrus sinensis)
▪ Laranja doce (Citrus aurantium L. var. sinensis)
▪ Toranja (citrus paradise)
▪ Citrus aurantium (Citrus aurantium L. var.amara)
▪ Extrato de guaraná (Paulinia cupana)
2. Sinônimos: Não se aplica.
3. Parte utilizada: Diversas (casca, raízes)
4. Constituintes farmacológicos principais:
▪ Polifenóis cítricos (“Biofenóis”)
5. Padronização / Especificação: 60 a 80% de Polifenóis cítricos.
6. Usos terapêuticos:
Tratamento da obesidade.
Tratamentos com fitoterápicos
Psyllium
1. Nome botânico: Plantago ovata Forssk.
2. Sinônimos: Blond Psyllium, Indian Plantago, Ispagol, Ispaghul, Pale Psyllium, Spogel; Bran Buds® cereal, Effersyllium®, 
Fiberall®, flea seed, Fybogel®, Heartwise® cereal, Hydrocil®, I-so-gel®, ispaghula, ispaghula husk, ispaghula seed, 
isphagula, Konsyl®, Lunelax®, Metamucil®, Minolest®, natural vegetable laxative, Perdiem®, Plantago
arenaria , Plantago psyllium , Prodiem Plain®, psyllium husk, psyllium seed, Regulan®, Serutan®, Vi-Siblin®, Yerba
Prima® psyllium husk powder.
3. Parte utilizada: Casca da Sementes
4. Constituintes farmacológicos principais:
Mucopolissacarídeo (10 a 30%): polissacarídeos ácidos e neutros ricos em ácido galacturônico, com 70% de fibras 
solúveis e 30% de fibras insolúveis.
5. Padronização / Especificação: Pó
6. Usos terapêuticos: Tratamento da obesidade e hipercolesterolemia. Tratamento da constipação e diarréia.
Tratamentos com fitoterápicos
Tratamentos com fitoterápicos
Maytenus ilicifolia (Espinheira santa)
➢ Taninos
➢ Terpenos
➢ Flavonoides
➢ Mucilagens
Efeito clínico 
➢ Antiulcerosa
➢ Cicatrizante
➢ Antiflatulenta
➢ Laxativa suave
Extrato seco
1 a 4g/dia
Obrigada!
PATRÍCIA NERI
CONTATO: PMSNERI@GMAIL.COM